Na
pintura, encontramos, ao centro, portanto em posição de destaque, uma figura
feminina, Cornélia, que, vestida de branco (cor que simboliza a pureza), se
dirige a uma outra mulher vestida de vermelho (símbolo da paixão, neste caso,
das coisas mundanas) e branco. Esta personagem, sentada, exibe as suas joias
valiosíssimas; como resposta, Cornélia mostra os seus três filhos, o seu maior
tesouro. Deste modo, através desta situação contrastante, a pintora enfatiza o materialismo
e a frivolidade da mulher de vermelho, provocando o seu visível embaraço.
Cornélia,
na realidade, era uma figura histórica romana, uma das poucas mães em Roma às
quais se credita uma poderosa influência sobre a vida pública dos filhos. Era
também conhecida por se vestir de forma menos vistosa do que muitas das suas
contemporâneas. Cornélia era mãe dos Gracos, dos quais dizia
que eram as suas joias, e, depois de ficar viúva, recusou voltar a casar,
preferindo dedicar-se exclusivamente à educação dos filhos, que ficaram
conhecidos pelas iniciativas reformistas e que acabaram por provocar o seu fim
trágico.
Em suma, esta obra critica o apego excessivo aos bens materiais e a vaidade feminina, demonstrando-se que há valores muito mais importantes na vida do ser humano, como, por exemplo, o amor maternal.