Português

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Espaço físico

          A primeira grande nota que se pode retirar da análise do espaço físico de Felizmente há Luar! é a de que esta categoria dramática não assume relevo na peça, visto que a atenção do dramaturgo está concentrada, essencialmente, no espaço social, este sim dotado de grande significado e importância. De facto, por influência de Brecht e do teatro medieval, as escassas referências ao espaço físico justificam-se pela noção que se pretende transmitir, segundo a qual a acção pode decorrer em qualquer lugar e «sempre que o 'ontem' impossibilite o despertar do 'amanhã'». Não obstante, constata-se que a acção da peça se dispersa por vários locais - interiores e exteriores -, embora todos estejam interligados pela(s) referência(s) ao general Gomes Freire de Andrade, sendo que o espaço dominante é o da cidade de Lisboa.

          Assim, no primeiro acto, são referidos diversos espaços: as ruas de Lisboa (pp. 17-18), onde se encontram os populares; o local onde D. Miguel recebe o delator Vicente; o palácio dos governadores do Reino, situado no Rossio; a casa de Gomes Freire, para os lados do Rato; e os espaços frequentados pelos revolucionários / conspiradores: um café no Cais do Sodré, o botequim do Marrare e uma loja maçónica, situada na rua de S. Bento.

          No acto II, os espaços referenciados são bastantes mais: as ruas de Lisboa, onde os populares comentam a prisão recente de Gomes Freire; a casa de Matilde de Melo; o local onde Beresford a recebe; à porta da casa de D. Miguel Forjaz, onde o criado de libré a informa que o governador a não vai receber; o local (provavelmente sagrado) onde Matilde dialoga com Principal Sousa; o alto da Serra de Santo António, onde Matilde e Sousa Falcão observam as fogueiras que queimam os revolucionários; a masmorra de S. Julião da Barra, local onde se encontra o general; o Campo de Santana, para onde são transportados os presos; a aldeia onde nasceu Matilde, em Seia; Paris, onde o casal viveu; os campos da Europa, onde o general combateu; e a porta da , onde os populares mendigavam.

          Pelo atrás exposto, não é difícil concluir que o espaço é muito pobre em recursos cénicos, o que faz com que, por isso, ganhe grande valor simbólico, reforçando assim o carácter épico da peça.

          Por outro lado, a mudança de espaço físico é sugerida por outras técnicas que não as «tradicionais», nomeadamente pelo recurso aos jogos de luz / sombra, que possibilitam a criação de um ambiente quer de desalento, quer de sonho, e pelo recurso a alguns objectos: um caixote, uma saca, uma cruz, três cadeiras opulentas, uma cadeira tosca e uma velha cómoda.

          Por último, note-se que Lisboa é um espaço de contrastes que permite o confronto entre o poder e o povo, assumindo, deste modo, um valor preferencial de espaço social pelas dicotomias que contém.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril, dia da Liberdade?

          "A liberdade de expressão define-se hoje como o direito de comprar o jornal e de ligar a televisão. Curioso uso das palavras, porque este não é o direito de nos exprimirmos, mas de lermos ou vermos o que outros exprimem. Os jornalistas debitam as suas sentenças, entrevistam, seleccionam e cortam as declarações dos entrevistados, e de vez em quando alguns figurões são convidados para espaços de «opinião...".
                                                                                                                João Bernardo

25 de Abril e mentiras - «Gavetas», Pedro Mexia

Não deves abrir as gavetas fechadas
por alguma razão as trancaram,
e teres descoberto agora a chave
é um acaso que podes ignorar.
Dentro das gavetas sabes o que encontras:
mentiras. Muitas mentiras de papel,
fotografias, objectos.
Dentro das gavetas está a imperfeição
do mundo, a inalterável imperfeição,
a mágoa com que repetidamente te desiludes.
As gavetas foram sendo preenchidas
por gente tão fraca como tu
e foram fechadas por alguém mais sábio do que tu.
Há um mês ou um século, não importa.

                                                Pedro Mexia, Menos por Menos

quinta-feira, 21 de abril de 2011

terça-feira, 19 de abril de 2011

"Sara", Starship (1985)

Adivinhação


Ah, boa literatura!

Sedução na Noite, Sherrilyn Kenyon

PERGUNTAS  DE  INTERPRETAÇÃO:

1. Quantas vezes gemeu Tabitha?

2. Quantas vezes rosnou Tibério?

 3. Qual o nome técnico da posição sexual de Valério e Tabitha?

4. Quem é que não conseguia pensar?

5. Que casal usa a estúpida expressão “ter relações” no meio de um diálogo?

6. O que estava a arder?

7. Que fenómenos se passam no fundo da garganta?
 
Roubado à Livreira Anarquista
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...