Neste capítulo, Garrett enceta um outro tipo de viagem, pelo mundo das ideias.
Assim, começa por ressaltar a sua identificação com Camões, que considera um escritor à frente do seu tempo, valorizando a mistura que fez da cultura cristã com a mitologia grega n’Os Lusíadas, nas suas palavras «a Ilíada dos povos modernos».
A seguir, compara outras obras grandiosas, como a Divina Comédia, de Dante, ou Fausto, de Goëthe, ao poema épico de Camões, destacando as semelhanças que contêm: a fé em Deus, no ceticismo e na pátria, respetivamente. Neste contexto, decide então que a sua se norteará pela sua fé em Camões e lamenta que os autores contemporâneos, vivendo numa época de maior liberdade, não sejam tão despojados quanto os que citou, que viveram em tempos de trevas e, não obstante, produziram obras grandiosas.
De seguida, toma a decisão de viajar para o inferno, ou melhor, para a região dos Elísios, da Estige e do Cócito – citando Dante –, onde «se pode parlamentar com os mortos sem comprometimento sério», visto que deseja fazer algumas perguntas ao Marquês de Pombal, figura controversa da política portuguesa e adepto do despotismo esclarecido. Lá encontra-o num jogo de cartas com aqueles que, antes, tinham sido seus inimigos políticos. Isto fá-lo observar que não há amigos ou inimigos políticos a partir sua entrada na «eternidade». O autor fracassa na sua tentativa de questionar o Marquês, que desconversa e sai.
Volta então ao mundo real e à sua viagem a Santarém, a qual está agora na região do Cartaxo.