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terça-feira, 6 de junho de 2017

A gente vê-se por aí


António Bernardino, "Cantiga para os que partem"

     Mais um ciclo se completa. Os que partem deixam sempre saudades, sobretudo após um longo percurso de 6 anos. Outros chegarão e um dia partirão também.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

"Manhãs de setembro", Vanusa


     O mês de setembro sempre foi o mais belo do ano... Só poderia ser o meu mês.

quinta-feira, 19 de março de 2015

'Pai Herói'

85...

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino

feito grão de milho.

                      Carlos Drummond de Andrade, in Lição de Coisas

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Um instante...

Um instante de hesitação.. Um carregar numa tecla... Um digitar um nome estúpido qualquer... Um olhar que recai sobre aquele nome... Uma hesitação... Uma frase que se escreve... Uma resposta que surge... Um encanto súbito e inexplicável... Um caminho difícil e acidentado... Um encontro que os marcará para sempre... No final, apenas um homem e uma mulher...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Poesia universitária (II)

Quando tiver a "licentia docendi"
Não ligarei à plebe.
                       in modesti vocabularia

          Temos um colega tão gabão
          que julga que é um pavão
          sendo uma simples galinha
          ainda por cima depenadinha.

          Mas ele assim é feliz
          e porquê fazê-lo infeliz?
          Também chamamos ao Branco nabo
          e ele julga que lhe estamos a dizer bravo.

          Assim é o aper da Cornualha
          que se julga um diamante
          e aos outros escumalha.

          Mas é bom rapaz
          e muito mais o será
          quando nos deixar em paz.

                                               Bajus

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Poesia universitária (I)

A um certo colega de ano:

          Por uma loura do quinto ano
          fiquei louco do tutano
          e quando com ela passeio na rua
          sinto-me mais alto que uma grua.

          E todo ufano
          pago-lhe um lanche no Bocage
          e não ligo aos colegas do ano
          e se lhes ligo logo lhes dou um ultraje.

          Porque eu sou um tipo digno
          e com uma classe sem igual
          e por isso não ligo ao parvalhão indigno

          Que me estraga o engate
          e me envergonha
          e por isso me perdoem sempre que eu os maltrate.

                                                  Bajus

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ao meu pai...

A UM AUSENTE

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste

                                                       Carlos Drummond de Andrade
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