Português: Ciência
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segunda-feira, 14 de outubro de 2024

A importância da escrita manual

    Estudos mostram que escrever à mão ativa diversas regiões do cérebro, melhorando a capacidade de retenção da memória e a função cognitiva.

    Algumas escolas por esse mundo fora já deixaram de ensinar escrita cursiva. Uma boa ideia ou nem por isso?

    Vários estudos têm vindo a comprovar que escrever à mão traz benefícios cognitivos que as ferramentas digitais não conseguem substituir. «Em termos estatísticos, a maioria dos estudos sobre a relação entre a escrita e a memória [incluindo estudos realizados no Japão, na Noruega e nos Estados Unidos] mostram que as pessoas se lembram melhor das coisas que escreveram à mão do que num computador.» Quem o diz é a professora de linguística da American University, de Washington D.C., e autora de Who Wrote This? How AI and the Lure of Efficiency Threaten Human Writing, Naomi Susan Baron.

    As vantagens de escrever à mão podem ser parcialmente atribuídas à participação de vários sentidos no processo da escrita. «Segurar uma caneta com os dedos, encostá-la a uma superfície e deslocar a mão para criar letras e palavras é uma habilidade cognitivo-motora complexa que requer muita atenção», diz Melissa Prunty, professora de terapia ocupacional na Brunel University London, que investigou a relação entre escrever à mão e a aprendizagem. «Os estudos demonstraram que este nível mais profundo de processamento, que envolve transformar sons em letras, contribui para as capacidades de ler e soletrar nas crianças», diz Prunty.
    Os adultos também beneficiam da natureza laboriosa de escrever à mão. Um estudo com quarenta e dois adultos que estavam a aprender árabe concluiu que os participantes que aprendiam as letras escrevendo-as à mão conseguiam vocalizar melhor as letras recém-aprendidas do que as pessoas que aprendiam os novos caracteres datilografando-os ou simplesmente observando-os.
    «Achamos que os resultados podem ser parcialmente explicados pelo facto de escrever à mão ativar diferentes vias para o mesmo conceito», diz Robert Wiley, professor de psicologia na Universidade da Carolina do Norte e coautor do estudo. Ele explica que aprender uma nova palavra implica associar um símbolo abstrato a informação visual, motora e auditiva. «Escrever à mão pode ativar mais ligações nessas diferentes dimensões, comparado com datilografar", afirma.
    Através de inquéritos realizados a 205 jovens adultos na Europa e nos Estados Unidos, Baron descobriu que muitos alunos diziam ter mais concentração e melhor memória quando escreviam um texto utilizando um instrumento de escrita em vez de pressionando teclas num teclado, o que sugere que o sentido do tato desempenha um papel fundamental na forma como absorvemos a informação.
    Atividades como o toque e o movimento ativam as mesmas zonas do cérebro que participam na aprendizagem e na memorização, diz Lisa Aziz-Zadeh, professora no Brain and Creativity Institute da University of Southern California.«O cérebro humano evoluiu para processar informação sensorial e motora ao longo da evolução», diz, «e essas mesmas regiões do cérebro de processamento sensorial e motor estão agora envolvidas nos níveis mais altos da cognição.»

    Para compreendermos melhor como os nossos sentidos influenciam a nossa cognição, podemos pensar no cérebro como uma rede rodoviária, diz Audrey van der Meer, professora de neuropsicologia da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia. As redes cerebrais das crianças são como trilhos ténues e serpenteantes numa floresta, afirma. Com experiência e prática, esses trilhos podem transformar-se em vias rápidas que ligam diferentes partes do cérebro, transportando a informação de forma rápida e eficiente.
    Num estudo publicado em janeiro de 202, van der Meer e o seu coautor Ruud van der Weel, examinaram exames cerebrais de trinta e seis jovens universitários enquanto executavam tarefas de escrita. Pediram aos estudantes que escrevessem palavras do Pictionary utilizando uma caneta digital e um ecrã sensível ao toque ou que as datilografassem num teclado. A atividade cerebral dos participantes durante cada tarefa foi captada através de técnicas de eletroencefalograma.
    «A coisa mais surpreendente foi que todo o cérebro estava ativo quando escreviam à mão, [enquanto] áreas muito mais pequenas estavam ativas quando datilografavam», diz van der Meer. «Isto sugere que, quando escrevemos à mão, estamos a utilizar a maior parte do nosso cérebro para executar essa tarefa.»
    Além disso, o estudo mostrou que as diferentes vias do cérebro ativadas pela escrita manual comunicavam umas com as outras através de ondas cerebrais associadas à aprendizagem. «Existe todo um corpo de investigação sobre as oscilações alfa e beta no cérebro que são benéficas para a aprendizagem e a memória», diz van der Meer. «Descobrimos que essas oscilações estavam ativas quando as pessoas escreviam à mão, mas não quando datilografavam.»
    Por esta razão, os investigadores estão agora a incentivar as pessoas a continuarem a escrever à mão. Na Noruega, várias escolas deixaram de ensinar escrita cursiva, preferindo que os alunos escrevessem e lessem num iPad, uma tendência que van der Meer espera mudar através da sua investigação.
    «Acho que devemos ter um mínimo de escrita à mão nos currículos da escola primária pelo simples facto de fazer muito bem ao cérebro em desenvolvimento», afirma.
    Nos Estados Unidos, a escrita cursiva foi removida do Common Core Standard, mas vários estados decidiram incorporá-la novamente nos currículos escolares devido aos seus benefícios para a aprendizagem.
    Quanto aos adultos, van der Meer também os aconselha a usar papel e caneta. «Continuar a escrever algumas coisas à mão é um exercício muito para o cérebro», diz. «É o equivalente a fazer obras de manutenção numa estrada movimentada.»

Fonte: nationalgeografic.com.

sábado, 26 de agosto de 2023

Marie Curie e a radioatividade


Caderno de notas de Marie Curie

    Marie Curie faleceu de anemia plástica em 1934, contava ela 66 primaveras, após anos de exposição à radiação, uma exigência do seu trabalho.
    Alguns dos seus cadernos de apontamentos são tão radioativos (e continuarão a sê-lo por mais 1 500 anos) que tiveram de ser encerrados em caixas de chumbo, por lá permanecem e permanecerão.
 

domingo, 20 de março de 2022

Teoria Geral da Relatividade


Duque Susilo

    Em 20 de março de 1916, Einstein publicou a sua Teoria Geral da Relatividade, uma teoria geométrica da gravidade que a descreve como uma propriedade geométrica do espaço e do tempo.
 

terça-feira, 4 de junho de 2019

Porque é que o céu é azul?

     A cor azul do céu está relacionada com a luz que chega do Sol, que é branca.
     A luz branca é uma mistura de todas as cores de luz visível, desde o vermelho (a cor com menos energia, maior comprimento de onda e menor frequência) até ao violeta (a luz de cor com mais energia, menor comprimento de onda e maior frequência). O olho pode ver essa gama de frequências porque, como esta não é mais do que energia que o Sol emite, evoluiu adaptando-se em maior medida para captar estas frequências.
     A cor do céu tem a ver com a atmosfera da Terra. De facto, a luz branca chega à atmosfera vinda do Sol (desloca-se tão depressa, que demora apenas 8 minutos e 30 segundos; quer isto dizer que, se o astro-rei se apagasse subitamente, demoraríamos esse tempo a aperceber-nos disso). É precisamente na atmosfera que sofre a chamada Dispersão de Rayleigh (em honra de lorde Rayleigh, o físico britânico que a descobriu e que estudou o fenómeno por volta de 1870). Esta dispersão ocorre quando a radiação é disseminada por partículas muito mais pequenas do que o comprimento de onda.
     A Dispersão de Rayleigh, o desvio do percurso da luz em linha reta, é inversamente proporcional à quarta potência do seu comprimento de onda. Isto quer dizer que, quanto maior for o comprimento de onda, menos se dispersará (daí ser «inversamente proporcional»).
     A luz vermelha dispersa-se pouco (o comprimento de onda é comprido), enquanto a azul se dispersa muito (o comprimento de onda é curto); a diferença entre as dispersões de ambas é muito grande. A luz vermelha entra no ar e mantém um percurso em linha reta, por isso vemos os tons avermelhados em torno do Sol por altura do crepúsculo. Já a luz azul dispersa-se e começa a ressaltar por toda a atmosfera, tingindo tudo de azul. Para onde quer que olhemos no céu, há um raio de luz azul que vem direto aos nossos olhos. Além disso, dado que a luz azul se dispersa, vemos o Sol com um tom amarelado. No entanto, fora da atmosfera, vê-se o Sol totalmente branco em contraste com o fundo totalmente negro do espaço. Deste modo, caso não existisse atmosfera, da Terra veríamos o céu preto.
     Por outro lado, a luz dispersa-se porque, além de ser uma onda, é uma partícula, devido à dualidade onda-partícula. A partícula da luz chama-se fotão e foi descoberta por Einstein nos seus estudos sobre a natureza do efeito fotoelétrico (que lhe valeram o Prémio Nobel) - o efeito que permite que, nos centros comerciais, as portas se abram sozinhas na nossa presença e que as placas fotovoltaicas gerem eletricidade. Se considerarmos a luz como um molho de fotões de diferentes energias que incidem na atmosfera, podemos imaginar o impacto que esses fotões têm contra os grãos de poeira e as gotas de água que flutuam no ar e que se desviam do seu caminho. Uma vez que os fotões azuis têm muita energia, ressaltam por toda a atmosfera como se fossem bolas numa máquina do Euromilhões, fazendo com que o céu seja azul e não verde, nem violeta, etc.

quarta-feira, 18 de abril de 2018

domingo, 18 de março de 2018

Queda da estação espacial "Tiangong-1"

     Depois de seis anos e meio no espaço, a Tiangong-1, primeira estação espacial chinesa, prepara-se para regressar à Terra. O problema é que está totalmente fora de controle e ninguém sabe quando e onde vai cair.
     Aqui [Tiangong-1] ou aqui [Tiangong-a], é possível acompanhar o regresso da filha pródiga.

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Descobertos os primeiros fósseis de placodontes em Portugal


     Foram descobertos em Loulé por paleontólogos da Universidade Nova de Lisboa os primeiros fósseis, em território português, de placodontes.
     Estes animais eram répteis aquáticos que viveram durante o período triásico, aproximadamente entre 250 e 200 milhões de anos, altura em que se extinguiram, em águas pouco profundas. O triásico foi o primeiro período da era mesozóica, época em que os continentes estiveram juntos num supercontinente (Pangeia) e em que os dinossauros surgiram e se espalharam pelo planeta, diversificando-se.
     Os placodontes tinham uma alimentação à base de moluscos. Fisicamente, eram constituídos por placas ósseas - "osteodermes" - que lhes davam uma aparência semelhante à das tartarugas e possuíam uma forma hexagonal, plana, alongada e sem ornamentação da carapaça, não possuindo dentes.
     A descoberta ocorreu em 2016 e 2017, nos concelhos de Loulé e Silves, mas só agora foi divulgada junto do grande público. O estudo que dá conta dela pode ser encontrado aqui [estudo].

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Pôr do sol em Marte


     A sonda espacial Curiosity captou imagens deslumbrantes do pôr do sol em Marte.

     A cor do céu naquele planeta é oposta àquela que vemos a partir da Terra. De facto, aqui o pôr e o nascer do sol são em tons alaranjados, ao passo que no planeta vermelho vemos o céu azul; durante o dia, enquanto o nosso céu está habitualmente azul, em Marte é avermelhado.


     Esta diferença deve-se ao facto de as finas partículas de poeira que fazem parte da atmosfera do quarto planeta do nosso sistema solar absorverem a maior parte da luz azul, fazendo com que o dia tenha os tons alaranjados e avermelhados que é usual observar em fotografias ou vídeos.
     Durante o nascer e o pôr do sol, as referidas partículas ficam diretamente viradas para a estrela solar e refletem essa mesma  luz azul, criando o efeito que a Curiosity captou.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Asteróide gigante visita hoje a Terra

     Com 4,4 km de diâmetro, o asteroide Florence é maior a aproximar-se da Terra nos últimos 100 anos.



     O asteroide passará a uma distância de 7 milhões de quilómetros do nosso planeta já hoje, sexta-feira. Não obstante a distância ser reduzida em termos de dimensão cósmica, não há qualquer risco de colisão com a Terra.
     Estamos na presença do maior objeto celeste a passar tão perto de nós desde a descoberta do primeiro asteroide nas proximidades do planeta, há mais de um século. Outros asteroides conhecidos já se cruzaram com a Terra a distâncias mais curtas, no entanto eram de menores dimensões.
     O Florence voltará a visitar-nos em outubro de 2024, mas não passará tão perto do nosso planeta nos próximos cinco séculos.

     A cada 2000 anos, sensivelmente, um meteorito do tamanho de um campo de futebol colide com a Terra, devastando a área de impacto e os seus arredores.

     Há cerca de 66 milhões de anos, um meteoro colidiu com o nosso planeta, causando a extinção dos dinossauros, contudo este tipo de fenómeno é extremamente raro. A NASA afirmou que pelo menos um asteroide com as dimensões de um automóvel atinge a atmosfera da Terra por ano, mas normalmente os objetos celestes desintegram-se ao atingirem o solo.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O pénis humano já teve osso


     De acordo com um estudo científico recente, citado pelo jornal britânico "The Guardian", o pénis dos homens já possuiu um osso, o baculum, existente ainda em diversos mamíferos, como os macacos, por exemplo.
     De acordo com os investigadores, o osso ter-se-á desenvolvido nos mamíferos há cerca de 95 milhões de anos e era maior nos machos que mantinham relações sexuais com uma duração superior a 3 minutos. Esta seria uma forma de o macho garantir, por um lado, que a fêmea engravidava e, por outro, que ficava afastada dos demais machos.
     O osso terá 'desaparecido' do pénis humano há, aproximadamente, 1,9 milhões de anos, na época do Homo Erectus, em resultado da monogamia e da velocidade do acasalamento. De facto, com o surgimento das relações monogâmicas, o homem deixou de sentir a obrigação de penetrar a fêmea durante muito tempo, visto que desapareceu o perigo de outros homens tentarem acasalar com ela.

quarta-feira, 13 de julho de 2016

Space Dashboard


     O Space Dashboard é um sítio que oferece uma série de "feeds" informativos sobre o que está a ocorrer no espaço, nomeadamente transmissões ao vivo da Estação Espacial Internacional, bem como o estado da rede Deep Space da NASA.

Primeira imagem de Júpiter captada pelo sonda Juno


     A JunoCam captou e enviou para a Terra as primeiras imagens do planeta Júpiter, obtidas a cerca de 4,3 milhões de quilómetros do planeta.
     Nesta imagem, é possível observar, da direita para a esquerda, as luas Io, Europa e Ganimedes.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Vírus Zika


1. O que é o Zika?

     O Zika é um vírus já conhecido desde 1947, tendo sido identificado pela primeira vez na floresta Zika, Uganda, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.


2. Como se transmite o vírus?

     A transmissão do vírus ocorre através da picada do mosquito infetado, o mesmo que transmite a dengue e a febre amarela. Por regra, a doença não se transmite de pessoa para pessoa, pelo que a transmissão em cadeia não constitui um risco.
     A transmissão por via sexual ainda não foi comprovada cientificamente, não obstante já terem sido identificados dois possíveis casos de infeção por essa via.


3. Sintomas

     Desde logo, é importante ter noção de que apenas uma em cada cinco pessoas infetadas com o vírus adoece. Os infetados podem sentir febre, erupções cutâneas, dores nas articulações e conjuntivite. Os sintomas podem durar até uma semana.


4. O vírus e as grávidas

     A infeção pelo vírus Zika está associada a complicações neurológicas e malformações no feto. No Brasil, o Zika já foi ligado a 3 893 casos de bebés nascidos com microcefalia, isto é, os recém-nascidos nascem com o crânio mais pequeno e em consequência têm um desenvolvimento cerebral reduzido e maior risco de morte.


5. A presença do mosquito em Portugal

     O mosquito Aedes não existe em Portugal, dado que não sobrevive em países caracterizados por temperaturas baixas, embora já tenha sido identificado na região autónoma da Madeira.


6. Precauções a tomar

     A DGS recomenda que, antes de viajarem para zonas afetadas, as pessoas devem procurar aconselhamento em Consulta do Viajante, enquanto, no país de destino, devem seguir as recomendações das autoridades locais.
     Por outro lado, devem assegurar proteção contra a picada de mosquitos utilizando vestuário adequado para diminuir a exoosição corporal à picada (camisas de manga comprida, calças...); optar por alojamentos com ar condicionado; utilizar redes mosquiteiras; ter especial atenção aos períodos do dia em que os mosquitos picam (início da manhã e fim da tarde).
     Além disso, devem aplicar repelentes, embora o seu uso não seja recomendado em recém-nascidos com idade inferior a três meses. No caso das crianças e mulheres grávidas, podem fazer uso de repelentes de insetos apenas mediante aconselhamento prévio de profissionais de saúde. No caso de ter se fazer uso simultâneo de protetor solar e repelente, este deverá ser aplicado depois do protetor solar.
     As mulheres grávidas que tenham estado em áreas afetadas devem consultar o seu médico de família ou obstetra após o regresso, mencionando a viagem.
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