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domingo, 21 de setembro de 2014

Prémio aos melhores

     O MEC decidiu atribuir um crédito horário suplementar às escolas / aos agrupamentos que apresentassem melhores resultados em sede de exames nacionais.
     Ora, se é verdade, grosso modo, que quem apresenta um bom desempenho deve, eventualmente, ser premiado por isso, no contexto educativo a questão não é tão simples ou linear.
     O mau desempenho não deve ser premiado. Esta é outra verdade, mas, no caso da Educação, esse "mau desempenho" deve ser combatido e não estigmatizado ou penalizado. Pelo contrário, deveria haver uma política de incentivo e de promoção da melhoria do desempenho dessas escolas / desses agrupamentos, estabelecendo, por exemplo, um plano a prazo de melhoramento, de recuperação.
     Ora, deslocar meios para aquelas que apresentam melhores resultados (sendo que os fatores que estão na génese de tal são de ordem diversa e subjetiva) equivale, no atual quadro, a impedir que eles cheguem a quem deles, efetivamente, precisa.
     Se o MEC prosseguir este caminho, a tendência será de as "melhores escolas" serem cada vez melhores e as "piores", piores.
     Para já, a política de Nuno Crato é essa. Aqui fica a lista de escolas premiadas no presente ano pelo desempenho dos seus alunos em exames nacionais.

Estado da Educação 2013

"O Estado de Educação 2013 surge na continuidade dos relatórios anuais sobre esta matéria que o Conselho Nacional de Educação publica desde 2010.

Estado da Educação 2013 apresenta alguns indicadores de referência do sistema educativo que permitem caracterizar a população escolar, o corpo docente, a rede e a organização escolar, o financiamento público da educação, a avaliação e os resultados escolares, dos diferentes níveis e modalidades de ensino. O presente relatório integra igualmente quatro trabalhos académicos que abordam temas como o abandono, a retenção e os resultados escolares.

À semelhança das edições anteriores, o Estado da Educação 2013 mantém-se como uma publicação de referência para todos os que se interessam pela área da educação."




quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Antonomásia

     Antonomásia é a figura de retórica que consiste em substituir um nome próprio por um epíteto que lhe atribua uma qualidade, uma característica inconfundível da pessoa designada pelo nome, ou por outro nome próprio de alguma entidade que se tornou famosa por uma certa propriedade.
  • A Cidade Branca (= Lisboa);
  • A Cidade Eterna (= Roma);
  • A Cidade Luz (= Paris);
  • Dama de Ferro (= Margaret Thatcher);
  • A morte do Poeta é recordada no dia 10 de junho. (Poeta = Camões);
  • A rainha santa (= D. Isabel, esposa de D. Dinis e rainha de Portugal);
  • A Voz (= Frank Sinatra);
  • Cessem do sábio Grego e do Troiano (sábio Grego = Ulisses; Troiano = Eneias);
  • Cidade Maravilhosa (= Rio de Janeiro);
  • Esta turma é uma autêntica Babilónia(= enorme confusão);
  • És um Hipócrates. (= médico);
  • És um Tartufo (= és uma pessoa hipócrita - Tartufo era uma personagem de uma obra de Molière caracterizada pela hipocrisia);
  • O filho de Deus (= Jesus Cristo);
  • O Glorioso é o campeão de 2014. (Glorioso = Benfica);
  • O João é um verdadeiro Romeu. (= pessoa apaixonada, à semelhança da personagem de Shakespeare);
  • O Mestre (= Jesus Cristo);
  • O pintor de girassóis (= Van Gogh) - neste exemplo, a antonomásia ocorre em simultâneo com uma perífrase;
  • A Rainha da Pop (= cantora Madonna);
  • O Rei (= cantor brasileiro Roberto Carlos);
  • O Rei da selva (= leão);
  • O rei do futebol (= Pelé).

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Despacho Normativo n.º 13/2014

     Foi publicado no Diário da República o despacho normativo que regulamenta a avaliação e certificação de conhecimentos e capacidades desenvolvidas pelos alunos.
     O documento pode ser consultado aqui.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Um instante...

Um instante de hesitação.. Um carregar numa tecla... Um digitar um nome estúpido qualquer... Um olhar que recai sobre aquele nome... Uma hesitação... Uma frase que se escreve... Uma resposta que surge... Um encanto súbito e inexplicável... Um caminho difícil e acidentado... Um encontro que os marcará para sempre... No final, apenas um homem e uma mulher...

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Mulheres... jovens... agricultoras... e outra coisa qualquer

     Título do Expresso on-line...


     Os 60% que faltam serão o quê?

ADENDA: A imagem, copiada da edição do jornal on-line, continha o título seguinte: 40% das jovens agricultoras são mulheres.
     É de realçar que o jornal foi célere no «apagar» dos registos em prt sc do título, ao contrário do que aconteceu com este, que ficou a pairar durante dias.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Alunos pagavam para ter notas máximas

     A notícia pode ser lida aqui: CM.

     Isto faz de todas as instituições de ensino privadas um acumulado de trampa? Obviamente, não. Porém, depois de várias notícias e reportagens sobre o que se passa em várias delas, pertencentes a grupos empresariais sistematicamente ligados ao Poder, é para desconfiar de que a podridão poderá não ser pontual, como os defensores da privatização da Educação clamam.

     Aliás, tudo isto é sabido há muito tempo. «Eu» sou a prova provada: se, por um lado, já vivi uma situação de fraude, que combati como pude (perante a indiferença de uma maioria de «colegas») e pela qual paguei um preço no interior da escola, por outro, já tive alunos que, chegados ao 11.º ano e confrontados com resultados escolares que não eram os pretendidos e que não lhes permitiriam aceder ao curso superior pretendido, decidiram matricular-se em colégios particulares... neste caso, no Porto. O que sucedeu? A sua avaliação interna disparou. Porém, no momento da avaliação externa, mostraram o que tinham mostrado no ensino público.

     Passemos para Lisboa, como poderia ser para Braga... Num certo colégio, onde lecionava uma amiga de uma amiga, era prática, nos exames mais complexos (leia-se Matemática A, por exemplo) o(s) professor(es) coadjuvante(s) acederem às salas onde se realizavam as provas para «ajudarem» os alunos.

     Como em qualquer serviço, se o cliente paga - e paga muito! - deseja ser bem servido. 

"Temos maus professores" - crónica de Alexandre Homem Cristo

     Alexandre Homem Cristo, assessor do CDS e investigador (salvo erro), publicou uma crónica no Observador.
     A peça de sapiência tem muito que se lhe diga, como se poderá constatar a partir das pérolas seguintes:
  • «Portugal tem maus professores. E não é por acaso: é fácil tornar-se professor.»;
  • «... quem hoje vai para professor não são os bons alunos.»;
  • «quem hoje frequenta os cursos da área da educação são, em média, os que têm níveis socioeconómicos mais baixos e que, por isso, obtêm mais bolsas de acção social.»;
  • «Assim, em termos gerais, quem quer ser professor são os piores alunos, os mais pobres e os menos cultos.»;
  • «Ora, afinal, o que mostram os resultados? Que 14% reprovou. Que 63% cometeu erros ortográficos (15% fez 5 ou mais erros).».

     Vamos lá por partes...

1. «Temos maus professores» é o título, mas o cronista concentra a sua atenção num conjunto de candidatos a professores, isto é, que não exercem na sua maioria. Assim sendo, há desde logo aqui um problema de coerência textual.

2. Clama o articulista contra os erros ortográficos dados pelos desempregados que realizaram a Prova Pacóvia. Bom, «14% reprovou»? «63% cometeu erros»? Alexandre, o amigo também não dá para professor, pois comete erros - neste caso de concordância - básicos. Ups! É investigador! Diacho!

3. Afirma, do alto da sua torre, que os alunos que pretendem ser professores são pobres e que isso é uma das justificações principais para a sua impreparação genérica e para os erros ortográficos que deram na Prova Pacóvia. Seguindo esta linha de raciocínio, gente pobre não deve ser professora... e, por extensão, médica, engenheira... papa... Nasceu pobre e desfavorecida, deve morrer pobre e desfavorecida.

4. Além disso... caguei para esta gente. Farto!

Limpinho, limpinho...


     Com o triunfo, ontem, frente ao Rio Ave e a correspondente conquista da Supertaça, o Benfica arrecadou os quatro troféus respeitantes à época de 2014.
     Aproveitemos esta hegemonia, pois que - palpita-me - não será duradoura.
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