▪ Funcionalidade da didascália: conjunto de informações fornecidas pelo dramaturgo (sobre
as personagens, os efeitos de luz e som, o guarda-roupa, etc.) que complementam
o texto principal.
▪ Localização temporal da ação da peça:
. princípios do século XVII (ficaremos a saber, mais
adiante, através das palavras de D. Madalena, que a ação se desenrola em 1599);
. fim da tarde (28 de julho de 1599, sexta-feira).
▪ Localização espacial – espaço físico:
. Almada:
. sala de um edifício, de cujas janelas se vê o rio
Tejo (a margem esquerda) e “toda Lisboa”.
▪ Espaço social:
. aristocracia/nobreza abastada: sala (de um palacete
ou solar) ampla e decorada de forma moderna, requintada, luxuosa e rica (um
quadro, mobília elegante e moderna, porcelanas, etc.);
. família culta e instruída (a presença de livros)
. e religiosa (retrato de cariz religioso).
▪ Espaço cénico:
▪ Atmosfera
sugerida:
. felicidade e harmonia:
- a luminosidade e
a abertura ao exterior (as duas grandes janelas rasgadas);
- as sugestões
cromáticas (o verde, o branco, o azul do rio, as flores, etc.);
- a liberdade de
movimentação das personagens (as duas portas);
. esta sensação de felicidade poderá ser aparente e
pouco duradoura, se atentarmos na incompletude das “obras de tapeçaria meias
feitas”.
▪ Recursos
expressivos e sua expressividade:
- enumeração: “Porcelanas, xarões, sedas, flores”, etc.;
- adjetivação
expressiva: “Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância
portuguesa”;
- a enumeração e a
adjetivação, por um lado, contribuem para que o leitor visualize o espaço cénico
em pormenor e, por outro, possibilitam a reprodução do cenário com fidelidade
(por exemplo, para quem quiser encenar a peça, para os atores que a representam…).