segunda-feira, 14 de outubro de 2024
A importância da escrita manual
domingo, 18 de agosto de 2024
Breve História da Escrita
domingo, 27 de agosto de 2023
Exemplo de texto de opinião sobre o poder das palavras
Planificação
- Título: O poder das
palavras.
- Introdução:
. Apresentação
da situação / tema: o poder das palavras.
.
Apresentação da opinião / posição pessoal: as palavras que constroem e as que
destroem.
- Desenvolvimento:
1.º argumento: há palavras boas,
que fazem bem.
Exemplos: gastronomia e plano amoroso.
2.º argumento: há palavras más,
que magoam e destroem.
Exemplo: exame médico.
- Conclusão: retoma da posição
inicial.
O
poder das palavras
Ricardo Araújo Pereira deu-me a honra de prefaciar
um livro meu. Nas primeiras linhas do seu prefácio, ele escreveu: “Faço com
palavras tudo o que é importante. Por exemplo, se quero que uma pessoa saiba
que gosto dela, recorro mais depressa a palavras do que, digamos, a beijos.”
Meditei nestas suas palavras e adicionei a sua moral a esta equação: bom
uso das palavras x uso bom das palavras ao quadrado = felicidade. As palavras têm um poder tremendo. Repito com assertividade:
as palavras têm um poder tremendo. Há palavras que edificam, outras que destroem;
umas trazem bênção, outras, maldição. E é entre estas duas balizas que a
comunicação vai moldando a nossa vida. Comecemos pela gastronomia. Na hora da refeição,
quem é que não saliva ao ler um crispy de peito de frango com emulsão
de gengibre e limão? Ou um bacalhau lascado com puré de batata doce e goiaba confit?
Antes de estes apetecíveis pratos chegarem à nossa mesa, já os pré-saboreamos
mentalmente. E quantas vezes a sedutora descrição dos pratos é bem mais
aprazível que o repasto propriamente dito? Há dias, num restaurante tradicional, um dos pratos
da ementa era bife raspado. Soou-me bem e pedi. O que era? Um simples
hambúrguer no prato. Estava apetitoso, sem dúvida, mas o prazer que senti ao
degustar as sílabas bi-fe-ras-pa-do antes de o dito prato pousar na
mesa foi infinitamente superior. No plano amoroso, as palavras têm também um poder
incrível. Outrora, nas cartas de amor, as palavras voavam distâncias,
marcadas pela saudade dos namorados; hoje, o impacto das palavras nas
relações amorosas é tão ou mais forte porque é imediato, à distância de um
clique. Casais apaixonados são unânimes em assumir que muitas vezes o flirt
verbal é tão poderoso quanto o próprio beijo ou toque. Nuns casos, as palavras
trocadas virtualmente são autênticos preliminares; noutros, conseguem ter
ainda mais impacto do que o toque real. E o poder da palavra silenciosa? O silêncio é ouro,
já ouviram dizer? Há palavras que deviam ser escondias num baú fechado a sete
chaves. Porque não edificam, porque magoam, porque destroem… Há uns tempos
fui fazer um exame médico. Após o questionário clínico habitual, a médica
prosseguiu: “Agora, vou fazer-lhe umas maldades”. Nesse instante, o meu corpo
sucumbiu e o desmaio tornou-se iminente. Ora, a palavra maldade magoou-me mais
do que o próprio exame. Teria sido muito sensato ter escondido tal palavra
num quarto escuro. Não teria magoado tanto. Se queremos relações pessoais e profissionais mais
saudáveis e felizes, usemos e abusemos das palavras positivas na nossa vida.
E não nos cansemos de elogiar. Palavras de louvor e honra trazem felicidade
não só a quem as recebe mas também, e sobretudo, a quem as oferece. Sandra Duarte Tavares, in Visão do dia 17/02/2017
|
sábado, 26 de agosto de 2023
Exemplo de texto de opinião sobre o uso de telemóveis nas aulas
Planificação
- Introdução:
.
Apresentação do tema – Ideias gerais sobre a presença e a importância da
tecnologia na sociedade.
.
Posição a defender: os telemóveis devem ser usados no ensino.
- Desenvolvimento:
1.º
argumento: o telemóvel permite obter informação de forma imediata, consultar
documentos didáticos, acessar a aplicações que possibilitam mais interatividade…
2.º
argumento: o uso do telemóvel no ensino pode contribuir para uma maior
responsabilização dos alunos.
3.º argumento
– contra-argumento: o telemóvel pode constituir um fator de distração,
prejudicando a aprendizagem.
- Conclusão:
. retoma da posição
defendida
. síntese das ideias
essenciais
O
telemóvel na sala de aula
A tecnologia está presente na vida do ser humano e
veio para ficar, discutindo-se, neste momento, por exemplo, todo o impacto da
inteligência artificial no nosso quotidiano presente e futuro. Neste
contexto, faz todo o sentido que a tecnologia, nomeadamente os telemóveis,
tenham lugar no ensino. Por um lado, os telemóveis permitem a consulta e a
pesquisa imediatas, o que pode tornar as aulas mais dinâmicas e interativas.
De facto, com eles os alunos podem visionar vídeos didáticos e imagens, obter
informação de toda a espécie através da Internet para complementar as aulas e
resolver tarefas sugeridas pelos professores. Além disso, é possível aceder a
diversas aplicações (como, por exemplo, o iSpring) que permitem maior
interatividade na resolução e na avaliação de atividades. Usando-as, os
alunos têm acesso imediato aos resultados de um teste interativo, aos aspetos
em que tiveram sucesso e àqueles em que falharam. Por outro lado, o uso autorizado de telemóveis na
sala de aula pode constituir uma forma de responsabilização dos discentes,
por exemplo, relativamente à sua não utilização sem permissão do professor.
Além disso, deste modo, poderão interiorizar a necessidade de utilizar responsavelmente
os materiais e gadgets tecnológicos, num contexto específico e
regulado. De facto, sobretudo no caso de alunos mais jovens e
que não possuem ainda maturidade suficiente para os utilizar nos momentos
adequados e autorizados, os telemóveis, dado que colocam à sua disposição um
mundo inteiro, podem constituir um fator de distração na sala de aula, sendo
usados, por exemplo, para jogar, para enviar mensagens, para navegar na
Internet e até para cabular nas provas de avaliação. Todos estes fatores acabarão
por prejudicar a aprendizagem e, por consequência, a avaliação. Em suma, os telemóveis devem ser usados no contexto
escolar, visto que podem ser uma ferramenta útil na aprendizagem, mas desde
que tal seja feito de forma organizada e com autorização e supervisão dos
professores. Proibir o seu uso não é solução, até porque eles estão cada vez
mais presentes na vida de quase todos. |
quinta-feira, 24 de agosto de 2023
Exemplo de texto expositivo sobre o Auto da Índia
. obra: Auto da Índia
. autor: Gil Vicente
. papel / função: comentar
as atitudes da Ama
. traços: fidelidade e
crítica da Ama
- Desenvolvimento – traços:
1)
fidelidade à Ama – ajuda-a a concretizar os seus desejos – encontros amorosos
com o Lemos;
2) ironia e
crítica à Ama, denunciando o seu comportamento.
A
importância da Moça A Moça é uma personagem secundária do Auto da
Índia, uma das peças mais importantes de Gil Vicente. Na obra, ela
contribui fortemente para a caracterização da protagonista, a sua ama.
Podemos destacar dois traços caracterizadores da peça: a fidelidade e a
feição crítica. Por um lado, a personagem mostra-se fiel à Ama,
ajudando-a a concretizar as suas ações e objetivos e nunca a denunciando (por
exemplo, ao marido). Este traço fica evidente quando a auxilia nos encontros
com o Lemos, indo inclusivamente às compras para o jantar de ambos. Por outro lado, a Moça mostra-se irónica e crítica,
pois, apesar da fidelidade, comenta criticamente as atitudes da Ama e a dos
seus pretendentes, o que contribui para desmascarar o caráter falso,
hipócrita e dissimulado da protagonista, bem como a pelintrice do Lemos e a
fanfarronice e a falsidade do Castelhano. Em suma, a Moça é uma personagem fundamental para o
conhecimento da verdadeira natureza da Ama. |
Normas da citação
•
contextualizar a citação;
•
transcrever as palavras citadas, tal como o original;
• colocar
as citações entre aspas;
•
assinalar eventuais cortes (por exemplo, quando o excerto citado é extenso e só
nos interessa parte dele) com reticências dentre de parênteses (retos ou
curvos);
•
indicar a referência completa de todas as obras citadas.
De acordo com Diniz Braga, “devido à evolução
tecnológica […], o mundo mudou bastante e as pessoas precisam de se adaptar a
essa nova realidade.” (Diniz; Braga, 2016, p.98) |
Segundo Martins et al., “O consumidor […], antes de
fazer uma compra, pesquisa informação sobre a empresa na Internet.” (Martins et
al., 2016, p.12 [Neste caso, trata-se de uma citação de um texto com
vários autores.] |
Exemplo de texto expositivo
Revisão textual
quarta-feira, 23 de agosto de 2023
Textualização
. Unir
os tópicos que constam do plano, fazendo uso de conectores e articuladores do
discurso que articulem corretamente as ideias do texto.
.
Respeitar o tema proposto, evitando divagações desnecessárias. Por exemplo, se
o enunciado indicar que a temática é a poluição dos mares, não se pode escrever
um texto sobre a poluição em geral ou outros tipos de poluição (sonora,
atmosférica, etc.).
. Não
mudar de assunto durante o texto.
.
Respeitar o fio condutor das ideias.
.
Acrescentar novas ideias ao longo do texto, evitando, assim, a repetição desnecessária
de informação.
. Não
se contradizer (por exemplo, num texto de opinião, não se pode apresentar
posições diferentes na introdução e na conclusão).
.
Adequar o texto ao público e à sua finalidade comunicativa.
.
Distribuir cada ideia nova por parágrafos: um novo parágrafo corresponde a uma
nova ideia.
. Ligar
as frases e as orações através de conjunções, locuções conjuncionais,
advérbios, conectores.
. Não
repetir vocabulário (substituir palavras por pronomes, hiperónimos / hipónimos,
etc.); diversificá-lo e adequá-lo ao tema.
. Não
alterar bruscamente o tempo verbal dominante do texto que está a ser escrito
(se se opta pelo passado, escreve-se no passado ao longo do texto; se se
escolhe o presente, mantém-se igualmente até ao final).
. Não
mudar bruscamente de pessoa gramatical. Convém ter presente que, no caso do
texto de opinião e do comentário, predomina a primeira pessoa, enquanto, no
texto expositivo, há um predomínio da terceira.
-regras de acentuação;
- regras de pontuação;
- marcação de parágrafos;
.
verificar se as concordâncias estão corretas (sujeito-verbo, nome-adjetivo,
etc.);
.
diversificar o estilo de frases;
- seleção de vocabulário adequado
ao tema e ao género ou tipo de texto.
. Respeitar
o intervalo de palavras indicado no enunciado.
. Respeitar
os princípios do trabalho intelectual, aplicando as normas para citação.
Planificação de texto
. o
objetivo;
. o
público-alvo;
. o
limite de palavras (se houver);
. as
indicações relativas a aspetos a incluir no texto.
. Num
texto expositivo, deve abordar-se, de forma organizada, as várias partes que constituem
o tópico geral do texto.
. Num
texto narrativo, devem incluir-se os elementos da narrativa e os momentos de
evolução da ação.
. Num
comentário, devem ser respeitados os tópicos apresentados ou selecionar os que
são pertinentes para a apreciação do texto, expondo conteúdos relacionados com
cada um deles.
. Deve
introduzir-se ideias novas que se relacionem com as anteriores e que permitam a
evolução do texto.
segunda-feira, 21 de agosto de 2023
Carta de apresentação (exemplo)
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023
domingo, 24 de outubro de 2021
Exposição / Texto expositivo
A exposição é um texto de caráter demonstrativo que visa divulgar informação sobre uma área ou domínio da realidade, de forma fundamentada e objetiva, ou seja, informar os leitores/ouvintes acerca de um determinado assunto.
A exposição responde ao como
e ao porquê, apresentando sempre informação fundamentada e ilustrada com
exemplos adequados.
Tendo em conta os seus objetivos, o
texto expositivo caracteriza-se pelo rigor e pela pertinência dos factos que
apresenta, pela clareza na justificação das ideias e pelo recurso a uma
linguagem simples e direta.
A exposição envolve processos como
identificar, caracterizar, analisar, relacionar um assunto e as ideias que a
ele estão associados.
Definição |
É
um texto de caráter demonstrativo sobre uma área ou domínio da realidade com
base em explicações e fundamentações. |
Exemplos |
• Manuais escolares (História,
Biologia…). |
Marcas
específicas de género |
• Mobilização de informação
significativa. • Natureza informativa: dá a conhecer
e caracteriza o tema/o assunto. • Carácter demonstrativo: elucida
acerca do tema/assunto, fundamentando-o. • Encadeamento lógico dos tópicos
tratados. • Concisão e objetividade. • Relevância de aspetos paratextuais. • Valor expressivo das formas linguísticas
(conectores, deíticos, …). |
Estrutura
e organização |
• Título: identificação
objetiva, clara e sintética do tema.
• Introdução: apresentação do
tema/assunto a tratar.
• Desenvolvimento: apresentação
organizada e lógica da informação (presença opcional de subtítulos, secções)
ilustrada/fundamentada com exemplos e/ou explicações relevantes (presença
opcional de ilustrações e esquemas).
• Conclusão: síntese e/ou recuperação
das informações expostas mais significativas.
• Outros elementos paratextuais:
subtítulo, epígrafe, prefácio, notas de rodapé, bibliografia, índice e
ilustrações (opcional).
|
Recursos
linguísticos |
• Linguagem clara, objetiva e rigorosa
marcada pelo uso de: - 3.ª pessoa; - frases declarativas; - verbos como ser, ter, consistir,
haver, pertencer, etc.; - formas verbais no presente (e também
no pretérito perfeito e futuro do indicativo); - conectores e marcadores discursivos,
sobretudo de causa e consequência e/ou adição; - frase passiva, usualmente, sem
complemento agente da passiva. • Registo formal. • Organizadores da informação:
subtítulos, alíneas, travessões, parênteses, sublinhados, reformulações… • Vocabulário do campo lexical do tema
desenvolvido. • Léxico especializado, com recurso a
termos genéricos (hiperónimos) e/ou específicos (holónimos) ou das suas
partes (merónimos). • Combinação adequada dos recursos
verbais com os recursos não verbais (postura, tom de voz, articulação, ritmo,
entoação, expressividade, silêncio, olhar). • Ausência de juízos de valor |
Etapas
de elaboração da exposição |
• Pesquisa e seleção
pertinente de informação em livros, revistas ou sítios credíveis da Internet. • Planificação das ideias através
de tópicos, organizados segundo as marcas do texto expositivo, em três
partes. • Textualização: - escrever a exposição respeitando o
tema; - mobilizar a informação selecionada
na fase da planificação e organizar as ideias de forma lógica; - respeitar as normas de citação e
indicar as fontes utilizadas e a bibliografia consultada. • Revisão: - assegurar a correção ortográfica; - verificar o cumprimento da estrutura
e dos aspetos temáticos; - verificar o uso pertinente e variado
de expressões de ligação entre fases e parágrafos. • Registo da informação, das
ideias e das citações das fontes de informação, organizando-as por tópicos,
em esquemas, em tabelas ou em mapas de ideias. |
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Apreciação crítica
Exemplo de texto de apreciação crítica: "A agonia dos «blockbusters»
Resta saber
se o "género" não está a fabricar a sua própria agonia, de tal modo
se vai ficando com a sensação de que a maioria destes filmes passaram a
resultar mais de uma gestão "tecnológica" do que propriamente de um
desejo de construir personagens e encenar aventuras. "Homem de Ferro
3", dirigido por Shane Black, de novo com Robert Downey Jr. no papel
principal, aí está como penosa ilustração disso mesmo.
Ben Kingsley,
compondo a personagem de um terrorista condenado à sua própria caricatura, será
a única variação que nos pode levar a pensar que talvez pudesse existir aqui,
ao menos, algum sentido de autoironia. Mas não. A proliferação gratuita de
cenas ditas de ação, incluindo o "obrigatório" duelo final, vai-se
reduzindo a uma acumulação de proezas mais ou menos digitais que,
estranhamente, já nem conseguem rentabilizar o valor dramático do espaço.
Do ponto de vista da gestão industrial, estamos perante mais um exemplo de ocupação da produção pelos grandes conglomerados da banda desenhada (Marvel, neste caso). Não vem mal ao mundo por causa dessa aliança económica. Resta saber se nela, e através dela, ainda se procura alguma coisa que tenha a ver com o cinema. E com o gosto tão primitivo (mas tão essencial) de contar histórias.
terça-feira, 23 de julho de 2019
Escrever à mão beneficia a aprendizagem, a criatividade e a memorização
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
Referências bibliográficas
terça-feira, 9 de outubro de 2018
Texto expositivo: o Barroco
I. Aceções do termo:
a) Período histórico (séculos xvi-xvii);
b) Categoria intemporal (parte final de um determinado
movimento artístico).
|
II. Origem do termo:
Alemanha,
século xviii
III. Aceção original:
Movimento
artístico que nega o bom gosto ou
o equilíbrio da arte renascentista. |
IV. Características que vários
teóricos atribuem ao Barroco:
a) Primado da cor e da profundidade;
b) Turbulência e desequilíbrio;
c) Religiosidade panteísta;
d) Sobrecarga decorativa;
e) Liberdade criadora;
f) Irregularidade/extravagância.
|
V. O Barroco em Portugal:
a)
Concílio de
Trento (Contra-Reforma);
b)
Restauração da Independência;
c)
Período de
prosperidade, devido ao ouro
aos diamantes do Brasil. |
VI. O Barroco em Portugal —
características:
a) Estética da imitação;
b) Gosto pelo burlesco (categoria próxima da sátira e
da paródia, proporcionando a deformação da realidade representada);
c) Apreciação do lúdico;
d) Aproveitamento máximo da Retórica, evidenciado, por exemplo,
nos sermões de Vieira (exuberância estilística);
e) Mistura de artes (a música, o azulejo e a palavra do
pregador);
f) Importância do discurso moralizador.
|