Português: 16/03/20

segunda-feira, 16 de março de 2020

Resumo do conto "Famílias desavindas"

Ramon era um galego, proprietário de um bom restaurante, que se candidatou ao cargo de «semaforeiro», função para que foi selecionado de forma caricata, e que pertencia a uma família honesta e trabalhadora, que se dedicava à profissão pelo amor à mesma e não ao salário, que era modesto («equivalente ao de um jardineiro»).
Ramon, o seu filho Ximenez e o seu neto Asdrúbal trabalhavam até altas horas da madrugada, pedalando na bicicleta que gerava a energia que mudava as luzes do semáforo ou afinando-a quando era necessário.
O Dr. João Pedro Bekett tinha-se instalado no Porto, oriundo de Coimbra, com a sua família, num primeiro andar de um prédio situado próximo do semáforo, onde tinha o seu consultório. Tratava-se de um médico afamado, mas que exagerava nitidamente no seu espírito de missão. Obcecado por encontrar doentes que pudesse curar, considerava que o semáforo dificultava a sua ação. Por isso, ofendeu, de forma arrogante, Ramon, que não gostou e passou a dificultar-lhe ainda mais a vida. Aqui teve início a inimizade, o conflito e o ódio entre as duas famílias.
O filho (João) e o neto (Paulo), igualmente médicos, herdaram o ódio à família dos semaforeiros e deram seguimento ao conflito com os descendentes de Ramon. A troca de insultos entre os dois lados da barricada prosseguiu, roçando por vezes o extremismo ou raiando o conflito físico: por exemplo, o Dr. Paulo pedia aos seus clientes que insultassem o «semaforeiro»; certa vez, Asdrúbal levantou a mão para o médico.
Quando Paco, bisneto de Ramon, sucedeu ao seu pai, Asdrúbal, deu-se um acidente: um jovem que passava de moto, ao tentar um roubo por esticão, bateu no «semaforeiro» e deixou-o estendido, no chão. Então, o Dr. Paulo, na sua qualidade de médico, esqueceu o ódio secular e socorreu Paco, cujas mazelas, no entanto, eram graves, pelo que teve de ser transportado de ambulância para o hospital.
Após o acidente, o Dr. Paulo, com a sua bata branca, por remorso, passou a pedalar todos os dias, do nascer ao pôr-do-sol, para manter o semáforo a funcionar, enquanto Paco se restabelecia.

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