O
rei português D. João V foi um dos reis cujo reinado durou mais tempo. Filho de
D. Pedro II e D. Maria Sofia, este indivíduo nasceu em 1689 e faleceu em 1750.
Tomou posse do trono português a 1 de janeiro de 1707 e era um rei absolutista.
Casou com a princesa da Áustria, que se chamava Maria Ana, com quem teve seis
filhos. Porém o ato de procriar não foi fácil de conseguir, pois por mais que
tentassem, a rainha não conseguia engravidar e para que isso acontecesse, sua
alteza mandou construir um convento em Mafra.Este homem é duramente criticado
por José Saramago no Memorial do Convento
e por Herman José num programa que esteve em emissão há alguns anos atrás.
No primeiro caso, este
escritor critica este rei pela sua megalomania, infidelidade, vaidade, má
administração do país e das finanças, pelo poder absolutista e arbitrário,
pelos gastos excessivos e principalmente pela construção do convento e pela
exploração e miséria a que o povo estava sujeito. Segundo este autor, a
construção desta obra foi um desperdício enorme do ouro e riqueza que vinha do
Brasil, pois este monumento é uma obra que não tem utilidade servindo apenas
para que sua majestade demonstre a sua grandiosidade e extravagância, pondo em
causa a saúde dos trabalhadores que eram tratados como escravos.
No
segundo caso, o humorista Herman José interpreta esta personagem representando
as suas atitudes, gestos e palavras, com o objectivo de o criticar. Nesta
entrevista podemos comprovar como era este indivíduo. Esta personagem mantém ao
longo da conversa uma atitude rude, mal-educada, violenta, crítica
(relativamente à actualidade), usa uma linguagem imprópria e inconveniente,
manifesta a sua infidelidade agarrando numa jovem e colocando-a ao seu colo,
tem atitudes desagradáveis a até mesmo bastante sujas, pois solta os seus
“flaps” em qualquer momento, e demonstra a sua megalomania e o seu poder. Porém
a crítica principal vai sendo feita ao longo do diálogo quando se fala na sua
vida extraconjugal e nos seus inúmeros filhos bastardos, no facto de a rainha
não conseguir engravidar e então o rei prometer construir um convento para que
isso acontecesse e quando se fala na construção dessa obra que segundo o
entrevistador “tem as caves cheias de ratos”. Quando se fala neste último aspecto,
sua alteza não consegue explicar ao certo a utilidade deste monumento.
Em
suma, estes dois críticos, põem em causa a construção deste convento
questionando a sua utilidade e criticam duramente sua majestade pela sua vida,
pelas suas atitudes e pelas suas opções.
Luís R.