Português: 29/10/10

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Texto de reflexão / Dissertação I - Plano

1.          Alberto Caeiro defendia uma vida em comunhão com a Natureza, algo que contraria a atitude que a maior parte de nós exibe quotidianamente: lixo espalhado pelo chão, incêndios florestais (mesmo em pleno Outono), poluição a eito, etc.

          Assim, partindo da introdução acima feita, trace o plano de um texto de reflexão subordinado ao seguinte tema:
                    A Natureza e a sua capacidade de renovação.

          O plano deverá incluir, obviamente, uma tese e o mínimo de três argumentos e três exemplos.

          O plano pode ser colocado na caixa de comentários desta mensagem ou enviado para um dos endereços de correio electrónico.



2.          Esta tarefa não é obrigatória, mas, se entre jantares e actividades relacionadas com os finalistas tiverem um tempinho, passem pelo blogue da Bibliteca da Escola (http://aefcr-be.blogspot.com/) e deixem, na caixa de comentários do Fórum de Discussão, uma opinião sobre a dita Biblioteca.

Ficha de leitura de "Tudo o que faço ou medito" - Correcção

1. Na primeira estrofe do poema, o sujeito poético confessa um sentimento que o domina.

          1.1. Identifique o sentimento e a causa que está na sua origem.

          O sentimento confessado pelo sujeito poético é a frustação, resultante da distância que existe entre o que quer e o que consegue realizar, isto é, entre o que idealiza e o que realiza. Dito de outra forma, a frustação advém da consciência que o sujeito poético tem da sua incapacidade de realizar tudo aquilo que deseja, que sonha ("Tudo o que faço ou medito / Fica sempre na metade"), ou seja, de nenhum dos seus projectos se realizar por inteiro

          1.2. Justifique em que medida os versos 3 e 4 atestam a impossibilidade de realização do "querer".

          Os versos 3 e 4 confirmam que o sujeito poético é incapaz de realizar os seus desejos, o seu «querer», ideia já anunciada nos dois primeiros versos, pois contêm uma "dupla antítese" entre o "querer" ("querendo") e o "fazer" ("Fazendo") e entre "infinito" e "nada". No que diz respeito ao «querer», aos seus projectos e ambições são, de facto, infinitos; já o "fazer" revela-se sempre incompleto / inacabado, facto que conduz à frustração.

2. Esse sentimento provoca um outro sentimento no sujeito poético.

          2.1. Indique-o.

          O outro sentimento manifestado pelo sujeito poético é o nojo de si próprio (verso 5: "Que nojo de mim me fica..."), uma espécie de repugnância e de tristeza.

          2.2. Interprete o sentido da antítese da segunda estrofe.

          A antítese está presente nos versos 7 e 8 e marca o contraste entre a alma do sujeito poetico, que é "lúcida e rica", e o seu ser, metaforicamente descrito como "um mar de sargaço". A alma, pelas suas características, poderia permitir ao sujeito poético realizar os seus sonhos e ambições (o "infinito"), mas o "sargaço", enquanto metáfora que aponta para a ideia de paragem, estagnação, impede-o de concretizar os seus ideais.

3. Atente, agora, na terceira estrofe.

          3.1. Proceda ao levantamento dos vocábulos que sugerem indefinição e estagnação.

          Os vocábulos que, na terceira estrofe, sugerem as ideias de indefinição e estagnação são "bóiam" e "lentos" (verso 9).

          3.2. Estabeleça uma relação de sentido entre "mar de além" (v. 10) e "mar de sargaço" (v. 8).

          A relação possível de estabelecer é uma relação de oposição, pois enquanto o "mar de além" simboliza o "infinito", os ideais que o sujeito poético pretendia obter, o "mar de sargaço" representa os obstáculos, as dificuldades, os impedimentos que o impedem de lá chegar.

          3.3. Apresente uma explicação para o paradoxo com que o poema termina.

          Com o paradoxo final, o sujeito poético parece significar que sabe muito bem o que quer, mas, no que respeita ao "fazer", nada sabe, isto é, não é capaz de concretizar esse "querer" . Pode, assim, concluir-se que o "fazer" (a realização, a concretização) é uma mera caricatura do "querer" (da idealização), daí a frustração e o nojo que sente de si.
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