terça-feira, 27 de julho de 2021
Resumo do Canto I da Ilíada
A
narrativa propriamente dita começa nove amos (quase dez) após o início do
conflito bélico, no momento em que os Aqueus saqueiam uma cidade aliada de
Troia e capturam duas jovens e belas donzelas: Criseida e Briseida. Agamémnon,
o comandante do exército aqueu, reclama Criseida para sua escrava e concubina,
enquanto Aquiles fica com Briseida. Crises, o pai da primeira e sacerdote de
Apolo, implora a Agamémnon que lhe devolva a filha, oferecendo em troca um rico
resgate. No entanto, o monarca grego recusa-se a satisfazer o pedido do pai
ferido, por isso reza a Apolo, que envia uma praga sobre o acampamento grego
que causa a morte de muitos soldados.
Passados
dez dias do surgimento da praga, Aquiles reúne o exército aqueu no sentido de
averiguar a sua causa. Calcas, um adivinho, revela então que ela constitui uma
vingança enviada por Apolo a pedido de Crises por causa de Agamémnon se ter
recusado a devolver a filha ao sacerdote, o que provoca a fúria do líder do
exército grego, que declara que só devolverá Criseida se Aquiles lhe der
Briseida como compensação. Esta exigência humilha e enfurece o maior guerreiro
aqueu, que ameaça retirar-se da guerra e levar consigo os Mirmidões, os seus
guerreiros. A discussão entre os dois sobe de tom e somente a intervenção de
Atenas impede Aquiles de matar Agamémnon. Os conselhos da deusa e o discurso
sábio de Nestor conseguem, por fim, impedir o duelo.
Nessa
noite, Agamémnon envia Criseida de volta para o seu pai e manda enviados +ara
Briseida seja retirada da tenda de Aquiles e conduzida à sua. Aquiles pede,
então, a Tétis, deusa do mar e sua mãe, que solicite a Zeus que castigue os
Aqueus, depois de lhe ter contado a sua discussão com Agamémnon. Tétis promete
falar com o chefe dos deuses, que lhe deve um favor, assim que ele regressar de
um período de treze dias de festa com os etíopes. Enquanto isso, Ulisses
devolve Criseida ao pai e faz sacrifícios em honra de Apolo. O regresso da
filha deixa Crises muito feliz e reza ao deus para que termine a praga enviada
sobre o acampamento grego. Apolo aceita a oração e Ulisses regressa para junto
dos seus companheiros.
Sucede
que Aquiles, depois do confronto com Agamémnon, não voltou a participar na
guerra. Entrementes, passados doze dias, Tétis fala com Zeus, como havia
prometido ao filho, mas o pai dos deuses hesita em ajudar os Troianos, pois
Hera, sua esposa, está do lado dos Gregos, mas acaba por concordar, o que deixa
a deusa furiosa, porém o seu filho Hefesto convence-a a não iniciar um conflito
entre os deuses por causa de meros mortais.
Introdução à Ilíada
Significado do título Ilíada
O termo Ilíada (em grego antigo: Ἰλιάς) é uma palavra grega que significa «poema sobre Ílion» (ou «Ílio»), que é um nome alternativo para designar a cidade de Troia, o cenário da guerra que está no centro da obra.
Estrutura da Ilíada
▪ Canto I;
▪ Cantos II a X;
▪ Cantos XI a XIV;
▪ Cantos XV a XIX;
▪ Cantos XX a XXIV.
a) Agamémnon toma Briseida de
Aquiles;
b) Zeus promete a Tétis punir os
Aqueus por causa da afronta de Agamémnon a Aquiles;
c) Mortais e deuses combatem e são
feridos em batalha;
d) Zeus proíbe os outros deuses de interferir
na guerra;
e) Com a ajuda de Zeus, Heitor ataca
os navios aqueus;
f) Heitor mata Pátroclo;
h) Príamo implora a Aquiles o corpo
de Heitor;
Depois
de uma breve Proposição e Invocação, a Narração inicia-se «in
medias res» (isto é, no meio dos acontecimentos): Crises avança até às naus
dos Aqueus, para implorar que lhe seja restituída a sua filha Criseida, pela
qual oferece um riquíssimo resgate.
Por
outro lado, a ação possui um só fio condutor, retardado por diversos episódios,
que conferem variedade à narrativa, conseguida através de alguns processos
literários, como, por exemplo, a mudança de cena terrestre para o Olimpo, os
símiles, a breve biografia de uma vítima menor, variantes estilísticas (como a
apóstrofe ou a interrogação retórica), a narração feita na ordem inversa dos
acontecimentos, etc.
O poema narra os acontecimentos
decorridos no período de pouco mais de 5o dias no décimo ano da Guerra de
Troia, em 15693 versos em hexâmetro datílico, compostos num misto de dialetos,
resultando numa língua literária artificial que nunca foi, de facto, falada na
Grécia, distribuídos por 24 livros ou cantos de tamanho desigual, identificados
pela tradição literária com as letras do alfabeto grego.