Português: Patreon
Mostrar mensagens com a etiqueta Patreon. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Patreon. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

Análise do poema "Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia", de Ricardo Reis

    O poema encontra-se organizado no respeito pelo processo usado em determinadas odes de Horácio; quer dizer, constitui-se como um símile de valor parenético (ou seja, que encerra uma moralidade), tomando por base um exemplum.


    Relativamente à estrutura interna, o poema divide-se (pelo que acima foi referido) em duas partes: o exemplum (vv. 1 a 64) e a moralidade (vv. 65 a 105).


  
         1.ª parte: Exemplum (vv. 1 - 64)

    Embora seja um texto em verso (decassílabos e hexassílabos brancos), por isso com características evidentes do género lírico, é possível também detetar no poema alguns aspetos característicos do género narrativo, concretamente a presença de uma ação, narrador, tempo, espaço e personagens.

    A história (ação) narrada no texto prende-se com factos ocorridos durante a invasão de uma cidade da Pérsia. Tais factos, apesar da sua brutalidade e sanguinolência, foram incapazes de, por mais do que um leve e passageiro instante, desviar a atenção de dois jogadores de xadrez que, indiferentes a tudo o que os rodeava, prosseguiram serenamente o seu jogo.

    O narrador é o próprio...


    A análise completa do poema pode ser encontrada aqui: análise-de-ouvir-contar-que-outrora.

 

sábado, 20 de janeiro de 2024

Análise do poema “Presságio” ou “O amor, quando se revela”

    O poema “Presságio” foi escrito por Fernando Pessoa em 24 de abril de 1928, já na fase final da sua vida (13 de junho de 1888 – 30 de novembro de 1935).

    O tema da composição poética é o amor, mais concretamente a dificuldade em o revelar à pessoa amada (em última análise a impossibilidade de viver um amor correspondido), abordado em cinco quadras de redondilha maior (bem ao gosto popular), com rima cruzada, segundo o esquema rimático ABAB.

    Na primeira quadra, o sujeito poético apresenta o mote do texto, isto é, o tema que vai ser desenvolvido, bem como o seu posicionamento face...


    Podes encontrar a análise completa do poema aqui: análise-do-poema-presságio.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Análise do poema "Ao entardecer, debruçado pela janela"


    Este poema é o terceiro da obra O Guardador de Rabanhos, um livro escrito entre 1911 e 1912, caracterizado por um estilo livre, sem rima nem métrica.

    O início da composição apresenta-nos um sujeito poético, debruçado pela janela, a ler O Livro de Cesário Verde. Ora, a leitura é uma atividade solitária por excelência e que exige concentração, introspeção, e Caeiro admitia que lia debruçado na janela, ao entardecer, o momento do dia que parece proporcionar a melancolia: a imagem é a de um poeta solitário – Alberto Caeiro – que lê outro poeta com tendências taciturnas – Cesário Verde.

    A seleção da obra para leitura não é casual. De facto, são evidências as similitudes entre a poética de ambos os poetas: a relação com a Natureza, as sensações, o deambulismo, etc. Caeiro lê O Livro de Cesário Verde, porque se identifica com ele. Note-se, por outro lado, a forma intensa e dedicada como Alberto se dedica à leitura, como o mostra o facto de ler até lhe doerem os olhos. O «eu» poético está totalmente focado e entregue à leitura. A identificação do título da obra indicia a sua admiração e respeito por Cesário, mas também a sua identificação com ele: ambos são poetas da Natureza e das sensações e observam o mundo com simplicidade e sem o racionalizar.

    Voltando ao verso inicial do poema, este coloca-nos perante o momento (“Ao entardecer”) e o local (a janela) em que se opera a leitura. O «eu» poético está...


A análise completa pode ser encontrada no link seguinte: análise-de-ao-entardecer.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Análise do Poema XIV de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro


    O poema XIV de O Guardador de Rebanhos é constituído por duas estrofes, uma sextilha (isto é, uma estrofe constituída por seis versos) e um terceto. Como seria de esperar num poeta que não concluiu a antiga escola primária e que pretende escrever ao correr da pena, de forma espontânea, não pensando no que escreve, a composição caracteriza-se pela irregularidade formal. Assim, como já foi referido, há irregularidade estrófica, visto que as estrofes contêm um número diferente de versos entre si (seis e três). Por outro lado, os versos são todos brancos ou soltos, isto é, não rimam uns com os outros. Além disso, a métrica é igualmente irregular, visto que encontramos versos com diferente número de sílabas: 12 (v. 1), 4 (v. 7), 13 (v. 5), etc.

    No que diz respeito à mensagem do poema, o sujeito poético inicia-o afirmando que não se importa com as rimas. O que significa esta afirmação / negação? Em primeiro lugar, significa que ele se assume como um poeta (já o tinha feito, aliás, logo na primeira composição poética de O Guardador de Rebanhos). Em segundo lugar, significa que, nessa qualidade, desvaloriza a importância da rima nos seus textos, na sua poesia. Mas por que razão tal sucederá? A explicação / justificação surge ainda no primeiro verso, estendendo-se ao seguinte. De facto, o «eu» declara que não “Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra”. O que quer isto dizer e qual a relação com o ato de escrever poesia? Fazer rimar duas palavras (isto é, colocar no texto duas – ou mais – palavras que têm um final semelhante – ou seja, que rimam) não é natural, e fundamenta esta ideia através de uma analogia com a Natureza, que também não cria entidades iguais (como, por exemplo, árvores) “uma ao lado da outra”. Tal sucede porquê? O homem pensa quando cria (neste caso, cria / escreve poesia); a Natureza, não, daí que crie de forma simples e natural.

    O terceiro verso assenta numa comparação entre o sujeito lírico e a mesma Natureza: “Penso e escrevo como as...


    Podes encontrar a conclusão da análise aqui: análise-poemaxiv-o-guardador-de-rebanhos.

domingo, 14 de janeiro de 2024

Análise do poema "Poética", de Manuel Bandeira


    O título deste poema em verso livre – “Poética” – vem do grego «poiein», que significa «criar»; de acordo com Aristóteles, quer dizer “o estudo da criação poética em si mesma”.

    Nos primeiros cinco versos, o sujeito poético apresenta um gesto de recusa (“estou farto de”) do lirismo comedido, caracterizado por metáforas que remetem para a vida burocrática (“Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente […]”). Tal como a vida burocrática está sujeita a regras que desgastam a vida, tirando-lhe o prazer, certas construções poéticas acabam desgastadas pela rotina, porque permanecem fiéis a fórmulas inautênticas da tradição e a metáforas mortas: “protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor. / Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo”. Deste modo, a técnica substitui o talento, valoriza-se a pureza do idioma, e o lirismo torna-se subserviente às...


    A análise pode encontrar-se aqui: análise-de-poética-de-manuel-bandeira.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Género literário de Os Lusíadas

     Neste post, encontra-se a classificação de Os Lusíadas como uma epopeia / um poema épico, a definição de epopeia, os elementos característicos da epopeia e os elementos da mesma que podemos encontrar na obra de Camões.

    O post pode ser encontrado no seguinte link: género-de-os-lusíadas.


    Abaixo, um quadro-síntese dos conteúdos desenvolvidos:

 

ELEMENTOS da EPOPEIA

CONCRETIZAÇÃO
n’ OS LUSÍADAS

CARACTERÍSTICAS

 

. A ação: acontecimentos representados ao longo da obra.

 

 

. Viagem de Vasco da Gama, acontecimento culminante da História de Portugal.
 
. Unidade: ligação entre as diversas partes.

. Variedade: inserção de episódios para quebrar a monotonia e embelezar a ação.

. Verdade: assunto real ou, pelo menos, verosímil.

. Integridade: criação de uma intriga com princípio, e fim.

 
. A personagem: os agentes ou heróis da ação.

 

 
. Vasco da Gama.


. O Povo Português (“o peito ilustre lusitano”).
 
. Camões?
 

. E os deuses, mais homens que deuses?

 

 
. Individual e principal, com uma dimensão simbólica um povo de marinheiros.
 
. Herói coletivo, fundamental numa epopeia.
 
. Herói individual (ou coletivo, porque representativo do homem do Renascimento, completo, soldado e escritor, guerreiro e Velho do Restelo?).
 
. Não são meros símbolos, têm paixões humanas, identificam o êxito e o fracasso, a vitória e a derrota (Vénus Baco).
 
 
. O maravilhoso: intervenção de seres sobrenaturais na ação.

 

 
. Júpiter, Vénus, Marte, etc.
 
. Deus (a Divina Providência cristã).
 
. Pagão: deuses pagãos.
 
. Cristão: Deus do cristianismo.
 
. Misto: mistura dos dois anteriores.
 
. Céltico: magia, feitiçaria.
 
 
. A forma.

 

 

 
. Dez cantos.
. Narrativa em versos decassílabos, geralmente heroicos, agrupados em oitavas.
. Rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos.
. Esquema rimático: abababcc.
 

Vida e obra de Luís de Camões

 1524 – 1525

Nascimento

Luís Vaz de Camões terá nascido em 1524 ou 1525, provavelmente em Lisboa (ou Coimbra) (não se sabe ao certo a data e o local do seu nascimento), no seio de uma família da pequena nobreza e oriunda da Galiza. O pai chamava-se Simão Vaz de Camões e a mãe, Ana de Sá (ou Ana Macedo, segundo alguns documentos).

 

1535 – 1545

Juventude em Coimbra

Segundo alguns autores, Camões viveu parte da sua juventude em Coimbra, onde se terá instalado desde muito novo, para aí fazer os seus estudos. Através do seu tio, D. Bento Camões, chanceler a Universidade e prior do Mosteiro de Santa Cruz, teve acesso às aulas de Humanidades, regidas pelos frades de Santa Cruz, e contacto com os ideais humanistas, bem como acesso a obras de grandes nomes da literatura renascentistas europeia.

 

Petrarca e a influência renascentista

Francesco Petrarca (1304 – 1374), poeta e humanista italiano, foi um dos grandes exemplos da nova estética do Renascimento. Seguidor da escola petrarquista, Camões viria a adotar os...


A conclusão do post encontra-se no link seguinte: vida-e-obra-de-camões.

Renascimento

     PowerPoint que sintetiza o estudo referente ao Renascimento: power-point-renascimento.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

O tema do sacrifício do filho / A intertextualidade no conto "A Aia"


    O tema do sacrifício do filho surge em textos seminais do Oriente, como, por exemplo, a Bíblia, através de Abraão, e a mitologia grega, através de Ifigénia, personagem da Ilíada.
    Na Bíblia, no Génesis, Abraão oferece o seu filho primogénito, Isaac, em sacrifício para provar a sua fidelidade à divindade. Ora, o ritual é interrompido pelo próprio Deus, que considera que o gesto de Abraão constitui já prova de amor e adoração.
    Há uma relação entre o gesto de Abraão e a atitude da aia: a lealdade. Tal como sucede com a figura bíblica, também no conto de Eça se confrontam a fidelidade a um Senhor e o amor ao filho. No entanto, na casa da ama de leite, a lealdade é levada ao extremo, tanto que o amor de mãe se torna secundário perante a submissão à rainha e aos interesses do reino. Ao contrário do que sucede na narrativa bíblica, o sacrifício do filho da aia não é interrompido por nenhum Deus piedoso; o seu filho não é substituído pelo cordeiro, antes se torna o cordeiro que substitui o príncipe.
    O episódio da Ilíada tem contornos semelhantes: o sacrifício de Ifigénia. Agamémnon provocou a ira de...


    Continuação da análise: aqui.

domingo, 10 de dezembro de 2023

Análise do poema "A novela inacabada", de Fernando Pessoa


    Este poema de Fernando Pessoa é constituído por três quadras de versos de redondilha maior, com rima cruzada, de acordo com o esquema rimático ABAB.

    Na primeira quadra, o sujeito poético usa a metáfora nos dois versos iniciais para representar a sua vida como uma “novela inacabada”. Ora, sabendo que uma novela é um texto narrativo envolvente e complexo, cheio de situações variadas e complexas, com múltiplas reviravoltas, podemos inferir que o verso 1 remete para uma vida repleta de eventos intensos e emotivos. Por outro lado, a referida metáfora sugere que a vida do «eu» lírico, sendo uma novela e inacabada, não consegue realizar-se no seu dia a dia, no seu quotidiano. Deste modo, ele procura sentido... [continuação da análise 👉 análise-de-a-novela-inacabada].

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Análise do poema "Quando não estás a olhar é o mundo», de Manuel Gusmão


                                               Quando não estás a olhar é o mundo

 que te olha. Nunca saberás o que vê.

 Obscuramente imaginas que testemunhará

 por ti, mas ignoras de todo - e que importa? -

 onde, a que propósito e perante quem.


    O poema, uma quintilha, é da autoria de Manuel Gusmão, um poeta, ensaísta e professor português, nascido em 1945, em Évora, e falecido a 9 de novembro de 2023, em Lisboa, e faz parte da obra A Terceira Mão, publicada em 1997.
    O curto poema reflete sobre a relação entre o «tu» e o mundo. Essa relação é dialética e estabelecida através do olhar, verificando-se uma alternância entre os papéis de observador e observado. Aparentemente, é o «tu» quem contempla o mundo, porém, quando desvia o seu olhar, é este que passa a observá-lo, o que sugere uma certa curiosidade ou vigilância sobre aquele: a realidade existe para além da...


Continuação da análise aqui: análise-de-quando-não-estás-a-olhar.

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Análise do poema "O Colosso", de Sylvia Plath


     O poema foi publicado pela primeira vez na antologia homónima em 1960, que continha mais quarenta e quatro poemas. O título faz-nos lembrar dos famosos versos de Júlio César, de Shakespeare: “… homem, ele cavalga neste mundo estreito / como um colosso. (I, 2, 135-36.) Esta referência referir-se-á à lendária estátua de bronze de Apolo em Rodes.
    O tema do poema é o luto pelo pai. O sujeito poético compara o seu pai a uma enorme estátua, remanescente de um deus caído. Na verdade, o que importa para o «eu» não é a perda do corpo do pai, mas a perda da segurança psicológica que ele lhe facultava. O sujeito tenta recuperar a segurança perdida através do ato de cuidar da estátua caída. Tendo em conta a temática, o tom do poema é de perda e luto, bem como de pesar surpreso. O «eu» surpreende-se com a enormidade da ausência diante dela, cuja presença como fantasma, no entanto, nunca deixa de a provocar.
    O sujeito lírico está exausto em razão dos seus esforços contínuos para dar... [clicar para acessar à análise completa].

domingo, 5 de novembro de 2023

Análise do poema "Árvores do Alentejo", de Florbela Espanca


    “Árvores do Alentejo” é um soneto da autoria de Florbela Espanca em versos decassílabos e de rima emparelhada e interpolada, de acordo com o esquema rimático ABBA, que faz parte da obra Charneca em Flor, publicada em 1931.
    Neste poema, Florbela Espanca alude à planície alentejana, que agoniza sob um sol escaldante, um «brasido» que anseia pela água regeneradora da vida, a «bênção de uma fonte». Todavia, no texto não são as árvores que, realmente, agonizam perante a aridez da charneca, mas, sim, o sujeito poético, uma figura que se eleva acima do horizonte e tenta amenizar tanto a sua dor como a da natureza, a quem se dirige em tom apelativo, por exemplo, no último terceto (Custódia Pereira, Do Sentimento em Florbela Espanca).
    O soneto abre com... [continuação da análise aqui: Árvores-do-Alentejo]

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Análise do poema "Em Horas inda Louras, Lindas", de Fernando Pessoa

    Este poema é constituído por três sextilhas (isto é, três estrofes constituídas por seis versos), com rima cruzada, de acordo com o esquema ABABAB, ritmo regular e versos decassílabos.
    O tema do texto é a nostalgia da infância. Por outro lado, a composição poética constitui um exemplo da vertente simbolista da obra de Fernando Pessoa, como se pode verificar pelo recurso a imagens sensoriais, diversas sonoridades, aliterações e assonâncias, bem como de sugestões de significados ocultos.
    A infância que o sujeito poético recorda é representada pelas figuras femininas de Clorindas e Belindas, que brincam no...

 

 Continuação da análise aqui → Análise do poema "Em Horas inda Louras, Lindas".

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Estrutura do conto "A Aia"

  
Situação inicial (1.º parágrafo):

Apresentação do rei e do reino.

Partida do... 


Análise da estrutura interna do conto → link.

Explicação do título "A Aia"

    O título do conto “A Aia” indica a personagem principal do texto. Por outro lado, o uso do determinante artigo definido «A» indicia...


Análise do título → explicação do título.

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Análise do poema "Magro, de olhos azuis, carão moreno"


 Tema: autorretrato do sujeito poético.

 
 
 Assunto: descrição física e psicológica que o sujeito lírico faz de si próprio.

 
 
 Estrutura interna

 

 1.ª parte (2 quadras + 1.º terceto) – Autorretrato:


        Continuação da análise aqui 👉 "Magro, de olhos azuis, carão moreno".

Análise do poema "Camões, grande Camões", de Bocage


 
👉 Assunto: Camões é considerado por Bocage o modelo dos indivíduos predestinados à desgraça, vítimas do Destino adverso, além de poeta genial, cuja obra aspira a imitar.

 
 
👉 Tema: comparação de Bocage com Camões (vida e obra).

 
 
👉 Estrutura interna

 
n 1.ª parte (v. 1 – “Modelo meu tu és..”, v. 12) Semelhanças entre Bocage e Camões:

– ambos vítimas do destino / o mesmo fado: “quão semelhante / Acho teu fado ao meu”;



Continuação da análise aqui 👉 : "Camões, grande Camões".

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...