Português: 14/02/15

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Sexta-feira 13


          Sexta-feira 13 é considerado um dia de azar e um poço de superstições. Qual será a origem desta associação do dia a diversos mitos, crenças e curiosidades? Uma coisa é certa: todos os meses começados a um domingo terão uma sexta-feira 13.

          O medo resultante da ocorrência deste dia tem um nome: parascavedecatriafobia. O Instituto da Fobia de Ashville, na Carolina do Norte, Estados Unidos, estima que entre 17 e 21 milhões de norte-americanos sofram desta doença, que também é conhecida por frigatriscaidecafobia. Muitas destas pessoas não saem de casa quando a sexta-feira coincide com o dia 13 do mês, com medo que algo de mal lhes aconteça. Por outro lado, há quem sofra de um medo incontrolável apenas do número 13. Essa fobia também está estudada cientificamente e chama-se triskaidekaphofia. O cantor brasileiro Roberto Carlos, por exemplo, tem tanto medo dos maus agouros que às sextas-feiras 13 simplesmente não trabalha. Pelo sim, pelo não, tira folga nos outros dias 13 do ano. Em vários países asiáticos, nomeadamente no Japão, o número 13 não existe nos prédios. Os números dos elevadores dos prédios mais altos, por exemplo, saltam do 12 para o 14.
          Por outro lado, este dia é pródigo em acontecimentos trágicos:
. O dilúvio bíblico, relatado no livro do Génesis, terá começado precisamente numa sexta-feira 13. Só Noé ‑ e a sua família ‑, instruído por Deus a construir uma arca que pudesse albergar um casal de cada espécie existente na Terra, escapou.
. A queda do avião que levava a equipa uruguaia de rúgbi nos Andes foi numa sexta-feira 13, em 1972.
. O maior incêndio da história da Austrália, onde todos os anos ardem quilómetros e quilómetros de floresta, deflagrou a uma sexta-feira 13, em 1939. Nesse dia, mais de 20 mil quilómetros quadrados de floresta arderam e 71 pessoas perderam a vida.
. De acordo com uma seguradora britânica, nas sextas-feiras 13 o número de acidentes de automóvel sofre um acréscimo na ordem dos 13%.

          As explicações em torno desta superstição são várias e de diversas origens.
          Uma das principais explicações provenientes do Ocidente prende-se com a Última Ceia, durante a qual Jesus se sentou à mesa com 12 apóstolos, sendo ele o 13.º elemento na mesa. Além disso, foi crucificado numa sexta-feira.
          Outra das mais comummente aceites está relacionada com a ordem dos Templários. O rei Felipe IV de França sentia-se ameaçado pelo poder e influência exercidos pela Igreja católica no país. Para contornar a situação, tentou entrar na ordem religiosa dos Cavaleiros Templários, que gozava de grande prestígio. No entanto, o seu pedido foi declinado. Enfurecido, terá ordenado a perseguição dos templários. Os que foram encontrados foram presos (aos milhares), excomungados e até queimados na fogueira. Tal sucedeu numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307.
          A mitologia nórdica procura explicar a maldição das sextas-feiras 13 a partir de um grande banquete organizado pelos deuses em Valhalla, no qual o seu chefe, Odin, terá reunido outras onze importantes divindades. Uma delas, Loki, o deus da discórdia e do fogo, ofendida por não ter sido convidada, foi ao encontro, enganou um deus cego para que este ferisse Balder (ou Baldur), favorito de Odin, ato que resultou na morte de Balder. Daqui terá surgido a ideia que juntar 13 pessoas à mesma mesa é sinal de desgraça. Por isso, fica um de fora, ou se convida um décimo quarto.
          Um segundo mito da mitologia nórdica explica esta superstição com o processo de cristianização dos povos bárbaros que invadiram a Europa no início do período medieval. Antes da conversão, eram politeístas e muito devotos de Friga, deusa do amor e da beleza. Com o processo de conversão, passaram a amaldiçoá-la como uma bruxa. Então, todas as sextas-feiras, Friga terá passado a reunir-se com 11 feiticeiras e com o Diabo, rogando pragas contra os homens.

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