André-Henri Dargelas, – A Volta do Mundo (c. 1860) |
sábado, 21 de setembro de 2024
A escola do século XIX em imagens - XIX
domingo, 15 de setembro de 2024
A escola do século XIX em imagens - XVIII
Jean Geoffroy – Na Escola Maternal (1898) |
Na pintura de feição realista, em tons suaves mas expressivos, está representado o momento em que, acompanhadas e orientadas por educadoras atentas mas atenciosas, as crianças lavam as suas mãos. Incutir, desde a primeira infância, hábitos de higiene era um dos objetivos da escola maternal. Felizes e sorridentes, meninos e meninas cumprem o seu ritual de limpeza matinal!
Fonte: Escola Portuguesa.
domingo, 8 de setembro de 2024
A escola do século XIX em imagens - XVII
Max Silbert – Aula de Canto na Holanda (1907) |
Este quadro constitui já uma incursão na escola dos alvores do século XX, mostrando uma diversidade curricular, mesmo na escola elementar, que vai muito para além do ler, escrever e contar…
domingo, 1 de setembro de 2024
A escola do século XIX em imagens - XVI
Winslow Homer – Escola Rural (1871) |
A pintura retrata uma escola rural algures no norte dos EUA. A Guerra da Secessão havia terminado há apenas meia dúzia de anos, e o pintor, Winslow Homer, viveu-a e retratou-a na primeira pessoa. Contudo, o ambiente que se respira neste quadro é de absoluta paz e tranquilidade. Envoltos na luz suave que entra pelas janelas e sob o olhar vigilante da professora, uma dúzia de alunos concentra-se nas tarefas escolares.
As crianças são de diversas idades e de ambos os sexos: trata-se de uma pequena escola rural, de lugar único, diríamos hoje. Era então uma realidade que começava a desaparecer com o crescimento demográfico de aldeias, vilas e cidades e a progressiva massificação do ensino, e que aqui é evocada já, talvez, com alguma nostalgia.
Outra constatação interessante é a forma como meninos e meninas se trajam e calçam: enquanto os rapazes se apresentam descalços e com um aspecto mais informal ou até descuidado, as meninas parecem esmerar-se na sua apresentação. Um indício de maiores atenções dadas ao sexo feminino, ou um sinal de que as raparigas pobres eram, mais facilmente que os rapazes, privadas da escolarização?…
Atente-se também na professora, uma mulher ainda jovem que, como muitas outras da sua geração, deixou de ser uma mera dona de casa, optando por exercer uma profissão. Uma realidade comum em anos de guerra e de pós-guerra, quando a falta de mão-de-obra masculina tende a abrir às mulheres o mercado de trabalho. E também o começo de um longo processo que converteu a docência, de início predominantemente masculina, numa profissão hoje largamente dominada pelas mulheres…
Fonte: Escola Portuguesa.
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
A escola do século XIX em imagens - XV
Thomas Brooks – O Novo Aluno (1854) |
O quadro de Thomas Brooks transporta-nos até à Inglaterra vitoriana. O império britânico estava no seu auge, a indústria, o comércio, a finança e a marinha britânicas dominavam o mundo, fazendo da Inglaterra e do seu vasto império a primeira potência mundial. Mas persistiam, no interior rural inglês, escolas como a que, com grande mestria e atenção ao pormenor, aqui é representada.
À sala de aula, dirigida por um professor já idoso, chega um novo aluno. Mais velho do que a maioria dos restantes, é trazido por uma auxiliar ou criada, que descobre a cabeça do rapaz na apresentação ao professor e à turma, enquanto os pais assistem, espreitando à porta. Da parte dos novos colegas, e face ao acanhamento e alguma desconfiança do rapaz, as reacções dividem-se entre a genuína curiosidade, o esgar trocista e a completa indiferença.
Sobre a sala de aula, facilmente identificada pela profusão de mobiliário e material escolar, ainda não é desta que nos deparamos com o famoso “modelo do autocarro”… As carteiras e bancos distribuem-se algo desordenadamente pelo espaço pouco arrumado. A diferença de idades dos alunos e a heterogeneidade da turma sugerem-nos que a pedagogia aplicada deveria estar mais próxima do que hoje chamamos diferenciação pedagógica do que da rigidez que vulgarmente se associa à escola do antigamente.
Fonte: Escola Portuguesa.
domingo, 25 de agosto de 2024
A escola do século XIX em imagens - XIV
Nikolai Bogdanov-Belsky – À porta da escola (1897) |
Quando pintou este quadro, Bogdanov-Belsky era já um pintor conceituado na Rússia, embora estivesse na altura a viver em Paris, cidade onde completou a sua formação artística. Mas nunca esqueceu as suas origens humildes: nascido numa família de camponeses pobres e vivendo com dificuldades – uma realidade muito comum na Rússia czarista – o pintor conservou sempre um especial carinho pelos camponeses, que se exprime frequentemente nas suas pinturas.
Nesta pintura, vemos em destaque um rapaz do campo que, num misto de curiosidade, acanhamento e vontade de aprender, observa o interior da sala de aula onde já se encontram o professor e os colegas., Não lhe vislumbramos o rosto, mas podemos apreciar o contraste entre as roupas grosseiras e esfarrapadas que veste e o interior organizado da sala de aula, com os alunos nas suas carteiras, o quadro preto à sua frente, mapas e quadros na parede. Nikolai Bogdanov-Belsky, um pintor formado no Realismo, dá aqui os seus primeiros passos no Impressionismo, o estilo então preponderante nas escolas de arte parisienses que frequentou. Uma influência que se nota facilmente, por exemplo, no cuidado tratamento da luz que se projecta no interior da sala.
Este retrato do novo aluno à porta da escola não só nos transporta ao ambiente de uma escola rural dos finais do século XIX como adquire até um cunho autobiográfico: o artista revê-se neste humilde rapaz, à partida predestinado às lides do campo, mas com enorme vontade de aprender muitas mais coisas do que as que o esquálido mundo em que vive tem para lhe ensinar. E é a escola que lhe abrirá novos e deslumbrantes horizontes. Isto é o exacto oposto do discurso cretino dos detractores da “escola do século XIX”: a escola não existia nesse tempo, como nos querem convencer, para formatar alunos destinados às profissões mecânicas. Pelo contrário, foi graças à instrução escolar que milhares e milhares de estudantes pobres, mas aplicados e talentosos, puderam escapar da sua condição de partida e daquilo que seria o seu destino quase inevitável: o trabalho nos campos, nas fábricas ou nas minas.
Fonte: Escola Portuguesa.
segunda-feira, 19 de agosto de 2024
A escola do século XIX em imagens - XIII
Ludwig Passini – Aula de latim (1869) |
Nos países católicos, os seminários, obrigatoriamente existentes em todas as sedes de diocese, tiveram um papel importante na formação académica dos jovens, permitindo-lhes um percurso que nem sempre desembocava na vida religiosa. Em Portugal, ainda durante a maior parte do século XX, os seminários permitiram a milhares de jovens, estudiosos mas de parcos recursos, realizar estudos secundários. Movida pela necessidade de formar sacerdotes, a Igreja Católica proporcionava ensino gratuito, alojamento e alimentação aos estudantes que acolhia, na esperança de que um bom número deles viesse a enveredar pelo sacerdócio. De quase duas dezenas de crianças e adolescentes que vemos na pintura, quantos lá terão chegado?…
Fonte: Escola Portuguesa.
sexta-feira, 16 de agosto de 2024
A escola do século XIX em imagens - XII
Eduard Ritter – Sala de aula no Tirol (c. 1840) |
sexta-feira, 9 de agosto de 2024
A escola do século XIX em imagens - XI
Jean Geoffroy – Aula da escola primária (1889) |
A escola do século XIX em imagens - X
Gerrit Dou, Escola nocturna (c. 1660) |
terça-feira, 2 de julho de 2024
sábado, 26 de agosto de 2023
O ano ainda não começou e já faltam professores
terça-feira, 1 de agosto de 2023
sexta-feira, 30 de junho de 2023
Filho de ator português não foi admitido em escola "por ser autista"
segunda-feira, 20 de março de 2023
A França vai adiar um ano a aprendizagem da leitura
domingo, 26 de fevereiro de 2023
quinta-feira, 3 de novembro de 2022
Avaliação quantitativa e qualitativa
Helena Matos sobre a avaliação quantitativa e qualitativa: «Ambas são necessárias.»
Sobre a avaliação qualitativa em particular: «Pensem nas suas poupanças que têm no banco. E o banco deixa de lhes dar [informação] em números, passa a "Olhe, este mês está piorzinho; este mês melhorou um bocadinho; este mês está assim-assim, mas tem-se esforçado. Este mês está espetacular. Olhe, agora está terrível. O que é que aconteceu?"»
terça-feira, 27 de setembro de 2022
quinta-feira, 8 de setembro de 2022
A escola do século XIX em imagens - IX
Nicolay Bogdanov-Belsky, Cálculo mental na escola pública (1895) |
Esclareça-se antes de mais que este docente não corresponde à figura convencional do mestre-escola em atividade nas escolas rurais oitocentistas. Trata-se de Sergey Rachinsky, um professor universitário de Botânica que a dada altura largou a vida académica em Moscovo para se tornar professor numa pequena cidade, onde não se limitava, como aqui se vê, a “dar a matéria”, mas se empenhava, através de desafios colocados aos seus alunos, em fazê-los pensar.
Além desta mensagem clara que a pintura transmite – a escola pública deve desafiar os alunos, retirando-os da zona de conforto do facilitismo e da falta de exigência, exigindo-lhes esforço para aprender e colocando-lhes desafios que os façam desenvolver todo o seu potencial – há uma outra ideia pertinente que, quando a diminuição das qualificações exigidas para dar aulas está na ordem do dia, é importante salientar: o professor não precisa de saber apenas a matéria que ensina aos alunos. A sua preparação deve ser bem mais vasta e abrangente. A qualidade da formação científica e pedagógica dos professores é, mais do que avaliações do desempenho burocráticas e vexatórias, a melhor garantia que podemos ter em relação à qualidade da escola pública.
Fonte: Escola Portuguesa.
domingo, 4 de setembro de 2022
A escola do século XIX em imagens - VIII
John Frederick Lewis, Escola árabe (c. 1850) |
Embora a arte europeia tenda a representar sobretudo, como é natural e expectável, o mundo dos europeus, não faltam, a partir do Renascimento e da expansão europeia, exemplos de pinturas e outras obras artísticas que refletem a descoberta e o contacto com outros continentes, civilizações e culturas. Trata-se de um olhar, de início curioso e ocasional, que se vai tornando mais atento e sistemático à medida que as principais potências do Velho Continente constroem ou consolidam, no século XIX, os seus impérios coloniais.
John F. Lewis, um inglês que viveu a sua infância no Cairo, registou, nesta pintura a guache e aguarela, o ambiente de uma típica maktab, a escola muçulmana que correspondia sensivelmente ao que hoje designamos por ensino básico. Os rapazes que desejassem prosseguir os seus estudos ingressariam depois numa madrassa. Umas e outras são escolas religiosas, sublinhando a ligação umbilical, também patente no mundo ocidental, entre a escola e a religião. Só que, enquanto na Europa a laicização progressiva da sociedade foi abrindo espaço à separação entre a escola pública, destinada a formar cidadãos, e as escolas da Igreja, vocacionadas para a formação do clero, no mundo muçulmano essa distinção entre religião e laicidade tem-se mostrado mais difícil e custosa.
A pintura, de contornos difusos, mas onde não falta expressividade, foca-se nas figuras do professor, já idoso – a idade avançada é, neste contexto, um símbolo de sabedoria -, e de um dos seus alunos, que se prepara para recitar a lição. O apelo à memória, hoje tão criticado, era um elemento essencial dos sistemas de ensino mais tradicionalistas e conservadores. E será sempre fundamental, embora ninguém defenda hoje o decorar de matérias como um fim em si mesmo: a verdade é que só somos verdadeiramente conhecedores daquilo que conseguimos armazenar, de forma organizada e compreensiva, no nosso cérebro.