Português: 14/02/13

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

«Persistência da Memória»

«Persistência da Memória», Salvador Dali

Uma imagem que perdura

“Persistência da Memória” é o título atribuído por Salvador Dali a uma das suas principais pinturas a óleo. Dali nasceu em Figueres, Catalunha, a 11 de maio de 1901 e faleceu a 23 de janeiro de 1989, na sua terra natal. Formou-se na Escola de Belas-Artes de San Fernando em Madrid, destacando-se sobretudo pelo seu trabalho surrealista. As suas obras atraem a atenção pelas incríveis combinações de imagens bizarras, oníricas, com excelente qualidade plástica. O seu trabalho mais conhecido, “Persistência da Memória” foi concluído em 1931 e está exposto no Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque, desde 1934.
Na tela, encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas, cujas formas derivam de um queijo (camembert) que o autor observava enquanto pintava. O pintor mostra o tempo e a memória, através dos relógios moles e dependurados, sugerindo que o tempo é maleável, não é rígido, mas sim mutável, relativo, onde passado e presente se fundem. Observa-se nas formas dos relógios uma evidente conotação sexual, sobretudo no relógio central, estendido sobre uma pedra que simula a caricatura do próprio Dali, representado no quadro de olhos fechados e caído, sendo destacado, num fundo preto, como uma premonição do seu tempo futuro. O artista coloriu os relógios de azul, cor do espaço infinito, cuja perspetiva também se direciona ao infinito.
Na obra, estão também presentes formigas na parte de trás do relógio laranja e uma mosca no relógio derretido à esquerda. As formigas representam a decadência, e o ato de atacar o relógio como se ele fosse um produto orgânico é outro sinal da sexualidade inserida na obra, onde as formigas procuram satisfazer os instintos. A mosca em cima do relógio figurativamente indica que o tempo voa.
 Ao ver o terreno, percebe-se que não existe qualquer vegetação ou vida no solo ou até mesmo na água vista no horizonte. O artista retratou o tempo parado e a vida morta pela pausa do tempo, ou seja, sem o tempo não há vida, segundo Dali. O solo pintado de cor terra, pó da vida eterna, uma vez que tudo vira terra e se renova. As cores do anoitecer delimitam a linha do horizonte, encontro de terra e mar, fundidos no céu infinito, misto de sonho e realidade. A obra tem como fundo a paisagem de Porto Lligat, em Barcelona. Os penhascos e o mar são iluminados com uma luz transparente e melancólica, uma vez que este lugar faz relembrar Dali da sua infância. Pode notar-se também um contraste entre o macio e o duro, estando o primeiro representado pelos relógios e o segundo pelos rochedos.
A obra “A Persistência da Memória” foi assim nomeada devido ao facto de ser dificilmente esquecida. Segundo Dali, as formas e as cores da obra ficam gravadas na memória até mesmo de quem a observou apenas uma vez.
Esta obra centra-se na obsessão humana com tempo e a memória. Sendo uma pintura que desencadeia variadas interpretações e controvérsias devido a origem dos relógios derretidos, sendo portanto um desafio descodificá-la e uma imagem inolvidável.

Bibliografia:
          - www.artgalleryabc.com/next90.html;
          - http://pt.wikipedia.org/wiki/Salvador_Dal%C3%AD;
          - http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Persist%C3%AAncia_da_Mem%C3%B3ria;
          - http://www.infopedia.pt/$persistencia-da-memoria-(pintura);
          - http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/01/07/903289/conheca
            -persistencia-da-memoria-salvador-dali.html.
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