No retrato feito por José
Saramago, podemos ver o Rei como um charmoso jovem, muito bonito, propenso ao
adultério, com várias pretendentes e casos extra conjugais, sendo a sua mulher
D.ª Maria Ana uma antagonista do seu arquétipo de mulher. Depois conforme
evelhece torna-se apenas num velho monarca narcisista e vaidoso, género Luis
XIV em versão portuguesa e fica doente, com aspeto envelhecido e sofre de
flatulência, perdendo muito do seu encanto sobre o sexo oposto e ficando cada
vez mais uma réstia daquilo que terá sido. Muito religioso e convicto da
existência de Deus, cumpre os seus votos arrastando o país para a miséria,
gastando dinheiros públicos. No retrato feito por Herman, podemos apenas
comparar este rei ao momento do romance em que ele é mais velho, visto que o
comediante já o mostra flatulento, falso charmoso que apenas usa o facto de ser
rei para conquistar mulheres e que afirma que a sua obra é esplendida. A
intencionalidade crítica do retrato feito pelo comediante e apresentador de tv
é óbvio, apresentando João V como um nobre bruto que apenas pensa nos seus interesses,
não tem muita noção da realidade em que se encontra e o pouco que sabe, sabe
mal.
No geral é uma crítica muito
bem-feita, tanto no romance como no video, e achei uma interessante comparação
de vistas, embora vistas com propósitos diferentes.