Português: 27/05/13

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Pastores de Nuvens

Esta imagem que apresenta ser um cartoon, foi desenhada por Biratan Porto. Este é um “cartoonista” brasileiro que intitulou a figura com o nome de “Pastores de Nuvens”. Esta imagem foi exposta em “Água com Humor, V Porto Cartoon World Festival, no museu Nacional da Imprensa/ASA” em 2003.
            Alguns dos elementos que constituem esta imagem são por exemplo as nuvens que têm uma cor escura e estão divididas em grupos, estas parecem estar a ser guardadas, cada grupo por um único homem. Estes homens estão pobremente vestidos, um com calças rasgadas e descalço, outro por uma túnica e sandálias, ambos possuindo a barba por cortar. Outros dos elementos da figura são as bengalas que esses homens seguram, estas são tão compridas que chegam às nuvens. Outras unidades representadas na figura são as gotas de água que surgem das nuvens, as gotículas são escassas contudo cada uma delas tem uma espécie de bidão onde se vão depositar. Uma outra particularidade da figura é o seu terreno, esse é apenas constituído por areia e pedras.
             A intensão do cartoonista é alertar para a falta de água e para o desperdício desta que leva à desertificação de zonas que outrora foram ricas e férteis. Ao pôr os bidões por baixo de cada gota para as recolher ao caírem das nuvens, o pintor, está a tentar sensibilizar as pessoas que utilizam a água para os seus próprios fins a não continuarem com essa conduta. Podemos suportar essa ideia devido aos “pastores”, estes não permitem que a chuva acabe com a desertificação existente no solo, pois não a deixam cair no terreno.
            No poema de Alberto Caeiro, o autor admite que ele próprio é um pastor e que os seus pensamentos, que são provenientes dos seus sentidos, são o seu rebanho e quando escreveu o verso “Sei a verdade e sou feliz”, penso que ele queria transmitir aos leitores que a realidade nem sempre é tão boa como parece, estando assim relacionado com o cartoon, este último passa para o espectador uma realidade não tão boa do mundo.
            Na minha opinião acho que o “cartoonista” possuí uma perspetiva realista, pois está de acordo com o que acontece hoje em dia pois nós, a humanidade, alterámos e continuamos a alterar o ambiente explorando-o ao máximo mudando-o assim para pior, pois ao utilizarmos os seus recursos naturais sem os repor modificamo-lo, neste caso em a falta de água dá lugar a zonas desérticas.


Daniela E

Persistência da memória

                Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Doménech, 1º Marques de Dali de Púbo, foi um importante pintor catalão surrealista cujo trabalho mais conhecido foi “A persistência da memória”.
                Neste quadro, observamos em primeiro plano, uma espécie de ave no chão, uma oliveira seca, sem folhas e três relógios derretidos a marcar horas diferentes, enquanto que um quarto relógio permanece fechado e sólido, porém a ser devorado por pequenos insetos. Este é caracterizado pela sua cor vermelha, enquanto que os outros três apresentam cores douradas e prateadas. Este plano encontra-se á sombra e os relógios desvanecem-se numa ligeira escuridão. A luz solar está projetada no segundo plano, onde observamos os rochedos mais iluminados, onde predominam os tons amarelos, castanhos e azuis claros.
                As imagens flácidas dos relógios que se dobram mostram a abcessão humana com a passagem do tempo e com a memória, na medida em que, esta não é permanente e apenas  é constituída por algumas partes e representações. Os relógios a dilatarem-se e a ave que está no chão também a dissolver-se, o quarto relógio a ser devorado e a oliveira seca e sem folhas são premonições de morte que podem revelar o inconsciente do pintor, concluindo eventualmente que este tem medo da morte.
                Assim, através da linguagem imaginaria da memória e dos sonhos, Dali distorce a realidade, retira os objetos do seu contexto real tentando libertar-se da racionalidade e ultrapassar os limites da matéria em busca do abstrato e do insólito, tal como, o espaço e o tempo que se deformam e desvanecem, á medida que a mancha escura vai tomando conta do quadro.


Filipa P.

A irónica entrevista

Herman José, humorista da RTP, num dos seus programas representou juntamente com o ator Victor de Sousa, uma entrevista a el-Rei D.JoãoV. Nesta conversa entre o entrevistador (Victor de Sousa) e o Rei (Herman José), estão presentes várias características de D.JoãoV defendidas por José Saramago no “Memorial do convento”.
            Logo na entrada do absolutista estão presentes as seguintes características, a irresponsabilidade e a inconsciência, consequências da pouca idade deste senhor. Sendo estas visíveis no descer das escadas, de uma forma descomposta e desordeira e, quando chega ao pé do apresentador e pede comida, agindo como que se não estivesse sendo entrevistado.
            Ao longo da conversa vão surgindo outras características, tais como, a sua infidelidade e a vida dissoluta que levava. O facto de el-Rei ao observar a rapariga que lhe vai levar o pedaço de bolo, ele toma-lhe a mão e pede-lhe que se sente no seu colo, sendo este uma prova da sua libertinagem.
            Quase no fim da conversa, o apresentador chama à atenção do rei para o facto de este ter gasto, de uma forma desmedida, todo o ouro vindo do Brasil. Salientando assim, o seu gigantismo, o seu lado menos empreendedor e o seu luxo.
            Concluindo, nesta representação caracterizadora do rei, semelhante à forma como José Saramago caracterizou o absolutista no seu romance, de uma forma irónica e de modo a ridiculariza-lo, querendo com isto criticar o rei. Provavelmente o humorista queria relembrar José Saramago, tal e qual como um humorista faz, fazendo rir os espectadores, utilizando a descrição do jovem e irresponsável rei absolutista.

Inês A.
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