domingo, 28 de agosto de 2022
Correção do questionário do conto «Asclépio, o "Caçador de Eclipses"»
sábado, 27 de agosto de 2022
Questionário sobre o conto «Asclépio, o "Caçador de Eclipses"»
Introdução |
A |
Apresentação do protagonista e
da situação inicial: preparação para o eclipse solar. |
|
Desenvolvimento |
B |
Primeiro
momento |
Descrição, em analepse, da vida
do Tio Lupino e das vivências partilhadas com Asclépio durante a sua
infância. |
C |
Segundo momento |
Explicação do surgimento do
fascínio de Asclépio por eclipses. |
|
D |
Terceiro momento |
Relato do percurso académico e
profissional de Asclépio |
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E |
Quarto momento |
Narração do regresso de
Asclépio a Moçambique e dos preparativos para o eclipse. |
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F |
Quinto momento |
Apresentação dos acontecimentos
do dia do eclipse. |
|
Conclusão |
G |
Exposição das consequências do
eclipse. |
A
1. Com o recurso ao advérbio com valor modal “diplomaticamente”, 2. Na frase “(…) foi Lupino convencido, ou melhor,
convidado a antecipar a reforma da sua valorosa carreira militar (…)”,
com a mudança da forma adjetival do particípio passado, 3. Através da anteposição do adjetivo face ao nome qua
qualifica na expressão “pequeno génio”, 4. Com a utilização do adjetivo presente na passagem “Enquanto
as sete manas se entretinham (…) a dedilhar intermináveis escalas (…)”, 5. Com o uso dos vocábulos “embrenhava-se” e “matas”
na descrição das “expedições científicas” de Asclépio e Lupino, 6. Na frase “Mas juntos, (…) sobrinho e tio demoravam-se
horas após horas, tardes após tardes, dias após dias, meses e anos sem fim, inventariando
fauna e flora que lhes aparecessem pela frente.”, |
|
B
a. o narrador confere-lhe um valor subjetivo e afetivo. b. o narrador, recorrendo ao disfemismo, torna mais agreste e
selvagem a atividade. c. o narrador utiliza a gradação com a finalidade
de ressaltar o crescente interesse pela ocupação. d. o narrador destaca a habilidade com que foram tratados os
interesses militares. e. o narrador salienta, ironicamente, o caráter repetitivo da
ação. f. o narrador serve-se de um eufemismo para atenuar
a situação apresentada. |
Eclipse
– 1 n.m. ato ou efeito de
eclipsar; 2 ASTRONOMIA ocultação total ou parcial de um astro pela
interposição de outro entre ele e o observador ou pela entrada daquele astro
na sombra de outro; 3 [fig.] obscurecimento; 4 [fig.]
desaparecimento; 5 [fig.] ausência; ASTRONOMIA eclipse da Lua
ocultação total ou parcial da Lua (…); ASTRONOMIA eclipse do Sol
ocultação total ou parcial do Sol (…); PSICOLOGIA eclipse mental
desaparecimento extremamente breve da consciência ou, pelo menos, do domínio
do pensamento, psicolepsia (Do gr. ékleipsis, «eclipse; ocultação»,
pelo lat. eclipse-, «idem») AA. VV., 2004. “Eclipse”, in Grande Dicionário da Língua
Portuguesa.
Porto: Porto Editora (texto adaptado e com
supressões)
|
quinta-feira, 25 de agosto de 2022
Correção do questionário do conto "Corpos incompletos"
1. O recurso estilístico é a personificação.
1.1. As expressões são as seguintes: «a estátua lia perfeitamente», «estado de deslumbramento», «ler e indignar-se», «deliberou manifestar-se».
2. Após o processo de restauro e limpeza, a estátua do marechal Saldanha verificou que a sua existência tinha melhorado, conseguir até ver, a grande distância, pormenores impossíveis a qualquer ser humano. Foi ao ler um conto de Pere Calders, que estava a ser lido dentro de um autocarro por um jovem, que decidiu manifestar-se por não concordar com o conteúdo da obra: afinal, as estátuas tinham vontade própria e alma, não eram apenas habitadas por personagens que saíam delas à noite.
3.1. O pressuposto apresentado é o conhecimento de que as estátuas de Lisboa comunicam com facilidade entre si.
3.2. O recurso estilístico é a ironia, a qual procura transportar os leitores para a ficção que está a desenhar-se. O universo fantástico deixa de estar apenas no domínio da narrativa e do narrador para ser partilhado pelos leitores.
4.1. O conector «Mas» veicula uma ideia de contraste, de oposição.
4.2. Apesar de todas as estátuas estarem desejosas de assumir movimento, aguardavam a reação do rei fundador, daquele a quem mais autoridade reconheciam.
4.3. Embora constitua um símbolo de força e coragem, a estátua de D. Afonso Henriques ponderou durante longo tempo («umas horas») a atitude a assumir, simplesmente por estar a considerar o peso do escudo, da espada e da malha de ferro. O narrador parece estar a querer caracterizá-lo, comicamente, como preguiçoso e comodista.
5.1. Quem deu o alarme foi o guarda Malaquias de Sousa, que rapidamente informou o sargento. Todos eles correram à janela para verem o que se passava, ficando, naturalmente, cheios de medo, considerando o sargento que a situação exigia decisões dos seus superiores. No largo, a multidão de estátuas mostrava-se ameaçadora, com espadas, pistolas, canhões... Até os leões estavam irrequietos. No fundo da manifestação, porém, encontravam-se as estátuas de Eça de Queirós e Camilo Castelo Branco a conversar na presença da Nudez Forte da Verdade.
5.2.1. O recurso expressivo é a hipálage, que faz transitar o sentimento da personagem (nervosismo) para um objeto que ela carrega - a espada. Parece intensificar-se, desta forma, a possibilidade de violência se vivia.
6.1. O que provocou este «frémito» foi a concentração de bustos que quiseram também manifestar-se e avançavam pela Alameda de D. Afonso Henriques. A consequência imediata que o narrador identifica é a reação de um homem que comia um bife no restaurante Portugália, que liberta um «Ena pá!», apercebendo-se da agitação. No entanto, o ruído era tão intenso que houve quem ligasse para a polícia a protestar.
7. O diminutivo «saltinhos» destaca a pequenez dos pulos possíveis aos bustos, enquanto no adjetivo «alegretes» o sufixo com valor diminutivo transporta uma ideia de ironia face à atitude dos bustos.
8. As frases conferem ao texto mais um elemento de comicidade. O uso do presente na primeira frase («Alguns agentes ainda estão hoje...») remete exatamente para o insólito da situação e para a falta de respostas legislativas e regulamentares.
9. Apesar da gravidade da situação e dos acontecimentos, o ministro responsável acabou por assumir uma atitude de indiferença («deixem lá, isso passa»), como se não ouvisse aquilo que estavam a dizer-lhe. E respondeu apenas por estar farto de telefonemas, não pela gravidade da situação.
10. Cansadas de estarem no largo a olhar, sem sequer ter havido qualquer acontecimento, as estátuas, quando se aperceberam da chegada dos bustos, decidiram retirar-se, Os bustos, depois de umas assobiadelas, regressaram também aos seus pedestais.
11. A relação entre estátuas e bustos não era boa. Em primeiro lugar, as estátuas decidiram manifestar-se e não convocaram os bustos, acabando por ser estes a decidirem-se também pela concentração, considerando que não seriam inferiores, apesar de não terem um corpo completo. Quando os bustos chegaram ao lugar da concentração, são as estátuas que decidem, numa atitude de superioridade, afastar-se com dignidade, não querendo misturas, como se a presença dos bustos fosse indigna. Repare-se que os bustos referidos são de poetas...
11.1. As estátuas e os bustos colocaram-se em posição contrária à que tinham anteriormente.
12. A imprensa, no dia seguinte, apesar de ter já títulos sobre a insegurança e o vandalismo, desconhecendo as verdadeiras razões dos acontecimentos, depressa os substituiu por algo que atrairia mais as atenções: «um jogador de bola agrediu a própria mão, ceguinha». Logo que possível, o poder político procurou legislar para que este tipo de manifestações não mais fosse possível, determinando que se prendessem com cabos de aço todas as estátuas e bustos, como se a solução para os problemas fosse «acorrentá-los». Os comentadores, formadores de opinião, criticaram a medida principalmente do ponto de vista financeiro: seria uma medida dispendiosa. Evitaria, porém, outros desassossegos, outras manifestações.
13. Não é possível precisar o momento exato do início das ações da estátua do marechal Saldanha, que ocorreu durante o dia, mas quando a manifestação começou efetivamente, após «umas horas» de ponderação da estátua de D. Afonso Henriques, «A noite já ia adiantada.». O decurso do cortejo e da concentração verificou-se durante a noite, sendo que «A manhã foi encontrar estátuas e bustos voltados para o lado oposto ao do costume». O dia seguinte trouxe novos acontecimentos; «nessa noite» outras notícias desviaram as atenções da manifestação das estátuas e dos bustos que, «um mês depois», tentaram repetir as suas ações.
14. No que diz respeito à ciência ou focalização, o narrador é predominantemente omnisciente («cá de longe, a estátua lia perfeitamente"; «D. Afonso Henriques sopesou os inconvenientes de acartar com o peso de escudo, espada e malha de ferro. Mas lembrou-se, ao fim dumas horas, de que era um rei enérgico.», apesar de, nalguns momentos, parecer apenas dedicar-se à focalização externa (como é o caso do momento em que assume o desconhecimento acerca do modo de comunicação das estátuas).
15. Os corpos dos protagonistas do conto são «corpos incompletos». O adjetivo «incompletos» pode remeter para o facto de as estátuas, como se refere no texto, serem apenas reproduções exteriores, «em corpo inteiro», do corpo humano, «(...) como se as estátuas fossem o invólucro ou repositório e não tivessem de próprio nem vontade nem alma», e os bustos serem, até no plano material/físico, corpos inacabados, «mutilados», embora compensassem essa deficiência com «mais concentração de espírito». Por outro lado, enquanto reprodução dos seres humanos e animais, no decorrer da ação do conto as estátuas procuram completar a inteireza daqueles, adotando capacidades e atitudes que lhes são próprias.
Questionário sobre o conto "Corpos incompletos"
1. O conto está construído com base num recurso estilístico. Identifique-o.
1.1. Transcreva dos dois primeiros parágrafos expressões que justifiquem a resposta anterior.
2. Apresente as circunstâncias que originaram os acontecimentos narrados e justifica a atitude da estátua do marechal Saldanha.
3. No terceiro parágrafo, o narrador apresenta um pressuposto partilhado pelos leitores.
3.1. Identifique-o.
3.2. Identifique o recurso estilístico presente e a sua importância no texto.
4. «Mas todas as estátuas de Lisboa aguardaram a pronúncia sábia e feroz do rei fundador, muito hirto, lá nas alturas do castelo.»
4.1. Explique o valor do conector que inicia a frase.
4.2. Justifique a atitude das estátuas.
4.3. Caracterize a estátua de D. Afonso Henriques, tendo em conta os argumentos que pesaram na sua decisão.
5. Em cortejo, as estátuas dirigiram-se à Assembleia da República.
5.1. Descreva a reação dos guardas e o ambiente que se verificava entre as estátuas.
5.2. Atente na expressão «A espada de Saldanha muito nervosa».
5.2.1. Identifique o recurso estilístico presente e refira a sua expressividade.
6. «... um frémito percorreu o arvoredo da Estefânia.»
6.1. Indique o acontecimento que provocou este fenómeno e refira as suas consequências.
7. Refira o valor expressivo do uso dos diminutivos na frase «os bustos de Lisboa vieram todos avenida abaixo, aos saltinhos, muito alegretes.»
8. Explique a intencionalidade das duas últimas frases do quinto parágrafo.
9. Comente a atitude do poder político perante a situação.
10. Apresente por palavras suas a forma como terminou a manifestação.
11. Descreva, a partir de elementos textuais, a relação entre estátuas e bustos.
11.1. Mencione a «convergência» que se verificou entre eles.
12. Comente as repercussões finais da manifestação de estátuas e bustos ao nível do papel da imprensa, da diretiva comunitária e da posição dos formadores de opinião.
13. Refira o tempo em que decorre a ação, transcrevendo as marcas que assinalam a sua progressão.
14. Classifique o narrador do texto quanto à ciência e justifique a sua resposta.
15. Explique o título do conto.
quarta-feira, 24 de agosto de 2022
Correção do questionário sobre o conto "As mãos dos pretos"
1. Por que é que as palmas das mãos e dos pés das pessoas negras são mais claras do que o resto do corpo?
2.1. As personagens do texto são o Professor, um homem pragmático; o Padre, um indivíduo frio e indelicado que justifica a realidade por meio da fé; a Dona Dores, uma mulher preconceituosa e racista, que justifica a realidade recorrendo à sua fá religiosa; o Senhor Antunes, uma pessoa de fé, fantasiosa e bem-disposta; o Senhor Frias, um homem crente e imaginativo; a D. Estefânia, uma personagem prática, que explica a realidade a partir da sua realidade; a Mãe, uma mulher carinhosa, bem-disposta, refletida, de crença religiosa e que defende a igualdade de direitos entre as pessoas de «raças» diferentes; o Narrador, um jovem curioso e insatisfeito.
2.1.1. O processo usado é a caracterização indireta, visto que os traços característicos de cada personagem não são apresentados diretamente pelo narrador ou por qualquer personagem, mas inferidos a partir da sua atuação (comportamento e atitudes) e das suas palavras no decorrer da ação.
2.2. A personagem principal é o jovem que narra a ação, isto é, o narrador.
2.3. O narrador trata as as personagens adultas a quem se dirige ou refere pelas fórmulas «Senhor» e «Dona», que representam um tratamento respeitoso característico de relações em que existe, por exemplo, uma hierarquia etária, como é o caso, ou mesmo social e cultural, exemplificada pelas referências ao «Senhor Professor» e ao «Senhor Padre».
3.1. As palavras e expressões são as seguintes: «não sei», «Lembrei-me», «nós não prestávamos», «os pretos eram melhores do que nós».
3.2. No que diz respeito à presença, o narrador é participante e autodiegético, dado que é uma personagem do texto. Quanto à focalização, aquele adota a perspetiva interna da própria personagem que ele encarna.
3.3. As palavras e expressões que demonstram que o narrador tende a exagerar a sua presençã são as seguintes: «Eu», «me», «nós», etc.
4. À semelhança do que sucede, por exemplo, com o conto tradicional popular, este texto não possui grandes marcas temporais, para sustentar a intemporalidade do tema que aborda, concretamente o racismo e a necessidade da sua discussão.
5.1. O espaço físico é a África.
5.2. No que respeita ao espaço social, predomina no conto a classe média colonizadora.
6.1. As palavras e expressões coloquiais do discurso do Senhor Antunes da Coca-Cola são, por exemplo, «resolveram fazer», «Sabes como?», «Pegaram», «enfiaram-no», «Fumo, fumo, fumo», «escurinhos como carvões», «Pois então».
6.2. O registo coloquial confere verosimilhança ao texto.
7.1. De acordo com a mãe do narrador, os pretos existem por decisão de Deus, para haver equilíbrio na humanidade.
7.2. O uso de reticências nessa fala remete para a omissão da consciência de que a criação de Deus pode ter sido um erro, gerador de racismo.
7.3. A referência insistente a Deus constitui uma marca da fé e crença religiosas características das pessoas de «raça» branca, que colonizaram África, e que se tornou bandeira dos Descobrimentos e da colonização.
8.1. Jogar à bola é uma atividade lúdica, de entretenimento, o que significa que as atividades deste género aliviam o sofrimento.
8.2. O choro da mãe significa provavelmente que a memória do sofrimento, por conhecer a escravatura e o racismo, ou por ter sido vítima dos mesmos, é aceite.
9. A moral do conto aponta para a ideia de que as pessoas não valem pelo que parecem ser, mas pelo que são efetivamente e, sobretudo, pelas suas ações e atitudes.
10. A expressão enfática «é que» sublinha o acaso do surgimento da longa reflexão sobre a cor das mãos dos pretos.
11. O diminutivo constitui uma expressão coloquial de intenção pleonástica, no sentido de vincar uma determinada ideia.
Questionário sobre o conto "As mãos dos pretos"
1. Toda a ação do conto gira em torno de uma questão. Formule-a.
1.1. Sintetize cada uma das explicações apresentadas como resposta a essa questão numa só expressão ou frase.
2. Detenha-se nas personagens.
2.1. Identifique-as e trace um breve retrato de cada uma delas.
2.1.1. Refira o processo de caracterização de que se serviu para responder à pergunta anterior.
2.2. Ainda que o núcleo de personagens seja reduzido, como é característica de uma narrativa curta como conto, distinga a personagem principal.
2.3. Justifique a deferência no tratamento de algumas personagens por parte do narrador.
3. O conto é rico em palavras e expressões que provam a presença do narrador na ação.
3.1. Faça o levantamento desse vocabulário presente no primeiro parágrafo.
3.2. Classifique o narrador do conto quanto à presença e à focalização.
3.3. Transcreva palavras e/ou expressões textuais que demonstrem que o narrador tende, por vezes, a exagerar a sua presença.
4. Explique a (quase) total ausência de marcas temporais.
5. No que diz respeito ao espaço, o conto possibilita uma associação a um espaço físico lato, mas concreto.
5.1. Identifique-o.
5.2. Indique o espaço social, atendendo à tipologia das personagens.
6. A linguagem do conto tende, por vezes, para a coloquialidade, quer no que toca ao discurso do narrador, quer no discurso direto.
6.1. Proceda ao levantamento de palavras e expressões coloquiais do discurso da personagem Senhor Antunes da Coca-Cola.
6.2.Explique em que medida o registo coloquial enriquece a narrativa.
7. A última personagem que explica a brancura das mãos dos pretos é a mãe.
7.1. Apresente a razão pela qual, na sua perspetiva, existem pretos.
7.2. Comente a expressividade da pontuação da segunda frase do discurso da mãe.
7.3. Explique a referência insistente a Deus.
8. Releia o último parágrafo do conto.
8.1. Explique a necessidade que o narrador tem de anular a informação da sua fuga com a referência a que foi jogar à bola.
8.2. Apresente uma interpretação para o choro da mãe.
9. Indique a moral do conto.
10. Na primeira frase do texto surge uma expressão enfática. Identifique-a e comente a sua expressividade.
11. Explique o emprego do diminutivo na expressão «Coisa certa e certinha».
terça-feira, 18 de janeiro de 2022
Correção do questionário sobre o Capítulo XI da Crónica de Fernão Lopes
quarta-feira, 5 de janeiro de 2022
Questionário sobre o capítulo XI da Crónica de D. João I
Inicialmente, o povo (a “arraia-miúda”) mostra-se
________________ (“As gentes que esto ouviam saíam aa rua para ver que cousa
era.”), indignado, revoltado e agressivo (“__________________________”),
determinado, unido, solidário e disponível (“________________________”,
“_______________________”). De facto, age
como um todo e acorre aos Paços para acudir ao Mestre com intuitos de vingança
(“________________________________________________”). Aí chegado, mostra-se
____________________ e agitado (“dizendo que as britassem para entrar dentro”),
num crescendo de __________ (“cada vez se acendia mais”), visível nos atos de
violência que se propõem cometer para invadir o Paço: ________________________
e ______________________________, atos esses que evidenciam toda a sua
______________________, ausência de reflexão e descontrole __________, típicos
de quem age ___________________. As tentativas de o acalmar não diminuem a sua
____________ (“mas isto nom queria nenhum crer”).
Depois de ver D. João, o povo fica aliviado, mais
_____________ e _____________ (“houveram gram prazer quando o virom”), virando
então a sua fúria para a rainha e o conde, referindo-se-lhes de forma
______________ (“- Ó que mal fez! Pois que matou o traidor do Conde, que nom
matou logo a aleivosa com ele!”), sempre empenhado na
_________________________.
D. João revela-se, neste capítulo, uma figura
____________________ {carismática / ineficiente / liderante}, determinada e
__________________, mostrando-se à população para ter o seu apoio.
Recursos |
Exemplos |
Discurso direto |
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Frases exclamativas |
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Sensações visuais |
|
Sensações auditivas |
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Verbos de ação/movimento |
|
Verbos que sugerem sentimento |
|
Advérbios expressivos |
|
Pretérito imperfeito |
|
Gerúndio |
|
A
alternância entre as duas modalidades do discurso confere ……………………………………….
{dramatismo / consequência / tranquilidade} e ………………………………………. {subjetividade /
veracidade / alternância} ao que é narrado, visto que, através do discurso
direto, temos acesso ……………………………………………. {ao “pulsar” efetivo / às falas “reais”
/ aos “sentimentos e emoções”} dos intervenientes. Desta forma, Fernão Lopes
confere à sua narração ……………………………………………………… {poder / maior dinamismo /
alternância de planos / confronto de pontos de vista} e cumpre a sua missão de relatar a ………………………… {ficção
/ irracionalidade / história / verdade} dos factos.
Exemplo
textual |
Recurso
expressivo |
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Expressividade |
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1.
“e assi como viúva que rei nom tinha, e
como se lhe este ficara em logo de marido…” |
.
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A.
Traduz a ansiedade da multidão em saber do Mestre. |
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2.
“(…) veendo tam grande alvoroço como
este, e que cada vez se acendia mais…” |
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B.
Reforça o efeito visual da ação. |
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C.
A comparação mostra, por um lado, a união do povo, da cidade, por causa do
suposto perigo de vida que o Mestre corre; por outro, associa a cidade a uma
rainha viúva que deseja casar-se com um novo marido – o Mestre de Avis, tudo
fazendo para lhe salvar a vida. Remete para a crise de
sucessão ao trono, sugerindo o desgoverno e desproteção a que a cidade
(mulher) ficava sujeita sem marido (sem rei), tal como acontece com as
viúvas. |
||||
3.
“que é do Mestre?” |
.
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4.
“Mestre (…) Mestre” |
.
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|||
5.
“braadavom”, “arroido”,
“alvoroço” |
.
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|||
6.
“vinham com feixes de lenha,
outras traziam carqueija” |
.
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7.
“pera sobir acima” |
.
|
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D.
Sugere o crescimento do alvoroço e da inquietação da multidão, face às
notícias sobre o perigo que o Mestre corria, à semelhança de um fogo que
começa pequeno e toma proporções gigantescas. |
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8.
“todos feitos dhu coraçom” |
. |
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9. “Amigos, apacificae-vos.” |
. |
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E.
Representa a ansiedade da multidão em saber do Mestre. |
|
10. “por lhe darem vida e
escusar morte” |
. |
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F.
Sugere o visualismo da ação da multidão para entrar nos paços da rainha. |
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G.
Torna a narração mais realista, “transportando” o leitor para o local dos
acontecimentos, fazendo-o “ver” e “ouvir” o que se passou. |
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H. Realça-se a fusão entre todos os populares, como
se fossem uma única e só pessoa. |
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I. Apela-se à população, chamando a sua atenção e
expressando cumplicidade. |
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J.
Sugere a complexidade da situação que se vivia. |
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