1.1. Explicita os dois momentos que a compõem - tese e demonstração.
A tese corresponde ao primeiro verso - "O poeta é um fingidor". De acordo com a nota que inicia a página 30 do manual, o verbo «fingir» deriva do latim «fingere», que significava "criar", "transformar", "modelar", "imaginar"... Assim, partindo desta informação, o «fingir» do poema não significa "mentir", mas "inventar", "imaginar", "criar", "representar", logo não estamos perante uma «mentira», mas o «fingimento» de algo. A demonstração abrange os versos 2 a 4, onde se explicita o «objecto» fingido: a dor.
Tal significa que o acto de criação, o acto poético consiste na expressão de uma dor que, sendo primeiro sentida pelo poeta, é posteriormente fingida e representada através da linguagem.
1.2. Identifica a oposição que encontras nos versos 2 a 4.
Nos referidos versos, existe uma oposição entre a dor fingida (v. 3) e a dor sentida (v. 4), que é racionalizada para depois ser expressa no poema.
1.3. Nos três últimos versos surge uma oração subordinada consecutiva. Identifica-a e salienta o seu valor.
A oração subordinada consecutiva é a seguinte: "Que chega a fingir". Esta oração indica a consequência (daí a designação de consecutiva) do que foi afirmado na oração anterior: "Finge tão completamente...". Deste modo, os dois últimos versos exprimem a consequência / o resultado do acto de fingimento do poeta que é anunciado no segundo verso.
1.4. Refere o valor expressivo do advérbio de modo presente no segundo verso.
O advérbio de modo "completamente" evidencia a intensidade do acto de fingir. De facto, estamos perante algo tão intenso que a dor real, a dor sentida pelo poeta, é superada pela dor fingida, isto é, pela que ele elaborou intelectualmente.
2. Na segunda estrofe, observa-se uma mudança de focalização.
2.1. Aponta a perífrase que identifica o novo sujeito gramatical.
A perífrase localiza-se no quinto verso, aquele que inicia a segunda estrofe - "E os que lêem o que escreve" -, referindo-se aos leitores (do poema / do poeta).
2.2. Ilustra, com passagens do poema, que a dor experimentada pelo leitor é diferente das dores mencionadas na primeira estrofe mas tão intensa e verdadeira como as que aí são referidas.
O leitor, ao ler o poema, não tem acesso (isto é, não sente) à dor real do sujeito poético, mas também não experimenta a sua própria dor. Dado que a leitura é um acto intelectual, interpretativo, o leitor imagina uma dor que também não é coincidente com a dor sentida ou fingida pelo sujeito poético. É o que se pode depreender dos seguintes versos: "E os que lêem o que escreve, / Na dor lida sentem bem, / Não as duas que ele teve, / Mas só a que eles não têm." (vv. 5 a 8).
Por outro lado, a intensidade da dor experimentada pelo leitor fique evidenciada pelo advérbio de modo «bem» presente no verso 6: "Na dor lida sentem bem...".
No fundo, estamos perante um processo poético que é extensível à restante criação artística. O espectador de um filme ou de uma peça de teatro, por exemplo, não tem acesso aos sentimentos e emoções neles veiculadas ou pretendidas pelo(s) autor(es), antes faz a sua interpretação, a sua leitura em relação ao que está a ver.
3. Na terceira estrofe, o sujeito poético generaliza e anuncia uma conclusão.
3.1. Descodifica as metáforas utilizadas.
Na última estrofe, o sujeito poético socorre-se de diversas metáforas (e imagens) para aprofundar a sua tese e a realação existente entre o sentir e o pensar no acto de criação poética e artística. Assim, designa o "coração", ligado ao sentir, por "comboio de corda" que "Gira, a entreter a razão". Ora, um comboio de corda é um brinquedo, o que pode querer associar a poesia à função de «entretenimento» do espírito. Por outro lado, estamos perante um objecto mecânico, sem autonomia, pois "depende" dos carris, que alimenta a razão, isto é, que lhe fornece os elementos (os sentimentos, as emoções) para a criação artística.
Já a razão surge associada à metáfora "calhas de roda", que subordinam, que disciplinam e condicionam o movimento do "comboio". Como o trajecto do comboio está dependente dos carris (isto é, dito de forma mais prosaica, o comboio vai para onde os carris o "levam", não tem autonomia para decidir o seu trajecto), tal significa que o sentir se subordina aos limites impostos pela razão no que à criação poética diz respeito.
6. Do ponto de vista formal, o poema adopta formas poéticas tradicionais.
6.1. Classifica as estrofes, considerando o número de versos.
O poema é constituído por três quadras.
6.2. Indica o tipo de verso usado, atendendo ao número de sílabas.
O verso usado é o de redondilha maior, isto é, constituído por sete sílabas métricas: Fin / ge / tão / com / ple / ta / men.
6.3. Faz o esquema rimático do poema.
O esquema rimático é o seguinte: a b a b / c d c d / f g f g. O esquema traçado significa que a rima é toda cruzada.
Tal significa que o acto de criação, o acto poético consiste na expressão de uma dor que, sendo primeiro sentida pelo poeta, é posteriormente fingida e representada através da linguagem.
1.2. Identifica a oposição que encontras nos versos 2 a 4.
Nos referidos versos, existe uma oposição entre a dor fingida (v. 3) e a dor sentida (v. 4), que é racionalizada para depois ser expressa no poema.
1.3. Nos três últimos versos surge uma oração subordinada consecutiva. Identifica-a e salienta o seu valor.
A oração subordinada consecutiva é a seguinte: "Que chega a fingir". Esta oração indica a consequência (daí a designação de consecutiva) do que foi afirmado na oração anterior: "Finge tão completamente...". Deste modo, os dois últimos versos exprimem a consequência / o resultado do acto de fingimento do poeta que é anunciado no segundo verso.
1.4. Refere o valor expressivo do advérbio de modo presente no segundo verso.
O advérbio de modo "completamente" evidencia a intensidade do acto de fingir. De facto, estamos perante algo tão intenso que a dor real, a dor sentida pelo poeta, é superada pela dor fingida, isto é, pela que ele elaborou intelectualmente.
2. Na segunda estrofe, observa-se uma mudança de focalização.
2.1. Aponta a perífrase que identifica o novo sujeito gramatical.
A perífrase localiza-se no quinto verso, aquele que inicia a segunda estrofe - "E os que lêem o que escreve" -, referindo-se aos leitores (do poema / do poeta).
2.2. Ilustra, com passagens do poema, que a dor experimentada pelo leitor é diferente das dores mencionadas na primeira estrofe mas tão intensa e verdadeira como as que aí são referidas.
O leitor, ao ler o poema, não tem acesso (isto é, não sente) à dor real do sujeito poético, mas também não experimenta a sua própria dor. Dado que a leitura é um acto intelectual, interpretativo, o leitor imagina uma dor que também não é coincidente com a dor sentida ou fingida pelo sujeito poético. É o que se pode depreender dos seguintes versos: "E os que lêem o que escreve, / Na dor lida sentem bem, / Não as duas que ele teve, / Mas só a que eles não têm." (vv. 5 a 8).
Por outro lado, a intensidade da dor experimentada pelo leitor fique evidenciada pelo advérbio de modo «bem» presente no verso 6: "Na dor lida sentem bem...".
No fundo, estamos perante um processo poético que é extensível à restante criação artística. O espectador de um filme ou de uma peça de teatro, por exemplo, não tem acesso aos sentimentos e emoções neles veiculadas ou pretendidas pelo(s) autor(es), antes faz a sua interpretação, a sua leitura em relação ao que está a ver.
3. Na terceira estrofe, o sujeito poético generaliza e anuncia uma conclusão.
3.1. Descodifica as metáforas utilizadas.
Na última estrofe, o sujeito poético socorre-se de diversas metáforas (e imagens) para aprofundar a sua tese e a realação existente entre o sentir e o pensar no acto de criação poética e artística. Assim, designa o "coração", ligado ao sentir, por "comboio de corda" que "Gira, a entreter a razão". Ora, um comboio de corda é um brinquedo, o que pode querer associar a poesia à função de «entretenimento» do espírito. Por outro lado, estamos perante um objecto mecânico, sem autonomia, pois "depende" dos carris, que alimenta a razão, isto é, que lhe fornece os elementos (os sentimentos, as emoções) para a criação artística.
Já a razão surge associada à metáfora "calhas de roda", que subordinam, que disciplinam e condicionam o movimento do "comboio". Como o trajecto do comboio está dependente dos carris (isto é, dito de forma mais prosaica, o comboio vai para onde os carris o "levam", não tem autonomia para decidir o seu trajecto), tal significa que o sentir se subordina aos limites impostos pela razão no que à criação poética diz respeito.
6. Do ponto de vista formal, o poema adopta formas poéticas tradicionais.
6.1. Classifica as estrofes, considerando o número de versos.
O poema é constituído por três quadras.
6.2. Indica o tipo de verso usado, atendendo ao número de sílabas.
O verso usado é o de redondilha maior, isto é, constituído por sete sílabas métricas: Fin / ge / tão / com / ple / ta / men.
6.3. Faz o esquema rimático do poema.
O esquema rimático é o seguinte: a b a b / c d c d / f g f g. O esquema traçado significa que a rima é toda cruzada.
Questionário retirado de Entre Margens - Português * 12.º ano