Português: 22/01/23

domingo, 22 de janeiro de 2023

Biografia de Camilo Castelo Branco


 
Camilo Castelo Branco foi um dos escritores mais prolíficos da segunda fase do Romantismo português e a sua obra é a mais vasta e diversificada de todo o século XIX. Ele foi poeta, panfletário, prefaciador, tradutor, crítico, polemista, romancistas, dramaturgo, bibliógrafo, historiador, cultor de todos os géneros. A sua intensa atividade literária justifica-se pelo facto de Camilo ser um escritor profissional, isto é, viver daquilo que publicava.
 
Camilo Castelo Branco foi uma figura ímpar do Romantismo em Portugal, nomeadamente da segunda geração romântica, cujas vida e obra se entrelaçaram de forma muito intensa.
 
A existência do escritor foi uma vida de amor e de perdição: uma vida repleta de amores vários, mas também de sofrimento, dor e morte. No fundo, estamos na presença de uma novela ou de um romance tipicamente românticos.
 
As principais circunstâncias biográficas que o caracterizam podem sintetizar-se da seguinte forma:

 

bastardia: Camilo é um filho bastardo – a sua mãe era criada do seu pai;

 

orfandade: a mãe morre antes de Camilo completar dois anos, e o pai quando ele tem dez, por isso vai viver para casa de uma tia paterna, em Vila Real;

 

educação religiosa: em determinado momento, Camilo passa a viver em Vilarinho de Samardã, em casa de uma irmã mais velha, onde recebe uma educação religiosa e literária, ensinado por um padre;

 

aventuras sentimentais:

em 1841, casa, pela primeira vez, com Joaquina Pereira de França, uma camponesa de quem tem uma filha, mas abandona-as pouco tempo depois;

em 1846, rapta Patrícia Emília e por essa razão é preso na Cadeia da Relação do Porto, mas acaba igualmente por abandonar essa mulher e a filha que dela tivera;

a permanência no Porto, a partir de 1848, acentua a sua inconstância amorosa: envolve-se com uma freira, mantém uma paixão simultânea por duas senhoras, vive em mancebia com uma costureira;

conhece Ana Plácido, casada com um rico comerciante brasileiro, Manuel Pinheiro Alves: a partir de 1850, a paixão por essa mulher domina a vida sentimental do escritor, levando-o a cometer vários atos desregrados por causa desse amor – entra no seminário do Porto, como forma de aniquilar a paixão, rapta Ana Plácido e foge, entra na Cadeia da Relação do Porto (Camilo e Ana Plácido são acusados de adultério). Absolvidos e libertos em 1861, não mais se separam e acabam mesmo por casar em 1888 (o marido de Ana Plácido falecera em 1863). Têm três filhos;

 

vida boémia e turbulenta: no Porto, o escritor leva uma vida agitada. Por causa de amores, por questões jornalísticas (Camilo colabora em vários jornais) ou por outros motivos, Camilo envolve-se em polémicas, em rixas e desacatos;

 

convívio com a paisagem física e humana das províncias do Norte: a vida do escritor decorre praticamente toda no Norte do país (à exceção de curtos períodos na capital) – primeiro, em Vila Real e em Samardã, depois em Friúme, sempre em casa de familiares; entre 1844-45, reside na cidade do Porto, onde frequenta, sem sucesso, o curso de Medicina; posteriormente, desloca-se para Coimbra para cursar Direito (o que acaba por não acontecer); a partir de 1864, Camilo e Ana Plácido vivem em São Miguel de Seide, uma existência marcada pelo isolamento, pela doença e por vários dramas (morte do primeiro filho, loucura do filho Jorge, comportamento desregrado do filho Nuno; Camilo arquiteta, inclusive, o rapto de uma jovem para casar com esta o seu último filho);

 

conhecimento íntimo do meio portuense: as largas temporadas que passa no Porto dão ao escritor uma visão profunda e realista da sociedade portuense e dos seus diferentes elementos;

 

pobreza e doença: os seus últimos anos de vida são marcados por dificuldades económicas (Camilo chega mesmo a vender parte da sua biblioteca em leilão) e pelo avanço da cegueira, doença que já lhe havia sido detetada anos antes;

 

profissionalismo: Camilo vive exclusivamente do que escreve, o que faz com que seja um verdadeiro profissional das Letras. Assim se explica o seu ritmo febril de produção, bem como a extensa obra literária que nos legou: 173 títulos, não contando traduções, prefácios e outros textos dessa natureza.

 
1825 (ou 1826) – Nasce em Lisboa, na Rua da Rosa, no seio de uma família da pequena burguesia de raízes transmontanas, Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco, a 16 de março, filho natural de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa, criada do próprio Manuel. A 14 de abril é batizado na Igreja dos Mártires. Não obstante, o escritor sempre se apresentou e contou os anos da sua vida e dos acontecimentos que nela o marcaram como tendo nascido em 1826, algo que era reconhecido pelos seus contemporâneos. De facto, na sua certidão de óbito, ocorrido a 1 de junho de 1890, regista-se a idade de 64 anos.
 
1827 (6 de fevereiro) – Morre a mãe.
 
1835 (22 de dezembro) – Morre o pai. Acompanhado pela irmã Carolina, mais velha, vai viver para Vila Real, para casa de uma tia paterna (Rita Emília). Nestes anos, frequenta, em Lisboa, a escola do mestre Minas Júnior, onde, entre outros, tem como colega o futuro Conde de Ouguela.
 
1839-1840 – Vai habitar em Vilarinho de Samardã com a irmã, que ali casa com um estudante de medicina, com cujo irmão, o Padre António José de Azevedo, convive e que o inicia na leitura dos clássicos e o ajuda a desenvolver o seu gosto pelas humanidades e pela escrita.
 
1841 – Em agosto, casa-se com Joaquina Pereira de França, de 14 anos, em Friúme, aldeia do concelho de Ribeira de Pena, onde passa a viver e trabalha como escrevente num tabelião. Com ela, tem uma filha, logo abandonando as duas. Entretanto, perde parte da herança paterna.
 
1843 – Regressa a Vilarinho da Samardã. Morrem a mulher e a filha de ambos pouco tempo depois. Em outubro, no Porto, faz exames em disciplinas de Humanidades e inscreve-se na Escola Médica, que frequenta até 1845, e na Academia Politécnica do Porto, mas não chega a concluir os estudos.
 
1844 – Começa a viver a vida literária e boémia (“do espírito”) portuenses e estreia-se como jornalista. Começa a publicar artigos em periódicos do Porto (“O Nacional”, “O Eco Popular”, “O Jornal do Porto”, “A Semana”, “O Portugal”, “O Portuense”, “O Mundo Elegante”, “O Porto e a Carta”, “O Clamor Público”, “Gazeta Literária do Porto”), atividade que continuará intensamente nos anos seguintes e que exercerá até ao final da vida. Escreve e publica poemas, assinando, a princípio, com as iniciais C. C. B. Além disso, usa diversos pseudónimos, entre eles os seguintes: Um Académico Conimbricense, Anastácio das Lombrigas, Anacleto dos Coentros, O Antigo Juiz das Almas de Campanhã, José Mendes Enxúndia, Rosário dos Cogumelos, A. E. Y. O. U. Y., Manuel Coco, João Júnior, Barão de Gregório.
 
1845 – Publica Os Pundonores Desagravados, poema heroico burlesco.

1846 – Rapta Patrícia Emília e por essa razão dá entrada na cadeia da Relação do Porto. Eventualmente, abandona-a também e a filha que dela tivera algum tempo depois. Na sequência da revolta da Maria da Fonte, terá combatido nas hostes de D. Miguel, o que lhe vale a nomeação para amanuense do Governo Civil em Vila Real, mas foge da cidade depois de ter publicado, no jornal “O Nacional”, duas cartas contra o governador civil. Vai viver sozinho para o Porto. Inscreve-se em Direito, em Coimbra, mas não conclui o curso.
 
1847 – Publica o drama histórico Agostinho de Ceuta.

1848 – Falece a filha que tivera com Joaquina Pereira e nasce-lhe outra, Bernardina Amélia, que tem com Patrícia Emília. Instala-se no Porto, onde vai viver permanentemente, até mudar, em 1864, para São Miguel de Seide, onde residirá até ao final da vida, na companhia de Ana Plácido. Neste e nos anos seguintes, publica, nos periódicos, no espaço do «folhetim», ou noutros, inúmeros artigos, crónicas e os primeiros embriões de narrativa ficcional. Publica, em folheto, sob anonimato (“Mandada Imprimir por Um Mendigo”), um relato onde está já presente a figura de narrador que dará o cunho camiliano dos seus romances e novelas posteriores, Maria! Não me Mates Que Sou Tua Mãe, a partir de um crime ocorrido em Lisboa.

1850 – Afirma ser, de profissão, “escritor público” e dedica-se totalmente ao ofício da escrita. Vive em Lisboa durante algum tempo e aí, na Imprensa Nacional, publica o seu primeiro romance, Anátema. Ser-lhe-á atribuído o folhetim “O Clero e o Sr. Alexandre Herculano”, publicado anonimamente, também na capital, em defesa do amigo. Conhece Ana Plácido, casada com Manuel Pinheiro Alves, cujo amor impossível quase o leva a abraçar o sacerdócio, que lhe é vedado por causa da vida aventurosa que levara até então.

1850-1851 – Matricula-se no curso de Ciências Teológicas, no Porto.

1852 – Submete-se a exame para obter ordens menores, que lhe são recusadas devido à sua vida aventurosa. Abando o Curso de Ciências Teológicas. É cofundador do jornal “O Cristianismo”. Colabora em publicações de poesia.

1853-1854 – Publica, primeiro em folhetim, no diário portuense “O Nacional”, depois em volume, Mistérios de Lisboa, novela de “terror grosso”, resposta, no panorama da literatura portuguesa, a Les Mystêres de Paris, de Eugène Sue (1842-1843). A maioria dos seus romances foi publicada inicialmente em folhetim, em periódicos, antes de sair em volume, como era costume na época.

1854 – Publica o livro de poemas Folhas Caídas Apanhadas na Lama, sob o pseudónimo Um Antigo Juiz das Almas de Campanha. Com Augusto Soromenho, é redator de A Cruz. Semanário Religioso.

1855 – Publica, no Porto, O Livro Negro do Padre Dinis.

1855-1856 – Publica os três volumes de «Cenas Contemporâneas», a que pertencem, entre outras pequenas novelas, os romances A Filha do Arcediago e A Neta do Arcediago.

1856 – Publica Onde Está a Felicidade?

1857 – Reside durante cerca de dois meses em Viana do Castelo, como redator do jornal “A Aurora do Lima”, e aí publica Cenas da Foz. Regressa ao Porto e publica, entre outras obras, Duas Horas de Leitura.

1858 – Publica, em Viana do Castelo, o «romance original» Carlota Ângela, que saíra em folhetins n’”A Aurora do Lima”. Publica também Vingança e O que fazem Mulheres. No final do ano, Camilo é aprovado para sócio correspondente da Academia de Ciências, por proposta de Alexandre Herculano.

1859 – Nos últimos anos, vê frustradas as diversas tentativas de ocupar cargos em instituições públicas, segundo alguns, devido à relação que mantém com Ana Plácido, uma mulher casada. Neste ano, vão viver ambos para Lisboa. O marido move-lhes “querela de adultério”. Antes do final do ano, regressam ao Porto. Camilo continua a publicar em jornais. De facto, a ligação adúltera entre Camilo e Ana Plácido é censurada pela sociedade portuense, por ela ser casada com um homem respeitado na cidade e ser cunhada de Bernardo Ferreira, filho da famosa Ferreirinha da Régua. Nessa sequência, os escritos do autor passam a ser recusados pelos jornais do Porto, o que o deixa sem meios de subsistência. Depois de Ana Plácido ter dado à luz um filho, presumivelmente de Camilo, Pinheiro Alves move aos dois amantes em processo de adultério.

1860 – Ana Plácido é presa (o adultério era crime na época), enquanto Camilo anda fugido à Justiça, que também o procura. Em outubro, entrega-se na Cadeia da Relação, no Porto, onde ambos recebem a visita do rei, D. Pedro V. Entrementes, continua a publicar em jornais e traduz romances franceses; em simultâneo, são feitas reedições de algumas das duas obras anteriores. A reedição de parte considerável dos seus romances torna-se, a partir de agora, regular. Estreia-se em Lisboa, no Teatro Nacional D. Maria II, a 10 de maio, o seu drama Abençoadas Lágrimas.

1861 – Publica Amor de Perdição (a data impressa no rosto é 1862), que diz ter escrito em quinze dias (“os mais atormentados da [sua] vida”, de acordo com a Introdução da novela), durante a sua prisão na Cadeia da Relação do Porto por adultério. Esta obra, de tipo passional, será considerada, por Miguel de Unamuno, como o maior romance da Península Ibérica no género. Publica ainda O Romance d’Um Homem Rico. É editada, no Porto, uma biografia de Camilo, da autoria de J. C. Vieira de Castro. Em outubro, Camilo e Ana Plácido são julgados, o tribunal absolve-os, saem em liberdade e vão viver para Lisboa.

1862 – Publica Memórias do Cárcere.

1863 – Nasce Jorge, seu filho com Ana Plácido, em Lisboa, que vem juntar-se a Manuel, que nascera quando Ana ainda vivia com o marido. Publica diversas obras (como O Bem e o Mal e Noites de Lamego, entre outras). Começa a sair em folhetins de periódico no Rio de Janeiro, um romance seu.

1864 – Instala-se em São Miguel de Seide, em Vila Nova de Famalicão, juntamente com Ana Plácido, Jorge e Manuel, na casa que ela herda do marido, entretanto falecido, que se tornará, a partir deste momento, a residência permanente do casal até ao final da vida do escritor. Nasce-lhes o terceiro filho, Nuno. Publica Amor de Salvação e Vinte Horas de Liteira, entre outros. Inicia colaboração no “Diário de Notícias”. Camilo vê-se obrigado a viver da sua pena e a escrever abundantemente para dar uma existência condigna à família.

1865 – Publica novas obras, como, por exemplo, A Sereia e O Morgado de Fafe.
 
1866 – Publicado A Que de Um Anjo, que virá a ser considerado um dos seus melhores romances de sátira da vida política, O Judeu, um dos seus mais apreciados romances históricos, A Enjeitada, Vaidades Irritadas e Irritantes, etc.

1867 – Publica O Senhor do Paço de Ninães, cuja ação se desenrola desde a partida de D. Sebastião para Alcácer Quibir até às conquistas na Índia, e A Bruxa do Monte Córdova.

1868 – Publica Mistérios de Fafe e Retrato de Ricardina, entre outras obras. Publica, ao longo de dez meses, uma série de artigos na “Gazeta Literária do Porto”, que reúne em Mosaico e Silva de Curiosidades Históricas, Literárias e Biográficas. O filho Jorge, a quem, mais tarde, dedica carinhosamente um livro, é dado como louco. De facto, os filhos são uma preocupação: Jorge pelos seus problemas mentais e os outros dois pela vida boémia e desorientada que levam.

1869 – Vive cerca de um ano em Lisboa. Publica Os Brilharetes do Brasileiro.

1870 – É-lhe recusado o título de Visconde que solicita, por viver «amancebado».

1871 – É representado no Teatro D. Maria II, em Lisboa, o seu drama O Condenado, em defesa do amigo Vieira de Castro, condenado por ter assassinado a mulher, supostamente adúltera. Publica Voltareis, ó Cristo?. Faz um primeiro leilão da sua biblioteca, por causa das difíceis condições de subsistência.

1872 – Publica-se em Madrid a tradução em castelhano de Amor de Perdição. D. Pedro II, Imperador do Brasil, concede-lhe a Ordem da Rosa. Publica, entre outros, o romance O Carrasco de Victor Hugo José Alves.

1873-1874 – Publica O Demónio do Ouro e O Regicida. Em janeiro de 1874, sai o n.º 1 de Noites de Insónia, oferecidas a quem não pode dormir, publicação mensal. Publica o volume Correspondência Epistolar entre José Cardoso Vieira de Castro e Camilo Castelo Branco. (O amigo tinha, entretanto, morrido no degredo, em Angola). Quase toda a sua restante correspondência e as polémicas serão publicadas postumamente, em grande parte por Alexandre Cabral.

1875 – Publica A Filha do Regicida, um romance histórico.

1875-1877 – Saem, em “publicação mensal”, a público, sucessivamente, as Novelas do Minho, que o integrarão na escola realista, anteriormente inaugurada programaticamente por Eça de Queirós. Em 1876, publica um Curso de Literatura Portuguesa. Os seus problemas de saúde, nomeadamente as dificuldades de visão, agravam-se.

1879 – Publica Eusébio Macário, apresentado, na edição d’O Primeiro de Janeiro de 27 de julho, como “primeiro romance da longa coleção faceta, sob o título geral de ‘Sentimentalismo e História’”.

1880 – A referida coleção consta de três obras: neste ano, publica a Corja e, em 1882, A Brasileira de Prazins. Apresenta-se com o objetivo de fazer «destroços», através da paródia de alguns recursos da «nova escola», mas o último é considerado como uma magistral adaptação da já antiga e consagrada escrita camiliana às características do novo programa realista.

1885 – Por lei de 20 de julho, o rei D. Luís concede-lhe o título de Visconde de Correia Botelho. É nomeado Académico Correspondente da Real Academia Sevilhana de Buenas Letras, a 1 de abril.

1885-1886 – Publica a «Crónica mensal de Literatura amena», Serões de São Miguel de Seide, «novelas, polémica mansa, crítica suave dos maus livros e dos maus costumes». Saem seis fascículos. Em 1886, publica Boémia do Espírito e Vulcões de Laura, o seu último romance.

1888 – Apesar da consulta cada vez mais assídua a médicos, no Porto e em Lisboa, o seu estado de saúde é cada vez mais débil. Casa, finalmente, com Ana Plácido, a 9 de março, a fim de garantir a segurança financeira aos filhos, num período em que a relação estava gasta pela erosão e por uma convivência tensa. Envia ao amigo Freitas Fortuna uma carta que ele próprio considera como uma “cláusula testamentária”, com disposições sobre o seu “cadáver” e o local onde quer ser sepultado. É feito Visconde de Correia Botelho.

1889 – Funda com Tomás Ribeiro Mensageiro, cujo n.º 1 é “consagrado a Sua Majestade Imperial o Sr. D. Pedro d’Alcântara”, e reúne um conjunto de textos memorialísticos em Delitos da Mocidade. Obtém uma pensão vitalícia para o filho Jorge, cuja loucura é irreversível.

1890 – A 1 de junho, suicida-se com um tiro na fronte, após a visita que lhe faz o oftalmologista Edmundo Machado, que lhe confirma a cegueira irremediável. De acordo com J. Viale Moutinho (2009), Camilo escrevera ao especialista a solicitar que o visitasse e examinasse, com estas palavras: “Sou o cadáver representativo de um nome que teve alguma reputação gloriosa neste país, durante 40 anos de trabalho. Chamo-me Camilo Castelo Branco e estou cego.” Na verdade, no final da vida, sente-se atormentado pela doença e pela ameaça da cegueira. É frequentemente assolado pela instabilidade psíquica e por período de grande desânimo. É sepultado no Porto, no cemitério da Lapa, no jazigo do velho amigo Freitas Fortuna. A certidão de óbito regista que morreu aos 64 anos. Nas Trevas – Sonetos Sentimentais e Humorísticos é a última obra do escritor publicada em vida.

Bibliografia:

. imprensanacional./pt/camilo-castelo-branco/;

. Jacinto do Prado Coelho, Introdução ao Estudo da Novela Camiliana, 2.ª ed., 2.º vol., 1983.

. José Viale Moutinho, Memórias Fotobiográficas (1825-1890), Lisboa, Ed. Caminho, outubro, 2009.

. Amor de Perdição, Coleção Resumos, Porto Editora;

. livro.dglab.gov.pt

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...