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domingo, 27 de agosto de 2023

Exemplo de texto de opinião sobre o poder das palavras


 Planificação

- Título: O poder das palavras.

- Introdução:

. Apresentação da situação / tema: o poder das palavras.

. Apresentação da opinião / posição pessoal: as palavras que constroem e as que destroem.

- Desenvolvimento:

1.º argumento: há palavras boas, que fazem bem.

Exemplos: gastronomia e plano amoroso.

2.º argumento: há palavras más, que magoam e destroem.

Exemplo: exame médico.

- Conclusão: retoma da posição inicial.

 

O poder das palavras
 
    Ricardo Araújo Pereira deu-me a honra de prefaciar um livro meu. Nas primeiras linhas do seu prefácio, ele escreveu: “Faço com palavras tudo o que é importante. Por exemplo, se quero que uma pessoa saiba que gosto dela, recorro mais depressa a palavras do que, digamos, a beijos.” Meditei nestas suas palavras e adicionei a sua moral a esta equação: bom uso das palavras x uso bom das palavras ao quadrado = felicidade.
    As palavras têm um poder tremendo. Repito com assertividade: as palavras têm um poder tremendo. Há palavras que edificam, outras que destroem; umas trazem bênção, outras, maldição. E é entre estas duas balizas que a comunicação vai moldando a nossa vida.
    Comecemos pela gastronomia. Na hora da refeição, quem é que não saliva ao ler um crispy de peito de frango com emulsão de gengibre e limão? Ou um bacalhau lascado com puré de batata doce e goiaba confit? Antes de estes apetecíveis pratos chegarem à nossa mesa, já os pré-saboreamos mentalmente. E quantas vezes a sedutora descrição dos pratos é bem mais aprazível que o repasto propriamente dito?
    Há dias, num restaurante tradicional, um dos pratos da ementa era bife raspado. Soou-me bem e pedi. O que era? Um simples hambúrguer no prato. Estava apetitoso, sem dúvida, mas o prazer que senti ao degustar as sílabas bi-fe-ras-pa-do antes de o dito prato pousar na mesa foi infinitamente superior.
    No plano amoroso, as palavras têm também um poder incrível. Outrora, nas cartas de amor, as palavras voavam distâncias, marcadas pela saudade dos namorados; hoje, o impacto das palavras nas relações amorosas é tão ou mais forte porque é imediato, à distância de um clique. Casais apaixonados são unânimes em assumir que muitas vezes o flirt verbal é tão poderoso quanto o próprio beijo ou toque. Nuns casos, as palavras trocadas virtualmente são autênticos preliminares; noutros, conseguem ter ainda mais impacto do que o toque real.
    E o poder da palavra silenciosa? O silêncio é ouro, já ouviram dizer? Há palavras que deviam ser escondias num baú fechado a sete chaves. Porque não edificam, porque magoam, porque destroem… Há uns tempos fui fazer um exame médico. Após o questionário clínico habitual, a médica prosseguiu: “Agora, vou fazer-lhe umas maldades”. Nesse instante, o meu corpo sucumbiu e o desmaio tornou-se iminente. Ora, a palavra maldade magoou-me mais do que o próprio exame. Teria sido muito sensato ter escondido tal palavra num quarto escuro. Não teria magoado tanto.
    Se queremos relações pessoais e profissionais mais saudáveis e felizes, usemos e abusemos das palavras positivas na nossa vida. E não nos cansemos de elogiar. Palavras de louvor e honra trazem felicidade não só a quem as recebe mas também, e sobretudo, a quem as oferece.

 
Sandra Duarte Tavares, in Visão do dia 17/02/2017
 

sábado, 26 de agosto de 2023

Exemplo de texto de opinião sobre o uso de telemóveis nas aulas


    A tecnologia faz parte do quotidiano da esmagadora maioria das pessoas. Um dos objetos mais usados neste contexto é o telemóvel.

    Elabora um texto de opinião, constituído por 200 a 300 palavras, no qual defendas o teu ponto de vista sobre o seguinte tema: O telemóvel tem lugar no ensino atual?
 
    O teu texto deve incluir:
. a apresentação do teu ponto de vista;
. a apresentação, no mínimo, de dois argumentos e de exemplos que justifiquem o teu ponto de vista;
. uma conclusão.

 

Planificação

- Introdução:

. Apresentação do tema – Ideias gerais sobre a presença e a importância da tecnologia na sociedade.

. Posição a defender: os telemóveis devem ser usados no ensino.

- Desenvolvimento:

1.º argumento: o telemóvel permite obter informação de forma imediata, consultar documentos didáticos, acessar a aplicações que possibilitam mais interatividade…

2.º argumento: o uso do telemóvel no ensino pode contribuir para uma maior responsabilização dos alunos.

3.º argumento – contra-argumento: o telemóvel pode constituir um fator de distração, prejudicando a aprendizagem.

- Conclusão:

. retoma da posição defendida

. síntese das ideias essenciais

 
O telemóvel na sala de aula
 
    A tecnologia está presente na vida do ser humano e veio para ficar, discutindo-se, neste momento, por exemplo, todo o impacto da inteligência artificial no nosso quotidiano presente e futuro. Neste contexto, faz todo o sentido que a tecnologia, nomeadamente os telemóveis, tenham lugar no ensino.
    Por um lado, os telemóveis permitem a consulta e a pesquisa imediatas, o que pode tornar as aulas mais dinâmicas e interativas. De facto, com eles os alunos podem visionar vídeos didáticos e imagens, obter informação de toda a espécie através da Internet para complementar as aulas e resolver tarefas sugeridas pelos professores. Além disso, é possível aceder a diversas aplicações (como, por exemplo, o iSpring) que permitem maior interatividade na resolução e na avaliação de atividades. Usando-as, os alunos têm acesso imediato aos resultados de um teste interativo, aos aspetos em que tiveram sucesso e àqueles em que falharam.
    Por outro lado, o uso autorizado de telemóveis na sala de aula pode constituir uma forma de responsabilização dos discentes, por exemplo, relativamente à sua não utilização sem permissão do professor. Além disso, deste modo, poderão interiorizar a necessidade de utilizar responsavelmente os materiais e gadgets tecnológicos, num contexto específico e regulado.
    De facto, sobretudo no caso de alunos mais jovens e que não possuem ainda maturidade suficiente para os utilizar nos momentos adequados e autorizados, os telemóveis, dado que colocam à sua disposição um mundo inteiro, podem constituir um fator de distração na sala de aula, sendo usados, por exemplo, para jogar, para enviar mensagens, para navegar na Internet e até para cabular nas provas de avaliação. Todos estes fatores acabarão por prejudicar a aprendizagem e, por consequência, a avaliação.
    Em suma, os telemóveis devem ser usados no contexto escolar, visto que podem ser uma ferramenta útil na aprendizagem, mas desde que tal seja feito de forma organizada e com autorização e supervisão dos professores. Proibir o seu uso não é solução, até porque eles estão cada vez mais presentes na vida de quase todos.

 

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