Português

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

"Como eu quero", Kid Abelha e Os Abóboras Selvagens

"Como vivo coitada, madre, por meu amigo"

• Assunto: a donzela dá conta à mãe da tristeza em que vive desde que o seu amigo lhe mandou dizer que vai partir para a guerra contra os mouros e reza por ele a Santa Cecília.
 
 
• Tema: a coita de amor / a saudade / a ausência do amigo.
 
 
• Sujeito de enunciação: a donzela.
 
 
Destinatário: a mãe.
 
 
• Caracterização / estado de espírito da donzela:











• Papel da mãe: confidente (a donzela confessa à sua mãe o seu estado de espírito infeliz e a sua preocupação, bem como a razão desses sentimentos).
 
 
• Valor documental: esta cantiga de amigo, à semelhança de muitas outras, espelha o contexto sociopolítico e cultural da época medieval:
- Época de conflitos e guerras: o amigo comunica à donzela que se prepara para partir para o “ferido” ou “fossado”.
- Época de grande religiosidade, comprovada pelas referências a Santa Cecília.
- Fase primitiva da língua portuguesa.
 
 
• Estrutura formal:
- 4 coblas, constituídas por um dístico + o refrão;
- rima emparelhada consoante e toante;
- métrica: alternância entre 13 sílabas nos dísticos e 7 no refrão;
- refrão:
- sugere a existência de um coro;
- intensifica / enfatiza o sofrimento da donzela;
- paralelismo perfeito e leixa-prem – esta cantiga apresenta uma estrutura paralelística.
 
 
Classificação quanto à forma:
» cantiga de refrão
» cantiga paralelística perfeita (e leixa-prem)

Greve à greve


     É a tua vez, Nogueira da Silva!

     Surripiado aqui [Paulo Serra].

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Ficha de verificação do documentário “Grandes Livros: Sermão de Santo António aos Peixes”

                Assinale as afirmações verdadeiras (V) e falsas (F) e corrige estas.

1. No século XVII, o Catolicismo sofreu um golpe com o nascimento das Igrejas Protestantes. ___
2. O sermão era uma forma literária de os pregadores conseguirem realizar a tarefa de angariar escravos para as missões. ___
3. O perfil dos pregadores era cuidadosamente controlado e valorizava-se a roupa, os gestos, o aspeto, o olhar e a voz. ___
4. Naquela altura, nasceu um dito devido à amizade entre o P.ᵉ António Vieira e D. João IV: “Amanhã, vou pôr tapete em S. Roque.” ___
5. Camões chamou a Vieira o “imperador da língua portuguesa”. ___
6. O Padre António Vieira pregou em Portugal, no Brasil e em Roma. ___
7. Redigiu cerca de 700 sermões e 200 cartas. ___
8. O Sermão de S. António aos Peixes trata de um assunto intemporal: a variedade enorme de peixes e o que eles fazem para se comer uns aos outros devido à ambição do poder. ___
9. O segundo sermão mais conhecido será o Sermão da Quinquagésima. ___
10. Padre António Vieira chama aos pregadores “o sal da terra”, porque este impede a corrupção. ___
11. A citação usada no início do sermão, “Vos estis sal terrae.”, é da autoria de S. Mateus. ___
12. Aproveitando o facto de Portugal ter perdido a soberania, os franceses conquistaram grande parte das feitorias da Índia, China, Japão, entre outras. ___
13. Nesta nova conjuntura política, o interesse de Portugal vira-se para o Brasil. ___
14. Os portugueses não queriam colonizar o Brasil, que estava a ser colonizado por escravos africanos. ___
15. Naquela altura, o Brasil era composto por dois estados: o estado do Brasil e o do Recife. ___
16. António Vieira foi para o Brasil com 13 anos, quando o pai foi nomeado escrivão da Relação da Baía. ___
17. Santo António, como os homens não o ouviam, virou-se para o mar e os peixes puseram a cabeça de fora para o escutarem pregar. ___
18. Vieira aprende a ler e escrever no Colégio dos Jesuítas. Um dia fugiu de casa, porque ficou tão impressionado com um sermão sobre as penas do Inferno que foi pedir ao Superior que o deixasse entrar para a Ordem. ___
19. É tão dotado que se torna professor de retórica antes de ser ordenado padre. ___
20. Movimenta-se facilmente pela Baía e o seu nome fica famoso rapidamente. ___
21. Apesar de ser neto de portugueses, abraça a causa da defesa indígena. ___
22. Entre os índios é tão admirado que lhe chamam “Pequeno Deus”. ___
23. O Sermão de S. António aos Peixes tem uma arquitetura bem marcada: na primeira parte, elogia as virtudes dos peixes; na segunda, critica os vícios. ___
24. Louva a antiguidade e a dimensão dos peixes, a sua obediência, quietude e impossibilidade de serem domesticados. ___
25. Entre os peixes que ele critica está o “quatro-olhos”, sempre atento ao céu e ao inferno. ___
26. Na segunda parte, critica roncadores, pegadores, voadores e o polvo, que simboliza a traição. ___
27. Nesta época, Portugal sofreu grandes transformações. Depois de 60 anos de ocupação filipina, Portugal restaurava a sua independência em 1640. ___
28. Quem sucedeu ao reinado espanhol foi D. João IV. ___
29. Vieira não apoiava o novo rei, mas vem do Brasil apresentar a fidelidade da colónia. ___
30. D. João IV vai encantar-se com Vieira, convida-o para seu conselheiro pessoal e torna-o precetor de D. Pedro, o seu filho mais novo. ___
31. António Vieira tornou-se um diplomata e tratava de todos os assuntos importantes para Portugal. ___
32. Nessa altura, viajou e conheceu a França, a Holanda, a Inglaterra e a Itália. ___
33. A Inquisição não gostava da simpatia de Vieira pelos índios, escravos e judeus. ___
34. Os discursos humanistas de Vieira causam tanto incómodo que se criam boatos. Há mesmo quem garanta que se vai casar com uma judia. ___
35. A amizade do rei protege-o da prisão, mas não impede que tenha de viajar de novo para o Brasil. ___
36. Cria a Companhia para o comércio com o Brasil e consegue o fim do confisco dos bens dos judeus. ___
37. Vieira pregou este sermão, pela primeira vez, no dia 24 de Junho de 1654. ___
38. O Sermão de S. António aos Peixes é um sermão onde Vieira consegue ser furioso e muito habilidoso no modo como desfere as críticas. ___
39. Neste sermão, Vieira critica os pregadores, os colonos que tratavam os índios como escravos e animais, os fracos e os traidores, os dois milhões de nativos mortos e as mais de quinhentas povoações destruídas no espaço de quarenta anos. ___
40. Três dias depois de proferir o polémico sermão, Vieira embarca de novo para Portugal para pedir a D. João IV que coloque os índios sob a alçada dos missionários, fora do alcance dos colonos. ___
41. Quando regressa ao Brasil, leva na bagagem a nova lei de proteção dos índios e é cada vez mais odiado. ___
42. Depois da morte de D. João IV, sobe ao trono D. Pedro, que detesta Vieira. ___
43. Depois de passar os últimos anos a evangelizar, a erguer igrejas e a elaborar catecismos em dialetos diferentes, os colonos prendem-no na Igreja de S. João Batista e expulsam-no do Brasil. ___
44. Já em Portugal e sem a proteção do rei, Vieira é acusado de heresia pela Inquisição. ___
45. Vieira, seguindo as ideias de Bandarra, que, no século anterior, profetizara um quinto império para Portugal, vai mais longe e anuncia a ressurreição de D. Sebastião, o que lhe traz graves problemas com a Inquisição. ___
46. António Vieira fica preso numa cela em Coimbra, proibido de escrever e de pregar. ___
47. O pregador é libertado quando a Inquisição recebe a ordem de libertação enviada pelo Papa. ___
48. Vieira não é querido em Portugal, nem pode regressar ao Brasil, pelo que decide ir para Roma. ___
49. A rainha Cristina da Suécia encanta-se com ele e quer que seja seu pregador pessoal. Ele aceita. ___
50. O Papa Clemente X tem-lhe admiração e concede-lhe dois benefícios – a abolição da Inquisição /Santo Ofício em Portugal e um documento que o isenta, até ao fim dos seus dias, de qualquer dependência da Inquisição. ___
51. Aos 73 anos, Vieira fica finalmente livre da Inquisição e regressa ao Brasil para morrer. ___
52. Cego e quase surdo, dita os seus sermões e cartas que nunca deixou de escrever. ___
53. Vieira continua a ser polémico porque defende a escravatura dos africanos. ___
54. Em 1697, morre com 80 anos, na Baía. ___
55. O seu epitáfio, escreveu-o ele próprio num sermão que proferiu em Roma: “Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra. Para morrer, toda a terra. Para nascer, Portugal. Para morrer, o mundo.”.


Fonte: Textos Integrais, Lucinda Cunha

Duas antradas


Exemplo de apreciação crítica: "44 minutos de anticlímax"

Da sucar


quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Corte de cabelo ao vivo


Características do nome

                O nome pode apresentar diferentes características:

2.1. Características morfológicas: o nome pode variar em
. género:
- masculino: homem
- feminino: mulher
. número:
- singular: mesa
- plural: mesas
. grau (alguns nomes):
- normal: gato
- diminutivo: gatinho
- aumentativo: gatão

2.2. Características sintáticas:
- o nome é o núcleo do grupo nominal na frase;
- pode ser precedido de um determinante:
- o cão
- a cadela

2.3. Características semânticas: o nome designa entidades.


terça-feira, 25 de setembro de 2018

O nome: definição

        «É o principal ofício das palavras: colar um rótulo a todas as coisas do mundo, para que sejam reconhecidas. É o mais difícil dos ofícios. Há tantas coisas e coisas tão complicadas que mudam constantemente! E, no entanto, todas têm de ter uma etiqueta. As palavras encarregadas deste terrível ofício chamam-se nomes

Erik Orsenna, A gramática é uma canção doce

                O nome (antigamente designado substantivo) é uma classe aberta de palavras constituída por palavras que designam ou nomeiam realidades diretamente observáveis ou não:
1. seres vivos (reais ou ficcionais): homem, rã, flor, bruxa, mago, …
2. coisas ou objetos: computador, casa, mala, mochila, lápis, …
3. ideias ou conceitos: beleza, iconologia, ciência, sustentabilidade, …
4. sentimentos ou emoções: alegria, tristeza, medo, solidariedade, amor, saudade, …
5. qualidades: bondade, maldade, curiosidade, preguiça, …
6. estados: saúde, gravidez, fome, sede, magreza, …
7. fenómenos da natureza: chuva, trovoada, sismo, ventania, …
8. processos ou ações: entrada, saída, partida, corrida, almoço, lanche, jantar, avaria, reparação, …


Comer duas pessoas no mesmo prato


Fonética

                A fonética é a área da linguística que estuda as propriedades da produção, propagação e perceção dos sons da fala.
                Divide-se em fonética articulatória, fonética acústica e fonética percetiva.
                A fonética articulatória estuda o aparelho fonador e a maneira como são produzidos os sons da fala.
                O aparelho fonador é constituído pelas várias partes do corpo humano envolvidas na produção da fala:

                Quando expiramos, o ar fornecido pelos pulmões passa pela traqueia e pela laringe, onde se situam as cordas vocais, cuja vibração gera a onda sonora que passa ao trato vocal. Este é constituído pela cavidade bucal – onde se distinguem os articuladores móveis (os lábios, a língua, o véu palatino, a úvula e o maxilar inferior) e os articuladores passivos (os dentes, os alvéolos e o palato) – e pela cavidade nasal (nariz e parte superior da faringe).

                A fonética acústica é o ramo da fonética que estuda as propriedades dos sons da fala.
                Para a produção de sons pelo aparelho fonador, é necessária a deslocação de uma massa de ar (onda sonora) produzida pelo movimento dos pulmões (fonte de energia), que faz vibrar as cordas vocais (fonte sonora) e ressoa nas caixas de ressonância das cavidades bucal e nasal que constituem o trato vocal.

                A fonética percetiva é o ramo da fonética que estuda a perceção dos sons da fala através da resposta a estímulos auditivos captados pelo ouvido, pelo nervo auditivo e pelo cérebro. Através do aparelho auditivo (constituído pelo ouvido externo, médio e interno), o ser humano capta os sinais auditivos que são depois transmitidos ao cérebro, permitindo a perceção da fala, isto é, a identificação e interpretação dos sons.

Bibliografia:
. Maria Regina Rocha, Gramática;
. M. Carmo Azeredo Lopes et alii, Da Comunicação à Expressão.


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