O título do poema é constituído por uma expressão latina que significa «nada para si», ou seja, indicia que o poeta é alguém cuja obra e produção se destina ao «outro».
Este texto, constituído por uma
singela quadra, abre com uma metáfora: “O Poeta é uma fonte:”, isto é, o
poeta é uma fonte de poesia, faz nascer poesia. Por outro lado, o seu canto é
um ato de abnegação e de altruísmo, como indicia o segundo verso: “Nada reserva
para a sua sede;”. O seu papel é «dar-se», fazer nascer poesia e originar,
de forma espontânea, o canto. Já o último verso apresenta-nos o poeta como
alguém que está sempre vigilante (“E não dorme”), que tem uma postura
interventiva e atenta ao que o rodeia e é infatigável (“nem para”). A sua
atividade – a criação poética – é permanente e imutável.