Português: Citações
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domingo, 22 de outubro de 2084

Professor

     "Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais." 

Rubem Alves

quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Provas De Aferição (2018-2023) – Matemática, 8.º Ano

    Comecemos pela Matemática e pelos resultados de 2018 e os de 2023.

    Nos quatro domínios comparáveis, os resultados dos alunos que “conseguiram” ou “conseguiram, mas” foram em 2018 de 24,7%, (Números e Operações) 22,4%, (Geometria e Medida) 28,7% (Álgebra) e 17,3% (Org. Tratamento Dados). Em 2023 os resultados foram, respectivamente de 24,2% (- 0,5%), 9,5% (-12,9%), 23,9% (-4,8) e 20,3% (+2,7%).

    É fazer as contas, por muito simplista que seja a apresentação das coisas.

            . Resultados de 2018:

    

            Resultados de 2023:


FONTE: O Meu Quintal, blogue da autoria de Paulo Guinote

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Normas da citação


    A citação consiste na reprodução de um discurso noutro discurso. Quando fazemos uma citação, devemos observar o seguinte:

• identificar o autor do texto / da obra citado(a);

• contextualizar a citação;

• transcrever as palavras citadas, tal como o original;

• colocar as citações entre aspas;

• assinalar eventuais cortes (por exemplo, quando o excerto citado é extenso e só nos interessa parte dele) com reticências dentre de parênteses (retos ou curvos);

• identificar a fonte da citação entre parênteses, indicando:
- o apelido do autor;
- o ano da publicação da obra a que pertence o texto citado;
- a(s) página(s) em que o texto citado se encontra;

indicar a referência completa de todas as obras citadas.

 
Exemplos:

 
                De acordo com Diniz Braga, “devido à evolução tecnológica […], o mundo mudou bastante e as pessoas precisam de se adaptar a essa nova realidade.” (Diniz; Braga, 2016, p.98)

 

                Segundo Martins et al., “O consumidor […], antes de fazer uma compra, pesquisa informação sobre a empresa na Internet.” (Martins et al., 2016, p.12

[Neste caso, trata-se de uma citação de um texto com vários autores.]

 

segunda-feira, 20 de março de 2023

A França vai adiar um ano a aprendizagem da leitura

     «... em França chegaram à conclusão que a escola pública reproduz as desigualdades sociais e condena os filhos dos pobres a serem pobres. Que a leitura em idade precoce é um assunto para famílias abastadas que estão envolvidas em competições escolares. Que o acesso à leitura é mais difícil para crianças com menos vocabulário. Conclusão: a França vai investir nas crianças mais pobres para que a escola pública lhes dê acesso a essa ferramenta tão importante? Não. Vão é adiar a aprendizagem da leitura por um ano (em vez de ser aos seis, aos sete) para que as crianças pequenas das classes trabalhadoras não fiquem numa posição inferior.»

    Criminoso!

    O original pode ser encontrado aqui: IP Azul.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Avaliação quantitativa e qualitativa

     Helena Matos sobre a avaliação quantitativa e qualitativa: «Ambas são necessárias

    Sobre a avaliação qualitativa em particular: «Pensem nas suas poupanças que têm no banco. E o banco deixa de lhes dar [informação] em números, passa a "Olhe, este mês está piorzinho; este mês melhorou um bocadinho; este mês está assim-assim, mas tem-se esforçado. Este mês está espetacular. Olhe, agora está terrível. O que é que aconteceu?"»

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

A escola do século XIX em imagens - IX


Nicolay Bogdanov-Belsky, Cálculo mental na escola pública (1895)

    Esta interessante pintura russa retrata, de modo pouco habitual, a sala de aula: em vez de alunos alinhados nas suas carteiras, eles aglomeram-se, pensativos, em torno do quadro preto e da figura tutelar do professor. O que fazem? Tentam resolver, mentalmente, um problema matemático que o professor lhes colocou.

    Esclareça-se antes de mais que este docente não corresponde à figura convencional do mestre-escola em atividade nas escolas rurais oitocentistas. Trata-se de Sergey Rachinsky, um professor universitário de Botânica que a dada altura largou a vida académica em Moscovo para se tornar professor numa pequena cidade, onde não se limitava, como aqui se vê, a “dar a matéria”, mas se empenhava, através de desafios colocados aos seus alunos, em fazê-los pensar.

    Além desta mensagem clara que a pintura transmite – a escola pública deve desafiar os alunos, retirando-os da zona de conforto do facilitismo e da falta de exigência, exigindo-lhes esforço para aprender e colocando-lhes desafios que os façam desenvolver todo o seu potencial – há uma outra ideia pertinente que, quando a diminuição das qualificações exigidas para dar aulas está na ordem do dia, é importante salientar: o professor não precisa de saber apenas a matéria que ensina aos alunos. A sua preparação deve ser bem mais vasta e abrangente. A qualidade da formação científica e pedagógica dos professores é, mais do que avaliações do desempenho burocráticas e vexatórias, a melhor garantia que podemos ter em relação à qualidade da escola pública.

Fonte: Escola Portuguesa.

domingo, 4 de setembro de 2022

A escola do século XIX em imagens - VIII


John Frederick Lewis, Escola árabe (c. 1850)

    Embora a arte europeia tenda a representar sobretudo, como é natural e expectável, o mundo dos europeus, não faltam, a partir do Renascimento e da expansão europeia, exemplos de pinturas e outras obras artísticas que refletem a descoberta e o contacto com outros continentes, civilizações e culturas. Trata-se de um olhar, de início curioso e ocasional, que se vai tornando mais atento e sistemático à medida que as principais potências do Velho Continente constroem ou consolidam, no século XIX, os seus impérios coloniais.

    John F. Lewis, um inglês que viveu a sua infância no Cairo, registou, nesta pintura a guache e aguarela, o ambiente de uma típica maktab, a escola muçulmana que correspondia sensivelmente ao que hoje designamos por ensino básico. Os rapazes que desejassem prosseguir os seus estudos ingressariam depois numa madrassa. Umas e outras são escolas religiosas, sublinhando a ligação umbilical, também patente no mundo ocidental, entre a escola e a religião. Só que, enquanto na Europa a laicização progressiva da sociedade foi abrindo espaço à separação entre a escola pública, destinada a formar cidadãos, e as escolas da Igreja, vocacionadas para a formação do clero, no mundo muçulmano essa distinção entre religião e laicidade tem-se mostrado mais difícil e custosa.

    A pintura, de contornos difusos, mas onde não falta expressividade, foca-se nas figuras do professor, já idoso – a idade avançada é, neste contexto, um símbolo de sabedoria -, e de um dos seus alunos, que se prepara para recitar a lição. O apelo à memória, hoje tão criticado, era um elemento essencial dos sistemas de ensino mais tradicionalistas e conservadores. E será sempre fundamental, embora ninguém defenda hoje o decorar de matérias como um fim em si mesmo: a verdade é que só somos verdadeiramente conhecedores daquilo que conseguimos armazenar, de forma organizada e compreensiva, no nosso cérebro.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

A escola do século XIX em imagens – VII


George Haanen, Escola nocturna (1835)

    Eis uma faceta da escola oitocentista que não poderia faltar nesta série: a escola noturna. As aulas à noite têm hoje uma presença pouco mais do que residual nos sistemas educativos, mas foram cruciais em épocas em que a maioria da população começava a trabalhar com uma escolarização mínima, ou mesmo sem ter tido oportunidade, na infância, de frequentar a escola. Neste contexto, e à medida que os trabalhadores vão percebendo que a formação escolar lhes pode abrir novas perspetivas profissionais e de desenvolvimento pessoal, a vontade e a necessidade de voltar a estudar começam a impor-se.

    Na imagem, percebemos que boa parte dos alunos que chegam a esta escola, iluminada a velas e candeias, é ainda criança: na primeira metade do século XIX, o trabalho infantil era uma realidade muito frequente, o que remetia estas crianças desafortunadas para a escola noturna, única forma de escaparem ao analfabetismo. Posteriormente, graças sobretudo à luta sindical, esta situação começará a mudar, com o aparecimento de legislação restritiva do trabalho de menores e o aumento progressivo da idade mínima para trabalhar. Aliás, e já que se fala em sindicalismo, refira-se também o papel importante que os sindicatos tiveram, praticamente desde o seu aparecimento, na promoção do ensino e da formação profissional entre os seus associados.

    Nesta escola, o ambiente de aprendizagem parece pouco formal, reinando algo parecido com o que hoje chamaríamos diferenciação pedagógica, o que é natural tendo em conta as diferenças de idades, as motivações e os níveis de conhecimento de uns e outros. Assim, enquanto uns alunos estudam autonomamente, outros fazem uma pausa no estudo e aquecem-se junto à salamandra. Um dos discentes, vestido de verde, ouve a explicação do professor, que por sua vez mira de relance aqueloutro – talvez um novo aluno? – que acaba de chegar à escola, trazido pela mãe…

Fonte: Escola Portuguesa.

terça-feira, 30 de agosto de 2022

A escola do século XIX em imagens – VI


Paul des Amoignes- Na sala de aula (1886)

    Este quadro constitui um exemplar da pintura naturalista francesa. Nesta observação cirúrgica e quase fotográfica da sala de aula, a figura de um pequeno estudante destaca-se pelo olhar intenso e penetrante, certamente dirigido à figura do professor.

    Alguns colegas escrevem aplicadamente, outros mostram-se apáticos, distraídos ou aborrecidos. Mas só este rapaz levanta o lápis do caderno para prestar atenção ao professor. É uma realidade de todos os tempos e de todas as escolas: nem todos os alunos têm o mesmo interesse, a mesma capacidade de concentração, a mesma facilidade em aprender. Mas o desafio de dar a todos a sua oportunidade, razão de ser da escola, em especial da escola pública, é hoje ainda mais pertinente do que há um ou dois séculos.

    A técnica do pintor é primorosa, não só no traço e na ambiência naturalista, mas também na forma como os rostos à volta do protagonista se apresentam desfocados – algo que na técnica fotográfica se consegue reduzindo a profundidade de campo – reforçando o impacto e o dramatismo da imagem. E atraindo o nosso olhar, irresistivelmente, para o aluno que quer aprender.

 Fonte: Escola Portuguesa.

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

A escola do século XIX em imagens – V


Albert Anker, Exame escolar (1862)

     Revisitando Albert Anker, deparamo-nos com o testemunho de uma realidade praticamente extinta na escola atual: o tradicional exame da 4.ª classe. Perante um punhado de examinadores – professores, inspetores, diretores escolares – os petizes de ambos os sexos devem demonstrar a sua aptidão académica.

    Numa escola suíça, vemos a tradicional sala com carteiras de bancos corridos, onde os alunos se acotovelam, à excepção do que está a ser examinado e do pequeno grupo dos que aguardam a sua vez – estes ficam de pé, à frente dos restantes, face ao examinador.

    Entre nós, o “exame da 4.ª classe” manteve-se até 1974, tendo sido abolido após a Revolução de Abril, tendo sido brevemente ressuscitado durante o ministério de Nuno Crato, embora em moldes diferentes, tanto do modelo do Estado Novo, como daquele que vemos nesta imagem. A verdade é que os tempos mudam, e tanto os objetivos e finalidades do ensino básico como a evolução das teorias e práticas pedagógicas acabaram por desaconselhar este tipo de avaliações formais, banidas na generalidade dos países.

Fonte: escolapt

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

A escola do século XIX em imagens – IV


Jan Steen, Escola rural (c.1665)

 

    De volta ao século XVII para ilustrar uma presença comum em muitas escolas ao longo dos tempos, até mesmo nos progressistas Países Baixos: o castigo corporal, neste caso aplicado com recurso à palmatória, um instrumento de punição, alguns dirão mesmo de tortura, que muitos portugueses hoje idosos ainda tiveram o desprazer de conhecer nos seus tempos de escola. Aqui quem, sob o olhar atento dos colegas, dá a mão à palmatória, é um desafortunado rapaz que terá, ao que podemos supor, rasgado e atirado ao chão a folha onde fazia os exercícios.

    É muito antiga, e até certo ponto faz sentido, a associação do estudo ao esforço: para aprender é preciso vontade, determinação, persistência, espírito de sacrifício. Mais difícil de aceitar, e nos dias de hoje ideia definitivamente posta de parte, é que esse esforço deva assumir a forma de punição física. O velho ditado espanhol, la letra con sangue entra, não é definitivamente, para tomar à letra…

    Voltando ao quadro, repare-se na simplicidade do mobiliário, numa sala de aula ainda pouco estruturada enquanto tal. Mesas e bancos – apenas o professor se sentará numa cadeira – compõem o mobiliário e contrastam com as lousas e os objetos de uso doméstico e quotidiano pendurados nas paredes. Escreve-se em folhas e cadernos com penas que se molhavam em tinteiros. O lápis não era ainda de uso comum e a caneta com aparo só surgirá no século XIX. No topo da imagem, passando quase despercebida num primeiro olhar, uma prateleira fixa à parede aloja os livros e papéis necessários ao ofício do mestre-escola.

Fonte: escolapt

terça-feira, 23 de agosto de 2022

A escola do século XIX em imagens – III


Jean-Baptiste Trayer, Escola Primária na Bretanha (1882)

    Neste quadro, encontramos uma representação bastante realista de uma sala de aula na região da Bretanha, França. Trata-se de uma escola em ambiente rural, o que é sublinhado pela presença de uma galinha com os seus pintos na sala de aula, ante a indiferença geral da turma. Do lado oposto, o crucifixo pendurado na parede assinala que esta é, na França laica e republicana de então, uma escola católica.

    Outra característica interessante é tratar-se de uma turma de raparigas. Com a extensão progressiva da escolaridade ao género feminino, os ainda rígidos padrões morais da época impunham, quase sempre, a separação de sexos, uma ideia que a moderna pedagogia desacreditou completamente, mas ainda subsiste em alguns colégios religiosos, assente no mito de que rapazes e raparigas aprendem de forma diferente, pelo que só em turmas separadas é possível levar uns e outros a alcançar o máximo das suas potencialidades.

    Um olhar mais atento dirigido às pequenas alunas permite-nos captar algumas singularidades: enquanto a professora explica algo a uma das meninas, outras fazem os exercícios ou leem a lição. Em primeiro plano, duas meninas puseram de parte o caderno escolar para brincarem com a pequena boneca que uma delas tem nas mãos. Na primeira fila, uma miúda cansada não resiste e adormece em plena aula: ir à escola implicava frequentemente um longo percurso a pé, pelo que muitas destas crianças já chegavam exaustas à sala de aula. Além disso, e ao contrário dos rapazes, a quem não era exigida a participação nas tarefas domésticas, muitas raparigas tinham de ordenhar animais, acender a lareira ou ajudar a mãe a tratar dos irmãos mais novos antes de saírem para a escola.

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

A escola do século XIX em imagens – II


Albert Anker, Escola Rural (1894)
 

    Este quadro do pintor suíço Albert Anker pretende representar uma sala de aula de meados do século XIX. Ao contrário do que sucedia em épocas mais antigas, o espaço físico da aula é aqui mais organizado, embora o mobiliário e os materiais pedagógicos disponíveis sejam exíguos. Trata-se de uma escola em meio rural, frequentada por crianças de origem modesta, como se vê pela roupa e calçado que usam.

    A turma é numerosa – na área visível da sala contam-se, sem dificuldade, perto de 40 alunos – e heterogénea, incluindo rapazes e raparigas de diversas idades. Repare-se na separação de sexos e na desigualdade de acesso à educação, mesmo na Suíça, um dos países económica e socialmente mais evoluídos da Europa oitocentista: os rapazes, em muito maior número, ocupam as filas de carteiras ao centro; as raparigas sentam-se em bancos laterais, onde não dispõem sequer de uma superfície para pousar o caderno. Um misto de “sala em U” e “modelo do autocarro” que demonstra como, ao longo da história da Educação, estes conceitos, que se pretendem simplificadores e unificadores, assumiram e assumem diversas nuances…

Fonte: Escolapt

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A escola do século XIX em imagens – I

    O primeiro quadro da série faz-nos recuar até ao século XVII e a uma sala de aula que eventualmente faria as delícias de alguns pedagogos pós-modernos. Mas também por aqui se percebe que as ideias destes pouco ou nada nos trazem de novo.


    O ambiente na sala é caótico ou, numa leitura mais moderna e otimista do que aqui se observa, cada um aprende ao seu ritmo: uns estudam atentamente, outros põem a conversa em dia; este dorme, outros brincam, aquele lá ao fundo faz palhaçadas empoleirado em cima de uma mesa.

    Existem não um mas dois professores na sala, o que demonstra que o par pedagógico não é uma invenção contemporânea. A pedagogia não é diretiva: os professores não dão aula, esclarecem dúvidas aos alunos que querem aprender. Mas a divisão do trabalho deixa algo a desejar: enquanto a professora cumpre a sua tarefa, o seu parceiro entretém-se com alguma coisa que tem entre mãos…

    No século XVII, eram raras as escolas que não pertencessem a instituições religiosas. Haveria escolas laicas, geridas por particulares ou comunidades locais, mas a noção de escola pública era inexistente. A sala de aula era um espaço desorganizado, sem mobiliário específico, onde se misturavam crianças e jovens de diversas idades e níveis de conhecimento: dificilmente reconheceríamos nesta imagem os conceitos atuais de turma ou de sala de aula. Não havia qualquer controlo sobre a formação académica dos docentes, as matérias lecionadas ou as práticas pedagógicas usadas.
    Eram os filhos das classes trabalhadoras que frequentavam escolas como esta: antes de se afirmar a moda dos colégios internos de elite, alta nobreza e alta burguesia recorriam geralmente a aulas particulares para o ensino dos seus rebentos. Nada que surpreenda: também nos dias de hoje, os mais ativos propagandistas da escola do século XXI raramente a escolhem para a educação dos seus próprios filhos…
Fonte: escolapt

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Google anuncia alternativas mais baratas aos diplomas universitários

    Esta iniciativa da Google é só o início de um caminho de uma estrada que já vem sendo construída há muito. Começou a ser construída com Bolonha. A intenção de levar o maior número possível de pessoas para as universidades obrigou a baixar o nível dos conhecimentos, naturalmente. As universidades tornaram-se empresas, algumas internacionais, com o fito do lucro. Impuseram propinas obscenas que obrigam a contrair empréstimos que endividam os jovens para a vida. Com isso, afastaram todos os alunos que não têm dinheiro, ao contrário do que diziam ir fazer. Reduziram o número de professores de contrato permanente e contrataram tarefeiros, para os administradores poderem ter vidas de grande fausto - lucrar o máximo com o mínimo de custos. As universidades começaram a separar-se, não pela qualidade e mérito dos que lá entram, mas pela riqueza das suas famílias. Esse sistema aplicou-se em seguida às escolas: se as universidades já não podem ensinar certos conhecimentos porque os cursos têm menos anos e menos cadeiras, passa-se o conhecimento em falta para as escolas. Sobrecarrega-se o ensino básico e secundário. O sistema escolar começa a abrir brechas o que obriga a baixar-lhe o nível para que não seja um falhanço. Aposta-se nas soft skills: as emoções, os trabalhos de grupo, os consensos, o optimismo tóxico, a amizade, a inclusão em versão, não emancipadora, mas miserabilista. Os alunos já não querem seguir cursos de ciências que obrigam a trabalho metódico, esforço e desenvolvimento de skills, não-soft. Os políticos, coniventes com estas manobras mercantilistas, habituam-se a servir-se da ciência como garante das suas políticas: arranjam postos em universidades, encomendam teses de mestrado e doutoramento, contratam especialistas por amizade e não por mérito - no caso das energias e do ambiente, é mato. Na saúde, as farmacêuticas também. Descredibilizam o estudo universitário e o valor de um curso. Tal como os que estão nas empresas que controlam as universidades, não têm respeito nenhum pelo conhecimento: afinal, uns e outros estão nos cargos tendo estudado nas universidades dos pais, tios, amigos dos pais e tendo feito o percurso sempre amparados por cunhas e não por mérito e saíram-se muito bem na vida. São bajulados pelos jornalistas e pelos parasitas. Acham-se excecionais e acima dos outros em esperteza. E assim corre a vida. Entretanto, são cada vez menos os que são capazes, ou sequer querem, seguir um curso universitário. Se é das humanidades, esses indivíduos que gerem a política e as universidades há muito que os convenceram que são cursos sem sentido para os problemas do mundo e se são de ciências, os estudantes já não os valorizam porque dão trabalho, são caros, ganha-se mal para o investimento que se fez e na prática acreditam cada vez mais que a ciência é um conhecimento sem verdade por estar nas mãos de interesses políticos e económicos (o que não é mentira) , de maneira que a opinião do cientista não tem mais valor que a de outro qualquer. As universidades, entretanto, são locais de censura de ideias e proliferação de opiniões do google e, como se lê neste artigo, amanhã um diploma de uma universidade ou um diploma do Google valem exatamente o mesmo, só que o do Google é muito mais barato. Tudo isto -a decadência da universidade e com ela, a decadência pela busca do conhecimento- por causa da cegueira de uns e da ganância de outros. Portanto, temos que nos preparar para o fim do progresso científico-tecnológico como o conhecemos e para a ascensão da superstição e crendice como há séculos não se via e se pensava ter ultrapassado.

    Daqui a umas dezenas de anos voltamos à situação de ninguém ser capaz de ler os hieróglifos egípcios ou os textos gregos antigos ou construir matemática complexa ou outro conhecimento qualquer complexo.


    O seu programa de certificados poderia mudar o que os empregadores procuram nos futuros trabalhadores.

    Em 2019, o salário anual médio de um trabalhador a tempo inteiro com mais de 25 anos de idade era de cerca de 66.000 dólares, se tivessem uma licenciatura. Com apenas um diploma de liceu, desceu para cerca de $39.000. Mas esse aumento de salário não sai barato.

    Desde 1985, o preço de um diploma de licenciatura mais do que duplicou (ajustando-se à inflação) e em 2019, mais de 50% dos estudantes declararam ter contraído dívidas para financiar os seus estudos universitários, sendo o montante médio a norte de 35.000 dólares. Um em três com mais de 50.000 dólares de dívida.

    Pagar isto já é difícil para os licenciados, mas para os milhões de ex-alunos que desistem antes de obterem um diploma, é quase impossível.

    A Google anunciou recentemente planos para lançar um trio de programas de certificados alternativos aos diplomas universitários. Estes programas são inteiramente online, levam seis meses a concluir e são concebidos e ensinados por funcionários da Google.

    Os inscritos podem optar por formação para um trabalho como analista de dados, gestor de projecto, ou designer de experiência de utilizador. Todos os três postos são muito procurados, de acordo com a Google e as pessoas que os ocupam ganham um salário médio de pelo menos 66.000 dólares por ano.

 

Fonte: ipbeatrizja

sexta-feira, 15 de julho de 2022

A descoberta da Pedra da Roseta

     A escrita hieroglífica morreu no Egipto no século IV d.C. e com o tempo perdeu-se o conhecimento de como ler hieróglifos, até que a Pedra de Roseta foi descoberta, a 15 de julho de 1799. Com a mesma mensagem tanto em hieróglifos como em grego, a Pedra de Roseta foi a chave para decifrar hieróglifos anteriormente não traduzidos. De repente, três mil anos de escrita indecifrável tornaram-se legível.

    Em 1798, Napoleão zarpou rumo ao Egito com cerca de quatro centenas de navios: queria expulsar os ingleses do Mediterrâneo oriental e bloquear o seu lucrativo comércio com a Índia. Mas também estava fascinado com o próprio Egito, que o seu ídolo, Alexandre, o Grande, tinha conquistado 2000 mil anos antes. Porém, desiludiu-se, pois o Egito já não era a joia que tinha sido para Alexandre. Era um remanso de água quente, seco e pobre. "Nas aldeias", disse Napoleão, "eles nem sequer têm ideia do que são tesouras". Ainda assim, viam, a partir dos seus espantosos monumentos antigos – pirâmides e obeliscos perfurando as nuvens – e da sua estranha, indecifrável e bela língua-figurada, chamada hieróglifos, que esta tinha sido em tempos uma civilização formidável. Napoleão levou consigo cerca de cento e sessenta savants-cientistas, como lhes chamavam: estudiosos, e artistas, com as suas bússolas, réguas, lápis e canetas – para descrever o que podiam deste antigo reino lendário.


Vivant Denon, por Robert Lefevre
(1809)

    Entre eles encontrava-se Dominique Vivant Denon, que pode ser considerado o primeiro egiptólogo, embora fosse mais um artista. Um homem do mundo que frequentava os salões das diversas cortes europeias, juntou-se a Napoleão, já passava dos 50 anos de idade, para inventariar e desenhar os monumentos faraónicos descritos até então de forma fantasiosa.

    "Ao longo da campanha, Denon, indiferente aos perigos, madrugava para explorar monumentos e desenhar. Desenhava a cavalo, enquanto descansava, enquanto comia, no meio de uma batalha... registava tudo. O desenho de Denon é escrupulosamente fiel ao seu modelo, sem deformações poéticas. Fez um registo completo do que viu. Estima-se que gastou umas 40.000 folhas durante a viagem.

    Hoje algumas delas são de valor inestimável, porque são o único vestígio que resta de monumentos destruídos após a fuga de Napoleão – um exemplo disso é o desenho da capela de Amenhotep III em Elefantina." (Denon) A obra pioneira de Denon será completada, com o trabalho de eruditos de outras áreas na monumental Description de l'Egypte (1809-1822).



Frontispício da 1.ª edição de
Description de l'Egypte

    Os 1000 desenhos de Denon estão na origem da Egiptomania que tomou conta dos europeus nos séculos XIX e XX.

    Napoleão nomeou-o Diretor-Geral dos Museus e ele criou o Museu – mais tarde chamado Museu do Louvre – com as obras arrebanhadas pelo Império no Egito, Itália, Países Baixos, Alemanha e Espanha.

    "Em 1799, uma equipa a trabalhar sob um oficial francês para reconstruir um forte perto da cidade portuária de Rosetta – agora conhecida como Rashid – descobriu uma pedra tão grande que não a podia mover. Pierre-François Bouchard, um dos savants de Napoleão, treinado como cientista e como soldado, mandou que a retirassem inteira. Assim que a limparam, ele percebeu imediatamente a sua importância.

    Quando, dois anos mais tarde, os franceses finalmente se renderam aos britânicos, estes roubaram os roubos dos franceses como despojos de guerra – incluindo a Pedra de Roseta, que foi para o Museu Britânico."


A Porta Denon, do Louvre
    Vários estudiosos tentaram decifrar os hieróglifos da Pedra, mas foi Jean-François Champollion quem o conseguiu. Champollion cresceu no sudoeste de França, o mais novo de sete. O seu pai era livreiro; a sua mão não sabia ler nem escrever. Ele tinha pouco dinheiro. Já ia na meia-idade, já tinha, mais ou menos, fundado a Egyptologia, mas não tinha dinheiro para ir ao Egito. Foi mais tarde, depois da fama. desde muito cedo, tinha mostrado um dom extraordinário para as línguas. Ainda na adolescência, aprendeu não só grego e latim, mas também hebraico, árabe, amárico, sânscrito, siríaco, persa e caldeu. Começou a aprender Coptic, a língua da Igreja Ortodoxa Egípcia, que se pensava (corretamente, como se veio a verificar) ser descendente do Antigo Egito." [Pedra de Roseta]

Champollion encontrou alguma correspondência entre as imagens hieroglíficas e a representação gráfica dos sons, semelhante, mas não igual, ao que chamamos de letras. No seu estudo da Pedra de Roseta, descobriu grupos de sinais dentro de anéis chamados cartuchos. Teorizou que este relevo tipográfico era digno dos nomes de reis e descobriu que correspondia aproximadamente à altura em que estes foram citados no texto grego. Os dois nomes de reis que lhe deram a chave foram os de Ptolomeu e Cleópatra.

    Afinal o que diz a Pedra de Roseta? Nada de excitante.

    "Diz-nos que a pedra deveria ser instalada num muro do templo em honra do governante Ptolomeu V Epifanes Eucharistos e o seu propósito cerimonial é, presumivelmente, responsável pelo seu tom. O texto foi inscrito em 196 a.C., para celebrar a coroação de Ptolomeu. (Ele tinha-se tornado faraó cerca de nove anos antes, mas, como na altura tinha apenas cinco anos, uma série de regentes tratou inicialmente dos assuntos de Estado). Começa com uma longa invocação do rei:

    «O senhor do sagrado uraeus-cobras cujo poder é grande, que assegurou o Egito e o fez prosperar, cujo coração é piedoso para com os deuses, aquele que prevalece sobre o seu inimigo, que enriqueceu a vida do seu povo, senhor de jubileus como Ptah-Tanen [o deus de Memphis], rei como Pre [o deus Sol], governante das províncias superiores e inferiores, o filho dos deuses que amam o seu pai, que Ptah escolheu e a quem o Sol deu a vitória, a imagem viva de Amon, o filho do Sol, Ptolomeu, que vive para sempre, amado de Ptah, o deus cuja beneficência é perfeita.»


Fonte: IP AZUL

terça-feira, 17 de maio de 2022

A ideia de uma Internet aberta e acessível a todos está em risco


    A ideia de uma Internet aberta, acessível a todos está em risco? O controle mais apertado de governos e organizações sobre os conteúdos e as plataformas é um risco para o futuro e várias organizações querem medidas para evitar a morte da Internet como a conhecemos.

    Os alertas para o controle e bloqueio de serviços são antigos e Tim Berners-Lee já defende há vários anos um “Contrato para a Internet” para reparar o que na sua perspetiva está errado com a grande rede. A iniciativa data de 2019 e a visão do “pai da World Wide Web” já reuniu milhares de empresas e organizações que assinaram este “Contrato” com nove compromissos em várias áreas.

    Podem estas iniciativas e avisos ter efeito? Que impacto tem o isolamento progressivo da Rússia? Ricardo Lafuente, vice presidente da associação D3 – Direitos Digitais lembra que a balcanização da Internet não é nova e que neste momento é difícil fazer previsões sobre o que vai acontecer.

“COM A INVASÃO DA UCRÂNIA AINDA EM CURSO E UMA GRANDE INCERTEZA SOBRE OS PRÓXIMOS PASSOS DA CHINA FACE A TAIWAN, É ARRISCADO FAZER QUALQUER PREVISÃO DO QUE SE IRÁ TORNAR A INTERNET – SÓ SABEMOS QUE MUITO VAI MUDAR”, AFIRMA EM ENTREVISTA AO SAPO TEK, AVISANDO QUE “O QUE SE DISCUTE AGORA É O QUANTO SE IRÁ AGRAVAR FACE À REALIDADE GEOPOLÍTICA ATUAL”.

    A utilização da Internet como arma nos conflitos, em especial por regimes totalitários mas também por países democráticos, para controlar a população, reprimir dissidências internas e fazer pressão política são medidas que “têm sido aplicadas regularmente nos conflitos contemporâneos, mas a proximidade da invasão da Ucrânia veio dar ao ocidente outra perspetiva relativamente ao acesso à Internet como arma e mecanismo de controlo”, explica Ricardo Lafuente, apontando a tática russa de desviar tráfego das zonas ocupa-as para passar por servidores russos, com objetivo de vigilância das comunicações.

    A Internet Society é outra das organizações que tem vindo a alertar para a possibilidade da fragmentação deitar por terra décadas de esforço para garantir a ligação do mundo inteiro, dividindo a Internet numa série de redes separadas, sem pontos de contacto.

“PODEM USAR OS MESMOS NOMES E PROTOCOLOS, MAS OS GOVERNOS E EMPRESAS PODEM TORNAR-SE OS ‘PORTEIROS’ DO ACESSO AO QUE AS PESSOAS PODEM FAZER, VER E ACEDER NESSAS REDES”, ADIANTA A ORGANIZAÇÃO.

    E não é só o fluxo dos dados que está em causa, mas o próprio comércio internacional, assim como a divisão digital.

    Dan York, diretor da Internet Society, defende que o impacto na nossa forma de viver é profundo e exemplifica, de forma simples, com o caso de quem não consegue aceder ao Facebook, tem uma alternativa ao Google porque o motor de busca está bloqueado e que mesmo a Wikipedia está fora de alcance. “Podemos usar os mesmos browsers e programas de email mas não conseguimos chegar aos mesmos sítios. E mesmo que consiga, não tem a certeza se o governo local está a monitorizar tudo o que faz online”.

“A INTERNET FOI BEM SUCEDIDA PORQUE É ABERTA, SEM RESTRIÇÕES, E COM PROTOCOLOS COMUNS. PARA O MANTER TEMOS DE PARAR A DIVISÃO E FRAGMENTAÇÃO”, DEFENDE DAN YORK.

    Ricardo Lafuente admite a esperança de que a União Europeia tenha impacto na defesa de uma Internet livre e aberta, mas avisa que a posição tem sido ambivalente e que “tem havido desenvolvimentos que nos deixam apreensivos”, referindo a recente ideia de fazer vigilância massiva e reduzir a encriptação com o pretexto de proteger as crianças.

Fonte: tek.sapo.pt [link]

domingo, 8 de maio de 2022

Origem da palavra «gravata»


    Qual é a origem da palavra gravata?

    O professor Marco Neves, neste post, explica-nos a sua origem, numa viagem que começa na Croácia e termina em Portuga, passando pela França.

sábado, 7 de dezembro de 2019

A estranha queda do ensino privado no PISA 2018

Um dos dados mais surpreendentes do recente relatório PISA consiste na quebra, muito significativa, dos resultados do ensino privado em Portugal entre 2015 e 2018. Em média, os alunos do privado descem de 541 para 493 (-48 pontos), aproximando-se assim do valor registado em 2018 pelo ensino público (492), que por sua vez diminui apenas 2 pontos face a 2015. A queda do ensino privado verifica-se, além disso, em todas as dimensões de competências avaliadas: -42 pontos na leitura; -46 a matemática e -55 em literacia científica (quando no ensino público as variações são, respetivamente, de -3, +4 e -6 pontos). Em suma, os alunos do ensino privado revelam, entre 2015 e 2018, uma descida muito acentuada do nível de competências adquiridas nos domínios considerados.


A estranheza que esta evolução suscita é dupla: não só entre 2000 e 2015 o ensino privado sempre assumiu valores bastante acima dos registados no ensino público (ao contrário do que sucede em 2018), como o nível de competências dos seus alunos chegou a estar acima da média do privado na OCDE (entre 2009 e 2015), para se situar agora bem abaixo do valor obtido a essa escala. Ao contrário, de facto, do que sucede com o ensino público português, que não só tem vindo a melhorar consistentemente no PISA desde 2000, como supera a média da OCDE desde 2015.

A alteração relativa do perfil socioeconómico dos alunos do privado, entre 2015 e 2018, é uma das possíveis hipóteses explicativas desta evolução recente. E, de facto, alguns indicadores sugerem uma mudança nesse sentido, mantendo-se contudo a vantagem comparativa do perfil desses alunos face aos que frequentam a escola pública (que obtém, desse ponto de vista, resultados no PISA comparativamente melhores que os alunos do privado, em 2018).


Uma outra hipótese explicativa consiste em admitir que se tenham intensificado, em muitas escolas privadas, as lógicas de «preparação intensiva para os exames», em linha com a sobrevalorização desta modalidade de avaliação durante o consulado de Nuno Crato. Ou seja, de lógicas que em certa medida favorecem a obtenção de bons resultados nos exames (como os rankings sugerem, apesar das diferenças de perfil socioeconómico), mas que comportam o risco de uma menor preparação dos alunos quando se trata de avaliar competências (que é o que o PISA faz). Contudo, tal como a anterior, também esta hipótese parece ser curta para explicar a dimensão do descalabro. Uma coisa é todavia certa: a tese, há muito em voga, da suposta supremacia do ensino privado face à escola pública parece ter sofrido, com o PISA de 2018, um novo e forte abalo.


     Este post foi retirado do blogue Ladrões de Bicicletas.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

A indisciplina prejudica a aprendizagem e os resultados escolares

É uma das leituras que se pode fazer do PISA 2018: os professores portugueses perdem demasiado tempo a pôr ordem na sala de aula, a advertir alunos mal comportados, a interromper as aulas para resolver problemas disciplinares. Sem surpresa, nota-se que quando professores e alunos trabalham em contextos mais propícios à aprendizagem os resultados escolares são substancialmente melhores.
Mais de metade dos alunos portugueses (53,5%) assumem não ouvir o que os professores lhes dizem em algumas aulas e cerca de um quinto em muitas aulas.
Outra ideia que foge ao consenso politicamente dominante e que a notícia do JN destaca: apesar de o contexto sócio-económico condicionar o sucesso dos alunos e ser, estatisticamente, um forte preditor do insucesso escolar, a verdade é que não é absolutamente determinante. Os alunos oriundos de meios desfavorecidos não estão condenados ao fracasso escolar, como o demonstram aqueles que, estando nesta condição, atingiram resultados de topo nos testes da OCDE.
Para estes alunos, o caminho não é o do facilitismo que, retirando obstáculos e aplanando o caminho, rouba oportunidades. Tem de ser o de um ensino exigente e estimulante que possa levar estes alunos até onde o seu esforço e as suas capacidades lhes permitirem chegar.

FONTE: Escola Portuguesa; Autoria: António Duarte.
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