No que
diz respeito à sua estrutura interna narrativa, segue o modelo comumente
aplicado aos contos tradicionais.
No que
diz respeito à sua estrutura interna narrativa, segue o modelo comumente
aplicado aos contos tradicionais.
1.1. Atenta na etimologia
dos seus nomes.
. Inês, f, Do gr. Hagnes
(do adj. Hagne, “pura, santa, casta”, pelo latim agnes. Agnés,
f. […] Do fr. Agnès, este do gr. Agné, “puro, casto, santo,
sagrado.” […] Este nome parece que foi entendido como derivado de agnus,
o cordeiro simbólico. . Pedro, m. Do lat. Petru-,este
do gr. Pétros […], tradução aproximada de vocábulo aramaico, Cep(h)as,
que significa “rochedo”; em gr. Pétros significa igualmente “rochedo”,
petra em lat. José Pedro Machado, Dicionário Onomástico
Etimológico da Língua Portuguesa Vol. III, Livros Horizonte, 2003 |
1.2.
A partir do significado dos seus nomes, podemos atribuir características a
estas personagens. Identifica-as.
2. A que acontecimento da História de Portugal
corresponderá o ano de 1355?
a. Nascimento de Inês de
Castro.
b. Morte de Inês de Castro.
c. Nascimento de D. Dinis.
d. Ano da Peste Negra.
3. Identifica o narrador e o narratário deste
episódio.
4. Indica o plano narrativo de Os Lusíadas em
que se integra este episódio.
5.
Na estância 118, o Poeta indica que irá ser narrado “o caso triste e dino de
memória” daquela que “despois de ser morta foi Rainha”.
5.1.
Identifica o tempo histórico em que tal aconteceu.
6. O
narrador atribui a culpa dos acontecimentos trágicos a um ser abstrato (est.
119).
6.1. Identifica-o e
caracteriza-o.
6.1.1. Poderemos
afirmar que o narrador procede à personificação dessa entidade? Justifica a tua
resposta.
7. Relê
as estâncias 120 a 121.
7.1.
Caracteriza o estado de espírito de Inês, explicitando a sua relação com a
natureza.
7.2.
Transcreve um excerto que apresente um indício trágico relacionado com este
amor.
7.3.
Refere um aspeto que comprove que o amor de Inês por D. Pedro era correspondido.
8. D.
Afonso IV percebe que D. Pedro rejeita “belas senhoras e Princesas” (est. 122).
8.1.
Que motivos levam o rei a ficar tão incomodado com tal atitude?
9. Identifica
o recurso expressivo presente em “Tirar Inês ao mundo determino” (est. 123, v.
1), explicando o seu valor expressivo.
10.
Completa o texto, selecionando a opção correta.
Na estância 123, através da
interrogação, o narrador revela a. ……………….. [compreensão / indignação]
face à decisão de D. Afonso. Na estância 124, este, ao ver Inês, sente-se b.
……………… [arrependido da / confiante com a] decisão tomada após ouvir os
conselheiros.
11.
Explica, por palavras tuas, a interrogação do narrador na estância 123.
12. Relê
as estâncias 126 a129 e ordena os argumentos de Inês de Castro, de acordo com a
ordem pela qual surgem no texto.
A.
Apela à humanidade do rei para que a perdoe, pois não é humano mandar matar uma
donzela frágil por estar apaixonada por quem a conquistou.
B. Apela
à piedade do rei, referindo o exemplo de animais ferozes que demonstram piedade
em relação a crianças.
C.
Se, apesar da sua inocência, o rei a quiser castigar, sugere o desterro como
alternativa à morte, para poder cuidar dos filhos, que tanto precisam dela.
D.
Apela à piedade do rei, para que, tal como soube dar a morte aos mouros, saiba
também dar a vida, poupando-a.
E.
Apela à piedade e ao respeito pelos seus filhos, que são também netos do
monarca.
13.
Face aos argumentos de Inês, D. Afonso IV emociona-se (est. 130).
13.1.
Considerando os factos históricos, por que motivo o rei não pode perdoar Inês,
apesar de o desejar?
13.2. O
narrador revela-se, uma vez mais, indignado com o sucedido.
13.1.1. De
que recursos expressivos se serve para mostrar a sua revolta?
14.
Relê, com atenção, as estâncias que concluem este episódio (est. 131-135) e
completa o seguinte texto, no teu caderno.
A morte de Inês é um acontecimento trágico, que
parece suscitar a piedade da própria Natureza. Uma vez mais, a a.
parece ser cúmplice de
Inês, refletindo, neste momento, a tragédia que se abateu sobre ela: os b.
deram eco às suas últimas palavras, a fidalga é comparada a uma
bela e inocente c. que foi d.
antes do tempo e as e. do f.
choram copiosamente a sua
morte, dando as suas lágrimas origem à g.
. |
15.
Reconta, por palavras tuas, através de uma paráfrase, a lenda a que se faz alusão
na estância 135.
16. Recorda a resposta que deste à pergunta 1.2..
16.1.
Analisado o episódio de Inês de Castro, consideras que inferiste uma
caracterização de Pedro e Inês plausível? Justifica a tua resposta.
3.º)
Por acreditar na vida além da morte.
4.º)
Por acreditar que a vida depois da morte é uma continuação da vida terrena.
2.ª) “Toda
a nobreza fiel perecera na grande batalha.” (eufemismo: o uso do verbo
«perecer» destina-se a suavizar a ideia de morte): a elite guerreira da nobreza
morrera na guerra juntamente com o rei, pelo que restavam apenas aqueles que não
possuíam capacidade estratégia e militar, bem como força, para lutar.
3.ª) “E
a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada instante ao berço do seu
filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva.”: a rainha está mais
preocupada com a segurança do filho do que com o reino, daí que passe o tempo a
correr do e para o quarto do filho, o que faz com que não haja uma liderança
adequada e efetiva.
Deste
modo, a aia não esconde a sua preocupação com o destino do principezinho,
sobretudo por causa da ameaça constante do tio bastardo, que deseja usurpar o
trono e, para tal, terá de se desfazer do sobrinho. Este receio, esta
preocupação revelam o seu forte sentido de dever, responsabilidade e lealdade.
Apesar
de todo o afeto que nutre pelo príncipe, a aia possui um amor superior pelo
próprio filho. Ao contrário do herdeiro do trono, que está relacionado com o
poder e rodeado de inimigos e de perigos, o pequeno escravo, por causa dessa
sua condição, está livre dessas questões, daí que a mãe sinta que está mais
protegido do que o príncipe: “Esse, na sua indigência, nada tinha a recear na
vida.”
Este
parágrafo torna claro que, não obstante demonstrar uma ternura por ambas as
crianças, o faz de formas diferentes. Assim, os beijos q ue dá ao príncipe são “ligeiros”, enquanto os entregues ao
escravozinho são “pesados e devoradores”, metáfora que significa que são
mais intensos, viscerais, profundos e possessivos. Outra metáfora –
“Desgraças, assaltos da sorte má nunca o poderiam deixar mais despidos das
glórias e bens do mundo do que já estava ali no seu berço…” – apresenta-o como
desprovido, desde o seu nascimento, de qualquer riqueza ou estatuto social,
pois até a sua nudez é coberta apenas por um “pedaço de linho branco”.
Contrariamente ao príncipe, que está destinado a assumir grandes
possibilidades, a deter enorme poder e a viver rodeado de riqueza, o pequeno
escravo nada tem a perder em termos materiais, porque nada possui.
Ora,
essa ausência de bens materiais e de estatuto social, proporcionam-lhe uma
certa liberdade e proteção física e emocional: as preocupações e os problemas
associados ao poder e à riqueza, que pesarão, no futuro, sobre o príncipe, não
o atingirão: “[…] nenhum dos duros cuidados com que ela enegrece a alma dos
senhores roçaria sequer a sua alma livre e simples de escravo.”
Por
outro lado, a afirmação segundo a qual “A existência, na verdade, era para ele
mais preciosa e digna de ser conservada que a do seu príncipe” quer dizer que,
embora o príncipe seja o herdeiro de um trono e, em termos materiais, a sua
vida possa ser considerada mais importante, logicamente, para a aia, a vida do
seu filho possui mais valor. Que a razão justifica esta postura? O escravozinho
tem à sua frente uma existência com menos cuidados e preocupações que, na sua
mente, “enegrecem a alma” dos que possuem e exercem o poder. Assim sendo, uma
vida simples e humilde são superiores, na ótica da aia, a uma existência
marcada pelo exercício do poder e das responsabilidades que caberão ao
príncipe.
Outra
personagem visada neste excerto é o tio bastardo, que é descrito como uma
pessoa «cruel», sombria e ameaçadora. Fisicamente, tem a pele escura (comparação
hiperbólica “de face mais escura que a noite”) e, psicologicamente, possui
uma maldade interior superior, mais profunda do que a sua expressão exterior (comparação
hiperbólica “coração mais escuro que a face”), é extremamente ambicioso e
deseja fortemente o trono (“faminto do trono”), que procura usurpar sem
quaisquer escrúpulos. Além disso, retoma-se neste parágrafo a metáfora
do lobo, de atalaia, à espera da presa (“… espreitando de cimas do seu rochedo
entre os alfanges da sua horda!”), ou seja, sugere-se que está à espreita, a
observar e a esperar o momento oportuno para atacar, tal como faz um animal
predador. Assim sendo, confirma-se que o tio representa uma ameaça constante
para o príncipe e o reino.
|
Principezinho |
Escravozinho |
Aparência
física
↓ simboliza
o contraste étnico e social entre ambos |
. cabelo louro e fino |
. cabelo negro e crespo |
Condições
materiais |
. berço magnífico e de
marfim |
. berço pobre e de verga |
Condição
social
|
. classe social: nobreza / realeza – príncipe herdeiro do
trono . rico e privilegiado . filho da rainha |
. classe social: escravo . pobre e humilde . filho da escrava |
Situação |
. frágil e vulnerável |
. nada tinha a recear |