Português: 13/11/12

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Perfil de Alberto Caeiro

Perfil de Alberto Caeiro, traçado a partir da leitura da carta a Adolfo Casais Monteiro.

1. Aspetos biográficos:
          a) Nascimento: 16 de abril de 1889, em Lisboa.
          b) Falecimento: 1915, Lisboa, vítima de tuberculose.
          c) Profissão: nunca exerceu qualquer profissão; viveu à custa de pequenos
                               rendimentos.
          d) Educação: instrução primária (4.ª classe).
          e) Família:
                    - órfão de pai e mãe muito jovem;
                    - vivia com uma velha tia-avó, de pequenos rendimentos, no campo, numa
                       quinta do Ribatejo.

2. Retrato:
          a) Traços físicos:
                    - estatura média;
                    - aspeto frágil;
                    - cara rapada;
                    - louro sem cor;
                    - olhos azuis.

3. Obra
          a) Obras:
                    - O Guardador de Rebanhos;
                    - O Pastor Amoroso;
                    - Poemas Inconjuntos.
          b) Relação com Pessoa e heterónimos: é considerado o Mestre.
          c) Traços poéticos:
                    - ausência de pensamento metafísico;
                    - ausência de racionalização.
          d) Relação com a escrita: escreve mal o português.
          e) Génese: 8 de março de 1914, o "dia triunfal" da vida de Pessoa, pois nele
                           apareceu o seu «Mestre», «"pur pura e inesperada inspiração".

O nome: Alberto Caeiro

     De acordo com o sítio http://www.umfernandopessoa.com, o nome deste heterónimo de Fernando Pessoa seria explicável do seguinte modo...

     Alberto, um nome de origem germânica, significa «calmo» ou «nobre».

     Por seu lado, Caeiro relacionar-se-ia com cal e por isso com branco, remetendo para os versos do heterónimo - brancos por não possuírem rima - e para o facto de ele não crer em nada além do que vê. Assim, a sua compreensão da realidade seria, igualmente, branca, sem nada escrito nela. Além disso, em determinadas culturas, o branco é a cor funerária, do esquecimento e da perda de tudo.

     Deste modo, associando o nome e o sobrenome, Alberto Caeiro significaria «a nobreza calma do esquecimento das coisas».

     Há, ainda, quem seja audaz e associe o nome «Caeiro» a «(Mário de Sá-)Carneiro», o grande amigo de Pessoa e que desempenhou um papel, simultaneamente, importante e involuntário no surgimento deste heterónimo, pois, segundo a carta sobre a génese dos heterónimos, ele teria surgido para pregar uma partida a Mário de Sá-Carneiro.
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