Português

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

A distribuição de presentes

Andy Davey, Inglaterra

 

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Selfie

1. Origem

        A palavra "selfie" é de origem inglesa, mais concretamente um diminutivo de "self", por sua vez uma redução do termo "self-portrait", ou seja, autorretrato.


2. Género

    Não conheço ninguém (o que não quer dizer que não exista) que não utilize "selfie" como pertencente ao género feminino.

    Por seu turno, os gramáticos dividem-se. Assim, há os que defendem que os empréstimos (as palavras importadas de uma língua estrangeira) devem manter o género que têm na língua de origem, enquanto outros sustentam que esses vocábulos devem assumir em português o género do seu equivalente vernáculo. Deste modo, segundo o primeiro princípio, devemos dizer, por exemplo "a Deutsche Bank", visto que "Bank" é feminino em alemão; porém, de acordo com o segundo, a forma correta é: "o Deutsche Bank", dado que nos estamos a referir a um banco, que, na língua de Camões, é do género masculino.

    No caso de "selfie", em inglês o seu género é neutro (ou natural, como alguns gramáticos o designam), visto que a palavra "portrait" o é. Em virtude de, em português, não existir o género neutro, devemos atribuir a "selfie" o género masculino, pois as palavras neutras latinas assumiram o masculino na língua portuguesa, com raras exceções.

    Se adotarmos o segundo critério, a palavra "selfie" é masculina, visto que adota o género de "retrato". Assim, qualquer que seja o princípio adotado, de acordo com a gramática, o vocábulo "selfie" é masculino em português.

    Sucede, no entanto, que o comum dos falantes associa "selfie" a fotografia (e não a "retrato"), por isso a usa como pertencendo ao género feminino: "a selfie", "uma selfie".

Plural dos nomes terminados em -s, -r, -z ou -n

     Os nomes agudos terminados em -s, -r, -z ou -n formam o plural acrescentando a terminação -es ao singular.

    É o que sucede com o nome «pionés», cujo plural é «pioneses».

    Ao formal o plural, estes nomes passam de agudos a graves.

"Aparte" e "à parte"

     A palavra aparte é um nome da área teatral que se refere à fala de um ator que simula falar consigo próprio e é ouvida apenas pelo público, ou a um comentário marginal feito no meio de um discurso.
            Ex.: Só um aparte: sabes que amanhã faço anos?

    Por sua vez, a locução à parte significa "em particular, em separado, isoladamente".
            Ex.: A Maria e o Manuel ficaram a conversar à parte durante horas.

"Estrambólico" e "estrambótico"

     O adjetivo estrambólico significa "extravagante, esquisito, ridículo" e surgiu pela alteração de outro: estrambótico, que, por sua vez, deriva por estrambote + -ico e quer dizer "que é singular, invulgar, diferente em todos os sentidos, excêntrico; que causa certa repugnância ou aversão, ridículo".
    Por seu turno, estrambote - cujo significado é "versificação: adição de um ou mais versos, geralmente de um terceto, aos 14 versos de um soneto, estramboto; música: estrofe acrescentada ao vilancico, à guisa de coda" - tem origem em estramboto, que é uma forma de poesia italiana muito antiga sobre temas amorosos ou satíricos.
    Assim sendo, é possível que estrambólico se tenha formado por analogia com outras palavras, como diabólico, hiperbólico ou simbólico, visto que a terminação -ólico parece ser mais frequente do que -ótico.
    Não obstante, grande parte dos estudiosos defende o uso preferencial do adjetivo estrambótico em contextos formais, em detrimento de estrambólico, cujo uso deve ser restrito a contextos informais.

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