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domingo, 18 de julho de 2021

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Análise de Mona Lisa

             «Mona Lisa» é uma das pinturas mais célebres da história da humanidade, um óleo sobre madeira da autoria de Leonardo da Vinci, algures entre 1503 e 1506, de 77 por 53 cm. A obra compreende o retrato de uma mulher misteriosa e encontra-se exposta no Museu do Louvre, em Paris.

            O título do quadro é “Mona Lisa”, sendo que «Mona» é a contração do termo italiano «Madona», que significa «Senhora» ou «Madame». Assim sendo, o título será «Senhora / Madame Lisa». A obra é também conhecida pela designação de «Gioconda», que pode significar «mulher alegre» ou «a esposa de Giocondo».

            Relativamente às técnicas utilizadas na imagem, destaca-se a do sfumato, a qual foi criada pelos primeiros pintores flamengos, mas aperfeiçoada por Da Vinci. A técnica consiste na criação de gradações de luz e sombra que diluem as linhas dos contornos do horizonte. No caso concreto da «Mona Lisa», o recurso ao sfumato cria a ilusão de que a paisagem se vai afastando do retrato feminino, pintado com nitidez, por oposição à paisagem esfumada – sfumato –, conferindo profundidade à obra.

            A pintura apresenta uma mulher sentada, revelando apenas a parte superior do seu corpo. Atrás dela, vemos uma paisagem que mistura a natureza (as águas e as montanhas) e a ação humana (os caminhos). Note-se que o corpo feminino é construído pelas mãos e o vértice superior o seu rosto.

            O aspeto que mais interesse desperta no quadro é o sorriso da mulher, enigmático e ambíguo. Vários são os estudos e as interpretações sobre e do sorriso; aparentemente, as rugas em torno dos olhos e na curva dos lábios parecem indiciar felicidade.

            Já o olhar apresenta uma expressão carregada de intensidade; por outro lado, a pintura foi construída de forma a sugerir que os olhos inquisitivos e penetrantes nos seguem de todos os ângulos.

            No que diz respeito à postura, a mulher está sentada, com o braço esquerdo apoiado na cadeira, enquanto a mão direita se encontra poisada sobre a esquerda. A postura, em termos gerais, sugere alguma formalidade e solenidade, tornando claro que está a posar para o quadro.

            Em fundo, encontra-se uma paisagem imaginária, constituída por montanhas com gelo, águas e caminhos traçados pelo ser humano. Essa paisagem é desigual, pois é mais baixa do lado esquerdo e mais alta do direito.

            No que concerne à identidade da mulher retratada, ela continua a ser um mistério, destacando-se três dentre as várias teorias que a procuram decifrar. A primeira hipótese defende que a figura feminina é Lisa del Giocondo, esposa de Francesco del Giocondo, uma figura proeminente da sociedade de Florença. De acordo com alguns estudos, há documentos que atestam que Da Vinci estava a pintar um quadro dessa mulher. Por outro lado, acredita-se que ela teria sido mãe pouco tempo antes e o quadro seria uma encomenda do marido para comemorar o acontecimento. De acordo com outras investigações, as várias camadas de tinta parecem sugerir que, nas primeiras versões da obra, a mulher teria um véu no cabelo que era usado tradicionalmente pelas mulheres grávidas ou que tinham dado à luz recentemente.

            A segunda hipótese aponta para Isabel de Aragão, a duquesa de Milão, para quem Leonardo trabalhou. Segundo alguns estudos, o tom verde escuro e o padrão das vestes da figura feminina indiciam que pertence à casa de Visconti-Sforza. Por outro lado, uma comparação da Mona Lisa com retratos de Isabel de Aragão evidencia algumas semelhanças entre ambas.

            A terceira hipótese sugere que a figura retratada é a do próprio Leonardo Da Vinci, envergando roupas femininas. Esta teoria explicaria o facto de a paisagem ser mais elevada do lado direito (associado ao género feminino) do que o esquerdo (associado ao género masculino). Esta possibilidade radica nas semelhanças existentes entre a figura feminina retratada e os autorretratos do pintor.

            Ainda relativamente à figura da mulher, é de salientar também o facto de ela não possuir sobrancelhas, visto que, na época, era comum as mulheres rasparem as sobrancelhas, dado que os pelos das mulheres eram sinónimo de luxúria. Este traço é visível noutros quadros de Da Vinci, como “Retrato de Ginevra de Benci”.

 

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