Português: Efemérides
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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Soneto do velho escandaloso

     Hoje, faz anos Bocage: 15.09.1765 - 21.12.1805


                    Tu, ó demente velho descarado,

                    Escândalo do sexo masculino,

                    Que por alta justiça do Destino

                    Tens o impotente membro decepado!


                    Tu, que, em torpe furor incendiado

                    Sofres de ímpia paixão ardor maligno,

                    E a consorte gentil, de que és indigno,

                    Entregas a infrutífero castrado!


                    Tu, que tendo bebido o menstruo imundo,

                    Esse amor indiscreto te não gasta

                    De ímpia mulher o orgulho furibundo!


                    Em castigo do vício, que te arrasta,

                    Saiba a ínclita Lísia, e todo o mundo

                    Que és vil por génio, que és cabrão, e basta.


    Parabéns, Manuel Maria!

sexta-feira, 15 de julho de 2022

A descoberta da Pedra da Roseta

     A escrita hieroglífica morreu no Egipto no século IV d.C. e com o tempo perdeu-se o conhecimento de como ler hieróglifos, até que a Pedra de Roseta foi descoberta, a 15 de julho de 1799. Com a mesma mensagem tanto em hieróglifos como em grego, a Pedra de Roseta foi a chave para decifrar hieróglifos anteriormente não traduzidos. De repente, três mil anos de escrita indecifrável tornaram-se legível.

    Em 1798, Napoleão zarpou rumo ao Egito com cerca de quatro centenas de navios: queria expulsar os ingleses do Mediterrâneo oriental e bloquear o seu lucrativo comércio com a Índia. Mas também estava fascinado com o próprio Egito, que o seu ídolo, Alexandre, o Grande, tinha conquistado 2000 mil anos antes. Porém, desiludiu-se, pois o Egito já não era a joia que tinha sido para Alexandre. Era um remanso de água quente, seco e pobre. "Nas aldeias", disse Napoleão, "eles nem sequer têm ideia do que são tesouras". Ainda assim, viam, a partir dos seus espantosos monumentos antigos – pirâmides e obeliscos perfurando as nuvens – e da sua estranha, indecifrável e bela língua-figurada, chamada hieróglifos, que esta tinha sido em tempos uma civilização formidável. Napoleão levou consigo cerca de cento e sessenta savants-cientistas, como lhes chamavam: estudiosos, e artistas, com as suas bússolas, réguas, lápis e canetas – para descrever o que podiam deste antigo reino lendário.


Vivant Denon, por Robert Lefevre
(1809)

    Entre eles encontrava-se Dominique Vivant Denon, que pode ser considerado o primeiro egiptólogo, embora fosse mais um artista. Um homem do mundo que frequentava os salões das diversas cortes europeias, juntou-se a Napoleão, já passava dos 50 anos de idade, para inventariar e desenhar os monumentos faraónicos descritos até então de forma fantasiosa.

    "Ao longo da campanha, Denon, indiferente aos perigos, madrugava para explorar monumentos e desenhar. Desenhava a cavalo, enquanto descansava, enquanto comia, no meio de uma batalha... registava tudo. O desenho de Denon é escrupulosamente fiel ao seu modelo, sem deformações poéticas. Fez um registo completo do que viu. Estima-se que gastou umas 40.000 folhas durante a viagem.

    Hoje algumas delas são de valor inestimável, porque são o único vestígio que resta de monumentos destruídos após a fuga de Napoleão – um exemplo disso é o desenho da capela de Amenhotep III em Elefantina." (Denon) A obra pioneira de Denon será completada, com o trabalho de eruditos de outras áreas na monumental Description de l'Egypte (1809-1822).



Frontispício da 1.ª edição de
Description de l'Egypte

    Os 1000 desenhos de Denon estão na origem da Egiptomania que tomou conta dos europeus nos séculos XIX e XX.

    Napoleão nomeou-o Diretor-Geral dos Museus e ele criou o Museu – mais tarde chamado Museu do Louvre – com as obras arrebanhadas pelo Império no Egito, Itália, Países Baixos, Alemanha e Espanha.

    "Em 1799, uma equipa a trabalhar sob um oficial francês para reconstruir um forte perto da cidade portuária de Rosetta – agora conhecida como Rashid – descobriu uma pedra tão grande que não a podia mover. Pierre-François Bouchard, um dos savants de Napoleão, treinado como cientista e como soldado, mandou que a retirassem inteira. Assim que a limparam, ele percebeu imediatamente a sua importância.

    Quando, dois anos mais tarde, os franceses finalmente se renderam aos britânicos, estes roubaram os roubos dos franceses como despojos de guerra – incluindo a Pedra de Roseta, que foi para o Museu Britânico."


A Porta Denon, do Louvre
    Vários estudiosos tentaram decifrar os hieróglifos da Pedra, mas foi Jean-François Champollion quem o conseguiu. Champollion cresceu no sudoeste de França, o mais novo de sete. O seu pai era livreiro; a sua mão não sabia ler nem escrever. Ele tinha pouco dinheiro. Já ia na meia-idade, já tinha, mais ou menos, fundado a Egyptologia, mas não tinha dinheiro para ir ao Egito. Foi mais tarde, depois da fama. desde muito cedo, tinha mostrado um dom extraordinário para as línguas. Ainda na adolescência, aprendeu não só grego e latim, mas também hebraico, árabe, amárico, sânscrito, siríaco, persa e caldeu. Começou a aprender Coptic, a língua da Igreja Ortodoxa Egípcia, que se pensava (corretamente, como se veio a verificar) ser descendente do Antigo Egito." [Pedra de Roseta]

Champollion encontrou alguma correspondência entre as imagens hieroglíficas e a representação gráfica dos sons, semelhante, mas não igual, ao que chamamos de letras. No seu estudo da Pedra de Roseta, descobriu grupos de sinais dentro de anéis chamados cartuchos. Teorizou que este relevo tipográfico era digno dos nomes de reis e descobriu que correspondia aproximadamente à altura em que estes foram citados no texto grego. Os dois nomes de reis que lhe deram a chave foram os de Ptolomeu e Cleópatra.

    Afinal o que diz a Pedra de Roseta? Nada de excitante.

    "Diz-nos que a pedra deveria ser instalada num muro do templo em honra do governante Ptolomeu V Epifanes Eucharistos e o seu propósito cerimonial é, presumivelmente, responsável pelo seu tom. O texto foi inscrito em 196 a.C., para celebrar a coroação de Ptolomeu. (Ele tinha-se tornado faraó cerca de nove anos antes, mas, como na altura tinha apenas cinco anos, uma série de regentes tratou inicialmente dos assuntos de Estado). Começa com uma longa invocação do rei:

    «O senhor do sagrado uraeus-cobras cujo poder é grande, que assegurou o Egito e o fez prosperar, cujo coração é piedoso para com os deuses, aquele que prevalece sobre o seu inimigo, que enriqueceu a vida do seu povo, senhor de jubileus como Ptah-Tanen [o deus de Memphis], rei como Pre [o deus Sol], governante das províncias superiores e inferiores, o filho dos deuses que amam o seu pai, que Ptah escolheu e a quem o Sol deu a vitória, a imagem viva de Amon, o filho do Sol, Ptolomeu, que vive para sempre, amado de Ptah, o deus cuja beneficência é perfeita.»


Fonte: IP AZUL

domingo, 20 de março de 2022

Teoria Geral da Relatividade


Duque Susilo

    Em 20 de março de 1916, Einstein publicou a sua Teoria Geral da Relatividade, uma teoria geométrica da gravidade que a descreve como uma propriedade geométrica do espaço e do tempo.
 

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Meio século


     50 anos é muito tempo! À escala do Universo, é um nada, mas para cada um de nós é um tempo apreciável.
     Neste meio século, o primeiro e último, milhões de coisas sucederam, sonhos se construíram, alguns foram concretizados, outros nem de perto. É assim, certo?
     A partir de certa altura, começa a interiorizar-se mais a noção do tanto que falta concretizar e da cada vez maior escassez de tempo. Como o inestimável amigo Miguel hoje dizia, a partir da nossa idade já começamos a descontar o tempo (20, 19, 18...) em vez de o adicionar.
     Muita gente que passou pela nossa vida já desapareceu, alguns mantêm-se, outros vão surgindo, porque, de tudo o que se vive, o mais importante são as poucas pessoas que entraram na nossa vida e a marcaram para o sempre, seja este o que for. Das presenças, ainda permanecem aquela que nos deu o ser e meia dúzia de familiares. Dos que foram chegando, a pessoa com quem se decidiu partilhar a nossa existência e as duas flores que daí resultaram. Dos que foram partindo - e são tantos já! -, a tua ausência é a única que é impossível «reparar, restaurar».
     Passaram 50, venham os próximos... os que forem.

sábado, 22 de junho de 2019

"The Sun Ain't Gonna Shine Anymore", The Walker Brothers


     "The sun ain't gonna shine anymore" surgiu em 1966 pela voz dos The Walker Brothers.

     Scott Walker, o membro mais destacado da banda, faleceu no passado dia 25 de março deste ano, notícia que nos passou despercebida até hoje. Há muitos anos, várias noites de verão eram passadas ouvindo este tema e este grupo. RIP, Scott!
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