Português: John Grisham
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sábado, 9 de setembro de 2023

O Testamento, de John Grisham


    Troy Phelan é um multimilionário que está às portas da morte e que reúne, em sua casa, os familiares, ávidos de serem contemplados no seu testamento: três ex-mulheres e seis filhos vivos (um sétimo já faleceu). acompanhados dos respetivos cônjuges ou companheiros de momento. O próprio criado espera ser contemplado no testamento. Três psiquiatras atestam a sua sanidade mental e, num golpe de teatro, assina um último testamento escrito por si, de três páginas, que revoga o anterior, assinado cinco minutos antes, na presença dos psiquiatras, família e respetivos advogados e suicida-se, lançando-se da varanda do prédio. No derradeiro testamento, Troy Phelan paga as dívidas dos filhos, nada deixa às ex-mulheres (que já receberam quantias avultadas aquando dos divórcios) e doa o remanescente dos bens a uma filha desconhecida: Rachel Lane, uma missionária da organização Tribos Universais presentemente a trabalhar na região do Pantanal.
    Stafford, o advogado de Phelan, tem dificuldades em encontrar a herdeira, enquanto Hark Gettys, o advogado de Rex Phelan, ambicioso, deseja uma luta renhida com Stafford. Este encarrega Nate O'Riley, um dos advogados da sua firma, a fazer uma cura de desintoxicação numa clínica, de procurar a herdeira.
    Dez dias após o suicídio Hark Gettys faz uma petição ao tribunal, em nome de todos os «herdeiros», pedindo a leitura do testamento.
    Na sua busca, Nate sofre um acidente de avião durante uma tempestade, mas sai praticamente ileso. Sobre Rachel, sabe que foi adotada assim que nasceu e que poucos contactos com os progenitores manteve. A mãe regressou ao seu local de nascimento perseguida pelos rumores da sua situação e acabou por se suicidar. Por outro lado, ele continua a não resistir à bebida.
    Os advogados de todos os herdeiros reúnem-se e decidem contestar o testamento, alegando insanidade mental por parte do seu autor, não salientando, aos seus clientes, a salvaguarda segundo a qual quem o contestasse e perdesse ficaria sem o direito ao pouco que lhe coubesse no testamento. Decidem também contratar uma firma para conselheira-chefe durante o julgamento do caso em tribunal.
    Enquanto isso, Nate prossegue a sua busca no pantanal da herdeira, viajando de barco pela imensidão de afluentes e contactando com várias tribos índias, sendo feito uma crítica ao tratamento a que foram submetidos pelos brancos ao longo da sua existência.
    Na tentativa de contestar a validade do testamento, os advogados despedem os três psiquiatras e contratam outros. O criado de Troy Phelan e a secretária propõem-se ajudá-los e troco de cinco milhões de dólares para os dois.
    Nate encontra, finalmente, Rachel, mas esta não tenciona assinar os papéis nem receber a herança. De regresso do Pantanal, Nate contrai a febre de dengue.
    Hark Gettys e Snead (o criado) começam a combinar o depoimento deste, repleto de mentiras. Por exemplo, Snead afirmará que Phelan estava louco e que só foi dado como lúcido pelos psiquiatras porque, previamente, tinham preparado o encontro, fazendo uma lista de possíveis perguntas que lhe seriam feitas e relembrando datas, nomes, cotações da bolsa, etc.
    Regressado aos EUA, Josh aconselha Nate a ser o representante de Rachel no processo. Por seu lado, Gettys torna-se advogado de três quartos dos Phelan. Nate aproxima-se do cristianismo, volta a frequentar a missa, a ler a Bíblia e torna-se amigo do padre Phil, jantando em sua casa e ajudando-o numas construções que está a realizar.
    Começa a sessão de depoimentos. Nate revela-se um exímio interrogador, mas aquele ambiente de tribunal só torna mais intensa a decisão de abandonar a prática da advocacia. Quando interroga Snead, consegue arrancar-lhe que os advogados dos Phelan já lhe pagaram 500 mil dólares pelo seu testemunho. O de Nicolette durou oito minutos e foi desacreditado facilmente: Nate perguntou-lhe se tinha mantido relações sexuais com Phelan, sem ambos se despediam e se ela lhe conhecia alguma marca de nascença. A esta última pergunta ela responde negativamente. Nate saca de uma fotografia da autópsia onde se veem duas marcas de nascença numa perna.
    Entretanto Hark Gettys tinha dado entrada em tribunal de uma ação para que fosse negado provimento às alegações que Rachel apresentara contra a contestação do testamento. O objetivo é evitar chegar a julgamento e chegar a um acordo extrajudicial. Assim acontece, dada a recusa de Rachel em aceitar a herança, facto desconhecido pelos seus meios-irmãos. Por isso, Nate e Josh concordam em dar cinquenta milhões de dólares a cada Phelan.
    Para convencer Rachel, Josh engendra um esquema: os bens seriam aplicados num fideicomisso - Fundação Rachel - e o dinheiro permaneceria intocado durante dez  anos, podendo-se dispor apenas dos juros para obras de beneficência. Passados esses dez anos, poderia ser despendido 5% do dinheiro, mais juros, em obras de caridade.
    Quando Nate e Jevy chegam à aldeia índia para convencer Rachel, recebem a nova de que esta morreu vítima de um surto de malária. Apercebendo-se de que estava a morrer, fez um testamento em que exprime o desejo de aplicar a herança do pai num fideicomisso para obras de caridade, difusão da fé cristã e proteção dos povos mais desprotegidos, bem como nomeia Nate administrador do fideicomisso e testamenteiro. Esse testamento foi testemunhado por um advogado da cidade de Corumbá e pela sua secretária.

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

O Natal de Mr. Krank, de John Grisham

     Luther Krank e a esposa despedem-se da filha Blair, que parte para o Peru no contexto de uma ação humanitária. Cansado da rotina e dos gastos excessivos, por exemplo em objetos inúteis de Natal, Luther propõe à mulher um Natal diferente: uma viagem às Caraíbas.
     Antes de partir, procura fugir às tradições natalícias, como a de colocar um boneco de gelo no telhado de cada casa, ou o donativo habitual, através da compra de um calendário, para a Associação de Polícia, no valor de cem dólares, ou a venda de bolos de frutos pelos bombeiros. Luther Krank tudo recusa, não obstante a crescente irritação surda da mulher e as provocações dos vizinhos, que tudo fazem para o vergar e humilhar.
     Na véspera de Natal, Blair telefona aos pais, informando que está em Miami e vem passar o Natal a casa e traz consigo o noivo, um médico peruano. O cruzeiro fica, assim, anulado e os Krank dispõem de meia dúzia de horas para preparar a tradicional festa de Natal. Porém, quando Luther sobe ao telhado para nele instalar o boneco de neve de 20 kg, feito de plástico, escorrega no gelo. O boneco cai ao chão e desfaz-se, enquanto Krank é salvo da morte graças ao facto de as suas pernas se terem enrolado nas cordas e nos fios elétricos. Depois, os vizinhos e os bombeiros acorrem e retiram-no da posição de suspenso, de cabeça para baixo, a 2, 5 metros do solo.
     Ao conhecerem os motivos que levaram os Krank a anular o cruzeiro e a fazer a festa de Natal, os vizinhos solidarizam-se e cada um contribui com o necessário para que a celebração aconteça. Quanto aos bilhetes de cruzeiro de dez dias às Caraíbas, Luther oferece-os a um casal vizinho, cuja mulher está doente com cancro, restando-lhe apenas seis meses de vida.
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