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quarta-feira, 18 de abril de 2012

"Escolas escondem crimes das autoridades"

     «Quatro anos depois de o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, ter eleito o combate à violência em meio escolar como prioridade e apelado às escolas para participarem os casos, os estabelecimentos de ensino continuam a esconder das autoridades os crimes cometidos no seu interior.

     O alerta foi feito esta quarta-feira por Celso Manata, coordenador dos procuradores do Ministério Público junto do Tribunal de Família e Menores de Lisboa. "A atitude paternalista das escolas, típica dos países do sul da Europa, desculpando muitas situações, acaba por prejudicar os miúdos, porque passa uma ideia de impunidade e depois quando os casos nos chegam a nós já as coisas são mais graves", disse Celso Manata, no seminário Segurança em Ambiente Escolar, organizado pela PSP, que se realizou ontem no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, em Lisboa.

     O procurador admite as dificuldades sentidas por professores, funcionários e órgãos de gestão das escolas e apela à sua coragem. "Eu sei que muitas vezes é difícil participar as ocorrências porque os miúdos e as famílias não são fáceis, mas há que ter coragem para informar as autoridades", afirmou.
     Os últimos números conhecidos apontam contudo para um aumento de 22 por cento nas ocorrências em contexto escolar participadas às forças de segurança. De acordo, com o Relatório Anual de Segurança Interna, a PSP e a GNR receberam no ano lectivo 2010/2011, no âmbito do Programa Escola Segura, 5762 ocorrências, das quais 4284 foram de natureza criminal.»
(c) Correio da Manhã

A «soirée» dos Gouvarinhos

     O encontro de algumas das personagens do «nosso» romance em casa dos Condes de Gouvarinho é um dos momentos da crónica de costumes.
     Nela há a destacar a fraca afluência, reveladora do desinteresse pelo evento, e o ambiente de dormêwncia, de tédio: «Enfim, secara-se.».
     Por outro lado, o narrador destaca as conversas balofas e entediantes do conde e as conversas ocas da condessa, representativas da sua falta de cultura e ignorância: «Imaginava que a Inglaterra é um país sem poetas, sem artistas, sem ideias, ocupando-se só de amontoar libras...». Como consequência, o interesse de Carlos da Maia por ela transforma-se num grande tédio, à semelhança, no fundo, do que acontecera com todas as suas paixões.

Vila Balzac

1. Origem do nome

     O nome da habitação está relacionado com o escritor francês Balzac. A escolha de Ega reflete a sua dualidade literária e a sua personalidade contraditória, pois Balzac foi um escritor francês realista que, tal como Ega, se dividiu entre o Romantismo e o Realismo.


2. Localização:
  • na Penha de França, algures na Graça;
  • local isolado e solitário, propício ao estudo, «às horas de arte e ideal», escolhido «Porque ia fechar-se lá, como num claustro de letras, a findar as «Memórias de um Átomo».


3. Descrição

     Após a leitura do início do capítulo VI, facilmente se conclui que a Vila Balzac é o reflexo de João da Ega. Carlos rapidamente o verifica, pois, quando certo dia vai visitar o amigo, depara com uma «casota de paredes enxovalhadas», imagem bem diferente das descrições idealizadas que Ega lhe fizera.


     3.1. A sala:
  • predomínio da cor verde;
  • ausência de decoração: tratando-se do espaço de um «intelectual» que se alimenta de uma «côdea de Ideal» e de «duas garfadas de filosofia», marca a oposição entre os ideais que apregoa e aquilo que é, de facto, pois a sua sensualidade sobrepõe-se à sua faceta intelectual.

     3.2. O quarto:
  • predomínio do vermelho: simbolicamente ligado à vida e à morte, esta ambivalência representa o ardor amoroso e carnal de um Eros triunfante que convida à transgressão (a relação adúltera de Ega com Raquel Cohen), mas, de tal modo exagerado, que se reveste de um caráter infernal e descontrolado que leva Ega a mascarar-se de Mefistófeles, assumindo, assim, a sua condição de amante cego e infernal;
  • o leito enorme «enchia, esmagava tudo. (...) o centro da Vila Balzac...";
  • o luxo e os ornatos espaventosos;
  • o aparato de tabernáculo: traduz a sordidez da relação;
  • o espelho, como num lupanar:
  • o caráter narcisista e ocioso de Ega;
  • a sordidez, a sensualidade e a vida dissoluta de Ega e dos amores adúlteros com Raquel Cohen;
  • o «olhar silencioso e doce» que Ega lança ao leito e o gesto de «passar uma pontinha da língua sobre o beiço»;
  • a mesinha de cabeceira repleta de livros de Spencer, Baudelaire e Stuart Mill;
  • a garrafa de champanhe e os copos sobre a cómoda;
  • o toucador em desordem;
  • os ganchos do cabelo e os ferros de frisar.

     3.3. A sala de jantar:
  • a eloquência chocarreira do Ega: «- A sr.ª Josefa, solteira, de temperamento sanguíneo (...)»; «E, como quando eu recolher, talvez a sr.ª Josefa esteja entregue ao sono da inocência, ou à vigília da devassidão...»;
  • os olhares trocados e os subentendidos: «A moça sorria, sem embaraço, habituada decerto a estas familiaridades boémias.»; «E subitamente, numa outra vez, com um olhar que ela devia perceber...».


4. Conclusão

     Em jeito de conclusão, podemos afirmar que, afinal, o recanto de estudo de João da Ega não passa de uma sórdida alcova de furtivos amores ilícitos.
     Por outro lado, a Vila Balzac configura um espaço de contraste entre o ser (a realidade:a imundície, a sensualidade, a sordidez, a familiaridade pouco digna com os empregados, o refúgio de amores ilícitos) e o parecer (o idealizado, a partir das descrições de Ega: o falso requinte).

terça-feira, 17 de abril de 2012

Padre António Vieira


O espaço social de OS MAIAS - Introdução

     «Os Maias são, superficialmente, um fresco caricatural da sociedade portuguesa do século XIX em forma de crónica de costumes, com fortes caraterísticas de romance folhetinesco.» (Machado da Rosa, Eça, discípulo de Machado?).

     O romance realista visava a crítica social que espelha determinados vícios / defeitos de caráter e de personalidade do Homem, explicados / analisados segundo uma perspetiva determinista.
     É para aí que aponta o subtítulo do romance - Episódios da Vida Romântica -, isto é, para «a pintura detalhada de uma sociedade" de uma determinada época - a da Regeneração - e de um meio - o da alta sociedade lisboeta. Esta radiografia é feita à custa de dois recursos específicos: as personagens-tipo, isto é, personagens figurantes que tipificam um determinado grupo social, caraterizando-o, e a representação de ambientes, a partir de episódios.

     De acordo com Carlos Reis (Introdução à leitura de Os Maias), estes dados permitem-nos integrar o romance «no estatuto do roman-fleuve, também chamado romance-fresco; estreitamente ligado à problemática (...) do romance de família, o romance-fresco é aquele que "através da aventura de um indivíduo, de uma família, de um clã, aspira a captar um momento histórico numa sociedade. Deseja também, como o romance histórico ou o romance rural, representar a cor exata de uma época e de um meio"».

Questionário - Texto introdutório

1. A nota apresentada no início do sermão fornece alguns dados pertinentes sobre o contexto extralinguístico em que foi proferido e sobre o próprio texto.

1.1. Indique o lugar e a data em que foi proferido o Sermão.

1.2. Recorde as informações que recolheu sobre a vida e a obra do Padre António Vieira e indique o motivo por que se encontrava nesse local nessa data.

1.3. De acordo com a nota, qual era a reação à «doutrina» que o Padre António Vieira pregava?

1.3.1. Os ensinamentos da referida doutrina eram relevantes em duas vertentes da vida do homem. Identifique-as.

1.4. Transcreva o adjetivo usado para qualificar o Sermão e mencione a sua subclasse.

1.4.1. O adjetivo referido remete para a figura de retórica «alegoria». Apresente uma definição deste recurso estilístico e um exemplo.

Sermão de Santo António aos Peixes: texto introdutório

Pregado na Cidade de S. Luís do Maranhão, ano de 1654

     Este Sermão (que todo é alegórico) pregou o Autor três dias antes de se embarcar ocultamente para o Reino, a procurar o remédio da salvação dos índios, pelas causas que se apontam no I. Sermão do I. Tomo. E nele tocou todos os pontos de doutrina (posto que perseguida) que mais necessários eram ao bem espiritual, e temporal daquela terra, como facilmente se pode entender das mesmas alegorias.


                                                                  Vos estis sal terrae.
                                                                          Matth. 5

Sermão de Santo António aos Peixes

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Rever nota de exame subiu de 15 para 25 euros

     «Mais dez euros é quanto vai custar aos alunos que realizem exames o pedido de revisão da nota, caso não estejam satisfeitos com a avaliação atribuída.»

domingo, 15 de abril de 2012

"Tira o dedo do nariz"

Por vezes a distração
não permite que repares
no que fazes de errado
se estás em certos lugares.

Anda a mão a passear
sem ouvir o que se diz
e de repente está o dedo
enfiado no nariz.

Esse gesto, além de feio,
nada tem de asseado;
seja qual for o dedo,
é melhor estar sossegado.

O nariz não é abrigo
em que o dedo deva estar
e se fores meu amigo
bem o deves controlar.

E para veres a figura
que às vezes estás a fazer
repara nos condutores
que modos não sabem ter.

Lá estão eles nos sinais
à espera que o verde caia,
à procura de um "presente"
que do seu nariz lhes saia.

                          José Jorge Letria, Porta-te bem!

Aumento da idade de reforma


(c) Henricartoon

sábado, 14 de abril de 2012

Vida e Obra Vieira

Padre António Vieira - sua vida e suas lutas



(c) SCML


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