Gonçalo, de 55 anos, casado com Teresa, tem uma amante, Alexandra, que por sua vez possui o(s) seu(s) amante(s). Seguem-se algumas reflexões do narrador: sobre o provincianismo domingueiro, sobre o machismo (o porteiro que passou a manhã sentado, a ler o jornal, enquanto a mulher varria a casa, limpava e fazia a comida, e come a carne toda, enquanto ela e os filhos apenas batatas fritas).
Casualmente, num domingo em que ficara só porque Gonçalo, como de costume, janta com a família, Alexandra e António encontram-se num bar e ela, por estar só, leva-o a jantar em sua casa, onde António descobre uma fotografia de Gonçalo e se apercebe de que se trata da amante deste. Os dois acabam por ter relações sexuais, porém, a meio da noite, curada da bebedeira, ela expulsa-o de casa, enojada do que acabara de fazer. Tempos depois, alguém conta a Gonçalo que viu a amante com um homem horroroso num bar e que saíram juntos.
A sociedade a que Gonçalo pertence caracteriza-se pela hipocrisia, fingimento e vacuidade. As mulheres são, culturalmente, vazias; tudo fazem para manter o seu "status" social e económico, mesmo suportar "com elegância" as amantes dos maridos, quando não são elas que os traem; nada fazem de útil; são sustentadas pelos maridos, sem os quais nada saberiam fazer para se sustentarem a si mesmas.
O filho de Gonçalo, Pedro, de 24 anos, envolve-se num grupo de contestação ao regime político. O pai só consegue "falar-lhe" através de carta.
António desloca-se ao apartamento de Alexandra na esperança de voltar a dormir com ela, mas é humilhado e expulso. Com medo, no entanto, que o homem conte a Gonçalo o que se passou, a mulher conta ela mesma ao amante o sucedido. Gonçalo "perdoa-lhe", pois vê ali uma oportunidade para, daí a dois ou três meses, a descartar.
António sofre de uma doença fatal. Teresa entrega ao filho a carta escrita pelo pai e constata que ela e o filho vivem e sonham com mundos muito diferentes. Alexandre parte em busca de novo amante.
Gonçalo, para afastar o filho das "ideias revolucionárias" que persegue, decide convidá-lo para o próximo jantar com António, tencionando humilhar, destruir este aos olhos do filho, para que veja quão insignificantes são os "tipos com quem [Pedro] anda metido".
Durante o jantar, em que Gonçalo tudo faz para conseguir humilhar António aos olhos de Pedro, ficamos a saber a forma como se conheceram: António era gozado, no liceu, pelos colegas por causa do seu aspeto franzino. Um dia vinga-se de um deles atirando-lhe uma pedrada e esconde-se. Os outros alunos acabam por o descobrir, escondido atrás de um muro, fazem uma roda e assistem, em êxtase, à sova que o "apedrejado" lhe aplica. Pouco depois de a sova ter terminado, Gonçalo vem ao seu encontro. No dia seguinte, depois da primeira aula, este sobe ao estrado e afirma que quem voltar a importunar António terá de se haver com ele. Ao refletir, nesse episódio, compreende que Gonçalo o defendeu apenas para pôr à prova a sua força e não por considerar que não se deve abusar de alguém mais fraco.
No final do jantar, a humilhação de António é total.
Esta personagem morre, no entanto a secretária de Gonçalo recebe um telefonema de um desconhecido, lembrando-o da necessidade de marcar na agenda o jantar do dia 15. Ele desconfia que será Alexandra a vingar-se de a ter deixado, por isso decide comparecer, fazendo-se acompanhar por uma nova pega, para fingir que a substituiu e nunca mais pensou nela. Porém, afinal, quem está à sua espera é Pedro: "Perdi a batalha. (...) porque estou fora do meu tempo e porque não são as armas que dão a vitória aos vencedores. Quem vence as batalhas é quem está dentro do seu tempo.".
A sociedade a que Gonçalo pertence caracteriza-se pela hipocrisia, fingimento e vacuidade. As mulheres são, culturalmente, vazias; tudo fazem para manter o seu "status" social e económico, mesmo suportar "com elegância" as amantes dos maridos, quando não são elas que os traem; nada fazem de útil; são sustentadas pelos maridos, sem os quais nada saberiam fazer para se sustentarem a si mesmas.
O filho de Gonçalo, Pedro, de 24 anos, envolve-se num grupo de contestação ao regime político. O pai só consegue "falar-lhe" através de carta.
António desloca-se ao apartamento de Alexandra na esperança de voltar a dormir com ela, mas é humilhado e expulso. Com medo, no entanto, que o homem conte a Gonçalo o que se passou, a mulher conta ela mesma ao amante o sucedido. Gonçalo "perdoa-lhe", pois vê ali uma oportunidade para, daí a dois ou três meses, a descartar.
António sofre de uma doença fatal. Teresa entrega ao filho a carta escrita pelo pai e constata que ela e o filho vivem e sonham com mundos muito diferentes. Alexandre parte em busca de novo amante.
Gonçalo, para afastar o filho das "ideias revolucionárias" que persegue, decide convidá-lo para o próximo jantar com António, tencionando humilhar, destruir este aos olhos do filho, para que veja quão insignificantes são os "tipos com quem [Pedro] anda metido".
Durante o jantar, em que Gonçalo tudo faz para conseguir humilhar António aos olhos de Pedro, ficamos a saber a forma como se conheceram: António era gozado, no liceu, pelos colegas por causa do seu aspeto franzino. Um dia vinga-se de um deles atirando-lhe uma pedrada e esconde-se. Os outros alunos acabam por o descobrir, escondido atrás de um muro, fazem uma roda e assistem, em êxtase, à sova que o "apedrejado" lhe aplica. Pouco depois de a sova ter terminado, Gonçalo vem ao seu encontro. No dia seguinte, depois da primeira aula, este sobe ao estrado e afirma que quem voltar a importunar António terá de se haver com ele. Ao refletir, nesse episódio, compreende que Gonçalo o defendeu apenas para pôr à prova a sua força e não por considerar que não se deve abusar de alguém mais fraco.
No final do jantar, a humilhação de António é total.
Esta personagem morre, no entanto a secretária de Gonçalo recebe um telefonema de um desconhecido, lembrando-o da necessidade de marcar na agenda o jantar do dia 15. Ele desconfia que será Alexandra a vingar-se de a ter deixado, por isso decide comparecer, fazendo-se acompanhar por uma nova pega, para fingir que a substituiu e nunca mais pensou nela. Porém, afinal, quem está à sua espera é Pedro: "Perdi a batalha. (...) porque estou fora do meu tempo e porque não são as armas que dão a vitória aos vencedores. Quem vence as batalhas é quem está dentro do seu tempo.".