● Título
O título do poema surge em inglês. O
adjetivo “green” remete para a cor que predomina na natureza – o verde –,
a qual nos remete também para questões ambientais.
O nome “God” associa a figura
descrita no poema a um “deus”, que, no entanto, possui traços humanos: o corpo
(v. 3), os passos (v. 8), os braços (v. 9) e o sorriso (v. 11).
● Análise do poema
▪ 1.ª estrofe
• O corpo do “Green God” é associado, nos dois primeiros versos, à graciosidade das fontes e, nos versos 3 a 5, é comparado a um rio e à sua serenidade.
• As fontes simbolizam a água viva e a pureza, sendo, por isso, símbolo de vida.
• O rio simboliza o movimento, a passagem, a fertilidade, a renovação, a juventude.
• Deste modo, o retrato que a primeira estrofe nos permite traçar do Green God é caracterizado pela graciosidade, pela serenidade, pela juventude e pela vitalidade, em comunhão com a natureza.
▪ 2.ª estrofe
• A segunda estrofe abre com nova comparação: “Andava como quem passa / sem ter tempo de parar” (vv. 6-7).
• De seguida, é descrito
o processo de vegetalização do corpo: o “deus” vai-se metamorfoseando e
fundindo com a natureza, que, por sua vez, se vai transformando à medida que
ele passa:
‑ ervas nascem dos seus
passos;
‑ troncos crescem dos
seus braços;
‑ transforma-se numa flor ao vento, que se vai desfolhando ao dançar (vv. 12-13).
• É um deus, portanto, criador de vida.
▪ 3.ª estrofe:
• Esta estrofe inicia-se com nova comparação: o “deus” sorria como quem dança.
• O vocabulário
predominante na estrofe pertence ao campo da dança e realça a vitalidade, a
graciosidade e a alegria do corpo, dançando e tremendo ao ritmo da música.
● Retrato do Green God
▪ É um deus vivo e criador: os seus passos criam ervas e o seu corpo cria troncos.
▪ É um deus que sorri e dança quando passa, criando uma atmosfera de encantamento.
▪ É um deus que se vegetaliza, que transforma e se funde com a natureza. O processo de vegetalização do seu corpo atesta o seu caráter telúrico.
▪ É um deus associado às artes, nomeadamente à poesia, à dança e à música.
● A tradição literária e a contemporaneidade no poema
▪ O tema da natureza está presente na literatura portuguesa desde a Poesia Trovadoresca, passando pelos clássicos renascentistas, até à contemporaneidade.
▪ O mesmo sucede com a temática do bucolismo, presente na imagem da flauta.
▪ O uso do verso heptassílabo está presente na literatura nacional desde o Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, e dos clássicos renascentistas.
▪ A modernidade/contemporaneidade deste poema reside na abordagem ecológica da temática da natureza.