Português: 20/11/20

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Análise de "Roi Queimado morreu com amor"

 
Assunto: O sujeito poético afirma que Roi Queimado morreu por amor devido à indiferença da mulher amada e destaca, de forma irónica, que ele só morreu poeticamente (portanto, trata-se de uma morte fingida), pois ao terceiro dia «ressuscitou».
Depois de ter ressuscitado, continua a escrever cantigas que crê serem de mestria, anunciando a sua morte por amor de cada vez que compõe uma cantiga de amor.
Possuidor desta capacidade de ludibriar a morte, Roi Queimado não a receia, o que origina a troça do sujeito poético, afirmando que Deus lhe concedeu um poder extraordinário. O sujeito poético finge e inveja, na finda, Roi Queimado pelo seu poder e afirma que, se possuísse semelhante poder, o de ressuscitar, jamais temeria a morte.
 
 
Tema: ridicularização do artificialismo dos trovadores:
- crítica ao fingimento da "morte de amor";
- sátira ao amor cortês.
 
 
Estrutura interna
 
1.ª parte (vv. 1-7) – Apresentação da situação: Roi Queimado não era correspondido amorosamente, para mostrar que era bom trovador, declarou que morria por amor, mas ressuscitou.
 
2.ª parte (vv. 8-21) – Explicitação da situação / ridicularização do visado, devido à sua vaidade (v. 10) e à superficialidade das suas palavras (vv. 11-12): o trovador fingia repetidamente a morte de amor nas suas cantigas, julgando que o fazia com mestria, mas, afinal, fazia-o com pouca qualidade.
 
3.ª parte (vv. 22-24) – Conclusão: formulação irónica de um desejo pelo sujeito poético – se pudesse viver e morrer constantemente, não temeria a morte.
 
 
Objeto da crítica: Roi Queimado.
Rui (Roi) Queimado foi um trovador português do século XIII, conviva e amigo de João Garcia de Guilhade e Pedro Garcia Burgalês. A alcunha “Queimado” remete para o seu aspeto físico, provavelmente a sua tez muito morena. Foi autor de quatro cantigas de amigo, dezasseis cantigas de amor e quadro de escárnio e maldizer,
 
 
Crítica
explícita: a ridicularização / denúncia da falta de dotes poéticos do trovador Roi Queimado;
implícita:
» crítica à expressão convencional e exagerada da coita de amor – crítica aos trovadores que afirmam morrer de amor nos seus cantares (um cliché da cantiga de amor, comum a outros trovadores);
» paródia das regras do amor cortês de cariz provençal (artificialismo / fingimento da coita de amor e da morte por amor).
 
 
Recursos da crítica
Ironia:
- crítica ao convencionalismo da coita amorosa nas cantigas de amor e do tópico da morte de amor: o sujeito põe a nu o ridículo do trovador que ressuscita sucessivamente após anunciar a sua morte em cada poema que escreve: anuncia a sua morte num poema, aparece vivo no seguinte, para voltar a morrer de amor;
- ridicularizar a mestria de Roi Queimado.
Hipérbole.
Irreverência: alusão a um exemplo bíblico com intenção jocosa – a morte de Jesus Cristo e a sua ressurreição, três dias depois.
Comicidade: paródia do «cliché» da morte de amor com recurso ao cómico – o trovador disse que morria e, afinal, ressuscitou.
 
 
Recursos poético-estilísticos
 
Nível fónico
 
Estrofes: três sétimas e um terceto (finda) heterométricas.
▪ Metro: versos decassílabos e eneassílabos (o primeiro e o último); refrão octossílabo.

▪ Rima:     - abbaccb;
- interpolada e emparelhada;
- consoante ("amor"/"trobador");
- aguda ("amor"/"trobador") e aguda ("Maria"/"queria");
- rica ("Maria"/"queria") e pobre ("amor"/"trobador").
 
 
Nível morfossintático
 
. Verbos no pretérito perfeito: morreu, quis, fez, ressurgiu, porque foi algo testemunhado no passado.
. Adjetivo queimado, que é simultaneamente apelido do trovador e metonimicamente a própria metáfora do "queimar-se por amor": Roi Queimado queimou-se e ficou "queimado" na sociedade pelo ridículo dos seus cantares de amor.
. Paralelismo semântico e estrutural.
 
Nível semântico
 
. Metáfora do «queimar-se» e do «morrer por amor».
. Ironia.
. A imagem bíblica da ressurreição de Cristo ao terceiro dia.
. Comparação: Roi Queimado é comparado a Cristo de forma irónica quando o sujeito poético se finge surpreendido por o trovador afirmar que morre de amor, mas ressuscitará ao terceiro dia. Tal como Cristo, Roi Queimado parece ter vencido a morte.

. Hipérbole: a afirmação da morte de amor (“Roi Queimado morreu com amor” – v. 1).
. Antítese: “de morrer i e des i d’ar viver” (v. 12).
. Polissemia do verbo «morrer».
. Vocabulário religioso: acentua o tom irónico do poema, aproximando Roi Queimado de Jesus Cristo, que também morreu e ressuscitou ao terceiro dia.
. A imagem bíblica da ressurreição de Cristo ao terceiro dia
 
 
Classificação
 
1. Cantiga de maldizer:
. identificação do destinatário.
 
1.1. Formal:
• cantiga de finda – remate da cantiga, onde se destaca o ridículo do tópico da «morte de amor» das cantigas de amor
• cantiga de mestria: cantiga que não apresenta refrão.
 

Pronome pessoal

 1. Definição
 
• O pronome pessoal refere as pessoas intervenientes no discurso (eu / tu) ou também as pessoas de quem se fala:
- a pessoa que fala (locutor) – 1.ª pessoa: eu, nós;
- a pessoa a quem se fala (interlocutor) – 2.ª pessoa: tu. vós;
- a(s) pessoa(s) de quem se fala – 3.ª pessoa: ele / ela; eles / elas.
 
 
2. Variação
 
• Os pronomes pessoais podem variar em pessoa (1.ª, 2.ª e 3.ª), género (masculino e feminino), número (singular e plural) e caso [isto é, variam / adquirem formas diferentes consoante a função sintática que desempenham na frase].
 

 

Formas do pronome pessoal
Sujeito
(caso nominativo)
Complemento
direto
(caso acusativo)
Complemento indireto
(caso dativo)
Complemento oblíquo
(caso oblíquo)
Complemento agente da passiva
(caso oblíquo)




Singular

1.ª pessoa

eu

me

me

mim, comigo

[por] mim

2.ª pessoa

tu

te

te

ti, contigo

[por] ti

3.ª pessoa

ele, ela

o, a, se

lhe

si, ele, ela, consigo

[por] si, ele, ela




Plural

1.ª pessoa

nós

nos

nos

nós, convosco

[por] nós

2.ª pessoa

vós

vos

vos

vós, convosco

[por] vós

3.ª pessoa

eles, elas

os, as, se

lhes

si, eles, elas, consigo

[por] si, eles, elas

 

 

formas
tónicas

formas átonas

formas tónicas

 
• O pronome pessoal «vós» praticamente não se usa na língua padrão e é substituído por outras formas, em geral vocês.
Em algumas formas de tratamento menos familiares do que a da segunda pessoa tu, como é o caso de você(s) (explícita ou omissa) ou o(s) senhor(es) / a(s) senhora(s), ou ainda em formas de tratamento cerimoniosas como Vossa Excelência, Vossa Eminência, etc., emprega-se a 3.ª pessoa gramatical, embora, de facto, se designe uma 2.ª pessoa:
(Você) vai sair? O táxi é para si?
Vocês vão ao cinema?
V.ª Ex.ª deseja mais alguma coisa?
Se não se importa, falo-lhe amanhã.


 
O pronome pessoal tem:
formas tónicas – são as que possuem acentuação própria:
eu, tu, você, ele / ela
nós, vós, vocês, eles / elas
mim, ti, si
 
formas átonas – as formas do pronome não são acentuadas e dependem do verbo junto do qual ocorrem e com o qual passam a formar um todo fonético:
me, te, o, a, lhe
nos, vos, os, as, lhes
se
De facto, as formas átonas ocorrem sistematicamente adjacentes ao verbo:
▪ à esquerda do verbo (= próclise):
- Não me aborreçam.
▪ à direita do verbo (= ênclise):
- Digam-me o que pensam da COVID.
▪ no interior das formas verbais (= mesóclise):
- Dir-me-eis como agir.
 
 
4. Formas contraídas
 
▪ Contração de dois pronomes pessoais:
- mo(s) / ma(s) contração de me + o(s) / a(s)
- to(s) / ta(s) contração de te + o(s) / a(s)
- lho(s) / lha(s) contração de lhe + o(s) / a(s)
Cada um dos elementos contraídos desempenha uma função sintática – complemento direto ou indireto:
. A Maria ofereceu-lhas. (lhe complemento indireto + as complemento direto)
 
▪ Contração do pronome pessoal tónico com a preposição com: comigo, contigo, connosco, convosco, consigo.


5. Variantes de o, a, os, as
 
Os pronomes o, a, os, as, em determinadas circunstâncias, assume as variantes lo, la, los, las ou no, na, nos, nas. Existe uma razão histórica para isso.
No português arcaico, existiam as formas lo, la, los, las, que provinham, respetivamente, das formas illum, illam, illos, illas.
Ao longo do tempo, a língua portuguesa sofreu alterações de vária ordem, nomeadamente mudanças fonéticas, que ocorreram também nas formas referidas. Assim:
 
1. O l das antigas formas lo, la, los, las caiu quando entre vogais:
. forma antiga: eu amo-la;
. forma atual: eu amo-a.
 
2. O l das antigas formas lo, la, los, las permaneceu quando ocorria a seguir às consoantes s, r, z, que foram sendo também assimiladas / transformadas em l. Assim:
. forma antiga: tu amas-lo;
. forma mais próxima: tu amal-lo;
. forma atual: tu ama-lo.
 
3. O l das antigas formas lo, la, los, las, quando ocorria a seguir a um som nasal, transformou-se também em som nasal. Assim:
. forma antiga: eles amam-lo;
. forma atual: eles amam-no.
 
 
6. Particularidades do pronome pessoal
 
Há pronomes pessoais que ocorrem em construções específicas.
 
Pronome pessoal recíproco
 
Os pronomes pessoais recíprocos – nos, vos, se – são os que indicam que pelo menos duas entidades distintas estão, ao mesmo tempo, envolvidas numa situação como agentes e como pacientes:
. O Ernesto e a Ernestina beijaram-se.
. Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa cumprimentaram-se.
Os pronomes pessoais recíprocos podem ser reforçados pela expressão um… ao outro (ou suas variantes):
. O Ernesto e a Ernestina beijaram-se um ao outro.
Os pronomes pessoais recíprocos podem desempenhar a função sintática de complemento direto ou complemento indireto:
. O Ernesto e a Ernestina beijaram-se. [complemento direto]
. Marcelo e Costa já se falam. [complemento indireto]
 
Pronome pessoal reflexo
 
Os pronomes pessoais reflexos – me, te, se, nos, vos, se – indicam que uma única entidade (individual ou em grupo) é, em simultâneo, agente e paciente da ação expressa pelo verbo, ou seja, a ação praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio:
. Narciso contemplou-se na água do rio. [a si próprio]
. Cortei-me a podar as árvores fruteiras. [a mim próprio]
Os pronomes pessoais reflexos podem ser reforçados pela expressão a si próprio (e suas variantes).
. Cortei-me a mim próprio.
Sintaticamente, desempenham a função de complemento direto.
Numa frase de construção reflexa, o sujeito e o complemento direto são correferentes, ou seja, são a mesma entidade.
 
Pronome “se” impessoal
 
O pronome se impessoal é o que indica um sujeito indeterminado.
O pronome é parafraseável por alguém ou haver quem.
Este pronome tem o verbo sempre na terceira pessoa do singular, podendo ser intransitivo ou transitivo:
. Na aula 100, cantou-se e dançou-se. [= houve quem cantou e quem dançou] – verbo intransitivo
. Diz-se que a economia está a derrapar perigosamente. [= alguém diz que…] – verbo transitivo
 
Pronome “se” passivo
 
O pronome pessoal se passivo é o que permite formar uma frase passiva, mas sem o recurso ao verbo auxiliar (ser). Assim, as frases com se passivo – construídas obrigatoriamente com verbos transitivos – são sempre equivalentes a uma frase com o auxiliar da passiva (ser) e o particípio de um verbo principal transitivo (amado, cantado, lido, louvado, posto, etc.).
O se passivo tem sempre o verbo na terceira pessoa, seja singular seja plural:
. Aqui construiu-se um cemitério. [= Aqui foi construído um cemitério.]
. Aqui construíram-se dois cemitérios. [=Aqui foram construídos dois cemitérios]
A frase onde esteja presente um se passivo só pode ser construída com verbos transitivos diretos, quer no singular quer no plural.
O sujeito da frase ocorre, preferencialmente, depois do verbo:
. Aqui construiu-se um cemitério.
É possível transformar uma frase com se passivo numa frase ativa, à semelhança do que sucede com uma passiva com particípio.
. Aplaudiu-se o desempenho do ator. [Alguém] aplaudiu o desempenho do ator.
O agente da passiva é sempre indeterminado: o se passivo representa o agente da passiva.
. Vendem-se casas.
 
Pronome “se” inerente
 
O pronome pessoal se inerente faz parte integrante (= é inseparável) de verbos como «preocupar-se com», «atrever-se a», «servir-se de», não tendo valor reflexo, nem recíproco, nem indeterminado, nem passivo.
. Os alunos atreveram-se a enfrentar o professor.
Há verbos que exigem sempre o se inerente (1) e verbos que o aceitam, mas não o exigem (2):
(1) . Os alunos queixaram-se do professor. [Não existe o verbo «queixar», mas apenas «queixar-se».
(2) . Os alunos recordaram-se do professor de Português. [Existem duas formas verbais distintas: «recordar» e «recordar-se (de)», que têm construções distintas:
. Recordo o último jogo do Benfica.
. Recordo-me do último jogo do Benfica.]
O se inerente pode assumir as formas me, te, nos e vos: Contentamo-nos com esta mediocridade?
O se inerente e as suas formas me, te, nos e vos não desempenham qualquer função sintática na frase.
O verbo «tratar-se» (de) – com «se» inerente obrigatório e sentido equivalente ao sentido do verbo ao sentido do verbo «ser» – só ocorre no singular, pois o sujeito é sempre nulo indeterminado. Neste sentido é sempre um verbo intransitivo com um complemento oblíquo obrigatório:
. Trata-se de um jogo que… [“Trata-se” = É. Assim, o segmento “Trata-se de um jogo que…” = “É um jogo que…”]
. Trata-se de jogos decisivos. [= São jogos decisivos.]
 

Pronome "se" inerente

 
O pronome pessoal se inerente faz parte integrante (= é inseparável) de verbos como «preocupar-se com», «atrever-se a», «servir-se de», não tendo valor reflexo, nem recíproco, nem indeterminado, nem passivo.
. Os alunos atreveram-se a enfrentar o professor.
Há verbos que exigem sempre o se inerente (1) e verbos que o aceitam, mas não o exigem (2):
(1) . Os alunos queixaram-se do professor. [Não existe o verbo «queixar», mas apenas «queixar-se».
(2) . Os alunos recordaram-se do professor de Português. [Existem duas formas verbais distintas: «recordar» e «recordar-se (de)», que têm construções distintas:
. Recordo o último jogo do Benfica.
. Recordo-me do último jogo do Benfica.]
O se inerente pode assumir as formas me, te, nos e vos: Contentamo-nos com esta mediocridade?
O se inerente e as suas formas me, te, nos e vos não desempenham qualquer função sintática na frase.
O verbo «tratar-se» (de) – com «se» inerente obrigatório e sentido equivalente ao sentido do verbo ao sentido do verbo «ser» – só ocorre no singular, pois o sujeito é sempre nulo indeterminado. Neste sentido é sempre um verbo intransitivo com um complemento oblíquo obrigatório:
. Trata-se de um jogo que… [“Trata-se” = É. Assim, o segmento “Trata-se de um jogo que…” = “É um jogo que…”]
. Trata-se de jogos decisivos. [= São jogos decisivos.]
 

Pronome "se" passivo

 
O pronome pessoal se passivo é o que permite formar uma frase passiva, mas sem o recurso ao verbo auxiliar (ser). Assim, as frases com se passivo – construídas obrigatoriamente com verbos transitivos – são sempre equivalentes a uma frase com o auxiliar da passiva (ser) e o particípio de um verbo principal transitivo (amado, cantado, lido, louvado, posto, etc.).
O se passivo tem sempre o verbo na terceira pessoa, seja singular seja plural:
. Aqui construiu-se um cemitério. [= Aqui foi construído um cemitério.]
. Aqui construíram-se dois cemitérios. [=Aqui foram construídos dois cemitérios]
A frase onde esteja presente um se passivo só pode ser construída com verbos transitivos diretos, quer no singular quer no plural.
O sujeito da frase ocorre, preferencialmente, depois do verbo:
. Aqui construiu-se um cemitério.
É possível transformar uma frase com se passivo numa frase ativa, à semelhança do que sucede com uma passiva com particípio.
. Aplaudiu-se o desempenho do ator. [Alguém] aplaudiu o desempenho do ator.
O agente da passiva é sempre indeterminado: o se passivo representa o agente da passiva.
. Vendem-se casas.
 

Pronome "se" impessoal

 
O pronome se impessoal é o que indica um sujeito indeterminado.
O pronome é parafraseável por alguém ou haver quem.
Este pronome tem o verbo sempre na terceira pessoa do singular, podendo ser intransitivo ou transitivo:
. Na aula 100, cantou-se e dançou-se. [= houve quem cantou e quem dançou] – verbo intransitivo
. Diz-se que a economia está a derrapar perigosamente. [= alguém diz que…] – verbo transitivo
 

Pronome pessoal reflexo

 
Os pronomes pessoais reflexos – me, te, se, nos, vos, se – indicam que uma única entidade (individual ou em grupo) é, em simultâneo, agente e paciente da ação expressa pelo verbo, ou seja, a ação praticada pelo sujeito recai sobre ele próprio:
. Narciso contemplou-se na água do rio. [a si próprio]
. Cortei-me a podar as árvores fruteiras. [a mim próprio]
Os pronomes pessoais reflexos podem ser reforçados pela expressão a si próprio (e suas variantes).
. Cortei-me a mim próprio.
Sintaticamente, desempenham a função de complemento direto.
Numa frase de construção reflexa, o sujeito e o complemento direto são correferentes, ou seja, são a mesma entidade.
 
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