Português

domingo, 28 de outubro de 2012

Miguel Relvas teve equivalência a cadeiras que não existiam

Licenciatura na Lusófona

Relvas teve equivalência a cadeiras que não existiam

27.10.2012 - 09:27 Por PÚBLICO
  • Votar 
  •  | 
  •  19 votos 
Miguel Relvas completou a licenciatura no espaço de apenas um ano mas arrisca-se a perdê-la
Miguel Relvas completou a licenciatura no espaço de apenas um ano mas arrisca-se a perdê-la (Foto: Nuno Ferreira Santos)
 Miguel Relvas, além de ter precisado de fazer apenas quatro das 36 cadeiras da licenciatura da Universidade Lusófona, teve também equivalência a cadeiras que não existiam.











Fonte: Público

     Agora, expliquem-me que autoridade tem um qualquer professor para falar de exigência aos seus alunos.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Da ânsia de culpados ou da loucura justiciosa italiana

Povo adora culpar e leva com deuses
Por Ferreira Fernandes
     SEIS cientistas italianos da Comissão de Grandes Riscos e o respetivo coordenador governamental foram condenados por não terem previsto o terramoto em Áquila, a 6 de abril de 2009 (300 mortos). 
     Tinha havido uma sucessão de avisos sísmicos desde dezembro de 2008, mas a comissão concluíra não haver perigo maior. Os cientistas eram reputados e um deles, o professor Enzo Boshi, era o presidente do Instituto de Geofísica e Vulcanologia. Todos condenados a seis anos de prisão. 
     Apaziguado pela sentença, o familiar de uma das vítimas disse: "Esperamos que agora os nossos filhos tenham as vidas mais seguras." Provavelmente ele está convencido de que, daqui para diante, o tribunal emitirá atempadamente um edital sobre o próximo terramoto. Terá de ser tribunal, terá de ser juiz, pois são as únicas entidades humanas imunes ao erro. 
     Como se sabe, se amanhã houver provas de que aquele sismo de Áquila era absolutamente impossível de prever - e, logo, a sentença ter sido errada -, o juiz que esta semana condenou não responderá pelo erro. Ele está protegido pela lei. Já o sismólogo Boshi, como o médico Fulano que não curou o cancro ou o piloto Sicrano que não aguentou a turbulência na aterragem estão sujeitos ao atira a pedra na Geni, maldita Geni. 
     A ânsia de encontrar culpado sempre foi própria do povo. Agora arranjou um aliado de peso e, ou muito me engano, vai ser corneado na parceria: o próximo deus vai vestir toga. 

Diário de Notícias, 24 de outubro de 2012

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Morreu o sobrevivente mais velho de Auschwitz

Antoni Dobrowolski


     O campo de concentração nazi era «pior do que o inferno de Dante», disse Antoni Dobrowolski numa entrevista de 2009.
     Dobrowolski, que faleceu aos 108 anos - era o mais velho sobrevivente a um campo nazi conhecido - foi enviado para o campo da morte de Auschwitz por ter desafiado as ordens dos alemães, visto que manteve aulas secretas (ele, que era professor) durante a ocupação nazi da Polónia, invadida em 1939, quando os nazis proibiram a população local de frequentar a escola.

domingo, 21 de outubro de 2012

A vida humana começou no Alentejo?

Do Planeta Vermelho ao Alentejo Vermelho
Por Ferreira Fernandes
     QUE VASCO da Gama, aquele que ajudou a pôr o mundo redondo, era alentejano, de Sines, já é dado como certo. Que Cristóvão Colombo, que ajudou a completar o mundo, era também alentejano, de Cuba, é menos certo, embora haja maduros com essa ideia. Mas essas teorias alentejano-cêntricas estão em vias de se tornar modestas comparadas com a atual parada: agora, é a NASA que suspeita que foi em Cabeço de Vide, também vila alentejana, que começou a vida na Terra. 
     Descobriu-se uma bactéria nas águas termais de Cabeço de Vide que é, por assim dizer, comadre de outra descoberta em Marte. Anda um cientista da NASA pela vila alentejana, tal como andaCuriosity, o robô da NASA, pela cratera Gale, ambos à cata de provas que possam geminar as duas regiões. 
     O Planeta Vermelho e o Alentejo Vermelho já tinham, aliás, pontos comuns. E tudo ter começado no Alentejo também explica o maravilhoso ritmo com que por lá tudo acontece - ninguém tem pressa quando já cá anda há mais tempo que os outros. 
     Quem percebeu bem a filosofia da terra foi a reportagem da SIC que garantiu que nas ruas de Castelo de Vide a coisa (o começo da vida da Terra ser uma especialidade local) "não é novidade". Ouviu-se dois velhotes, sentados num banco, e ambos confirmaram. O de boné disse: "Não sou daqui mas o pessoal que é daqui... hmm, foi aqui que começou." 
     Quer dizer, não só a vida na Terra começou em Cabeço de Vide como, quando chegou, já os alentejanos lá estavam.
Diário de Notícias, 21 de outubro de 2012

sábado, 20 de outubro de 2012

Fisco retroativo

Fisco notifica morto há 25 anos para pagar imposto

Publicado em 2012-10-20

NUNO MIGUEL MAIA
 9 0 0

     As finanças querem cobrar o Imposto Único de Circulação de 2008 a um contribuinte que faleceu há 25 anos num acidente em que o carro a que corresponde o tributo ficou completamente destruído. A família ficou indignada com a notificação.

foto LISA SOARES/GLOBAL IMAGENS
Fisco notifica morto há 25 anos para pagar imposto
Filha do falecido

Via JN


     No ano de 1987, António Simões Pinto Mirancos, chapeiro, tinha 49 anos quando, a 16 de agosto, ao volante da sua Ford Transit de 1978 foi a Lisboa buscar uma filha.

     No regresso, na zona de Leiria, teve um desastre com a viatura, que caiu numa ribanceira, do que veio a resultar a sua morte. A filha ficou gravemente ferida e teve de ser hospitalizada. Felizmente escapou com vida. A viatura ficou sem conserto e foi para a sucata.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Manuel António Pina - 1943 - 2012

A um Homem do PassadoEstes são os tempos futuros que temia 
o teu coração que mirrou sob pedras, 
que podes recear agora tão fundo, 
onde não chegam as aflições nem as palavras duras? 

Desceste em andamento; afinal era 
tudo tão inevitável como o resto. 
Viraste-te para o outro lado e sumiram-se 
da tua vista os bons e os maus momentos. 

Tu ainda tinhas essa porta à mão. 
(Aposto que a passaste com uma vénia desdenhosa.) 
Agora já não é possível morrer ou, 
pelo menos, já não chega fechar os olhos. 

                                                     Manuel António Pina, in Nenhum Sítio

Funções sintáticas I (G 2012 - 1 - Correção)

1.
a) Sujeito composto (O Rui e a Joana).
b) Sujeito simples (A Tatiana).
c) Sujeito nulo indeterminado.
d) Sujeito simples (O Marco).
e) Sujeito nulo expletivo.
f) Sujeito simples (A Matilde).
g) Sujeito nulo subentendido.
h) Sujeito composto (O Rafael e o microfone).
i) Sujeito nulo indeterminado.
j) Sujeito nulo indeterminado.

2.
a) «teve um lindo bebé»
b) «discutiram acerca do TPC»
c) «prefere com açorda»
d) «chegue aqui rapidamente»

3.
a) Complemento direto.
b) Complemento indireto.
c) Modificador frásico.
d) Complemento oblíquo.
e) Complemento oblíquo.
f) Complemento direto.
g) Modificador.
h) Complemento direto; complemento indireto.

4.
a) «Antunes»: vocativo.
b) «Mãe»: vocativo; «a avó»: sujeito.
c) «O Herman José»: sujeito.
d) «A televisão»: sujeito; «Roberto»: vocativo.
e) «Cristiano» e «meu filho»: vocativos; «A Irina»: sujeito.

5.
a) «Infelizmente, o Apolinário faleceu:»
b) «Felizmente, a febre já desceu.»
c) «Excecionalmente, ninguém adoeceu.»

6.
A   B
1 ‑ D
2 ‑ A
3 ‑ C
4 ‑ E
5 ‑ B
6 ‑ D

terça-feira, 16 de outubro de 2012

"Ó sino da minha aldeia" - Correção do questionário

1. B

2. B

3. C

4. B

5. D

6. A

7. C

8. A

9. D

9.1. A

10. D

11. C

12. C

13. C

13.1. «És para mim como um sonho / Soas-me na alma distante…»

14. D

15. A

16. B

17. D

"Não sei quantas almas tenho" - Questionário

& “Não sei quantas almas tenho”























Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
 
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.
 
Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: «Fui eu?»
Deus sabe, porque o escreveu.

         Selecione a opção que completa de modo correta cada afirmação / pergunta.

1. O verso 1 traduz
a) a dúvida do sujeito lírico acerca da sua alma.
b) a estranheza do sujeito poético relativamente ao seu número de almas.
c) a dúvida e a indefinição do sujeito lírico relativamente à sua identidade.

2. O verso 2 remete para
a) a constante fragmentação e a divisão do sujeito poético.
b) a mudança que se opera momentaneamente no sujeito poético.
c) a criação dos heterónimos, em consequência da tendência do sujeito poético para a despersonalização.

3. O verso 3 é uma “consequência” dos dois anteriores. A alternância presente / passado e o uso do advérbio “continuamente”
a) expressam a oposição entre a vida passada e presente do sujeito poético.
b) exprimem a continuação do estado de espírito do passado no presente, com projeção para o futuro.
c) estão ao serviço da expressão da sensação de estranheza do sujeito poético relativamente a si mesmo, consequência da constante mudança.

4. O verso 4 remete para
a) a tendência para a autoanálise, para a reflexão por parte do sujeito poético e para a incapacidade de se encontrar.
b) a incapacidade de o sujeito poético definir um rumo para a sua vida.
c) as consequências do facto de se considerar um estranho no próprio corpo.

5. O recurso ao vocábulo «Nunca» (v. 4) significa que
a) , apesar da autoanálise, o sujeito poético não é capaz de se encontrar e pacificar.
b) , apesar da autoanálise, o sujeito poético não consegue atingir um momento que seja de conhecimento integral.
c) é um estratagema para despistar a angústia que o sujeito poético sente pela tendência para a despersonalização.

6. O verso 5 significa que
a) o sujeito poético sente não ter vida, mas só alma, dado que a sua vida é (foi) toda racionalizada («sente na alma, mas não no corpo»).
b) a multiplicidade de «eus» conduz o sujeito poético à ausência de ser, limitando a sua existência.
c) o sujeito poético deseja a morte, transformar-se em alma / espírito, pois só assim pode alcançar a calma que a instabilidade da vida lhe nega.

7. «Quem tem alma não tem calma» (v. 6) quer dizer que
a) quem apenas é capaz de sentir e não racionaliza antes de agir vive em permanente instabilidade.
b) o espírito do sujeito poético é incapaz de encontrar a paz e o sossego em qualquer circunstância.
c) a instabilidade domina a vida do sujeito poético, dado que, porque é constituído apenas por alma, vive na ânsia de se encontrar, daí não ter calma, sossego.

8. Os dois versos que encerram a primeira estrofe assentam
a) no pressuposto de que os sentido enganam e limitam a perceção do ser humano acerca do significado da vida.
b) na antítese viver / pensar, isto é, entre os que vivem a vida sem a pensar e os que a pensam.
c) na ideia de que a vida deve ser pensada e só posteriormente vivida de acordo com os ditames da razão.

9. Os versos 9 e 10 confirmam
a) a despersonalização do sujeito poético, que se transforma noutras figuras.
b) a divisão do sujeito poético entre ver e ser, isto é, sentir e pensar.
c) que Pessoa era, de facto, um lunático.

10. Os versos 11 e 12 acentuam o traço do sujeito poético identificado na pergunta anterior, pois
a) “eles” constituem um sinal das suas “visões” e loucura.
b) “eles” sonham e desejam independentemente de si mesmo.
c) “eles” constituem o sinal da sua divisão entre o sentir e o pensar.

11. As metáforas dos versos 13 e 14 sugerem o papel do sujeito poético:
a) observador de paisagens.
b) observador da realidade circundante, ao jeito de Cesário Verde.
c) espetador de si mesmo.

12. A tripla adjetivação do verso 15 sintetiza os traços da personalidade do sujeito poético:
a) múltiplo e fragmentado (“_____”), volúvel e inconstante, causa e agente de outras personalidades (“_____”), e, por isso ou apesar disso, solitário (“_____”).
b) múltiplo e fragmentado (“_____”), causador da sua própria instabilidade (“_____”) e agente da solidão das diferentes personalidades (“_____”).
c) com diversas atitudes face à vida (“_____”), em permanente mobilidade e errância (“_____”) e, por isso, solitário (“_____”).

13. O verso 16 traduz
a) a incapacidade de o sujeito poético sentir.
b) a constante inadaptação do sujeito poético.
c) nenhuma das hipóteses anteriores-

14. O adjetivo «alheio» (v. 17) exprime
a) o sentimento de estranheza e de autodesconhecimento face a si próprio.
b) o modo distraído como o sujeito poético lê.
c) a atitude intelectual do sujeito poético.

15. A metáfora da vida como um livro (vv. 17-18) sugere
a) a despersonalização do sujeito poético, que se distancia para se ver.
b) a cultura livresca do sujeito poético, que se apresenta como um escritor da própria vida.
c) o ensimesmamento do sujeito poético, perdido na leitura metafórica do seu percurso de vida.

16. Na última estrofe, o sujeito poético apresenta-se como
a) um ser material e corpóreo em permanente mutação.
b) um ser semelhante aos demais que procura a unidade na diversidade.
c) um livro com várias páginas escritas pelos diversos «eus» do «eu».

17. Dada a sua despersonalização e tendência para a mudança contínua, o eu lírico
a) é incapaz de prever o futuro e o passado.
b) esquece o passado e é incapaz de prever o futuro.
c) sente a angústia do presente pelas diversas páginas do livro que é a sua vida.

18. O sujeito poético não sabe verdadeiramente quem é ou quem foi que
a) causou a permanente volubilidade que caracteriza a sua existência.
b) o conduziu àquele estado de confusão e à sensação de estranheza face a si mesmo.
c) sentiu o que supõe que sente, pois vê-se como um palco no qual atuam diferentes atores, os seus outros «eus».

19. O verbo final traduz a ideia de que
a) o Deus do catolicismo é, afinal, o responsável pelo drama vivido pelo sujeito poético, ideia que contraria a noção de que é incapaz de sentir.
b) a harmonia que o sujeito poético tanto procura, em razão da sua fragmentação, reside numa figura transcendente, omnisciente e omnipresente.
c) o eu lírico se sente impotente para encontrar uma resposta satisfatória para os seu drama através da inteligência racional.

20. Transcreva os versos que «justificam» as ideias seguintes:
a) Fragmentação do eu: «_____________________________________________________
___________________________________________________________________________
b) A estranheza e o desconhecimento face a si próprio: ____________________________
___________________________________________________________________________
c) Despersonalização: _________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
d) Inadaptação constante: _____________________________________________________
___________________________________________________________________________

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...