Português

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Portugal: «Uma barraca com um submarino à porta e antena parabólica no tecto...»



          Frei Fernando Ventura em entrevista a Ana Lourenço - SIC Notícias (02/10/2010)

Temas de Alberto Caeiro

. Objectivismo:
  • apagamento do sujeito lírico;
  • atitude antilírica;
  • atenção à diversidade e à "eterna novidade do mundo";
  • integração e comunhão com a Natureza - Caeiro é o poeta da Natureza;
  • poeta deambulatório;
  • concretização do abstracto: "Com um ruído de chocalhos / Para além da curva da estrada / Os meus pensamentos são contentes"; "Escrevo versos num papel que está no meu pensamento";
  • predomínio do real objectivo e das sensações: a subjectividade e a intelectualização do sentir não fazem parte da ideologia de Caeiro;
  • áurea mediania: elogio da vida campestre;
  • aceitação do mundo tal qual ele é.
. Sensacionismo:
  • Caeiro é o poeta das sensações tais como são;
  • Caeiro é o poeta do olhar: a visão é um modo de conhecimento privilegiado, pois permite percepcionar a imensidão do mundo, superando a dimensão física limitada do poeta;
  • predomínio das sensações visuais ("Vi como um danado") e auditivas;
  • primado dos sentidos / das sensações sobre o pensamento - submissão do pensar ao sentir (o pensamento implica que se deturpe o significado das coisas que existem);
  • a sensação é o único meio possível de conhecimento do mundo: "Sou o Descobridor da Natureza. / Sou o Argonauta das sensações verdadeiras. / Trago ao Universo um novo Universo / Porque trago ao Universo ele-próprio".
. Antimetafísica:
  • negação / recusa da metafísica;
  • recusa do pensamento ("Pensar é estar doente dos olhos"), do mistério e da reflexão como meio para atingir a calma, a paz e a felicidade.
. Panteísmo naturalista / sensualista:
  • tudo é Deus, as coisas são divinas;
  • identificação do poeta com a Natureza: "Mas sei que a verdade está nelas e em mim / E na nossa comum divindade";
  • relação íntima e directa com a Natureza.
. Neopaganismo: a ideia de comunhão absoluta com a Natureza resulta numa visão pagã da existência, que passa pela descrença total na transcendência; a única verdade das coisas é a sensação.

. Aceitação do real e da vida, sem problematizar a existência, contentando-se em «sentir» e em «ver».

. Defesa do natural, do espontâneo, do instintivo.

. Recusa do conceito de arte como algo difícil e artificial; defesa de um conceito de arte como um acto natural e quase involuntário: "Vou escrevendo os meus versos sem querer...".

. Procura de uma verdadeira identidade: "Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro, / Mas um animal humano que a Natureza produziu".

. Defesa da necessidade de uma nova aprendizagem que faça o sujeito poético «desaprender» tudo quanto lhe foi convencionalmente imposto: "Procuro despir-me do que aprendi, / Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram".

. Aceitação da ordem natural das coisas: "... a única casa artística é a Terra toda / Que varia e está sempre bem e é sempre a mesma...".

. Desvalorização do tempo enquanto categoria conceptual: "Não quero incluir o tempo no meu esquema".

. Estoicismo: aceitação passiva de tudo - a vida humana deve ser encarada num plano de igualdade relativamente à vida de outros seres que existem no universo.

. Contradição entre a "teoria" e a "prática": estamos perante uma «máscara» que funciona como uma tentativa de superação de uma subjectividade angustiada que, à primeira vista, parece ter sido anulada (através do objectivismo, das sensações, da negação do pensamento e do misticismo), mas que prevalece e se vislumbra a cada passo. É a contradição entre a teoria e a prática que marca toda a poesia de Alberto Caeiro.

Caeiro, o «Mestre»

          Quer Fernando Pessoa (o ortónimo) quer os restantes heterónimos consideram Alberto Caeiro o seu Mestre. Porquê?

          Caeiro é, desde logo, o único que consegue atingir a paz, a tranquilidade e a serenidade ao recusar o pensamento e ao adoptar o sentir - "Eu não tenho filosofia, tenho sentidos." -, precisamente o oposto de Pessoa, que tudo racionalizava e era incapaz de sentir. Caeiro é, por conseguinte, aquilo que o ortónimo não consegue ser, isto é, alguém que não procura qualquer sentido para a vida ou para o universo, porque lhe basta aquilo que vê e sente em cada momento.

          Na verdade, todos os «eus» poéticos pessoanos são atingidos, de uma forma ou de outra, pelo peso excessivo do pensamento, da razão, do racionalismo, causadores de dor e impeditivos da felicidade. Assim, Pessoa apresenta-se como incapaz de sentir; Ricardo Reis procura controlar as suas emoções através do uso da razão, para evitar a infelicidade; Álvaro de Campos, na sua fase abúlica, lamenta-se do seu vício de pensar («Pára, meu coração! Não penses! Deixa o pensar na cabeça!»). Pelo contrário, Alberto Caeiro encontra a felicidade ao recusar o pensamento e a existência de um lado abstracto / obscuro das coisas, defendendo a existência apenas do concreto, do objectivo: "Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, / Sei a verdade e sou feliz".

          Sintetizando, Caeiro é considerado o Mestre em consequência dos seguintes princípios poéticos:
  • Recusa do pensamento (que implica que se deturpe o significado das coisas que existem), da essência, acreditando o poeta apenas na aparência (captada pelos sentidos), eliminando assim a dor de pensar e alcançando a felicidade;
  •  Sensacionismo: Caeiro substitui o pensamento, que considera uma doença, pelas sensações que colhe no exterior objectivo, defendendo que nada existe para além do que é perceptível para o ser humano, para além do que é captado pelos sentidos;
  • Aceitação serena do mundo e da realidade tal qual eles são: as coisas são o que são, resumem-se à sua aparência, não têm significados ocultos, e o poeta aceita-as como elas são, sem as questionar, sem as pensar, visto que, «pensar é não compreender» (pelo contrário, o ortónimo pensa, vê para além das aparências, considerando que aquilo que vê é apenas a exteriorização de outra coisa);
  • Comunhão com a Natureza: o ser humano deve submeter-se às leis naturais e não deve racionalizar processos que existem naturalmente (por exemplo, as ideias de vida ou de morte, que existem enquanto verdades absolutas), daí a negação da existência de significados ocultos na Natureza;
  • Olhar ingénuo sobre o mundo: aceitação das ideias de vida e de morte sem mistérios, depojadas de reflexão, de pensamento, de subjectividade;
  • Neopaganismo: visão pagã da existência, resultante da comunhão com a Natureza, que passa pela descrença total na transcendência e pela opção pela sensação, considerada a única verdade;
  • Irregularidade formal (verso livre, irregularidade métrica e estrófica), «seguida» por Álvaro de Campos.
          Note-se, porém, que existe uma grande liberdade dos discípulos em relação ao seu Mestre. Por exemplo, Ricardo Reis é discípulo de Caeiro apenas em parte, visto que ama a Natureza e o viver lúdico da infância, mas não possui a calma e a placidez exibidas pelo Mestre diante da passagem / do fluir do tempo e da certeza da morte. Reis receia-a e angustia-se perante a sua mortalidade e a do ser humano em geral.
          Por sua vez, Álvaro de Campos, apesar de amar e reverenciar Caeiro, "exaspera-se por não conseguir viver os seus ensinamentos". É o próprio Campos que afirma: «Mestre, só seria como tu se tivesse sido tu».
          Fernando Pessoa, por seu turno, é a antítese do Mestre, porque pensa e sofre em virtude dessa reacionalidade e da consciência. Ele que afirmou que cada um dos heterónimos constitui uma espécie de drama e que todos juntos constituem um outro drama, o que leva alguns estudiosos da obra pessoana a falar em Poetodrama relativamente à questão da heteronímia.
          Em suma, Caeiro é o Mestre, mas quer o ortónimo quer os heterónimos seguiram o seu próprio caminho com plena liberdade.



Bibliografia:

     . COELHO, Jacinto do Prado, Diversidade e Unidade em Fernando Pessoa;
     . Colecção RESUMOS, Poemas de Fernando Pessoa;
     . JACINTO; Conceição et alii, Análise de Poemas de Fernando Pessoa;
     . MARTINS, Fernando Cabral (Coord.), Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português.
     . MATOS, Maria Vitalina Leal, A Vivência do Tempo em Fernando Pessoa;
     . SEABRA, José Augusto, Fernando Pessoa ou o Poetodrama;
     . SENA, Jorge de, Fernando Pessoa & Companhia Heterónima.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Matriz do teste (1.º - 2010-11)

Grupo I

          Texto A

                    » Questionário sobre um texto de Fernando Pessoa.

          Texto B

                    » Exercício de escolha múltipla sobre um texto informativo;
                    » Exercício de associação.

Grupo II

          » Questões sobre gramática:
                    . grupos frásicos;
                    . funções sintácticos;
                    . tipos de sujeito.

Grupo III

          »Texto de reflexão.

Texto de reflexão: "A Natureza e a sua capacidade de renovação»

Plano da AI

Texto de reflexão / Dissertação I - Plano

1.
Tema: A Natureza e a sua capacidade de renovação.

Tese: No nosso mundo, a palavra “renovação” vai ser mais solicitada que o (este determinante dá uma ideia de familiaridade, quando estamos a falar de uma personalidade) Barack Obama. Esta frase funcionaria muito melhor como título do que como tese, que deve ser concreta e objectiva, aclarando desde logo a posição do autor do texto.

1.º Argumento: A lei de Lavoisier (“Nada se cria, tudo se transforma”), será a lei que melhor se aplica ou que explica melhor o que acontece na Natureza, pois a população só consegue mesmo transformá-la (confuso), desgastando-a e esgotando-a.

2.º Argumento: A sobre-exploração deste Planeta, ou seja, de toda a natureza pode pôr fim ao único conhecimento de vida, ao nosso Mundo. Hoje em dia, as acções do Homem tornam a natureza cada vez mais vulnerável e gasta. Maior objectividade: que acções?

3.º Argumento: Esta natureza, e tudo o que possa provir dela, não se transforma ao mesmo ritmo com que é usada e abusada, nem a sua transformação tem a mesma qualidade, por isso, esta pode mesmo findar.

4.º Argumento: Quando as transformações da população não conseguirem alcançar o mínimo do que se pode extrair da natureza, o Homem vai-se aperceber que não consegue sobreviver sem a mesma, pois sente-se insustentável. Nesse momento todos irão pedir, exigir e laborar a renovação da natureza que desperdiçaram abusivamente sem pensar no futuro, contudo vai ser tarde demais. - Confuso e incoerente / incompreensível.

1.º Exemplo: O António, que é um grande fumador, foi passear para o mato e, sem pensar, deitou o cigarro para o chão não pensando nas consequências. Assim, ocorreu um grande incêndio no concelho de Algures, pois esse mato estava deveras poluído. Os estragos foram enormes, todo o mato ardeu, ou seja, milhares de árvores queimadas, vários terrenos com gado ardidos… Enfim, toda a natureza que rodeava Algures foi mesmo destruída e quase esgotada.

2.º Exemplo: Várias sondagens feitas verificaram (será esta a forma verbal adequada?) que inúmeras famílias portuguesas compram coisas (que preposição rege o verbo «necessitar»? Ou seja, quem necessita, necessita de alguma coisa, certo?) que na realidade não necessitam, estragam e deitam fora coisas (esta palavra já se encontra na frase) que poderiam voltar a usar. A família Gomes admite que muitas das vezes sobre - exploram (esta «forma verbal» concorda em número com que sujeito?) a natureza comprando e desgastando materiais (que preposição rege o verbo «precisar»?) que não precisam. Assim estas famílias portuguesas não adoptam a política dos 3R’s (reduzir, reutilizar e reciclar) o que poderia ajudar tornando a natureza menos vulnerável e gasta. (algumas vírgulas faziam jeito nesta frase)

3.º Exemplo: As novas tecnologias tentam ressuscitar a natureza mas não o conseguem totalmente. A clonagem, as fito-hormonas que se utilizam para o surgimento e para o crescimento rápido e melhoramento do gado, das árvores, plantas, vegetais, frutas… não conseguem superar a qualidade vinda da própria natureza. O João quando vai às compras ao hipermercado (o que fazemos, em termos de pontuação, com as orações intercaladas?) fica desiludido com todos os alimentos, (aqui, necessitamos de um articulador do discurso ou de outro sinal de pontuação que não a vírgula) “Já não são tão saborosos como antigamente, já nada vem da terra… ou ao natural.”.

4.º Exemplo: O Dr. Hugo Machado, presidente da República do país Acolá, farto de ouvir queixas do seu povo, (o que faz aqui esta vírgula?) sobre a natureza e os produtos que provém (provém ou provêm?) dela, suplicou aos presidentes de todos os países que se unissem para que possam adquirir uma renovação da natureza (???). Todos concordaram, pois todos passavam pelo mesmo. Assim, concordaram que iriam renovar a natureza adoptando várias políticas para o menor desgaste e desperdício da mesma para que esta se volte a criar e não esgotar. - Que políticas?


Comentários:

1.º) Os exemplos deverão ser aplicados imediatamente após o(s) respectivo(s) argumento(s).

2.º) Os exemplos não são mini-textos, ou seja, devem ser apresentados de forma sumária ou topical.

3.º) Qual era o tema propostos? Qual a ligação do plano com a acção humana e as formas de renovação da Natureza?

4.º) Reformular é preciso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Texto de reflexão: "A Natureza e a sua capacidade de renovação»

Plano da MM

Tese: Na Natureza nada se cria (???), esta sofre transformações. Porém, tratam-se (tratam-se? ou trata-se) de transformações lentas.

1º. (1.º) argumento: Segundo o ciclo da vida, comum a todos os seres vivos, um ser nasce, cresce, vive e, por fim, morre.
1º. exemplo: As plantas nascem, crescem gradualmente, vivem e ao fim de algum tempo morrem, crescendo entretanto outra (s).

2º. argumento: Tudo o que existe no nosso Planeta provém de matéria pré-existente.
2º. exemplo: O petróleo provém de restos fósseis que sofrem grandes transformações.

3º. argumento: A Terra é considerada um sistema quase fechado, ou seja, troca energia mas não materia (troca matéria, mas diminuta) com a vizinhança.
3º. exemplo: A matéria presente na superficie da Terra é finita.

4º. argumento: Há sobre-exploração e pouco cuidado com os recusrsos da Terra (poluição).
4º. exemplo: Desperdício de água potável e poluição desta.

Conclusão: A matéria da Terra não se cria, transforma-se. Porém, não se transforma ao mesmo ritmo com que é utilizada.


Comentários:

1.º) Ai os erros (pontuação, acentuação, ortografia...).

2.º) Qual é o tema proposto? Não haverá aí uma ligação a problemas ambientais derivados da acção humana?

3.º) Uma reformulação destes pontos é conveniente.

Texto de reflexão: "A Natureza e a sua capacidade de renovação»

Plano da SP

Plano do texto de reflexão

Tema: A natureza e a sua capacidade de renovação

Tese: Embora a natureza tenha a capacidade de se renovar a si mesmo (vírgula; «mesmo» não concorda com "natureza" em género?) é nosso dever protegê-la e preservá-la pois tudo tem um fim. No entanto, não é isto que tem acontecido.

Argumento 1 – mesmo as coisas que são produzidas pela natureza têm um fim.
Exemplo 1 – o petróleo é produzido na natureza e é já escasso devido ao seu uso excessivo.

Argumento 2 – a natureza é o que de mais belo existe, no entanto encontra-se cada vez mais degradada e suja.
Exemplo 2 – os jardins de Figueira de Castelo Rodrigo encontram-se cheios de lixo.

Argumento 3 – todos os Verões ardem milhões de hectares de floresta que deveriam ser vigiadas.
Exemplo 3 – há alguns Verões atrás vários km2 a Serra da Marofa arderam em horário de vigia.


Comentários:

1.º) Qual é o tema? Ou seja, em que parte do seu plano encontramos a questão da «renovação» da Natureza? Ou ela não se renova? Se se renova, como é que tal sucede?

2.º) Que impacto têm os seus argumentos na Natureza em geral? Como ultrapassar a questão?

3.º) O 1.º argumento poderia ser mais elaborado, não?

4.º) Os tópicos do seu plano deverão iniciar-se por maiúscula.

5.º) Procure reformular os aspectos apontados, sabendo que a obediência ao tema é um princípios básicos de qualquer texto.

Texto de reflexão: "A Natureza e a sua capacidade de renovação»

Plano da S.S.

Planificação

Tema: A natureza e a sua capacidade de renovação

Título: “O grande poder de destruição do homem”

Tese: O Homem, o maior predador da Natureza.

Argumentos:
1- O consumo da humanidade supera a capacidade de regeneração da natureza.

2- O consumo excessivo de bens gera, por sua vez, maior acumulação de resíduos sólidos, logo, maior poluição e, consequentemente, atrasos na regeneração de terrenos.

3- Por outro lado, o aumento do efeito de estufa, ou outros fenómenos atmosféricos, provocados pela excessiva actividade humana, colocam em causa a capacidade de renovação da Natureza.
Exemplos:
1- Para entender a situação, na prática, imaginemos uma floresta, onde as árvores são cortadas mais rápido do que as novas podem nascer e se desenvolver. Algum tempo depois, o número total de árvores na floresta irá diminuir. Frutos, sombra, raízes que ajudam a manter a qualidade do solo, a temperatura e a disponibilidade da água e alimentos passarão a existir em menor quantidade, comprometendo a possibilidade da flora e fauna sobreviverem naquele ambiente. O mesmo pode acontecer com outros recursos, como as espécies de peixe comercialmente pescadas ou as áreas agriculturáveis. Outro exemplo será o consumo cada vez maior de petróleo. Como sabemos o petróleo é um combustivel fóssil, no entanto o seu consumo é maior que o poder de renovação que a Natureza tem de o gerar.

2- Por exemplo, sabemos que entre comprar um garrafão de água ou várias garrafas, a produção de resíduos é menor com a compra do garrafão de água. No entanto, quando nos encontramos a consumir esquecemo-nos destas políticas. Consequentemente, a maior acumulação de resíduos coloca em causa a regeneração dos solos onde estes são depositados, uma vez que contribuem para a sua poluição tornando-os pouco fertéis. A natureza e o seu poder de regeneração são assim afectados.

3- O efeito de estufa gerado pela natureza é não apenas benéfico, mas imprescindível para a manutenção da vida sobre a Terra. Contudo, se a composição dos gases raros for alterada, para mais ou para menos, o equilíbrio térmico da Terra sofrerá alterações. Por exemplo, o facto de uma família de quatro elementos, viajar separadamente nos seus automóveis, faz com que a libertação de dióxido de carbono aumente, o que provoca um desequilíbrio térmico. Com as alterações térmicas algumas espécies de fauna e flora são afectadas. Logo, tudo isto irá impedir a regeneração da Natureza, pois sabemos que na natureza todas as espécies são importantes na relação produtores-consumidores.


Comentários

1.º) O título e a tese que definiu estão na sequência do tema proposto?

2.º) Para uma clarificação do plano do texto, seria preferível colocar o(s) exemplo(s) imediatamente após cada argumento.

3.º) Os exemplos, tal como os argumentos, devem ser apresentados de forma sintética (numa frase ou por tópicos, por exemplo).

4.º) Respeitará, em suma, o seu plano textual o tema proposto: «A natureza e a sua capacidade de renovação»???

5.º) Assim sendo, o plano necessitará de ser reformulado para estar de acordo com o tema.

Funções sintácticas (GC7)

1.1.
     a)
        As meninas - sujeito
        escrevem textos admiráveis - predicado
        textos admiráveis - complemento directo

     b)
        O Pedro - sujeito
        ofereceu uma flor à Vera - predicado
        uma flor - complemento directo
        à Vera - complemento indirecto

     c)
        Eu - sujeito
        considero a Kate Beckinsale linda - predicado
        a Kate Beckinsale - complemento directo
        linda - predicativo do complemento directo

     d)
        A Joana - sujeito
        chegou de casa agora - predicado
        de casa - complemento oblíquo
        agora - modificador do grupo verbal

     e)
        A Sophie - sujeito
        é elegante - predicado
        elegante - predicativo do sujeito

     f)
        A Margarida - sujeito
        foi elogiada pela irmã - predicado
        pela irmã - complemento agente da passiva

     g)
        A Sara - sujeito
        enrola vagarosamente o cabelo - predicado
        vagarosamente - modificador do grupo verbal
        o cabelo - complemento directo

     h)
        A Ana - sujeito
        está contente - predicado
        contente - predicativo do sujeito


2.
     a) No Verão - modificador do grupo verbal

     b) Evidentemente - modificador da frase

     c) devagar - modificador do grupo verbal

     d) Possivelmente- modificador da frase

     e) rapidamente - modificador do grupo verbal

     f) às onze horas - modificador do grupo verbal

     g) de manhã - modificador do grupo verbal

Funções sintácticas (G7)

1. Leia os enunciados apresentados.

          a. As meninas escrevem textos admiráveis.
          b. O Pedro ofereceu uma flor à Vera.
          c. Eu considero a Kate Beckinsale linda.
          d. A Joana chegou de casa agora.
          e. A Sophie é elegante.
          f. A Margarida foi elogiada pela irmã.
          g. A Sara enrola vagarosamente o cabelo.
          h. A Ana está contente.

          1.1. Identifique as funções sintácticas dos constituintes das frases.

2. Distinga, de entre os elementos sublinhados, os que desempenham a função sintáctica de modificador do grupo verbal e de modificador da frase.

          a. No Verão, irei à praia.
          b. Evidentemente, o Jorge Jesus percebe de futebol.
          c. Rute, procura conduzir devagar.
          d. Possivelmente, o Benfica será campeão europeu.
          e. O Benfica marcou rapidamente o primeiro golo.
          f. A Carolina chegou a casa às onze horas.
          g. O Presidente da Câmara inaugurou a sede de manhã.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Texto de reflexão / Dissertação I - Plano

1.          Alberto Caeiro defendia uma vida em comunhão com a Natureza, algo que contraria a atitude que a maior parte de nós exibe quotidianamente: lixo espalhado pelo chão, incêndios florestais (mesmo em pleno Outono), poluição a eito, etc.

          Assim, partindo da introdução acima feita, trace o plano de um texto de reflexão subordinado ao seguinte tema:
                    A Natureza e a sua capacidade de renovação.

          O plano deverá incluir, obviamente, uma tese e o mínimo de três argumentos e três exemplos.

          O plano pode ser colocado na caixa de comentários desta mensagem ou enviado para um dos endereços de correio electrónico.



2.          Esta tarefa não é obrigatória, mas, se entre jantares e actividades relacionadas com os finalistas tiverem um tempinho, passem pelo blogue da Bibliteca da Escola (http://aefcr-be.blogspot.com/) e deixem, na caixa de comentários do Fórum de Discussão, uma opinião sobre a dita Biblioteca.

Ficha de leitura de "Tudo o que faço ou medito" - Correcção

1. Na primeira estrofe do poema, o sujeito poético confessa um sentimento que o domina.

          1.1. Identifique o sentimento e a causa que está na sua origem.

          O sentimento confessado pelo sujeito poético é a frustação, resultante da distância que existe entre o que quer e o que consegue realizar, isto é, entre o que idealiza e o que realiza. Dito de outra forma, a frustação advém da consciência que o sujeito poético tem da sua incapacidade de realizar tudo aquilo que deseja, que sonha ("Tudo o que faço ou medito / Fica sempre na metade"), ou seja, de nenhum dos seus projectos se realizar por inteiro

          1.2. Justifique em que medida os versos 3 e 4 atestam a impossibilidade de realização do "querer".

          Os versos 3 e 4 confirmam que o sujeito poético é incapaz de realizar os seus desejos, o seu «querer», ideia já anunciada nos dois primeiros versos, pois contêm uma "dupla antítese" entre o "querer" ("querendo") e o "fazer" ("Fazendo") e entre "infinito" e "nada". No que diz respeito ao «querer», aos seus projectos e ambições são, de facto, infinitos; já o "fazer" revela-se sempre incompleto / inacabado, facto que conduz à frustração.

2. Esse sentimento provoca um outro sentimento no sujeito poético.

          2.1. Indique-o.

          O outro sentimento manifestado pelo sujeito poético é o nojo de si próprio (verso 5: "Que nojo de mim me fica..."), uma espécie de repugnância e de tristeza.

          2.2. Interprete o sentido da antítese da segunda estrofe.

          A antítese está presente nos versos 7 e 8 e marca o contraste entre a alma do sujeito poetico, que é "lúcida e rica", e o seu ser, metaforicamente descrito como "um mar de sargaço". A alma, pelas suas características, poderia permitir ao sujeito poético realizar os seus sonhos e ambições (o "infinito"), mas o "sargaço", enquanto metáfora que aponta para a ideia de paragem, estagnação, impede-o de concretizar os seus ideais.

3. Atente, agora, na terceira estrofe.

          3.1. Proceda ao levantamento dos vocábulos que sugerem indefinição e estagnação.

          Os vocábulos que, na terceira estrofe, sugerem as ideias de indefinição e estagnação são "bóiam" e "lentos" (verso 9).

          3.2. Estabeleça uma relação de sentido entre "mar de além" (v. 10) e "mar de sargaço" (v. 8).

          A relação possível de estabelecer é uma relação de oposição, pois enquanto o "mar de além" simboliza o "infinito", os ideais que o sujeito poético pretendia obter, o "mar de sargaço" representa os obstáculos, as dificuldades, os impedimentos que o impedem de lá chegar.

          3.3. Apresente uma explicação para o paradoxo com que o poema termina.

          Com o paradoxo final, o sujeito poético parece significar que sabe muito bem o que quer, mas, no que respeita ao "fazer", nada sabe, isto é, não é capaz de concretizar esse "querer" . Pode, assim, concluir-se que o "fazer" (a realização, a concretização) é uma mera caricatura do "querer" (da idealização), daí a frustração e o nojo que sente de si.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...