A análise do poema pode ser encontrada aqui: análise-de-que-noite-serena.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024
quinta-feira, 25 de janeiro de 2024
Análise do poema "Ouvi contar que outrora, quando a Pérsia", de Ricardo Reis
A
história (ação) narrada no texto
prende-se com factos ocorridos durante a invasão de uma cidade da Pérsia. Tais
factos, apesar da sua brutalidade e sanguinolência, foram incapazes de, por
mais do que um leve e passageiro instante, desviar a atenção de dois jogadores
de xadrez que, indiferentes a tudo o que os rodeava, prosseguiram serenamente o
seu jogo.
O narrador é o próprio...
sábado, 20 de janeiro de 2024
Análise do poema “Presságio” ou “O amor, quando se revela”
O poema “Presságio” foi escrito por Fernando Pessoa em 24 de abril de 1928, já na fase final da sua vida (13 de junho de 1888 – 30 de novembro de 1935).
O tema da composição poética é o amor, mais concretamente a dificuldade em o revelar à pessoa amada (em última análise a impossibilidade de viver um amor correspondido), abordado em cinco quadras de redondilha maior (bem ao gosto popular), com rima cruzada, segundo o esquema rimático ABAB.
Na primeira quadra, o sujeito poético apresenta o mote do texto, isto é, o tema que vai ser desenvolvido, bem como o seu posicionamento face...
Podes encontrar a análise completa do poema aqui: análise-do-poema-presságio.
quinta-feira, 18 de janeiro de 2024
Análise do poema "Ao entardecer, debruçado pela janela"
O início da composição apresenta-nos um sujeito poético, debruçado pela janela, a ler O Livro de Cesário Verde. Ora, a leitura é uma atividade solitária por excelência e que exige concentração, introspeção, e Caeiro admitia que lia debruçado na janela, ao entardecer, o momento do dia que parece proporcionar a melancolia: a imagem é a de um poeta solitário – Alberto Caeiro – que lê outro poeta com tendências taciturnas – Cesário Verde.
A seleção da obra para leitura não é casual. De facto, são evidências as similitudes entre a poética de ambos os poetas: a relação com a Natureza, as sensações, o deambulismo, etc. Caeiro lê O Livro de Cesário Verde, porque se identifica com ele. Note-se, por outro lado, a forma intensa e dedicada como Alberto se dedica à leitura, como o mostra o facto de ler até lhe doerem os olhos. O «eu» poético está totalmente focado e entregue à leitura. A identificação do título da obra indicia a sua admiração e respeito por Cesário, mas também a sua identificação com ele: ambos são poetas da Natureza e das sensações e observam o mundo com simplicidade e sem o racionalizar.
Voltando ao verso inicial do poema, este coloca-nos perante o momento (“Ao entardecer”) e o local (a janela) em que se opera a leitura. O «eu» poético está...
A análise completa pode ser encontrada no link seguinte: análise-de-ao-entardecer.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
Análise do Poema XIV de O Guardador de Rebanhos, de Alberto Caeiro
No que diz respeito à mensagem do poema, o sujeito poético inicia-o afirmando que não se importa com as rimas. O que significa esta afirmação / negação? Em primeiro lugar, significa que ele se assume como um poeta (já o tinha feito, aliás, logo na primeira composição poética de O Guardador de Rebanhos). Em segundo lugar, significa que, nessa qualidade, desvaloriza a importância da rima nos seus textos, na sua poesia. Mas por que razão tal sucederá? A explicação / justificação surge ainda no primeiro verso, estendendo-se ao seguinte. De facto, o «eu» declara que não “Há duas árvores iguais, uma ao lado da outra”. O que quer isto dizer e qual a relação com o ato de escrever poesia? Fazer rimar duas palavras (isto é, colocar no texto duas – ou mais – palavras que têm um final semelhante – ou seja, que rimam) não é natural, e fundamenta esta ideia através de uma analogia com a Natureza, que também não cria entidades iguais (como, por exemplo, árvores) “uma ao lado da outra”. Tal sucede porquê? O homem pensa quando cria (neste caso, cria / escreve poesia); a Natureza, não, daí que crie de forma simples e natural.
O terceiro verso assenta numa comparação entre o sujeito lírico e a mesma Natureza: “Penso e escrevo como as...
Podes encontrar a conclusão da análise aqui: análise-poemaxiv-o-guardador-de-rebanhos.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Apreciação crítica: análise do quadro "Golconde", de René Magritte
3.º par.: das figuras humanas;
Introdução |
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Título:
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Um mundo diferente |
Desenvolvimento
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–
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Cenário
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Desenvolvimento
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–
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Figuras
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Desenvolvimento
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–
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Tema
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Conclusão
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Análise do poema "A abelha que, voando, freme sobre", de Ricardo Reis
domingo, 10 de dezembro de 2023
Análise do poema "A novela inacabada", de Fernando Pessoa
Na primeira quadra, o sujeito poético usa a metáfora nos dois versos iniciais para representar a sua vida como uma “novela inacabada”. Ora, sabendo que uma novela é um texto narrativo envolvente e complexo, cheio de situações variadas e complexas, com múltiplas reviravoltas, podemos inferir que o verso 1 remete para uma vida repleta de eventos intensos e emotivos. Por outro lado, a referida metáfora sugere que a vida do «eu» lírico, sendo uma novela e inacabada, não consegue realizar-se no seu dia a dia, no seu quotidiano. Deste modo, ele procura sentido... [continuação da análise 👉 análise-de-a-novela-inacabada].
terça-feira, 24 de outubro de 2023
Análise do poema "Em Horas inda Louras, Lindas", de Fernando Pessoa
terça-feira, 19 de setembro de 2023
Análise do poema "Autopsicografia"
A análise do poema "Autopsicografia" pode ser encontrada aqui: Autopsicografia.
domingo, 17 de setembro de 2023
Análise do poema "Rapariga descalça", de Eugénio de Andrade
terça-feira, 15 de agosto de 2023
terça-feira, 8 de agosto de 2023
terça-feira, 25 de julho de 2023
terça-feira, 18 de julho de 2023
segunda-feira, 10 de julho de 2023
Análise do poema "O Portugal Futuro", de Ruy Belo
segunda-feira, 3 de julho de 2023
domingo, 25 de junho de 2023
Obras de Alexandre O'Neill
1948 – A Ampola Miraculosa
1951 – Tempo de Fantasmas, Cadernos de Poesia, n.º 11
1958 – No Reino da Dinamarca
1960 – Abandono Vigiado
1962 – Poemas com Endereço
1965 – Feira Cabisbaixa
1969 – De Outubro na Ombreira
1972 – Entre a Cortina e a Vidraça
1979 – A Saca de Orelhas
1981 – As Horas
Já de Números Vestidas (em Poesias Completas – 1951-1981)
1983 – Dezanove
Poemas (em Poesias Completas – 1951-1983)
1967 – No Reino
da Dinamarca – Obra Poética (1951-1965), 2.ª edição
1974 – No Reino
da Dinamarca (1951-1969), 3.ª edição
1981 – Poesias
Completas (1951-1981)
1983 – Poesias
Completas (1951-1983)
1986 – O Princípio
de Utopia
2000 – Poesias
Completas
2005 – Poemas
Dispersos
1970 – As Andorinhas
não têm Restaurante
1980 – Uma
Coisa em Forma de Assim
1962 – Dom
Roberto
1963 – Pássaros
de Asas Cortadas
1967 – Sete
Balas para Selma
1969 – Águas
Vivas
1970 – A Grande
Roda
1975 – Schweik
na II Guerra Mundial (TV)
1976 – Cantigamente
(3 episódios da série)
1978 – Nós
por cá Todos Bem
1979 – Ninguém
(TV)
1979 – Lisboa
(TV)
quarta-feira, 7 de junho de 2023
Análise do poema "Pois que nada que dure ou que durando"
Esta ode de Ricardo Reis é composta por três quadras de versos decassilábicos (os três iniciais) e hexassilábicos (o quarto), com rima irregular: toante na primeira quadra (“durando” / “obramos”), consoante interpolada na segunda entre o primeiro e o quarto versos e cruzada entre o terceiro e o primeiro da seguinte (“presente” / “somente”); versos brancos ou soltos (vv. 1, 3, 4, 6, 10, 11 e 12).
O tema
da composição poética é a transitoriedade e a precariedade da vida, bem como o
valor dos atos que nela são praticados. Tudo passa, nada dura, ou, se dura, é
breve, e o valor do presente, que é hipotecado ao futuro, é igualmente
precário. Será que o próprio instante, dado que pode ser o derradeiro daquilo
que julgamos ser, é apenas nosso?
A composição
poética pode ser dividida em três momentos: a primeira quadra compreende a justificação
daquilo que se afirma no segundo momento; na segunda quadra e na primeira frase
da terceira, o sujeito poético defende a superioridade do momento presente em relação
ao futuro, visto que este (“amanhã”) não existe, pelo que a procura (“cura”) do
futuro é absurdo, já que priva o ser humano do bem presente; o terceiro momento
(de “Meu somente…” até ao final) é constituído por uma interrogação retórica,
por meio da qual se questiona se o instante presente será apenas seu, o que
indicia que o ser humano não controla o seu destino.
A
mensagem do poema é clara: nada que o ser humano faz no mundo é duradouro, ou,
sendo-o, não tem valor, e até as coisas que lhe são úteis rapidamente ele
perde, por isso deve preferir o prazer do momento presente à procura insensata
do futuro, pois este exige o mal do presente em troca do seu bem. Mas surge a
dúvida: será esse momento apenas do ser humano? Será o indivíduo apenas quem
existe nesse instante que pode ser o último daquele que finge ser? Atente-se na
referência ao fingimento, uma temática tão do agrado de Pessoa ortónimo, por
exemplo, em “Autopsicografia” e “Isto”.
A
musicalidade do poema assenta na aliteração (em /t/: “existe / Neste instante”
e /d/: “pode o derradeiro”) e no jogo das homónimas «ser» (“… que pode o
derradeiro / Ser de quem finjo ser?”). Além disso, o encavalgamento ou
transporte percorre, praticamente, todo o poema.
No que
diz respeito às formas verbais, predominam as que se encontram no presente do
indicativo, sugerindo a ideia de continuidade, e no presente do conjuntivo,
remetendo para o campo da possibilidade (“Pois que nada dure ou que
durando / Valha…”) ou exprimindo um desejo (“O prazer do momento anteponhamos”).
Por outro lado, nas duas primeiras quadras, é usada a primeira pessoa do
plural, enquanto na última ocorre a primeira do singular, o que confere à
interrogação final um acentuado grau de subjetividade, com a focalização no
«eu» daquilo que, anteriormente, tinha sido enunciado como próprio do coletivo,
do ser humano em geral. Por seu turno, a reiteração do vocábulo «cedo» (verso
4) realça a ideia de efemeridade da vida.
É
curioso notar que, na prática, o poema é constituído somente por três frases: uma
inicial de tipo declarativo, que abrange as duas primeiras quadras; uma
segunda, igualmente declarativa, mas bastante mais curta (“Amanhã não existe”),
e uma terceira, de tipo interrogativo, que finaliza o poema.
segunda-feira, 5 de junho de 2023
Análise do poema "Quando, Lídia, vier o nosso outono", de Ricardo Reis
Ao
gosto horaciano, Ricardo Reis usa o plural «nosso» e o vocativo para se dirigir
a uma interlocutora presente em vários dos seus poemas, a sua amada Lídia. O
outono que se aproxima, com tudo o que transporta já de inverno, e esquecido já
do verão, indicia o acentuar da decadência e a proximidade da morte, em
decorrência da passagem inexorável do tempo.
Deste
modo, o amarelecer das folhas tem ainda o tom dourado da vida; já é já o estio,
mas também não é ainda o inverno, a morte. Neste contexto, é preciso aproveitar
cada momento (carpe diem), mesmo que seja o último. O outono simboliza a
decadência, a velhice; o inverno, a morte, e a primavera, o recomeço ou a
renovação. Como esta última já passou, logo não lhe pertence (“… é de outrem” –
v. 4), e o inverno (a morte) se aproxima, o sujeito poético assume que é
necessário que tanto ele como a sua amada reservem “um pensamento (…) para o
que fica do que passa – o amarelo atual”. É visível aqui o autodomínio, a
contenção, o contentamento com o prazer relativo tão característicos da poesia
de Ricardo Reis.