Português

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Na aula (IX): O alienista - uma definição «sui generis»

Profe. - Lido o texto e tendo em conta a palavra em si, o que será um «alienista»?

Rafa - É uma pessoa que procura OVNIS.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Complemento do nome

1. Definição

                Há nomes que não são totalmente autónomos e que necessitam de um constituinte que complete o seu sentido / significado,
                Lê as seguintes frases e repara nas palavras ou expressões sublinhadas.

A visita à minha tia foi traumática.
“Guernica” é uma obra de Picasso.
A observação de “Guernica” foi orientada pelo professor.
A força de “Guernica” é espantosa.
A oferta desse quadro ao museu foi uma bela ideia.

                Nota que as palavras ou expressões sublinhadas nas frases completam o sentido dos nomes que os antecedem. Por isso, desempenham a função sintática de complemento do nome.


2. Regras

1. O complemento do nome é uma função sintática interna ao grupo nominal (tendo como núcleo um nome).
. A visita à minha tia foi traumática.

2. O complemento do nome é selecionado por um nome, completando o sentido do mesmo. Em certos casos, se não estiver presente, ficamos com uma sensação de incompletude:
. A força (de quem ou de quê?) é espantosa.
. “Guernica” é uma obra. (de quem?)

3.O complemento do nome pode ser desempenhado por:

. um grupo preposicional (geralmente introduzido pela preposição de, podendo também ser introduzido por outras preposições):
. “Guernica” é uma obra de Picasso.
. A declaração de que Messi ia ser vendido foi recebida como uma bomba.
. A visita ao orfanato ocorrerá na quinta-feira.

. um grupo adjetival (sendo os adjetivos derivados de nomes e os nomes que os selecionam derivados de verbos):
. A participação no funeral foi fraca.
. A entrega dos diplomas decorreu no sábado.
. Os filhos de Mário Soares comoveram-se na cerimónia.

4. Um nome pode selecionar mais do que um complemento.
. A oferta desse quadro ao museu foi uma bela ideia.


3. Colocação: o complemento do nome surge sempre à direita do nome.


4. Nomes que selecionam complemento do nome

. nomes que representam situações (derivados de verbos ‑ nomes deverbais) (desejo, procura, construção, substituição, invasão, compra, descida, entrada, descoberta, ida, visita, viagem, oferta…):
. O desejo de sucesso aumentou nos últimos anos.
. A construção da casa prolongou-se no tempo.
. A visita ao museu correu bem.
. A observação da pintura é difícil daquele ângulo.
. A oferta do quadro ao museu foi bem recebida.
. A declaração de que Messi ia ser vendido foi recebida como uma bomba.

. nomes relacionais, de parentesco (pai, mãe, tio, filho…):
. O pai da Joaquina chamava-se Miguel.
. O filho do meu vizinho emigrou.

. nomes epistémicos, i.e., relativos ao conhecimento, que indicam conceitos, ideias (hipótese, ideia, necessidade, possibilidade, beleza…):
. A ideia de fugir desagrada-me.
. A beleza do quadro é indesmentível.
. A hipótese de faltar às aulas seduz os alunos.
. O facto de comer piza não significa que goste do prato.

. nomes icónicos (que denotam representações visuais / gráficas – fotografia, imagem, retrato…):
. A fotografia da Micaela é horrível.

. nomes que designam cargos sociais ou profissionais:
. O diretor da escola chama-se José Estaline.
. O ministro da Educação não usa cuecas.
. O porteiro da escola foi ao médico.

. nomes que denotam relações de parte-todo (indicam posse):
. O cabelo do Cristiano Ronaldo parece um piaçaba. (parte-todo)
. A perna da cadeira está cheia de caruncho.
. O norte do país está sob aviso amarelo.
. O bico do lápis partiu-se.
. O último capítulo de ‘Os Maias’ foi comovente.

. nomes que denotam relações institucionais ou sociais entre pessoas:
. O amigo de Sherlock Holmes é o doutor Watson.
. O professor de mandarim chama-se Ming.
. O sócio de Luís Filipe Vieira fugiu para Marte.

. nomes que descrevem estados psicológicos de alguém (sensações, emoções), que designam impressões sensoriais:
. Aquele rebuçado tem sabor a morango.
. O som dos A-ha é celestial.
. O cheiro a cocó empesta a sala.
. A alegria dos alunos foi de curta duração.
. O medo do Pedro é incurável.
. O desejo do Custódio é irrealizável.
. A angústia dos pais era comovente.

. nomes que designam autoria ou tema/assunto:
. O retrato de Pessoa foi roubado por Sheldon Cooper.
. A estátua de Camões está cheia de verdete.
. O quadro de Munch é o mais valioso da exposição.
. A última sinfonia de Beethoven foi a nona.
. A obra de Eça de Queirós é riquíssima.
. A obra de Miguel Torga deveria merecer mais consideração.
. “O nome da Rosa” é um filme de Jean-Jacques Annaud.
. A Ilíada é uma obra de Homero sobre o amor, a pátria e a lealdade.

. nomes que denotam locais seguidos de topónimos:
. A vila do Sátão é extremamente bela.
. O arquipélago dos Açores situa-se no oceano Atlântico.

. nomes que designam propriedades de pessoas ou coisas:
. A altura da Torre Eiffel provoca-me tonturas.
. Algum de vocês sabe a idade de Ricardo Araújo Pereira?
. O conteúdo de Crime e Castigo é perturbante.
. O preço do petróleo voltou a aumentar.
. O peso da Joaquina rebentou a escala.

. nomes através dos quais se exprimem sentimentos, emoções ou atitudes dirigidas ou em honra de alguém ou de algo, ou que exigem a referência a um destinatário ou a um objetivo:
. A ideia de mudança perturba as pessoas autistas.
. O meu filho tem muito orgulho no seu pai.
. Qualquer pessoa tem ódio ao racismo.
. Todas as pessoas têm medo de falhar.


5. Representação

5.1. Complemento do nome com a forma de grupo adjetival

                O complemento do nome que assume a forma de grupo adjetival surge à direita do nome e forma com este uma unidade de sentido, isto é, se o adjetivo for retirado, o sentido do nome altera-se:
. A previsão meteorológica (= da meteorologia) propicia os incêndios.
. A procura turística (= dos turistas) tem diminuído em Portugal.

5.2. Complemento do nome com a forma de grupo preposicional não oracional:
. Tenho pena da tua família.

5.3. Complemento do nome com a forma de grupo preposicional oracional:
. O desejo de vencer o Porto deve animar os futebolistas.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Na aula (VIII): o sexo das galinhas

     Pergunta do Luís: «Uma vez disseram-me que as galinhas tinham relações sexuais pelas asas. É verdade

Na aula (VII): unidades de medida

     Fala-se de unidades de medida, mais especificamente de comprimento (milha, légua, etc.) e da respetiva conversão em metros. Alguém fala em «pé» (unidade de medida) e um aluno pergunta quanto mede, em centímetros, cada pé.

     Responde a Âng...: «Depende dos números que cada um calçar.»

Subclasses do adjetivo

                Os adjetivos distribuem-se por três subclasses.

3.1. Adjetivo qualificativo: atribui uma propriedade ou qualidade ao nome (cor, cheiro, dimensão, peso, etc.) a que se reporta:
. A Ernestina é gorda.
. A tua camisola é verde.
. O teu carro é pequeno.
. O Luís é feio como uma porta.

. Relativamente à posição, o adjetivo surge, habitualmente, em posição pós-nominal, isto é, à direita do nome:
- A Sofia é uma mulher grande.

. Porém, há adjetivos que podem surgir em posição pré-nominal, ou seja, à esquerda do nome:
- A Sofia é uma grande mulher.

. A posição pré ou pós-nominal do adjetivo corresponde, frequentemente, a valores / interpretações / significados diferentes:
- A Sofia é uma mulher grande. (= A Sofia é uma mulher de estatura elevada.)
- A Sofia é uma grande mulher. (= A Sofia é uma mulher admirável, excecional).

. Existem adjetivos que apenas podem ocorrer em posição pós-nominal:
- Os carros amarelos são feios.
- A pele morena é característica dos indianos.

3.2. Adjetivo numeral:
. indica a sucessão ou a ordem que o nome tem numa série;
. corresponde aos designados numerais ordinais;
. ocorre, geralmente, em posição pré-nominal, antecedido de um determinante artigo(1), demonstrativo(2), possessivo(3) ou de um quantificador(4):
(1) O primeiro aluno a chegar à meta foi o Aristófanes.
(2) Aquele terceiro tiro foi fatal.
(3) O meu último ano de faculdade foi extraordinário.
(4) As três primeiras obras de Saramago ainda são desconhecidas do leitor comum.
. não flexiona (varia) em grau:
. exemplos:
- primeiro
- segundo
- terceiro
- último
- centésimo
- ducentésimo
- tricentésimo
- quadringentésimo
- quingentésimo
- sexcentésimo
- septingentésimo
- octingentésimo

3.3. Adjetivo relacional:
. estabelece com o nome uma relação diferenciada (de posse, de origem, etc.);
. pode ser parafraseado pela expressão “relacionado com”;
. ocorre em posição pós-nominal:
- As eleições portuguesas são um embuste.
. não varia em grau:
- * As eleições muito portuguesas são um embuste.
. não tem antónimos:
- Passos Coelho é um político português.
- Eduardo dos Santos é o presidente angolano. (Os adjetivos “português” e “angolano” não são antónimos.)
. deriva, em geral, de nomes:
- português < Portugal
- bacteriano < bactéria


Adjetivo: definição e características

1. Definição

                O adjetivo é uma palavra variável que caracteriza / qualifica(1) o nome (atribui-lhe uma qualidade ou propriedade) ou exprime um estado(2).
                Exemplos:
(1) A Joana é baixa.
(2) O Ricardo está doente.


2. Características

2.1. Características morfológicas:
. varia em género(1), número(2) e grau(3):
- (1) alto (masculino) / alta (feminina)
- (2) alto (singular) / altos (plural)
- (3) alto / altíssimo / muito alto
. precedido de um determinante pode funcionar como nome(5) ou caracterizar um nome(6) que não está expresso:
- (5) O velho tem uma propriedade no Algarve.
- (5) Chegou um amigo.
- (6) Os casados são malandros. (= Os homens casados são malandros.)
- (6) De todos os equipamentos do Benfica, prefiro o vermelho.
. pode ser antecedido de advérbios de quantidade e grau:
- O Rafael é um rapaz muito maçador.
. alguns adjetivos, antecedidos de artigo, assumem o valor de nomes abstratos:
- O belo (= a beleza) é o foco da sociedade atual.

2.2. Características sintáticas:
. constitui o núcleo do grupo adjetival:
- Está um dia lindo!
. concorda em género e número com o nome que modifica:
- O João é alto.
- A Joana e a Joaquina são altas.
. é colocado, geralmente, depois do nome(1), mas pode surgir antes(2):
- (1) A Rita é uma rapariga linda!
- (2) Que rica sandes!
. tem como função principal modificar o nome:
- Este é um teste simples.
. pode selecionar um grupo preposicional(3) ou uma oração(4) como complemento:
- (3) A Miquelina é carinhosa com o marido.
- (4) O Fábio é um aluno difícil de motivar.

2.3. Características semânticas:
. o adjetivo atribui uma qualidade / propriedade ao nome:
- A Cátia é uma aluna rebelde.
. o adjetivo restringe ou delimita o nome:
- O automóvel elétrico ainda não é uma alternativa confiável.
. o adjetivo situa o nome no tempo ou no espaço:
- A primeira viagem à Lua ocorreu em finais da década de 60 do século XX.
. o adjetivo relaciona o nome com o possuidor, com o agente, com o paciente, com a procedência:
- Cristiano Ronaldo é um futebolista madeirense.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Eusébio

Henricartoon

Nascido a 25 de Janeiro de 1942 na então Lourenço Marques, hoje Maputo, Eusébio tornou-se o maior símbolo do futebol português. Vindo de Moçambique, depois de ter jogado no Sporting de Lourenço Marques, chegou ao clube de Lisboa no Inverno de 1960. Foi nessa década que o “Pantera Negra” mais brilhou nos relvados, no Benfica e ao serviço da selecção de Portugal, no Mundial de 1966, onde foi o melhor marcador.

Sete vezes melhor goleador do campeonato português (1963/64, 64/65, 65/66, 66/67, 67/68, 69/70 e 72/73), duas vezes melhor marcador europeu (1967/68 e 72/73), Eusébio foi uma vez eleito melhor futebolista europeu mas é considerado um dos maiores futebolistas mundiais de todos dos tempos.

Foi 11 vezes campeão nacional pelo Benfica - alinhando em 294 jogos, nos quais marcou 316 golos -, ganhou cinco Taças de Portugal, foi campeão europeu em 1961/62 e finalista da Taça dos Campeões em 1962/63 e 67/68.

No total, foram 546 os golos que marcou pela selecção portuguesa e ao serviço dos clubes por que passou. Pelo Benfica, foram 473, em 440 jogos oficiais. Cometeu a proeza de marcar 32 golos em 17 jogos consecutivos, tendo ainda conseguido marcar seis golos no mesmo jogo em três ocasiões. O guarda-redes que mais golos seus sofreu foi Américo, do FC Porto (17).

Jogou no Benfica até 1975, tendo depois actuado ainda em clubes da América do Norte, no Beira Mar e no União de Tomar – esta última uma breve experiência que durou até Março de 1978, após o que regressou aos EUA para tentar uma efémera experiência no futebol indoor.

Participou em 64 jogos da selecção de Portugal, pela qual se estreou em 8 de Outubro de 1961.

No Mundial de 1966, em Inglaterra, em que Portugal foi o terceiro classificado, venceu o troféu destinado ao melhor marcador da prova, com nove golos, e foi considerado o melhor jogador da competição.


Ficou célebre a sua actuação no jogo com a Coreia do Norte, dos quartos-de-final desse mundial, em que marcou quatro golos, contribuindo decisivamente para a vitória de Portugal a por 5-3, depois ter estado a perder por 0-3. "Foi o meu dia", recordou mais tarde,quando, no Mundial de 2010, na África do Sul, a equipa portuguesa voltou a defrontar a asiática.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Na aula (VI): filosofia profunda

     «Cada dia é sempre um novo dia.»

                                                    Ana Rita
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