Português

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Orações subordinadas adverbiais temporais

  • A oração subordinada adverbial temporal localiza no tempo a situação apresentada na oração subordinante:
               - Vi o Eusébio quando visitei o Estádio da Luz.
  • Pode ser finita (o exemplo acima) ou não finita.
  • A oração subordinada adverbial temporal não finita pode ser:
               . Infinitiva (a forma verbal encontra-se no infinitivo):
                         - Ao chegar à escola (= Quando cheguei à escola), encontrei a Sofia.

               . Participial (a forma verbal encontra-se no particípio passado):
                         - Chegado à escola, dirigi-me para a sala.

               . Gerundiva (a forma verbal encontra-se no gerúndio):
                         - Chegando da escola, vou acender a lareira.

Orações subordinadas adverbiais

  • As orações subordinadas adverbiais equivalem a um grupo adverbial.
  • Expressam diferentes valores semânticos: causa, tempo, fim, condição, etc.
  • Classificam-se de acordo com o seu valor semântico.
  • São introduzidas por conjunções subordinativas, preposições ou outros conetores.
  • Apresentam grande mobilidade na frase, à exceção das comparativas e das consecutivas:
               - Quando o avião aterrou, eles suspiraram de alívio.
               - Eles suspiraram de alívio quando o avião aterrou.
  • Separam-se por vírgula quando antecedem a oração subordinante:
               - Quando o meu pai faleceu, chorei amargamente.
  • Separam-se por vírgulas quando ocorrem intercaladas na frase:
               - Nesse ano, quando o meu pai faleceu, chorei amargamente.
  • Desempenham a função sintática de
               . modificador da frase:
                         - Mesmo que tu não queiras, cantarei na festa de Natal.

               . modificador do grupo verbal:
                         - Desliguei a televisão assim que trovejou.

Orações subordinadas adjetivas gerundivas

  • São introduzidas por uma forma verbal no gerúndio.
  • Desempenham a função sintática de modificador restritivo do nome:
               - Os computadores contendo defeitos serão substituídos.
                 (= Os computadores que contêm defeitos serão substituídos.
                  = Os computadores defeituosos serão substituídos.)

Orações subordinadas adjetivas relativas explicativas

  • Introduzem uma informação adicional;
  • São isoladas na frase por vírgula;
  • Desempenham a função sintática de modificador apositivo do nome:
               - Os alunos, que estavam distraídos, não perceberam a matéria.
  • É uma oração subordinada porque está dependente do grupo nominal "Os alunos".
  • É adjetiva porque equivale a um adjetivo / grupo adjetival ("Os alunos, distraídos, não perceberam a matéria.").
  •  É relativa explicativa porque não restringe o universo de referência do grupo nominal a que se reporta.
  • Algumas orações relativas explicativas retomam o conteúdo da totalidade da frase subordinante, desempenhando a função sintática de modificador da frase:
               - O Paulo desapareceu de casa, o que afligiu imenso a mãe.

Orações subordinadas adjetivas relativas restritivas

  • Estas orações delimitam ou restringem ___
  • Não são separadas do seu antecedente por vírgula.
  • Se forem omitidas, o sentido da frase é alterado.
  • Desempenham a função sintática de modificador restritivo do nome:
               - Os alunos que estudam obtêm bons resultados.
                         . É uma oração subordinada porque está dependente do antecedente "Os
                           alunos".
                         . É adjetiva porque "que estudam" equivale ao adjetivo "estudiosos".
                         . É relativa restritiva porque restringe "Os alunos" - os que estudam.

               - Os alunos que estavam distraídos não perceberam a matéria. (não são
                  todos os alunos, apenas os que estavam distraídos)

Orações subordinadas adjetivas relativas

  • São introduzidas por um pronome relativo, um determinante relativo ou um advérbio relativo, que retoma(m) um antecedente presente na oração subordinante.
  • Dividem-se em relativas restritivas e explicativas.

Orações subordinadas adjetivas

  • As orações subordinadas adjetivas são orações que equivalem a um adjetivo e desempenham funções sintáticas próprias de um grupo adjetival.
  • Dividem-se em
               a) orações relativas:
                         - Os alunos que estudam obtêm bons resultados. (= Os alunos estudiosos
                            obtêm bons resultados.)

               b) orações gerundivas:
                         - Os finalistas, cantando com alegria, entraram no autocarro.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Orações subordinadas substantivas relativas (sem antecedente)

  • São introduzidas
  • pelos pronomes relativos o que e quem;
  • pelo advérbio relativo onde;
  • pelo quantificador relativo quanto
  • Não têm antecedente.
  • Podem desempenhar diversas funções sintáticas:
               1. Sujeito:
                         - Quem tudo quer tudo perde.
                         - Quem cala consente.

               2. Complemento direto:
                         - Admiro quem estuda afincadamente.
                         - Conheço quem te dê boleia.

               3. Complemento indireto:
                         - O Eusébio deu autógrafos a quem lhos pediu.
                         - O João, na festa, ofereceu flores a quem fazia anos.

               4. Predicativo do sujeito:
                         - Aquele sujeito não é quem parece.

               5. Modificador do grupo verbal:
                         - Deitei-me onde havia cama.
                         - Escondi o ouro onde tu disseste.
  • Podem ser finitas (o verbo ocorre numa forma finita) ou não finitas (o verbo ocorre numa forma não finita):
               - Quem vai ao ar perde o lugar. (finita)
               - Aquele casal precisa de quem o ajude. (finita)
               - Tu sabes como passar de ano. (não finita)
               - Não tenho com que ligar a televisão. (não finita)

Orações subordinadas substantivas completivas

  • São introduzidas por uma conjunção subordinativa completiva: que e se (esta última introduz as interrogativas indiretas).
  • Podem ser introduzidas também por uma preposição (quando não são finitas infinitivas): de, para, por, ...
  • Podem desempenhar diferentes funções sintáticas:
               1. Sujeito:
                         - É preciso que chegues a tempo.
                         - Não é certo que sejamos campeões.

               2. Complemento direto:
                         - O Eusébio perguntou se o Benfica vencera.
                         - O professor pediu aos alunos para fazerem o TPC.
                         - Diz-se que há corrupção no futebol.

               3. Complemento do nome:
                         - O vício de fumares sai-te caro.
                         - A vontade de ganhar era enorme.
                         - Ele morreu com a certeza de que a família ficaria bem.

               4. Complemento de um adjetivo:
                         - Esta derrota é difícil de engolir.

               5. Complemento oblíquo:
                         - O Benfica esforçou-se por vencer o jogo.

  • Teste para identificar a função de sujeito:
  • Substituição da oração subordinada substantiva completiva pelos pronomes demonstrativos invariáveis isto e isso (colocados antes do verbo):
                          - Não é certo que sejamos campeões. ®  Isto (= que sejamos campeões) não é
                             certo.

  • Testes para identificar a função de complemento direto:
  • Substituição da oração completiva pelos pronomes demonstrativos invariáveis isto e isso (colocados depois do verbo):
                         - Eu defendo que tu agiste bem. ® Eu defendo isto / isso.
  •  Substituição pelo pronome «o» e suas variantes:
                         - Eu defendo que o Brasil será nosso novamente. ® Eu defendo-o.

Orações subordinadas

  • A subordinação é o processo de combinação de duas ou mais orações em que uma delas - a subordinada - está sintaticamente dependente dela (ou de um seu constituinte).
  • A oração subordinante é aquela de que depende uma outra oração - a subordinante: O Eusébio disse que estava doente.
  • A oração subordinada é aquela que desempenha uma função sintática na fase complexa em que está inseria e que depende de outra - a subordinante - para ter sentido: O Eusébio disse que estava doente.
  • Na subordinação, pode existir recursividade, isto é, pode encontrar-se uma oração subordinada dentro de outra subordinada: O Antunes disse que o governo garante que haverá novas medidas de austeridade que atingirão os portugueses...
  • Quando as orações subordinadas são introduzidas por uma conjunção ou locução subordinativa, recebem o nome do conetor que faz a articulação-
  • De acordo com o tipo de função sintática que desempenham, as orações subordinadas podem ser classificadas como
                                      . subordinadas substantivas;
                                      . subordinadas adjetivas;
                                      . subordinadas adverbiais.

Orações coordenadas sindéticas e assindéticas

  • As orações coordenadas (ou os elementos de uma frase) ligadas por uma conjunção ou locução coordenativa designam-se sindéticas.
               - Ele "roubou" a bola e afundou.
               - Comprei um casaco e um par de calças.
  • Quando a conjunção não está expressa, as orações chamam-se assindéticas.
               - O Pedro chegou, arrumou o carro, tirou os livros, jantou...

Orações coordenadas

     A frase complexa resulta da junção / articulação de duas ou mais orações, por coordenação ou por subordinação.


Orações coordenadas

  • Estas orações articulam-se / ligam-se através de uma conjunção ou locução coordenativa, ou conetor equivalente.
  • As orações coordenadas recebem o nome do conetor / conjunção que as articula / liga.
  • As orações coordenadas são sintaticamente independentes entre si.
  • Existem cinco tipos de orações coordenadas.


     1.º) Orações coordenadas copulativas:
  • são introduzidas por uma conjunção ou locução coordenativa copulativa (e, nem);
  • exprimem um valor de adição;
                          - A minha mãe ofereceu-me um pijama e a minha tia trouxe-me um casaco.
                                                      ¯                                 ¯                          ¯
                                       oração coordenada              conjunção      oração coordenada copulativa


     2.º) Orações coordenadas adversativas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa adversativa;
  • possuem um valor de oposição ou contraste;
                         - Escorreguei, mas não caí.
                                    ¯            ¯          ¯
           oração coordenada   conjunção   oração coordenada adversativa


     3.º) Orações coordenadas disjuntivas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa disjuntiva;
  • transmitem um valor de alternativa;
                         - Vamos ao cinema ou ficamos em casa?
                                         ¯               ¯               ¯
                      oração coordenada   conjunção    oração coordenada disjuntiva


     4.º) Orações coordenadas explicativas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa explicativa;
  • apresentam a causa, a explicação ou justificação (para o que é dito na primeira oração);
                         - Estou cheio de fomepois comi mal ao almoço.
                                           ¯                   ¯                ¯
                           oração coordenada   conjunção   oração coordenada explicativa


     5.º) Orações coordenadas conclusivas:
  • são introduzidas por uma conjunção (ou locução) coordenativa conclusiva;
  • exprimem um valor de conclusão, de dedução lógica (em relação à ideia expressa ou implícita na oração com que se combina);
                         - O Paulo tem exame, logo não foi ao cinema.
                                           ¯                   ¯                 ¯
                           oração coordenada    conjunção     oração coordenada conclusiva

Frase simples e frase complexa

  • As frases podem ser simples ou complexas.
  • As frases simples têm apenas um verbo principal ou copulativo; por isso, uma só oração.
               . O avião aterrou.
               . A aluna manteve-se calma.
               . O Viriato chegou de Lisboa.
  • As frases complexas têm dois ou mais verbos principais ou copulativos, isto é, são constituídas por duas ou mais orações.
               . A Maria caiu porque escorregou.
               . Encontrei a Irina e ofereci-lhe um jantar.
  • No registo oral, a frase é marcada por diversos tipos de entoação, de acordo com os diferentes conteúdos comunicativos que expressa: perguntar, ordenar, exprimir emoções ou sentimentos, etc.
  • No registo escrito, a frase, em início de período, é iniciada por letra maiúscula e finaliza com um sinal de pontuação "concordante" com o conteúdo comunicativo que expressa: ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação, ponto e vírgula e reticências.

Frase

     A frase é uma unidade linguística que contém, pelo menos, um verbo e descreve uma situação:
               . O avião aterrou.
               . O Eusébio adoeceu.

     A frase típica do português é constituída por uma sequência de palavras compostas por um sujeito e um predicado.
               . O avião aterrou.
                     ¯            ¯
                 sujeito    predicado

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Vírgula

     A vírgula representa uma pausa breve no discurso e usa-se para:

          . isolar o nome do lugar, nas datas:
               - Lisboa, 11 de janeiro de 2012.

          . isolar elementos, intercalados na frase, de valor explicativo ou caracterizador:
               - Portugal está à beira da bancarrota, isto é, não tem dinheiro para o dia-a-dia.

          . isolar orações subordinadas adverbiais numa frase:
               - O João, quando viu a namorada no chão, ficou furioso.

          . isolar orações intercaladas:
               - Os bons jogadores, dizia Paulo Bento, são os que me obedecem cegamente.

         
. isolar orações subordinadas adverbiais, principalmente quando colocadas antes da subordinante:
               - Assim que tu chegaste, fizemos uma festa.

          . separar os elementos de uma enumeração:
               - Fui à feira e comprei batatas, feijão, cebolas, bacalhau e alfaces

          . separar a frase introduzida pela conjunção «mas»:
               - A Maria caiu, mas não se magoou.

          . isolar o vocativo:
               - Micaela, tu cantas mesmo mal!

          . intercalar um modificador entre um verbo e o seu complemento:
               - O polícia alertou o condutor, com gestos enérgicos, do perigo.

       
  . separar conjunções e locuções conclusivas:
               - O Benfica jogou bem, portanto mereceu vencer.
               - Consideras, portanto, que o árbitro não viu bem o lance.

          . isolar modificadores da frase:
               - Efetivamente, a bola não entrou na baliza.

         
. destacar um advérbio conetivo em início de período:
               - Os alunos estão muito aborrecidos. Porém, não param de falar.
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