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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Texto descritivo


 
1. Definição
 
    A descrição consiste na apresentação pormenorizada de uma pessoa (retrato, se feita por uma terceira pessoa, autorretrato, se feita pelo próprio), animal, ser, espaço, ambiente, paisagem, objeto, sentimento, emoção, etc.
    A descrição surge, normalmente, integrada noutros tipos de texto, como, por exemplo, o texto narrativo e o texto expositivo.

 
2. Estrutura
 
    O texto descritivo é bastante libre, não obstante alguns seguirem a seguinte estrutura:

. Identificação do tópico a desenvolver (pessoa, animal, objeto, paisagem…).

. Apresentação dos traços mais gerais (descrição como um todo).

. Apresentação de aspetos específicos (descrição das partes ou de algumas partes do todo).

 
3. Ordem dos elementos na descrição:
. da visão de conjunto para os pormenores (ou vice-versa);
. do mais próximo para o mais afastado (ou o contrário);
. da esquerda para a direita (ou vice-versa);
. de cima para baixo (ou o contrário).

 
4. Características
. Uso de verbos no pretérito imperfeito ou no presente do indicativo.
. Predomínio de verbos como «ser», «estar», «haver», etc.
. Uso abundante de adjetivos qualificativos e de advérbios ou de outras expressões valorativas / apreciativas.
. Presença de recursos expressivos, como, por exemplo, a metáfora, a comparação, a enumeração.
. Presença das sensações (visuais, auditivas, olfativas, táteis e gustativas).

  

Texto narrativo


 
1. Definição
 
    No texto narrativo, o narrador relata / narra acontecimentos, isto é, conta uma história, reais ou fictícios, num determinado intervalo de tempo e num determinado espaço.

 
2. Exemplos
 
    São exemplos de textos narrativos o romance, a novela, o conto, a lenda, a fábula, a notícia, a crónica, uma conversa que tenhamos com um amigo e até certos poemas, que podem conter uma estrutura narrativa.

 
3. Elementos fundamentais
 
    O texto de características narrativas pode ser literário ou não literário, estar escrito em prosa ou em verso, sendo os seus elementos fundamentais os seguintes:

Narrador: a entidade fictícia que narra a história.

Ação: os acontecimentos que constituem a história.

Personagens: os agentes, as figuras que vivem os acontecimentos.

Tempo: o(s) momento(s) em que decorre a ação.

Espaço: o(s) lugar(es) onde se desenrola a ação.

 
4. Estrutura
Situação inicial: contextualização da história:
. apresentação da(s) personagem(ens);
. localização no tempo;
. localização no espaço;
. apresentação da ação (frequentemente, os antecedentes da ação).

Complicação / Problema: acontecimento que perturba o equilíbrio, transformando a situação inicial.

Peripécias: conjunto de acontecimentos que resultam do que sucedeu na complicação.

Resolução: acontecimento que vem resolver a história.

Conclusão – Situação final: desfecho da ação – as personagens voltam a viver uma situação de equilíbrio.

 
5. Marcas linguísticas
. Uso do pretérito perfeito do indicativo.
. Utilização de verbos de ação.
. Uso de expressões de tempo e de lugar.

 

Reportagem


  
1. Definição
 
    A reportagem, tal como a notícia, é um género de texto jornalístico que pode ter características do texto narrativo. O seu objetivo é informar sobre determinado facto ou situação de modo detalhado.
    Para realizar a reportagem, o repórter desloca-se ao local onde os acontecimentos tiveram lugar, recolhendo dados, imagens e testemunhos (através de entrevista) que completarão o seu texto. Além disso, o jornalista pode fazer comentários pessoais e revelar a sua visão dos acontecimentos.

 
2. Estrutura

Título: pode ser antecedido por um antetítulo ou seguido por um subtítulo.

Lead: parágrafo inicial destacado graficamente em que se responde às perguntas Quem? (os agentes), O quê? (os acontecimentos), Onde? (o lugar) e Quando? (o tempo). É uma espécie de resumo do conteúdo do texto em apresentação geral do assunto a desenvolver.

Corpo: desenvolvimento pormenorizado do assunto, através da apresentação de relações de causa-efeito, dados estatísticos, depoimentos das pessoas entrevistadas, etc.

Conclusão: fecho do texto.

Caixa: elemento facultativo que apresenta informação complementar, não essencial para a compreensão do texto.

Subtítulos: orientam a leitura da reportagem.

Fotografias: legendadas ou não, ilustram e complementam a informação.

 
3. Características:
. o título deve ser apelativo;
. o assunto deve ter interesse social;
. o repórter relata aquilo que vê, ouve e sente, incluindo declarações de pessoas, descrições de ambientes, relatos de emoções, etc.;
. usa-se a primeira (declarações ou excertos de entrevistas ou quando o jornalista expressa o seu ponto de vista) ou a terceira pessoa gramatical;
. inclui discurso direto e indireto;
. apresenta marcas de subjetividade (presentes nos comentários pessoais que o repórter pode introduzir, ao contrário do que sucede com a notícia;. a linguagem deve ser clara e simples.

 

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Carta de apresentação


 
1. Definição
 
    A carta de apresentação é uma carta formal, na qual o remetente se apresenta, de uma forma breve, com o objetivo de se candidatar a um emprego ou a uma atividade, salientando as motivações e as qualidades do candidato. Pode ser a resposta a uma oferta publicada por uma empresa ou constituir simplesmente uma candidatura espontânea.
    Além disso, o remetente poderá informar o destinatário do envio do seu currículo e solicitar a realização de uma entrevista.

 
2. Estrutura
 
Cabeçalho – identificação e contactos do remetente: nome, morada, localidade, código postal, telefone/telemóvel.

Identificação e endereço do destinatário.

Local e data.

Identificação do assunto.

Saudação inicial:
- cumprimenta o destinatário com o grau de formalidade ajustado;
- fórmula de abertura: «Ex.mo Senhor Diretor / Presidente»; «Prezado / Estimado Senhor / Ex.mos Senhores», etc.

Introdução: apresenta o candidato e o cargo ou a atividade a que se candidata.

Corpo da carta (conteúdo): apresenta as qualidades pessoais e / ou a experiência profissional e as motivações do candidato para o desempenho da função a que se candidata.

Conclusão: reforço do interesse na candidatura.

Fecho e fórmula de despedida – saudação final: o candidato despede-se do destinatário com um grau de formalidade ajustado:
- «Atentamente»;
- «Atenciosamente»;
- «Com os melhores cumprimentos»;
- «Com elevada estima e consideração»;
- «Cordialmente»;
- «Subscrevo-me, com a mais elevada consideração»;
- …

Assinatura do remetente.

 
3. Marcas de género
. Linguagem clara, objetiva e formal.
. Predomínio da primeira pessoa do singular.
. Predomínio de verbos no presente do indicativo.
 

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Memórias


  
1. Definição
 
    As memórias relatam acontecimentos passados, vividos ou testemunhados pelo autor. O objetivo de uma memória não é elaborar a biografia do autor, mas registar determinados momentos, determinadas lembranças e refletir sobre eles. Por isso, as memórias não são um relato cronológico, mas uma seleção de factos, acontecimentos, pessoas, locais, etc., do passado do autor. Contrariamente ao diário, que é redigido quase simultaneamente aos acontecimentos que relata, nas memórias, esse relato normalmente dista muito tempo dos eventos. Deste modo, a memória desempenha um papel fundamental, dado que é através dela que o autor filtra e seleciona as suas recordações.

 
2. Características:

• Uso habitual da primeira pessoa.

• Utilização predominante de verbos no pretérito perfeito do indicativo.

• Recurso ocasional ao presente do indicativo para refletir acerca dos acontecimentos narrados.

• Apresentação de marcas linguísticas de primeira pessoa (verbos, pronomes pessoais, determinantes e pronomes possessivos).

• Coincidência, normalmente, entre o narrador e o protagonista.

• Apresentação de um discurso subjetivo, dado que contém confidências, emoções  e sentimentos do autor.

• Discurso pessoal e retrospetivo.

• Uso de expressões temporais e espaciais.

• Recurso a formas verbais que remetem para o tempo da escrita (presente) e, principalmente, para o tempo recuperado pela memória (pretérito perfeito e pretérito imperfeito do indicativo).

• Uso de verbos associados à memória («recordar», «lembrar», etc.).
 
3. Estrutura

Organização em memórias.

• Três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.

• Recurso a alterações da ordem cronológica dos acontecimentos.
 

Diário


 
1. Definição

 
    O diário é um texto de cariz autobiográfico que relata, por ordem cronológica, acontecimentos, experiências, pensamentos, emoções, descrições de pessoas, objetos, reflexões pessoais, apresentação de sonhos, desejos e vivências pessoais. Há diversos tipos de diário, como, por exemplo, os pessoais, de ficção, etc.

 
2. Estrutura

. Indicação da data do registo (normalmente).

. Saudação (opcional).

. Indicação do(s) acontecimentos mais importantes do dia, seguida de reflexão ou relato cronológico dos acontecimentos mais importantes do dia.

. Fórmula de despedida (opcional).

 
3. Características:

. contém a data de cada entrada;

. pode ter um interlocutor imaginário (nalguns casos, o autor dirige-se ao seu diário como um confidente a quem ele confessa os seus segredos, chegando, inclusive, a atribuir-lhe um nome;

. normalmente, o autor e o protagonista coincidem, isto é, são a mesma pessoa;

. a narração pode ser descontínua, fragmentada (não é forçoso que todos os dias seja feita uma entrada), porém isto não afeta a compreensão do texto;

. a escrita é quase simultânea aos acontecimentos narrados;

. os verbos encontram-se predominantemente no pretérito perfeito do indicativo ou no presente do indicativo;

. apresenta marcas linguísticas de primeira pessoa (verbos, pronomes pessoais, determinantes e pronomes possessivos);

. o discurso é subjetivo, pois inclui confidências, emoções e sentimentos de quem escreve;

. possui uma estrutura variável, em prosa ou em verso;

. pode apresentar uma grande diversidade discursiva: narração, descrição, monólogo, texto poético, etc.

 

Biografia e autobiografia


1. Definição

 
    A biografia e a autobiografia são narrativas cronológicas do percurso de vida de uma pessoa.
    A grande diferença entre dois géneros consiste no facto de a autobiografia ser a biografia de uma pessoa feita por ela própria, sendo, portanto, mais subjetiva do que a biografia, e existindo uma relação de identidade entre o autor, o narrador e a personagem.
    Consoante o seu objetivo, a biografia pode ser uma resumida nota biográfica ou um livro.

 
2. Características do género

 

Biografia

Autobiografia

. A biografia é um relato real ou ficcionado que relata a vida de uma personalidade, incluindo as suas etapas e acontecimentos mais significativos:
usa-se a terceira pessoa;
organizam-se os eventos cronologicamente;
selecionam-se os acontecimentos mais relevantes.
. A autobiografia é o relato real ou ficcionado de uma vida feito pelo próprio, por quem a viveu:
usa-se a primeira pessoa;
organizam-se os eventos cronologicamente;
selecionam-se os acontecimentos mais relevantes.
 
3. Características

. Apresentação cronológica dos dados.

. Local e data de nascimento.

. Antecedentes familiares.

. Habilitações académicas e profissão.

. Atividades em que se destacou.

. Obras e respetivas datas de publicação.

. Homenagem e prémios.

. Episódios importantes da sua vida.

. Predomínio de tempos verbais no pretérito.

 
4. Procedimentos

 
    Quem escreve uma biografia necessita de proceder a uma recolha prévia de informação:

. entrevistar a pessoa biografada;

. obter depoimentos de familiares, amigos e conhecidos;

. consultar documentos.

 

Apreciação crítica


 
A. Definição

 
    A crítica é um texto de caráter informativo e argumentativo, no qual o autor apresenta, analisa e avalia um produto cultural: um filme, uma representação teatral, uma canção, uma exposição, uma pintura, um espetáculo de bailado, um álbum de música, um documentário, uma entrevista, uma reportagem, um restaurante (gastronomia). Assim, a sua função é informar com rigor e apreciar quer positiva quer negativamente.

 
B. Meios de difusão

 
    A crítica é um género de texto habitual nos meios de comunicação social (jornais, revistas, televisão e rádio), sendo geralmente produzido por especialistas da área (crítico de gastronomia, crítico de cinema, crítico literário, etc.).

 
C. Estrutura
 
    Embora não tenha uma estrutura muito rígida, a crítica deve obedecer à estrutura elementar:

 
Título: deve ser sugestivo e cativante (o texto poderá possuir também um antetítulo e um subtítulo) – anuncia a opinião sobre o produto cultural ou evento criticado.

 
Introdução ou Abertura: apresenta e descreve o objeto da crítica, bem como a opinião do autor (tese).

 
Desenvolvimento:

» descrição mais pormenorizada do objeto;

» comentário crítico, com apreciações pessoais favoráveis ou desfavoráveis, fazendo juízos de valor (elogiosos e/ou depreciativos), devidamente fundamentados.

 
Conclusão: apreciação final do objeto e reforço da perspetiva crítica relativamente ao mesmo.

 
D. Marcas de género

. Descrição sucinta do objeto de apreciação crítica.

. Linguagem clara e objetiva.

. Linguagem valorativa, elogiosa ou depreciativa (adjetivação expressiva, advérbios, repetições, etc.).

. Recursos expressivos: metáfora, comparação, hipérbole, ironia, enumeração…

. Uso da primeira ou terceira pessoa gramatical.

. Predomínio do presente do indicativo.

. Uso de frases declarativas e exclamativas.

. Uso de conectores discursivos:

» Enumeração / adição: «não só… mas também», «em primeiro lugar», «além disso», «por um lado, … por outro, …», «assim como».

» Causa: «pois», «uma vez que», «visto que», «dado que».

» Consequência: «por isso», «portanto», «de modo que», «de tal forma que».

» Exemplificação: «por exemplo», «é o caso de», «em particular», «entre outros exemplos», «nomeadamente».

» Esclarecimento: «isto é», «ou seja», «isto significa que», «como se pode ver».

» Conclusão: «em suma», «em síntese», «para concluir», «para finalizar».

 

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Comentário


 
1. Definição
 
    O comentário é um género textual através do qual o seu autor explica e emite um juízo de valor sobre um determinado assunto da atualidade (desportivo, social, político…). Em contexto escolar, a análise de um texto literário poderá também ser feita sob a forma de um comentário.
    Por outro lado, um comentário visa explicitar também o conteúdo e a forma de um outro texto (verbal ou não verbal), isto é, indicar o seu género (lírico, narrativo ou dramático), revelar a sua intenção e conteúdo, mostrar como esse conteúdo é transmitido.

 
2. Estrutura
 
. Introdução: apresentação do objeto em análise (isto é, do texto sobre o qual se vai fazer o comentário) e do assunto a desenvolver.

 
. Desenvolvimento: análise e argumentação de alguns aspetos da realidade comentada ou do texto em apreciação, articulando informação objetiva e informação subjetiva.

 
. Conclusão: síntese dos aspetos analisados ou reflexão final.

 
3. Características

. Usa a terceira ou a primeira pessoa do singular (se for um comentário pessoal).

. Integra sequências descritivas, expositivas e argumentativas.

. Apresenta uma posição pessoal fundamentada.

. Mostra uma interpretação do objeto em análise.

. Não corresponde a um resume nem a uma exposição sobre o autor, as suas ideias ou o tema abordado.

. Não serve para o autor expressar as suas opiniões, apesar de a análise desenvolvida poder compreender alguma subjetividade.

 
4. Modo de procedimento

 
    Para produzir um comentário de um texto, devemos observar o seguinte:

. ler o texto as vezes que forem necessárias para o compreender bem;

. esclarecer, com o auxílio de um dicionário, as dúvidas de vocabulário que possam surgir;

. analisar o texto para determinar o tema e o assunto e perceber a intenção do autor (transmitir ideias ou emoções, narrar uma história, descrever uma personagem, um ambiente ou um espaço, etc.), bem como o modo como o fez (género literário, estrutura, modos de representação e de expressão, discurso utilizado, linguagem e recursos expressivos, etc.);

. estruturar o comentário, retirando conclusões sobre o sentido global do texto comentado.

 

Texto publicitário


  
A. Definição
 
    O texto publicitário é um género textual que tem como objetivo a promoção de um produto, de um conceito ou de uma ideia, procurando levar as pessoas a consumir esse produto / serviço ou a agir de determinada forma. A sua intenção comunicativa é, portanto, persuadir.
    Um anúncio é criado pelo publicitário em função do consumidor: a sua situação económica e social, a idade, o género, etc.

 
B. Tipos de publicidade

 
. Publicidade comercial: tem como objetivo persuadir o consumidor a adquirir um determinado serviço (água, luz, televisão, etc.) ou um produto.
 
. Publicidade institucional ou não comercial: tem como objetivo informar ou divulgar ideias, modificar um determinado comportamento em benefício do indivíduo ou da sociedade, isto é, promover comportamentos cívicos ou eticamente corretos, ou auxiliar certas instituições ou causas.

 
C. Estrutura
 
. Título (opcional): curto e apelativo, procurando despertar a atenção para o produto ou uma das suas características, funcionalidades, potencialidades…

 
. Imagem: deve ser apelativa para captar a atenção e o interesse do público, através da cor, da originalidade, etc. (por vezes, “uma imagem vale mais do que mil palavras”).

 
. Slogan: frase ou expressão breve, original e fácil de memorizar, que identifica a marca, o serviço ou o produto publicitado; é concebido para ser facilmente memorizável; normalmente é associado a um logótipo que identifica o produto.

 
. Texto argumentativo (opcional): pequeno texto que apresenta as vantagens e características / qualidades do produto ou do serviço anunciado, procurando convencer o público a adquiri-lo ou a aderir, conforme o caso. Contém, portanto, elementos de persuasão.

 
D. Características:

. Linguagem: recorre a processos apreciativos e persuasivos – adjetivos, repetições, frases de tipo imperativo e exclamativo, frases nominais, etc.; utilização de diferentes tipos de letra.

. Usa também uma linguagem mista, isto é, combina linguagens diferentes (um texto linguístico com um texto icónico, uma imagem).

. Usa frases curtas.

. Recorre ao modo imperativo.

. Utiliza recursos expressivos (metáfora, comparação, interrogação retórica, aliteração, hipérbole, etc.).

. Segue uma estratégia designada por AIDMA: captar a Atenção, suscitar o Interesse, despertar o Desejo por aquilo que é anunciado, facilitar a Memorização de informação sobre o produto e levar à Ação, isto é, adquirir o produto anunciado ou levar a determinada ação.

. Identifica os produtos, os serviços ou ideias com valores que podem ser despertados junto do público-alvo: beleza, juventude, vitalidade, saúde, sucesso, êxito, solidariedade, justiça, etc.

 

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Recensão crítica


 
A. Definição

 
    A recensão crítica é um texto jornalístico de apreciação / apresentação (recensear) crítica (avaliar) de um livro, publicado em revistas ou jornais, podendo referir-se à obra integral ou apenas a partes da mesma e concentrando-se no seu conteúdo e no contexto em que a obra surge a público.

    Na recensão, enumeram-se os aspetos considerados importantes e exprimem-se comentários pessoais sobre a obra em causa. Assim sendo, possui características do texto expositivo e do texto argumentativo.

 
B. Etimologia
 
    A palavra recensão provém do termo latino recensionem (que significa “enumeração”), que, por sua vez, tem origem em censionem, derivado do verbo censeo (que significa “avaliação”).
    A recensão constitui, portanto, um percorrer (uma enumeração) o texto com o fim de o avaliar.
    Deste modo, a recensão implica uma análise e uma avaliação crítica de um trabalho, geralmente, escrito, ou seja, trata-se de uma apreciação e juízo crítico sobre o valor interno e interesse de uma obra. Assim, regra geral enumeram-se e descrevem-se os aspetos julgados importantes e exprimem-se comentários pessoais sobre a obra, em termos apreciativos ou depreciativos.
    Por sua vez, a palavra crítica vem do grego krínein, que significa “isolar”, “separar”, “destacar o particular”.
    Tal significa que a recensão cruza uma dimensão expositiva e uma dimensão crítica

 
C. Estrutura

 
Título: por vezes, antecipa a opinião do seu autor.

 
Avaliação global: é feita através de um código de estrelas ou bolas.

 
Ficha técnica: inclui o título do objeto cultural, o nome do autor, o tradutor, a editora, local e ano de edição, etc.

 
Corpo do texto:

- Introdução: apresentação, em traços gerais, do objeto a avaliar (ex.: filme – realizador, atores, género, etc.), seguida de um resumo das ideias principais.

- Desenvolvimento: avaliação global do livro – síntese das principais qualidades e defeitos – a seleção de alguns aspetos a apreciar, que se apresentam de forma específica e se avaliam positiva ou negativamente. O autor do texto realça os aspetos positivos, avalia o conteúdo global da obra, a articulação das ideias, a estruturação, a originalidade e refere as falhas.

- Conclusão: avaliação global da qualidade do objeto apresentado.

 
D. Características
. Uso da terceira pessoa.

. Emprego de verbos no presente do indicativo.

. Recurso a palavras e expressões que traduzem opinião.

. Uso de recursos expressivos (metáforas, comparações, interrogações retóricas, enumerações, etc.).

. Apresentação de elementos subjetivos e informação objetiva.

. Emprego de linguagem valorativa positiva ou negativa, apreciativa ou depreciativa (de acordo com a opinião favorável ou desfavorável que se tem em relação ao livro – mas sempre fiel ao assunto), concretizada no:
        » uso de nomes;
        » uso expressivo de adjetivos;
        » uso expressivo de advérbios.

 

Artigo de opinião


 
1. Definição

 
    Um artigo de opinião é um texto jornalístico que visa a apresentação da posição do seu autor sobre um determinado tema, a qual é fundamentada com várias razões / vários argumentos e respetivos exemplos, desenvolvidos e apoiados em juízos de valor implícitos ou explícitos.

 
2. Objetivo
 
    O objetivo desta tipologia textual passa por levar o leitor a aceitar a posição defendida, bem como por o persuadira pensar da mesma forma.

 
3. Estrutura

 
Título: deve ser sugestivo; muitas vezes, antecipa a opinião do autor.
 
Introdução:
        - apresentação do tema;
        - indicação da posição pessoal que se vai defender.

 
Desenvolvimento: apresentação de argumentos (razões – factos, estudos, citações, ideias – que sustentam a posição pessoal defendida), que podem ser comprovados através de exemplos variados (ideias ou factos que visam enfraquecer posições contrárias às que se defende). O texto pode incluir contra-argumentos que são refutados ou invalidados. É uma estratégia tendente a antecipar e «anular» desde logo as ideias / os argumentos contrários.

 
Conclusão: retoma da posição pessoal e, eventualmente, de um argumento mais forte.

 
4. Características

- Utilização da primeira ou da terceira pessoa.

- Uso predominante do presente do indicativo.

- Recurso a vocabulário que marca a opinião ou o ponto de cista do autor – expressões de opinião (por exemplo: «na minha opinião», «penso», «julgo que», etc.) e de apreciação (por exemplo, «bom», «fantástico», «horrível», «fascinante», etc.).

- Recurso a expressões valorativas (adjetivos, advérbios, etc.).

- Uso de elementos de persuasão (vide).

- Recurso a factos e a estudos (dados objetivos), que podem funcionar como argumento que fundamenta uma opinião (elemento subjetivo).

- Respeito pelo princípio da cooperação.

- Uso opcional de recursos expressivos (metáforas, comparações, interrogações retóricas, exclamações, enumerações, etc.).

- Utilização de conectores e articuladores do discurso:

. para apresentar a opinião: Na minha opinião, Julgo que, Penso que, Não concordo com…;

. para organizar os argumentos: Em primeiro lugar, Em segundo lugar, Em relação a…;

. para exemplificar: Por exemplo, Exemplificando…;

. para reforçar ou contrariar uma causa: Por isso, Como já referi, Por outro lado, Pelo contrário, Na verdade…;

. para concluir: Assim, Para terminar, Por tudo isto, Em conclusão, Em suma…;

. etc.

 

Texto argumentativo

    O texto argumentativo tem como objetivo principal expor um ponto de vista, uma opinião, sobre um determinado tema e convencer os outros a aderir a esse ponto de vista ou opinião.

    Como exemplo de textos argumentativos temos as críticas, os artigos de opinião, as reflexões, os discursos políticos, os textos publicitários, entre outros.

Texto de divulgação científica


         1. Definição

 
    O texto de divulgação científica é um texto expositivo que tem como objetivo a divulgação de descobertas científicas ou de resultados de pesquisas de estudos científicos a um público amplo e não especializado. Este género de texto permite que o conhecimento não fique encerrado nos meios académicos, antes circule e enriqueça a população em geral.

 
2. Estrutura

- Título: indicação do tema – a descoberta, a área de investigação…

- Resumo (opcional): exposição, num breve parágrafo, do essencial do texto.

- Introdução: apresentação breve / resumida da pesquisa, investigação ou descoberta.

- Desenvolvimento: exposição dos resultados, com explicação do processo de descoberta, das aplicações à vida real, das consequências, de outros passos da investigação; referência fontes científicas ou aos responsáveis da pesquisa.

- Conclusão (opcional): síntese das informações expostas / dos aspetos essenciais da pesquisa ou apresentação da conclusão a que se chega.

 
3. Características:

- emprego de linguagem clara, rigorosa e objetiva;

- recurso a vocabulário característico de uma determinada área do conhecimento (termos científicos e técnicos, específicos da área);

- uso de verbos predominantemente no presente do indicativo;

-predomínio da frase declarativa.

 

Texto expositivo


         A.1. Definição
 
    O texto expositivo tem como objetivo principal transmitir informação (explicar, expor) sobre um determinado assunto de forma objetiva e fundamentada.

    Deste modo, podemos dizer que se trata de um texto que responde às questões Como? e Porquê?.

 
        A.2. Características:

- predomínio da frase declarativa – possui um caráter demonstrativo (apresenta exemplos que servem de provas;
- uso de formas verbais na terceira pessoa do presente do indicativo;
- linguagem clara, concisa, objetiva e rigorosa;
- uso de termos técnicos e específicos;
- enunciação na terceira pessoa;
- recurso a verbos como «ser», «haver», «consistir», etc.;
- uso de conectores, nomeadamente aditivos ou de sequência («e», «além disso», «em primeiro lugar») ou de causa-consequência («porque», etc.);
- exige ao autor estudo, pesquisa, preparação.

 
A.3. Exemplos: textos de divulgação científica, artigos técnicos, ensaios, textos explicativos dos manuais escolares, textos das enciclopédias e dicionários.

 
A.4. Estrutura

- Introdução: apresentação / introdução ao tema.

- Desenvolvimento: apresentação de factos, relações de causa e consequência entre os factos, definições, pormenores, comprovando com evidências, exemplos, dados numéricos…

- Conclusão: síntese das principais ideias expostas.

 

Organização, registo e tratamento de informação

 
2.1. Ideias-chave: são as ideias que registam a informação essência para a compreensão do texto.

 
2.2. Tópicos textuais (organização dos tópicos)

    Depois de ler um texto, deve registar-se, ao lado, nas margens, os tópicos com as ideias principais. Após uma segunda leitura, deve organizar-se cronologicamente esses tópicos, dado que, por vezes, o texto não narra os acontecimentos pela ordem temporal.


segunda-feira, 14 de agosto de 2023

Relações intratextuais

    As relações intratextuais são as relações de sentido que acontecem no interior de um texto. Podem ser de cinco tipos:

 
Semelhança
 
Estabelece-se uma relação de correspondência / proximidade ou analogia entre as partes de um texto.
Ex.: “Grande bicho, aquele Ladino, o pardal! Tão manhoso, em toda a freguesia, só o padre Gonçalo. Do seu tempo, já todos tinham andado.” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Oposição

 
Estabelece-se uma relação de contraste / oposição entre duas partes de um texto (ideias, situações, personagens, ambientes, etc.).
Ex.: “A mãe, coitada, bem o entusiasmava. A ver se o convencia, punha-se a fazer folestrias à volta. E falava na coragem dos irmãos, uns heróis! Bom proveito! Ele é que não queria saber de cantigas.” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Genérico-específico

 
Uma parte do texto apresenta informação genérica / geral e a outra informação específica / particular, relacionada com a primeira.
Ex.: “Mas afinal não caía, nem o ar lhe faltava, nem coisíssima nenhuma. Ia descendo como uma pena, graças aos amortecedores. Mais que fosse! No peito, uma frescura fina, gostosa… Não há dúvida: voar era realmente agradável!” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Parte-todo

 
Uma parte do texto apresenta o todo / o conjunto e a outra, as partes desse todo.
Ex.: “E deliciava-se a descrever as emoções que sentira. Arrepios, palpitações, tonturas, o rabinho tefe-tefe…” (Miguel Torga, “Ladino”, in Bichos).

 
Causa-efeito

 
Uma parte do texto apresenta a causa e a outra o efeito ou consequência.
Ex.: “O Dono da Casa tinha um pedido a fazer ao Bispo. Fora mesmo por isso que o convidara para jantar. E era por isso que, enquanto o esperava, ele meditava e preparava os argumentos da sua razão.” (Sophia de Mello Breyner, “O jantar do Bispo”, in Contos Exemplares).

  
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