● Contextualização
No início deste canto (estâncias 3 a 14), Camões elogia
os Portugueses, porém, no final, o seu tom é de crítica. Esta aparente
contradição explica-se se tivermos em conta que os Portugueses que o Poeta elogia
e apresenta como exemplo, são os heróis do passado, com Vasco da Gama à cabeça.
No entanto, os Portugueses criticados são os contemporâneos de Camões, que,
aparentemente, esqueceram o heroísmo e a grandeza dos seus antepassados.
Os lusitanos chegam a Calecute e, por esse motivo, o
Poeta elogia a expansão portuguesa pelo espírito de cruzada, na dilatação da fé
pelo mundo, ao mesmo tempo que critica as nações europeias do seu tempo, por
não seguirem o exemplo português. Além de descrever a Índia, Camões também
relata os primeiros contactos entre os Portugueses e os indianos.
Vasco da Gama e os companheiros são recebidos pelo Catual
e depois pelo Samorim. Quando o Catual visita as naus, fica surpreendido ao
vê-las todas embandeiradas e pede a Paulo da Gama que lhe explique o
significado das figuras portuguesas que aí estão representadas, enquanto seu
irmão, Vasco da Gama, é recebido no palácio do Samorim. Paulo da Gama
prepara-se para satisfazer o desejo do Catual e narrar episódios da História de
Portugal, no entanto Camões interrompe a narração e invoca as ninfas do Tejo e
do Mondego para o auxiliarem nessa árdua tarefa.
● Reflexão
do Poeta
O Poeta invoca as ninfas do Tejo e do Mondego,
lamentando-se pelos infortúnios da vida, ao mesmo tempo que critica duramente
os opressores e exploradores do povo.
● Acontecimento
motivador da reflexão
O dado que motiva esta reflexão é o pedido do Catual a
Paulo da Gama para que lhe explique o significado das imagens de heróis
pintados nas bandeiras das naus.
● Estrutura
interna da reflexão
Este excerto de Os Lusíadas pode dividir-se em
quatro momentos:
. 1.º momento (estância 78):
1. A
invocação: “Vós, Ninfas do Tejo e do
Mondego”;
2.
Objetivo:
Continuação da análise: aqui.