Português

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Predicativo do sujeito

1. Observe as frases abaixo apresentadas.
a) A Maria gritou alto.
b) O Antunes dedicou uma música à namorada.
c) O fogo cantou.
d) Os bebés portaram-se bem.

1.1. Sublinhe o predicado.

1.2. Destaque a forma verbal de cada frase.

1.3. Identifique os grupos frásicos presentes no predicado das frases b) e d) e indique a respetiva função sintática.

1.4. Identifique o grupo frásico presente no predicado da frase c).

1.5. Retire os grupos frásicos presentes no predicado das frases b) e d) e conclua:
a) As frases possuem sentido.
b) As frases não possuem sentido.

1.6. Se retirar o grupo frásico presente no predicado da frase a), obtém uma frase com sentido?
a) Sim.
b) Não.

1.7. Conclua:
O predicado (riscar o que não interessa)
a) pode / não pode ser constituído por diferentes grupos frásicos;
b) pode / não pode ser composto por apenas um verbo;
c) pode / não pode selecionar, entre outros, complemento(s) e / ou ter modificador(es).

2. Atente, agora, nos enunciados apresentados.
a) Os grevistas permaneceram tranquilos.
b) A Maria parece cansada.
c) A Joana está aqui.
d) Os grevistas ficaram na escola.

2.1. Sublinhe o predicado de cada uma das frases.

2.2. Destaque a forma verbal.

2.3. Retire os grupos frásicos que surgem após as formas verbais e conclua:
a) As frases têm sentido.
b) As frases não têm sentido.

2.4. Identifique o infinitivo impessoal das formas verbais presentes nas frases.

2.5. Assinale a opção correta de cada item.

2.5.1. Os verbos assinalados em 2.4. pertencem à subclasse dos
a) verbos principais.
b) verbos auxiliares.
c) verbos copulativos.

2.5.2. Esses verbos selecionam a função sintática seguinte:
a) complemento direto.
b) modificador.
c) complemento oblíquo.
d) predicativo do sujeito.

2.5.3. Assinale, em cada frase, os grupos frásicos que desempenham essa função sintática.
a) __________
b) __________
c) __________
d) __________

2.6. Atente no grupo frásico que desempenha a função sintática de predicativo do sujeito da frase a).

2.6.1. Esse grupo frásico concorda em género e número com o sujeito?
a) Sim.
b) Não.

2.6.2. O referido grupo frásico possibilita a atribuição de caraterísticas e / ou qualidades ao sujeito?
a) Sim.
b) Não.

2.7. Atente no grupo frásico que desempenha a função de predicativo do sujeito na frase d).

2.7.1. Esse grupo frásico concorda em género e número com o sujeito?
a) Sim.
b) Não.

2.7.2. Esse grupo frásico permite localizar o sujeito?
a) Sim.
b) Não.

3. Conclusão

3.1. Risque o que não interessa, de modo a obter afirmações verdadeiras.

            O predicativo do sujeito:
a) é uma função sintática que faz / não faz parte do grupo verbal (GV);
b) é / não é sempre selecionado por verbos copulativos / principais / auxiliares;
c) pode / não pode ser constituído por diferentes grupos frásicos;
d) concorda em género e número com o sujeito quando é formado por um GN – Gadj / GN – Gprep;
e) atribui / não atribui caraterísticas / qualidades ao sujeito ou localiza-o.

4. Preencha o quadro apresentado, transcrevendo os elementos das frases que desempenham as funções sintáticas indicadas.
a) José Saramago permanece morto.
b) O ladrão assaltou o quiosque.
c) Tu pareces um homenzinho.
d) A Maria apaixonou-se pelo Manuel.
e) Aquela nuvem está carregada.
f) A Joana foi à biblioteca.
g) Telefonaste à tua prima?
h) Ela é lindíssima!
i) Ele fez uma leitura correta da situação.
j) O gato comeu o rato.
k) O governo continua a sua ofensiva.
l) Fiquei triste com a notícia.
m) A Miquelina continua zangada com o namorado.
n) Isto é um exercício difícil.
o) A moção não te esse cuidado.
p) O professor fez uma pergunta ao Jorge.
q) A minha prima está sempre pronta para namorar.
r) Aquele animal é um macaco selvagem.
s) Confio plenamente em ti.
t) Após o toque da campainha, os alunos permaneceram sentados.
u) O meu vizinho é um grande bandido.


Funções sintáticas
Frases
c. direto
c. indireto
c. oblíquo
predicativo do sujeito
a)




b)




c)




d)




e)




f)




g)




h)




i)




j)




k)




l)




m)




n)




o)




p)




q)




r)




s)




t)




u)





 * * * * * * * * * *

Correção

1.1.
a) “gritou alto”
b) “dedicou uma música à namorada”
c) “cantou”
d) “portaram-se bem”

1.2.
a) “gritou”
b) “dedicou”
c) “cantou”
d) “portaram”

1.3.
b) “à namorada” ‑ GN + GPrep ‑ complemento direto + complemento indireto
c) “bem” – Gadv ‑ complemento oblíquo

1.4. O predicado da frase não possui qualquer grupo frásico.

1.5.
b) “O Antunes dedicou.”
d) “Os bebés portaram-se.”

1.6. Sim.

1.7. O predicado
a) pode ser constituído por diferentes grupos frásicos;
b) pode ser composto por apenas um verbo;
c) pode selecionar, entre outros, complemento(s) e / ou ter modificador(es).

2.1.
a) “permaneceram tranquilos”
b) “parece cansada”
c) “está aqui”
d) “ficaram na escola”

2.2.
a) “permaneceram”
b) “parece”
c) “está”
d) “ficaram”

2.3.
a) Os grevistas permaneceram.
b) A Maria parece.
c) A Joana está.
d) Os grevistas ficaram.
b) As frases não têm sentido.

2.4.
a) “permanecer”
b) “parecer”
c) “estar”
d) “ficar”

2.5.1. c) Verbos copulativos.

2.5.2. d) predicativo do sujeito.

2.5.3.
a) “tranquilos”
b) “cansada”
c) “aqui”
d) “na escola”

2.6.1. a) Sim.

2.6.2. a) Sim.

2.7.1. b) Não.

2.7.2. a) Sim.

3.1.
            O predicativo do sujeito:
a) é uma função sintática que faz parte do grupo verbal (GV);
b) é sempre selecionado por verbos copulativos;
c) pode ser constituído por diferentes grupos frásicos;
d) concorda em género e número com o sujeito quando é formado por um Gn-GAdj;
e) atribui características / qualidades ao sujeito ou localiza-o.

4.

Funções sintáticas
Frases
c. direto
c. indireto
c. oblíquo
predicativo do sujeito
a)



morto
b)
o quiosque



c)



um homenzinho
d)


pelo Manuel

e)



carregada
f)


à biblioteca

g)

à tua prima


h)



lindíssima
i)
uma leitura correta



j)
o rato



k)



a sua ofensiva
l)



triste
m)



zangada
n)



exercício difícil
o)
esse cuidado



p)
uma pergunta
ao Jorge


q)



sempre pronta
r)



macaco selvagem
s)


em ti

t)



sentados
u)



um grande bandido

segunda-feira, 17 de junho de 2013

A vergonha... de Nuno Crato

Sendo eu professor da Escola Sá de Miranda, importa fazer um relato daquilo que se passou durante a manhã de hoje, especialmente por três razões: para memória futura; para contrariar alguns badamecos que tudo farão para criar uma “realidade” alternativa que em nada se parece com o que aconteceu; numa tentativa de defender os alunos que foram, sem exceção, prejudicados pela incapacidade e intransigência do Ministério da Educação.
Para início, dos cerca de 300 professores convocados para hoje, apenas cerca de 20 apresentaram-se. A adesão à greve foi superior a 90%, e das 22 salas em que o exame deveria ter sido realizado, decorreu em 7. O Ministro pode dizer que 70% dos alunos realizaram o exame, mas em que condições? E passo aqui a relatar as condições em que os cerca de 120 alunos que realizaram o exame no Sá de Miranda o fizeram. E ressalvo que só falo de situações que vi ou que se comprovam com o relato de vários alunos.
- o toque para o início do exame deu-se às 9h37. Isto não quer dizer que os alunos tenham começado a fazer a prova neste momento, porque alguns professores vigilantes (quase todos do 1º, 2º e 3º ciclo) atrapalharam-se com as versões e, pelo menos numa sala, os exames foram distribuídos 4 vezes;
- os professores da escola reuniram-se no Auditório e, por volta das 10h, um dos colegas que vinha de fora da escola disse-nos que um grupo de alunos (depois verifiquei que seriam cerca de 50) tinham saltado as grades e circulavam pelos corredores das salas onde o exame estava a ser realizado. Logo de seguida, fomos informados (ainda no Auditório) que a PSP tinha sido chamada e estava a circular na escola. Posteriormente os alunos afirmaram (alguns para as câmaras de televisão) que entraram nas salas, incitando os colegas a sair, enquanto os vigilantes fechavam as portas e diziam aos examinandos para continuar o exame. Cantava-se nos corredores a “Grândola, Vila Morena” e pontapeavam-se portas fechadas;
- a PSP demorou cerca de uma hora a conseguir que os alunos que circulavam na escola saíssem. Mesmo assim os alunos pararam nas escadas de acesso para cantar o Hino Nacional;
- apesar dos alunos terem começado o exame com vários minutos de atraso, quando se ouviu o toque do fim das duas horas, já os primeiros examinandos estavam no portão da escola, o que significa que os vigilantes não respeitaram a indicação de fazer todos os alunos esperarem pelo toque para abandonar a sala;
- um grande número de alunos afirmava ter ouvido telemóveis a tocar durante o exame, enquanto outros garantiram que os alunos que estavam a fazer exame comunicaram, sem problemas, o conteúdo do exame para quem estava de fora.
Foi nestas condições que os alunos fizeram o exame. Não sei se terá sido assim para os 70% do Crato, mas, se foi, que grande exame!!!
Há que assinalar também que foi a primeira vez em muitos anos (estou nesta escola desde 2000) que a inspeção não marcou presença no 1º dia de exames. Vá-se lá saber porquê.
Colegas, partilhem, por favor. Estas situações não podem ser branqueadas e não é possível que o Ministério sequer tente falar em “normalidade”.
Alexandre Mano

Exame Nacional de Português 12.º Ano 2013 - Correção GAVE

O lobo ministro e as ovelhas para o sacrifício


     Hoje, poderia ter sido assim...

Correção Exame Nacional Português 12.º Ano - 2013

Grupo I

A


1. Sentido do verso 1, espécie de tese: a disciplina (mental): tudo tem o seu tempo próprio para acontecer.
Versos 2 a 4: explicitação / exemplificação da "tese" do verso 1, a partir do que sucede com a Natureza:
          - tudo sucede no seu tempo, na sua estação;
          - o ritmo próprio e disciplinado, a previsibilidade da Natureza;
          - a segurança que essa previsibilidade arrasta consigo.

2. Normas de vida:
          - a aceitação calma e serena das coisas;
          - o viver de forma moderada e tranquila, sem perturbação;
          - os ideais da apatia e da ataraxia;
          - a ausência dos esforços inúteis;
          - a rememoração disciplinada, simples e serena da infância, do passado;
          - a disciplina, o auto-domínio.

3. Valores simbólicos do espaço e do tempo:
  • a reminiscência acontece na companhia de Lídia, o que pode significar que, para o sujeito poético, essas lembranças são preciosas e equiparáveis a um sentido de partilha e de proximidade com os outros;
  • a noite é o tempo do silêncio, da calma, propício à reflexão e à recordação do passado; por outro lado, a noite, em Ricardo Reis, representa igualmente a velhice e a aproximação da morte;
  • a lareira, e, por extensão metonímica, a casa, representada pela alusão aos «Deuses Lares» (v. 26), representa a calma, a tranquilidade, a segurança, o local propício à recordação na companhia de Lídia;
  • as flores colhidas associam-se a um outro tempo - o passado da infância -, a uma outra vivência, a um outro estar.

4. Conclusão do poema:
  • as memórias ocorrem à noite, tempo do silêncio e da introspeção, na companhia de Lídia, junto à lareira, num ambiente calmo, seguro e acolhedor;
  • a procura de uma imagem construída do passado («O outrora componhamos» - v. 28), isto é, a procura de uma forma adequada de recordar;
  • a recordação da infância perturba o sujeito poético, é um momento de «desassossego» trazido pelo descanso;
  • a atitude de reflexão, no silêncio da noite, sobre o passado da infância, que comporta memórias tristes desse passado, numa espécie de fuga e de refúgio nesse tempo diferente do de hoje;
  • o sujeito poético começou por afirmar que tudo tem o seu tempo próprio - tal como sucede com as memórias, daí a escolha da noite para lhes dar lugar, numa atitude de disciplina férrea que o leva a procurar uma maneira «correta» de se lembrar do passado, procurando, assim, que as lembranças do passado suavizem o presente e permitam suportar a passagem do tempo e a proximidade da morte.


B

Representação da Natureza em Alberto Caeiro:
  • Poeta bucólico, do real e do objetivo;
  • Fascínio pela diversidade e constante renovação da Natureza, espaço de observação e de aprendizagem de um modo de ser simples, espontâneo e natural;;
  • Observação da Natureza de forma objetiva, simples e espontânea, sem interferência do pensamento;
  • Desejo de integração e comunhão com ela;
  • Atitude de deambulismo, semelhante à de Cesário Verde;
  • Defesa do ideal da «aurea mediocritas», da simplicidade da vida rural;
  • Atitude sensacionista - com predomínio para o olhar - na sua contemplação.



Grupo II

                    Versão A                    Versão B
1.1.                    .                                   B

1.2.                                                        C

1.3.                                                        A

1.4.                                                        D

1.5.                                                        C

1.6.                                                        A

1.7.                                                        D (entendido enquanto ato indireto)

2.1. A oração «se vou fazê-lo» é uma oração subordinada substantiva completiva.

2.2. O antecedente é a expressão «O que tenho a dizer».

2.3. A função sintática é o predicativo do sujeito («ser», «estar», «ficar», «continuar», «permanecer» são verbos copulativos que pedem predicativo do sujeito).

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