Português: 24/09/19

terça-feira, 24 de setembro de 2019

Coerência textual - Correção (G 58)

1. A
2. D
3. G
4. B
5. E
6. F
7. C
8. H
9. I

2.
a) interveio; esteve
b) emitem
c) imitem

3.
3.1. “controlar” – contornar; “cumprida” – comprida; “germinadas” – geminadas; “aderência” – adesão; “cotas” – quotas; “facilidades” - comodidades

4.
4.1.
a) Estava doente, por isso, não foi para a escola. / Estava doente; no entanto, foi para a escola.




. Ficha

Dêixis / Deíticos II (G 59)


1. Leia o diálogo seguinte, tendo em consideração o contexto.

(Contexto: na feira; diálogo entre o professor de o vendedor de calçado e o professor de Filosofia)

– Bom dia! Quanto custam as galochas que estão ao lado dos chinelos de praia?
– As galochas custam 35 euros, mas as que estão aqui junto de mim são mais baratas.
– Sim? E quanto custam?
– 25. São quase de graça.
– Sei… de graça… E as que estão lá ao fundo da bancada?
– Bom, essas são carotas: 55 euros, já com desconto.
– Ó sr. Eusébio, isso é um roubo! Assim sendo, vou levar as que estão junto de si.
– Hum! Se é uma questão de dinheiro, de preço, talvez devesse levar as botas que estão aos seus pés. Vai bem servido também e poupa dinheiro.

1.1. Substitua as expressões sublinhadas por determinantes e pronomes demonstrativos adequados.

a. ………………………………………….          d. …………………………………………..
b. …………………………………………..         e. …………………………………………..
c. …………………………………………..

2. Leia o texto, tendo em conta o contexto que o rodeia.

(Contexto: transcrição de uma conversa telefónica entre o Ernesto e a Miquelina, que teve lugar no dia 4 de setembro, durante a manhã)

Ernesto – Ontem estive em casa do Eusébio.
Miquelina – O que foste lá fazer?
Ernesto – Fui ver o que se passava. Disseram-me que teve um acidente.
Miquelina – Ah, coitado! Fiquei de falar com ele amanhã por causa do almoço de sábado.
Ernesto – É verdade, temos de acertar isso. Tu estás em casa, hoje?
Miquelina – Não. Agora estou no escritório e só devo regressar ao fim da tarde. Queres passar por lá a essa hora?
Ernesto – Vou verificar a minha agenda e ligo para aí.
Miquelina – Está bem. Fico a aguardar.

2.1. Refira os deíticos que identificam os participantes no discurso.
……………………………………………………………………..
……………………………………………………………………..

2.2. Indique os referentes do deítico «lá» nas duas ocorrências no texto (ll. 2 e 7).
……………………………………………………………………………
……………………………………………………………………………

2.3. Identifique o referente do deítico espacial «aí» (l. 8).
……………………………………………………………………………

2.4. Identifique os referentes dos deíticos «ontem» (l. 1), «amanhã» (l. 4), «hoje» (l. 5) e «agora» (l. 6).
…………………………………………………………………..
…………………………………………………………………..
…………………………………………………………………..
…………………………………………………………………..

2.5. Indica o tipo de dêixis assegurado pelos advérbios indicados em 2.4.
……………………………………………………………………

3. Assinale a alínea que corresponde à afirmação correta.

3.1. No enunciado «Amanhã, almoçarei convosco, a palavra destacada assegura a dêixis
a. temporal.
b. espacial.
c. textual.
d. pessoal.

3.2. No enunciado «Ainda ontem vos pedi que fossem menos barulhentos.», as palavras sublinhadas asseguram a dêixis
a. espacial e temporal.
b. temporal e pessoal.
c. espacial e pessoal.
d. textual e pessoal.

3.3. Na frase «O estojo está ao lado do livro do Ernesto.», a expressão sublinhada assegura a dêixis
a. pessoal.
b. espacial.
c. temporal.
d. espacial, temporal e pessoal.

3.4. No enunciado «Um rei fez a promessa de edificar um convento que, hoje, é muito visitado pelos alunos portugueses.», a palavra sublinhada assegura a dêixis
a. pessoal.
b. espacial.
c. temporal.
d. textual.

3.5. No enunciado «Já o padre Bartolomeu Lourenço regressou de Coimbra, já é doutor em cânones…», as palavras sublinhadas asseguram, respetivamente, a dêixis
a. espacial e temporal.
b. pessoal e espacial.
c. pessoal e temporal.
d. pessoal, espacial e temporal.


. Correção

"O sentimento dum ocidental"

         “O Sentimento dum Ocidental” é a investigação final e definitiva de Cesário Verde sobre a cidade. Tal como “Noite Fechada”, o poema regista as percepções e as impressões de um observador caminhando nas ruas nocturnas da cidade, com a diferença de que o narrador do presente texto passeia sozinho.
         Estamos, assim, na presença de um extenso poema composto por 44 quadras, distribuídas por 4 secções de 11 quadras (Avé-Marias, Noite Fechada, Ao Gás, Horas Mortas), cujo tema é o desespero e protesto de um português atormentado, face à cidade de Lisboa, percorrida desde o anoitecer às "horas mortas". Este é o sentimento que a civilização provoca, e ao mesmo tempo é um produto dela e um protesto contra ela.
         O seu passeio não é apenas um movimento no espaço das ruas da cidade; é também um processo no tempo, uma viagem para dentro da noite durante a qual o narrador penetra e confronta o mundo simbólico de sombras reais que é a cidade nocturna. Noite e cidade, como em “Noite Fechada”, são equivalentes simbólicos.
         A cidade é Lisboa; o “sentimento” do título é o do narrador, natural do extremo ocidental da Europa, um português. Mas a cidade também representa o todo da civilização ocidental a que Portugal pertence; e o sentimento que ela provoca é ao mesmo tempo um produto dessa civilização e um protesto contra ela.
         A progressão da noite, desde o crepúsculo e o acender das luzes até à completa escuridão das “horas mortas”, é acompanhada, num complexo contraponto, por um correspondente aprofundamento dos sentimentos e percepções do caminhante solitário nas ruas da cidade. O melancólico “desejo absurdo de sofrer” despertado pelo anoitecer é justaposto com uma nostálgica evocação visionária do passado; a mórbida exacerbação da angústia ao acender das luzes é justaposta com as alucinações febris de um presente fantasmagórico; a intensificada amargura provocada pela crescente escuridão é justaposta com a presença espectral dos seres reais que se movem na cidade; finalmente na escuridão total das horas mortas, a evocação ansiosa de um futuro gerado pela própria noite, como a sua necessária negação num novo dia, é justaposta com a culminante visão desesperada da dor humana como um sinistro mal de fel em busca dos seus amplos horizontes bloqueados.
         Em termos formais, o poema é constituído por quadras com versos decassílabos e alexandrinos (12 sílabas – conferem maior teor descritivo e analítico à narração). A estrutura estrófica é fragmentada, igual à percepção do real. A estrutura métrica é composta de frases independentes ou coordenadas que ajudam à descrição duma cidade que o deprime e nauseia; para exprimir este sentimento, temos o uso de frases exclamativas, traduzindo espanto, surpresa, prazer, revolta. Notemos também o uso da rima interpolada e a abundância da aliteração.

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