Português: 28/11/19

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Análise da Cena III do Ato I de Frei Luís de Sousa

Diálogo Madalena – Maria

Tema: o possível regresso de D. Sebastião.


Perspetiva e reação das personagens sobre e ao tema

Maria, como personagem sebastianista, acredita piamente que D. Sebastião está vivo e vai regressar num “dia de névoa muito cerrada” e fundamenta a sua posição em argumentos como a fé e a crença do povo que, segundo ela, terá toda a razão de ser.
Curiosa e intuitiva, questiona por que razão o pai, sendo tão patriota, não gosta de ouvir falar no regresso do rei, que iria retirar do trono português o rei espanhol, e chega a alvitrar a possibilidade de ser pró-castelhanos, não obstante toda a sua postura patriótica, por ele revelada através de palavras e ações.
Note-se como, nesta cena, as palavras e atitudes de Maria revelam todo o seu extraordinário poder de observação e de análise de comportamentos.

Telmo Pais crê profundamente no regresso de D. Sebastião, mantendo viva igualmente viva a esperança no retorno do seu amo, D. João de Portugal.

Por seu turno, D. Madalena procura demover a filha e afastá-la dessas ideias, fazendo uso, inicialmente, de argumentos racionais: (a) os relatos dos tios Frei Jorge e Lopo de Sousa, homens cultos, sobre o que aconteceu na batalha e (b) a desvalorização das crenças populares, que apresenta como quimeras (ilusões).
Quando verifica que a sua argumentação não resulta, aflige-se a chora. As reações dos pais devem-se ao facto de a sobrevivência e o regresso de D. Sebastião e D. João de Portugal, cuja morte nunca fora confirmada, implicariam a nulidade do seu casamento e a ilegitimidade de Maria. Deste modo, as constantes referências ao assunto adensam os seus receios e terrores.

Segundo Maria, o seu pai, Manuel de Sousa, perante esta possibilidade, muda de semblante, fica pensativo e carrancudo, o que mostra que não estará totalmente certo da morte de D. Sebastião, e leva a filha a, por momentos, duvidar do seu patriotismo.


Visão de Maria sobre D. Sebastião

Para Maria, D. Sebastião é um herói por quem nutre grande admiração e em quem deposita todas as esperanças para resgatar Portugal das garras do domínio castelhano: “o nosso bravo rei”, “o nosso santo rei D. Sebastião”, etc.


Resumo e análise do prólogo de Romeu e Julieta

Resumo
Como prólogo da peça, o Coro entra. Num soneto de catorze linhas, o Coro descreve duas famílias nobres (chamadas “casas”) na cidade de Verona. As casas mantêm um "rancor antigo" (Prólogo.2) uma contra a outra, que continua a ser uma fonte de conflito violento e sangrento. O Coro afirma que dessas duas casas aparecerão dois amantes “cruzados de estrelas” (Prólogo.6). Esses amantes vão consertar a disputa entre as suas famílias, morrendo. A história desses dois amantes e o terrível conflito entre as suas famílias será o tema desta peça.

Análise
Este discurso de abertura do Coro serve como uma introdução a Romeu e Julieta. Recebemos informações sobre o local da peça e algumas informações básicas sobre as suas personagens principais.
A função óbvia do prólogo como introdução à Verona de Romeu e Julieta pode obscurecer a sua função mais profunda e importante. De facto, o prólogo não define apenas o cenário da peça, mas diz ao público exatamente o que vai acontecer nela. Assim, refere-se a um casal fatalmente condenado à partida com o uso da palavra "estrela cruzada", que significa, literalmente, contra as estrelas. Pensa-se que as estrelas controlam o destino das pessoas. Mas o próprio prólogo cria essa noção de destino, fornecendo ao público, mesmo antes do início da peça, o conhecimento de que Romeu e Julieta morrerão. Aquele, portanto, assiste à peça com a expectativa de que ela cumpra os termos estabelecidos no prólogo. A estrutura do texto em si é o destino do qual Romeu e Julieta não podem escapar.
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