Português

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Asterisco

     O asterisco (*) (do grego asterískos = estrelinha) é um sinal auxiliar de escrita que se usa:
 
1. À direita de uma palavra, e sobrescrito, para assinalar uma nota de pé de página.
Ex.: Tornar o ambiente mais próprio ao investimento na investigação privada, às parcerias em matérias I&D* e ao lançamento de empresas no domínio das tecnologias de ponta.
*I&D = Investigação e Desenvolvimento
 
2. À esquerda de uma sequência de palavras, e sobrescrito, para assinalar uma construção agramatical.
Ex.: *Se a encontrarás, diz-lhe que a detesto.
 
3. À esquerda de uma palavra, para indicar uma origem etimológica reconstruída, isto é, não atestada:
Ex.: guerra < *werra [germânica]
 

sábado, 22 de agosto de 2020

Etimologia de «Mota»

      O apelido «Mota» está atestado desde o século XIV e terá origem no topónimo «Mota», o qual, por sua vez, constitui uma evolução do vocábulo de origem germânica «motta», que significa «monte de terra», «elevação natural ou artificial onde por vezes se construíam castelos».

     A Enciclopédia Verbo Luso-Brasileira de Cultura confirma que se trata, egetivamente, de um apelido de origem portuguesa, acrescentando que o primeiro conhecido é Ruy Gomes de Gundar, "chamado o M[ota], por ter residência no solar da M[ota]", aparentemente situado nas margens do rio Ave, nas terras de Lanhoso.

As Misteriosas Cidades de Ouro - Episódio 22: "O Espelho da Lua"

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Regência do verbo "advertir"

       O verbo advertir seleciona sempre sujeito e pode selecionar diferentes complementos:
 
a) verbo intransitivo – seleciona apenas sujeito:
O Ernesto sabe advertir.
 
b) verbo transitivo-direto – seleciona sujeito e complemento direto:
O Ernesto advertiu a Miquelina.
 
c) verbo transitivo direto e indireto – seleciona sujeito, complemento direto e complemento oblíquo:
O Ernesto advertiu a Miquelina da sua decisão.
 
i) Quando o complemento oblíquo é realizado por um grupo nominal, este é introduzido pela preposição de:
O Eusébio advertiu a Ernestina da possibilidade de inundações.
Neste caso, a construção do verbo é equivalente a «advertir alguém de alguma coisa».
 
ii) Quando o complemento oblíquo é realizado por uma oração subordinada substantiva completiva:
▪ o uso da preposição de é opcional:
O Ernesto advertiu a Miquelina de que ia chegar mais tarde.
O Ernesto advertiu a Miquelina que ia chegar mais tarde.
▪ pode usar-se a preposição para:
O professor advertiu o António para que se portasse bem.
A Miquelina advertiu o Eusébio para não beber mais.
▪ pode usar-se a preposição a:
O advogado Aníbal Pinto advertiu o cliente Rui Pinto a apresentar queixa.
 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

À última hora

      Qual é a expressão correta: à última hora ou à última da hora?

     A forma correta é à última hora. A expressão significa «no último momento», «quando se pensava já não ser possível», «no último instante possível» e foi adotada, inicialmente, pelos correios para designar um serviço de receção de objetos postais.

     No entanto, à última da hora está inscrita no Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências. Nesta expressão, o adjetivo última é usado como nome, que habitualmente não é registado nos dicionários com este significado. Contudo, o nome última tem, nesta expressão, um significado que se aproxima do que é usado no nome plural últimas, utilizado em expressões como nas últimas ou às últimas. Nesta perspetiva, a locução à última da hora é parafraseável por nos últimos momentos da hora ou no limite da hora.

Meio cheia ou meia cheia

     Qual é a frase correta?
          a) A garrafa de vinho está meia cheia.
          b) A garrafa de vinho está meio cheia.

     A resposta é a opção b).

     A palavra meio é um advérbio, logo é invariável. Os advérbios são palavras que se ligam a verbos, adjetivos ou outros advérbios. Neste caso, o vocábulo meio liga-se (isto é, qualifica) ao adjetivo cheia.

     Por seu turno, cheia, enquanto adjetivo, qualifica um nome, neste caso garrafa.

As Misteriosas Cidades de Ouro - Episódio 21: "As Amazonas"

A origem da língua portuguesa

Álibi

      Álibi é uma palavra proveniente da forma latina alibi, formada pela associação do pronome alius (que significava "outro") ao advérbio ibi (que significava "aí", "nesse lugar", "nesse momento").

     Relativamente à acentuação, o termo é esdrúxulo, pelo que é acentuado na antepenúltima sílaba, isto é, no a: álibi.

     No Direito, o vocábulo indica que um arguido, um suspeito de um crime se encontrava, comprovadamente, num local diferente daquele em que o delito de que foi acusado ocorreu.

terça-feira, 28 de julho de 2020

A grafia da forma reflexa da 2.ª pessoa do singular do presente do indicativo e a 2.ª pessoa do singular do pretérito perfeito

          Afinal, quando é que se usa “passaste” e “passas-te”?

          “Passaste” é a forma de segunda pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, enquanto “passas-te” é a forma reflexa da segunda pessoa do singular do presente do indicativo.

          O seu uso pelos alunos reveste-se de grande dificuldade e é a causa de frequentes erros, no entanto dois “truques” ajudam a evitar o erro.

 

1. A acentuação da palavra

          Na forma “passas-te”, a sílaba acentuada é a primeira (pá-ssas-te) e, em “passaste”, é na segunda (pa-ssás-te).

 

2. A negativa

          Quando as formas verbais conjugadas com um pronome pessoal átono estão inseridas numa frase de polaridade negativa, esse pronome é colocado antes do verbo:

- Dá-me esse livro. (polaridade positiva)

- Não me dês esse livro. (polaridade negativa)

          Assim sendo, é possível colocar o pronome “te” antes da forma verbal quando ocorre numa frase negativa, o que já não acontece em “passaste”, pois o “te” integra a forma verbal e não é nenhum pronome.

. Passas-te:

- Tu passas-te com o professor de Português.

- Tu não te passas com o professor de Português.

. Passaste:

- Tu passaste de ano.

- *Tu não te passas de ano.

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