Português: 24/03/19

domingo, 24 de março de 2019

Dose para cavalo

     Uma dose para cavalo é algo excessivo, uma quantidade excessiva de qualquer coisa.

     A expressão tem variantes, como, por exemplo, dose para elefante ou dose para leão, com significados semelhantes.
     É possível que o cavalo, por ser forte; o elefante, por ser grande; e o leão, por ser valente, necessitem de doses exageradas de remédio para que este possa produzir o efeito desejado.
     Com a evolução do sentido, a expressão dose para cavalo (e suas variantes) consiste no exagero da ampliação de qualquer coisa desagradável, ou mesmo aquelas que só se tornam desagradáveis com o exagero.

Coração (origem da palavra)

     A palavra coração deriva do termo latino "cor", o qual, em muitas línguas ibéricas, ganhou um sufixo que tem a aparência de aumentativo: "coração".
     Este vocábulo existe no português, no castelhano, no leonês, no asturiano, no mirandês, no aragonês e até no moçárabe, o latim falado na área governada pelos muçulmanos ibéricos, mas já não existe, por exemplo, no basco, língua bem anterior ao uso do latim na Península Ibérica, que utiliza "bihortz". Outra exceção encontra-se no catalão, onde encontramos uma forma mais próxima do latim: "cor".
     O próprio português contém a palavra com a mesma forma na expressão "saber de cor", isto é, "saber de coração".
     Por outro lado, o termo latino "cor" ganhou muitas variações: o "còr" occitano, o "coeur" francês, o "cuore" italiano, o romeno "cord" (note-se, porém, que a palavra romena mais comum para referir "coração" é "inimã", cuja origem radica no latim "anima", isto é, "alma").

Erro crasso

     A expressão «erro crasso» quer dizer "erro grosseiro".

     A sua origem leva-nos até Roma, na época em que possuía como forma de governo o Triunvirato (ou seja, o poder dos generais era dividido por três homens em pé de igualdade: o termo "triunvirato" era constituído por dois radicais latinos: "trium" = três e "vir" = homem).
     O primeiro triunvirato era constituído por Caio Júlio, Pompeu e Marco Licínio Crasso. Este último foi incumbido de atacar os Partos e, confiante no triunfo, dada a desigualdade das forças em confronto, abandonou todas as formações e técnicas romanas e simplesmente atacou. Além disso, escolheu para o ataque um caminho estreito e com pouca visibilidade.
     O resultado desta postura displicente e arrogante de Crasso só poderia ser um: os Partos, mesmo em inferioridade numérica, derrotaram os todo-poderosos romanos, tendo sido aquele um dos primeiros a tombar no campo de batalha.
     Desde então, sempre que alguém possui todas as condições para triunfar, mas comete um erro estúpido, dizemos que se trata de um erro crasso.
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