Português: 31/10/22

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Biografia de Platão

 

428 a.C.     Nasce em Atenas, filho de Ariston e de Perictione. É originário de uma família aristocrática e o seu nome é Aristócles, tal como o seu avô, no entanto desde cedo é chamado de Platão, palavra grega que designa um indivíduo de ombros largos e testa ampla.
 
408 a.C.    Conhece Sócrates e torna-se seu discípulo.
 
399 a.C.    Dá-se o processo e a condenação à morte de Sócrates, um processo que marcou profundamente a vida e o pensamento de Platão. Após a morte do Mestre, refugia-se em Mégara, onde permanece algum tempo.
 
399/8 a.C.  Redige as suas primeiras obras, que se tornam conhecidas por «diálogos socráticos».
 
394 a.C.    Ocorre a batalha de Corinto, em que Platão participou.

388 a.C.    Faz a primeira viagem à Sicília, com o objetivo de educar o rei Dionísio I.

387 a.C.    Tendo sido mal sucedida a sua primeira viagem à Sicília, regressa a Atenas. Dedica-se à educação dos jovens e funda a Academia.

385 a.C.    Esta é a data provável em que é escrito o Fédon.

367 a.C.    Dá-se a morte de Dionísio I e a subida ao trono do seu filho Dionísio II. Platão deixa a Academia e retorna à Sicília. Regressa neste mesmo ano a Atenas e retoma o seu lugar na sua Academia, que passa a ser frequentada por Aristóteles.

361 a.C.    Vai pela terceira vez em viagem à Sicília e regressa a Atenas.

353 a.C.    Escreve a Carta VII, que constitui uma fonte importante de dados biográficos.

348/7 a.C. Morre aos 80 ou 81 anos, altura em que escrevia a obra As Leis.

Análise de Madame Bovary

 I. Contexto


II. Ação


     1. Resumo

     2. Capítulos

          * Parte I

          . Capítulo I: resumo

          . Capítulo II: resumo

          . Capítulo III: resumo


          . Capítulo IV: resumo

          . Capítulo V: resumo

          . Capítulo VI: resumo


          . Capítulo VII

          . Capítulo VIII

          . Capítulo IX


          * Parte II

          . Capítulo I: resumo

          . Capítulo II: resumo

          . Capítulo III: resumo


          . Capítulo IV: resumo

          . Capítulo V: resumo

          . Capítulo VI: resumo


          . Capítulo VII: resumo

          . Capítulo VIII: resumo

          . Capítulo IX: resumo

Resumo do capítulo VII da Parte II de Madame Bovary


            Após a partida de Leon, Emma volta a cair em depressão. Ela mostra-se mal-humorada, irritável, nervosa e miserável. Sonha constantemente com Leon e lamenta não ter cedido ao seu amor por ele. Neste estado, conhece um rico e bonito proprietário de terras chamado Rodolphe Boulanger, que traz um criado para ser tratado por Charles. Durante o tratamento, Justin, assistente de Homais que está apaixonado por Emma, desmaia ao ver o sangue. Enquanto a protagonista cuida dele, Rodolphe é arrebatado pela sua beleza e começa a conspirar para a seduzir.

Análise dos capítulos IV a VI da Parte II de Madame Bovary


             Na conclusão do capítulo IV, ficamos a conhecer melhor os sentimentos de Leon por Emma. Deste modo, descobrimos que ele se envergonha da sua cobardia por ser incapaz de declarar o seu amor por ela, que lhe escreveu e rasgou várias cartas de amor e que se sente frustrado por ser casada.
            Flaubert satiriza a ideia romântica do amor como uma força transformadora avassaladora da natureza justapondo imagens de furacões e tempestades com um dos efeitos mais mundanos do clima, os danos causados pela água. Ao apresentar a sua descoberta de uma mossa na parede num tom irônico de arrependimento, zomba da falta de conhecimento prático de Emma, bem como da sua incapacidade e falta de vontade de conceber o real. O seu conflito está contido nesta passagem. Ela anseia por ideais românticos irreais e a princípio ignora e depois dececiona-se com as realidades imperfeitas da vida, como a decadência.
A luta de Emma com a sua consciência, enquanto tenta fazer o seu melhor para se tornar uma esposa e mãe obediente, mesmo quando é tentada por um romance com Leon, em última análise, equivale à sua indulgência com o papel romântico de mártir. Mas quando empurra a sua jovem filha para longe de si num ataque de fúria, não pode continuar a fingir que é uma mulher de família obediente. Ela é salva de uma infidelidade com Leon apenas por pela sua decisão de partir para Paris. Por outro lado, o incidente com Berthe demonstra a sua incapacidade de abraçar os instintos maternais. Pouco antes de empurrar a filha, encara-a com desgosto, considerando-a mais como um objeto estranho – um móvel ou um animal – do que como sua própria filha.
A conversa entre Emma e o padre oferece a Flaubert a oportunidade para troçar da natureza superficial da religião entre a burguesia. Quando procura a ajuda do padre, fá-lo porque necessita mesmo dela. Porém, o abade Bournisien está preocupado não com assuntos espirituais, mas com banalidades mesquinhas: a desordem dos seus alunos e as suas rotinas diárias. Quando Emma diz: “Estou a sofrer.”, ele entende-a mal e assume que ela se refere ao calor do verão. A cena é bem-humorada, mas também critica severamente a Igreja, implicando que ela só pode fornecer confortos superficiais e é incapaz de ministrar a necessidade espiritual bem real de que a protagonista necessita.
Madame Bovary tornou-se uma obra muito famosa em parte por causa da sua técnica narrativa inovadora. Flaubert combina o seu estilo de prosa com narrativa com notável precisão. Quando Emma está entediada, o texto parece arrastar-se; quando ela está noiva, voa. Flaubert amplia o alcance simbólico do romance com o desenvolvimento de Homais, personagem perfeitamente concebida para representar tudo o que Flaubert odeia na nova burguesia. E ele introduz um prenúncio quando o sinistro Lheureux sugere a Emma que é um agiota.

Resumo do capítulo VI da Parte II de Madame Bovary


             Emma ouve o badalar dos sinos da igreja e decide procurar ajuda aí. O pároco, o abade Bournisien, preocupado com os seus próprios problemas e com um grupo de meninos indisciplinados na sua aula de catecismo, ignora a profunda angústia de Emma. Posteriormente, num acesso de irritabilidade, Emma empurra Berthe para longe de se, e a criança cai e corta-se, no entanto diz que a filha estava a brincar e que caiu acidentalmente. Emma está frenética e abalada, mas Charles eventualmente acalma-a.
Leon decide ir para Paris, para estudar Direito. Ama Emma, mas os sentimentos dela tornam o romance impossível, e ele está totalmente entediado em Yonville. Por outro lado, o homem também é tentado por aventuras românticas que pensa que o aguardam em Paris. Quando se despede de Emma, ambos ficam desajeitados e quietos, mas emocionam-se. Depois da sua partida, Charles e Homais discutem as atrações e as dificuldades da vida na cidade.

Resumo do capítulo V da Parte II de Madame Bovary


             Emma observa Leon, Homais e Charles e decide que o marido é tão banal que a enoja. Ela percebe que Leon a ama, e, quando se voltam a encontrar, comportam-se ambos de forma tímida e desajeitada, sem saber como proceder. Emma está constantemente nervosa e começa a perder peso. Imagina-se uma mártir, incapaz de se entregar ao amor por causa das restrições que o facto de ser casada lhe impõe. Ela desempenha o papel de esposa obediente de Charles e traz a filha, Berthe, de volta para casa da ama de leite. No entanto, o desejo por Leon torna-se muito mais forte do que o seu desejo de ser virtuosa, e entrega-se à autopiedade. Começa a chorar e culpa Charles por toda a sua infelicidade. Um dia, um lojista chamado Monsieur Lheureux dá a entender que ele é um agiota, caso ela precise de um empréstimo.

Resumo do capítulo IV da Parte II de Madame Bovary


             Durante o inverno, os Bovary têm o hábito de passar as noites de domingo na casa de Homais. Aí, Emma e Leon desenvolvem um forte relacionamento. Cada um sente-se fortemente atraído pelo outro, mas nenhum deles tem coragem de admitir o sentimento. Trocam pequenos presentes, e as pessoas da cidade têm a certeza de que são amantes.

Análise dos capítulos I a III da Parte II de Madame Bovary


             A superficialidade do romantismo de Emma fica clara nas suas interações com Leon, que compartilha do seu amor pelos sentimentos e paixão excessivos. A conversa de Emma com Leon no jantar é banal e sentimental – eles discutem como os livros os transportam para longe das suas vidas quotidianas –, mas para os dois parece arrebatadora e significativa. Ela desafia o seu casamento estável, todavia insatisfatório, com um relacionamento baseado em declarações falsamente profundas, em vez de sentimentos verdadeiros.
O nascimento da filha de Emma sublinha o materialismo dos seus sentimentos, mas também introduz alguns dos argumentos feministas do romance. Ela deseja ser uma figura materna apenas quando parece que o papel pode ser glamoroso. Assim que percebe que não pode comprar roupas e móveis caros para a bebé, o seu interesse desvanece-se, e vemos que o seu único interesse pelo filho constitui um meio para realizar os seus próprios desejos. Emma sonha ter um filho, porque acredita que ele terá o poder que lhe falta a ela. Essa declaração franca mostra que Flaubert estava ciente e talvez desaprovasse as liberdades concedidas às mulheres no final do século XIX. Emma observa que “um homem, pelo menos, é livre; ele pode explorar todas as paixões e todos os países, superar obstáculos, saborear os prazeres mais distantes. Mas uma mulher é sempre prejudicada.” Os amantes de Emma desfrutam sempre de uma liberdade que ela não possui.
            A descrição de Flaubert do mundo mundano que rodeia Emma é realista, mas um tanto exagerada. Ele usa uma linguagem poética e florida para descrever Yonville, referindo que “o campo é como um grande manto desdobrado com uma capa de veludo verde bordada com uma franja de prata”. Mas Flaubert também reconhece a banalidade do cenário quando se refere a “uma terra mestiça cuja linguagem, como a sua paisagem, não tem sotaque nem caráter”. Ao descrever a mesma cena de maneiras contrastantes, Flaubert produz dois efeitos. Primeiro, diferencia-se dos seus antecessores românticos, que teriam avaliado uma cena monótona como indigna de sua atenção. Em segundo lugar, faz contrastar a banalidade que Emma vê com a beleza que um estranho pode perceber. Flaubert estabelece assim que, embora a protagonista possa estar certa sobre o tédio da vida na aldeia, também é incapaz de captar uma camada de beleza que a sua perspetiva é muito estreita para abarcar.
            Os aldeões que cercam Emma proporcionam-nos um contexto para entender historicamente o estatuto social de Emma. A ama de leite que ela visita, por exemplo, mora numa pequena cabana com as crianças de que cuida. Quando vê a protagonista, implora por pequenas necessidades – um pouco de café, um pouco de sabão, um pouco de conhaque. Embora Emma continue infeliz porque não pode socializar com a aristocracia em Paris, a sua visita à ama de leite mostra-nos que está vive, comparativamente, bem. A estalajadeira da aldeia, por sua vez, é uma mulher prática cujas únicas preocupações são se a refeição será servida a horas e se os bêbados que frequentam a pousada vão destruir a mesa de bilhar. Embora ela não tenha imaginação, também representa algo que Emma não: uma mulher que aceita e gosta da sua vida.
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