Português: 03/01/12

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

2011: Coisas inesquecíveis ouvidas na TV e arredores

  • "O ministro das Finanças não tem qualquer visão sobre como é que o país se há-de desenvolver e tal..." (António Costa, «Quadratura do Círculo»);
  • "A Europa não está a ser séria. Andam todos a fazer cada qual o seu joguinho. Os holandeses são capazes de vender a mãe se lhes pagarem bem. Os suecos julgam-se superiores. Os noruegueses (...), um rapaz que fazia Pilates comigo foi à Noruega, deixou lá o curriculum e já o chamaram. (...) O Sarkozy-Cosifantuti... é mau para os países terem líderes ridículos..." (Raul Rosado Fernandes). [Silêncio] "Deixe-me fazer-lhe uma última pergunta..." (Ana Lourenço). (...) "Eu conheci a Tatcher..." (RRF). "Um bom Natal!" (AL).
  • "Aos 40 percebi que era imortal..." (Diogo Infante);
  • [Um homem que se] "passeia pelos salões dos poderosos, come pastéis de bacalhau na leitaria da esquina, frequenta seminários académicos, bebe um refresco em locais imagináveis e trata por tu grandes e pequenos..." (António Barreto sobre Gonçalo Ribeiro Telles);
  • "Já é uma tradição nas cimeiras dos países mais ricos do mundo." (Luís Delgado, sobre a presença de estrangeiros na manifestação da Assembleia da República);
  • "Portugal não é monótono." (António Barreto);
  • "Cavaco Silva devia condecorar Teixeira dos Santos." (Miguel de Sousa Tavares);
  • "Se não houver nem um protesto, parecemos parvos." (Francisco van Zeller);
  • "Devíamos ir buscar dinheiro às empresas de utilidades." (Luís Delgado);
  • "Uma das coisas que aprendi [riso abafado] em Washington foi que na vida pública ou se está sentado à mesa ou se faz parte do menu. Eu próprio tive essa experiência recentemente em que fui incluído num cardápio qualquer. Quem é que é aqui o menu?" (Mário Crespo sobre o caso Secretas / Bernardo Bairrão). "Mário, a sua linguagem é muito críptica." (Ângelo Correia);
  • "Manifestamente, eventualmente, esse é um problema que vamos ter que resolver." (Mário Crespo);
  • "A Santa Casa da Misericórdia precisa de um gestor. Mandem o Dr. Santana Lopes para a OCDE." (Henrique Neto);
  • "Depois de um confronto destes [pausa], como é que os senhores pessoalmente ficam um com o outro? Ficam zangados?" (Mário Crespo, no fim de um frente-a-frente entre Alfredo Barroso e Teresa Caeiro);
  • "Algo me diz que isto não vai ser tão mau como parece." (Medina Carreira);
  • "Não posso fazer comentários, não tenho elementos." (inédito  de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso Secretas / Bernardo Bairrão);
  • "Vou contar um episódio do dia de hoje. Fui à mercearia, gastei vinte e tal euros. Ao meu lado estava uma senhora muito bem parecida que me atraiu. Era brasileira e comprou três pães. Porque é que esta senhora há-de acreditar em Deus?" (Mário Crespo);
  • "Vou-lhe fazer uma pergunta daqui a cinco minutos - Deus existe?" (Mário Crespo, antes de prosseguir a emissão com uma peça sobre o rating da Grécia);
  • "O meu minuto vai ser um minuto rápido." (João Semedo, deputado do BE);
  • "Sondagens - mantém-se o empate técnico, mas o PS aproximou-se do PSD nas últimas horas." (Mário Crespo);
  • "Há uma grande imprecisão, visto que tanto um está à frente como depois está o outro, mas isto vai andando." (Mário Soares, sobre os resultados das sondagens);
  • "Eu não disse que não seria primeiro-ministro com o FMI, disse que não estava disponível para governar com o FMI. É completamente diferente." (José Sócrates);
  • "Para que tudo corresse bem, foram precisos muitos, muitos preservativos." (João Adelino Faria, referindo-se aos preparativos do casamento real britânico);
  • "Projetar categorias morais no fenómeno político dá mau resultado." (Francisco Assis);
  • "Crescimento económico e poupança. São as duas coisas que é necessário para o crescimento económico." (Daniel Oliveira);
  • "Estamos todos histéricos." (Luís Delgado);
  • "O VW Golf é um bem essencial? (peça da RTP, questionando a razoabilidade do desagravamento do IVA do golfe anunciado pelo governo);
  • "Não, não. Não estou interessado em lugares. Estou num processo de pensamento." (Santa Lopes);
  • [É justo o aumento do salário mínimo] "porque a Malta já nos passou à frente." (representante da CGTP à TVI);
  • "É bom que os portugueses saibam que, na Lua, têm um espaço familiar, que é a cratera Vasco da Gama." (Pacheco Pereira, «Ponto Contraponto»);
  • "Cavaco Silva não quis falar sobre o FMI, alegando que era domingo e estava a caminho das queijadas de Sintra." (abertura do noticiário da SIC).

(c) Zélia Pinheiro, in Corta-Fitas

A emigração

     José Cesário, secretário de estado das Comunidades, estima que, durante o ano de 2011, 100 a 120 mil portugueses tenham emigrado, maioritariamente em resultado da degradação da situação económica do país.

     Em 1670, o Padre António Vieira, num sermão pregado na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, afirmou o seguinte sobre esta temática da emigração: «Nascer pequeno e morrer grande é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra; para nascer, Portugal; para morrer, o mundo.»

     Passam os séculos, mas as circunstâncias permanecem. Cabe-nos, como defende Vieira, transformar algo que é motivo de tristeza e desesperança numa oportunidade de alcançar a grandeza.
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