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NOME: Luís Infante de Lacerda Sttau Monteiro.
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NASCIMENTO: 3 de abril de 1926, em Lisboa, na Rua Liverpool.
● FILIAÇÃO:
‑ PAI: Armindo Monteiro, jurista e diplomata
(embaixador).
‑ MÃE: Lúcia Rebelo Cancela Infante de Larcerda.
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ESTADA em LONDRES:
‑ partiu aos 10 anos, acompanhando o
pai, que aí desempenhou as funções de embaixador;
‑ aí conheceu a realidade da Segunda
Guerra Mundial;
‑ possibilitou-lhe o contacto com
movimentos de vanguarda da literatura anglo-saxónica, decisivos para a sua
formação intelectual;
‑ regressou a Portugal em 1943, após a
demissão do pai, ordenada por Salazar, em virtude das simpatias que nutria pelo
governo inglês no contexto da guerra;
‑ manterá sempre uma ligação afectiva
e um fascínio por Londres.
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FORMAÇÃO:
‑ Colégio de Santo Tirso (Lisboa), de onde foi
expulso;
‑ Liceu Pedro Nunes (onde teve como
colegas João Pulido Valente e João Abel Manta);
‑ Licenciatura em Direito (apesar do
gosto pela Matemática), na Faculdade de Direito de Lisboa.
● PAIXÕES:
‑ as corridas de automóveis (corredor de Fórmula 2 em
Inglaterra);
‑ a pesca;
‑ a gastronomia;
‑ a literatura.
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CARACTERÍSTICAS:
‑ não gostava de ser conhecido;
‑ considerava Portugal um país demasiado
pequeno e limitado (“Nunca encontrei nada em Portugal que não encontrasse
melhor lá fora”);
‑ era profundamente religioso
(encarava a morte como “apenas uma maneira de ir a Deus”);
‑ defendia as liberdades individuais e
coletivas – o seu lema era “A única coisa sagrada é ser livre como o vento”;
‑ a sua relação com a escrita não era
fácil e foi o estímulo dos que lhe estavam por perto que o conduziu à produção
literária e o conseguiu afastar da inércia que o levava a deixar inacabados
vários manuscritos:
. José Cardoso Pires arrastou-o para o jornalismo e
para a ficção (Um Homem não Chora,
por exemplo);
. Nikias Skapinakis, pintor que vivia escondido da PIDE
numa casa de Sttau Monteiro, incentivou-o à escrita de Felizmente Há Luar!;
‑ opositor do regime salazarista e
preservando a liberdade como valor máximo, sofreu perseguições que culminaram
com a sua detenção e prisão no Aljube, por alegado envolvimento na revolta de
Beja;
‑ um dos traços da sua personalidade
foi a dispersão e o desbaratar de um talento multiforme.
● PRÉMIOS LITERÁRIOS: Grande Prémio de Teatro, em 1962, para a
peça Felizmente Há Luar!.
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MORTE: Lisboa, a 23 de julho de 1993, no hospital de S. Francisco Xavier.
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ACTIVIDADES:
→ Advocacia: exerceu a profissão apenas durante dois
anos.
→ Corridas de automóveis:
‑ corridas de Fórmula 2 em Inglaterra;
‑ correu no team
Cooper, ao lado de figuras lendárias como Stirling Moss;
‑ desistiu da actividade porque esta causava um grande
desassossego à família.
→ Literatura:
‑ Narrativa:
. estreia: Um
Homem não Chora (1960 ‑ Milão);
. Angústia para o
Jantar (1961 ‑ Lisboa);
.
Chuva
na Areia, 1982, adaptação televisiva
de um romance que ficou inédito: Agarra o
Verão, Guida, Agarra o Verão;
. característica: denuncia, de forma sarcástica, os
problemas da época.
‑ Teatro:
. Felizmente Há
Luar! (1961 – obtém grande êxito e esgota rapidamente);
. Todos os Anos
pela Primavera (1963 ‑ Lisboa);
. O Barão
(1964 ‑ Lisboa) – adaptação teatral da novela com o mesmo nome, de Branquinho
da Fonseca;
. Auto da Barca
do Motor Fora de Borda (1966 ‑ Lisboa);
.
Duas
Peças em um Acto (1967 – Lisboa);
.
A
Estátua (1966 ‑ Lisboa);
. A Guerra Santa
(1966 – Lisboa, prisão do Aljube ‑ valeu-lhe mais seis meses de cárcere em
Caxias);
. As Mãos de
Abraão Zacut (1968 – escrita na prisão de Caxias);
.
adaptação de A Relíquia de Eça de Queirós (1971 – Lisboa);
.
Sua
Excelência (1971 ‑ Lisboa);
. E se for Rapariga Chama-se Custódia (1978 ‑ escrita na prisão do Aljube);
.
características:
-» poucas peças foram representadas em
Portugal antes do 25 de Abril, devido ao seu conteúdo crítico e ideológico;
-» foi preso pela PIDE em 1967,após a
publicação das peças A Estátua e A Guerra Santa, que criticavam a
ditadura e a guerra colonial.
→ Jornalismo:
‑ colaborou com várias publicações (Diário de Lisboa, Almanaque, O Jornal, Se7e, Expresso, agências de publicidade);
‑ redacções da Guidinha (Lisboa, 1971 – O
Jornal e Diário de Lisboa – suplemento
“A Mosca”);
‑ escreveu também sobre gastronomia
com o pseudónimo de Manuel Pedrosa, para O
Jornal (Lisboa, década de 80).